Em Busca da Viagem Eterna: Playlist reúne + de 70 bandas da neo-psicodelia BR
Você muito provavelmente já deve ter ouvido falar de rótulos como Psicodelia, Acid Rock, Neo-psicodelia, folk psicodélico, pop psicodélico, funk psicodélico, stoner rock, space rock, acid techno, soul psicodélico.
Pois é os anos 60 e a geração woodstock deixaram muitas marcas nas história da música. A subcultura começou a se desenvolver em 1966 em São Francisco com o advento da cultura das drogas psicoativas como: LSD, maconha, psilocibina (“Cogumelos”), mescalina e DMT.
A premissa era ter alucinações visuais e auditivas, sinestesia e estados alterados de consciência. Literalmente, uma viagem eterna em busca do auto-conhecimento. Não demorou muito para a música entrar na jogada, ritmos como o folk e o blues começaram a experimentar destes efeitos. O desenvolvimento da estética e dos grandes grupos durante os 60 e 70 veio forte em países como os EUA e a Inglaterra.
Com grupos clássicos e icônicos como o 13th Floor Elevators, Grateful Dead, Iron Butterfly, Beatles, Pink Floyd, Jimi Hendrix, Cream, The Yadbirds, Jefferson Airplane, Silver Apples, Blues Magoos, Spooky Tooth, The Doors, The Syn e tantos outros. Mas a música psicodélica rapidamente foi se reinventando agregando estilos como o rock progressivo e o heavy metal.
Ela não parou no tempo e se renova a cada banda incrível que podemos conhecer. Uma prova disso é ver a ascensão de grupos como Moon Duo, Temples, Pond, Kikagaku Moyo, Bitchin Bajas, King Gizzard & the Lizard Wizard, Acid Mothers Temple & the Melting Paraiso U.F.O. e tantos outros.
No Brasil
A psicodelia brasileira também é motivo de muito orgulho no “país do futebol”. Nos anos 60 a jovem guarda, grupos de rock e da MPB abraçaram a forte influência psicodélica que vinha do estrangeiro.
Já nos 70 tudo isso já vinha misturado com estilos como o hard rock, glam e rock progressivo. Claro que tudo que chegava no Brasil ganhava o nosso jeitinho e incorporava elementos da música folclórica e popular.
Na MPB fundindo com outros estilos temos a Gal Costa, Tom Zé, Zé Ramalho e Lula Cortês e Alceu Valença. No rock Os Mutantes, O Terço, Secos & Molhados, Ronnie Von, Os Brazões, Spectrum, Sérgio Sampaio, Edy Star, Rita Lee & Tutti Frutti, Os Baobás, Damião Experiência, Arnaldo Baptista, Serguei, Ave Sangria entre outros.
Já mais híbridos e misturando com o samba, ritmos nordestinos e soul temos o caso da música feita por Paulo Bragança, Flaviola e o Bando do Sol e Marconi Notório na década de 70.
A partir dos anos 80 veio outra leva atrelada a outros estilos como o rock alternativo, mangue beat, pop e musica regional. Algo que foi se desenvolvendo cada vez com mais força nas décadas seguintes.
Destaque para os gaúchos do Quintal de Clorofila, pela loucura dos geniais Chico Science e Nação Zumbi que em sua “maluca mistura” incorporavam a psicodelia, o icônico Jupiter Maçã, os alagoanos do Mopho, os cearenses da Cidadão Instigado e Laranja Freak.
Mas o bacana é ver como a música psicodélica vive sim um dos seus grandes momentos no país e a geração tem se renovado. É muito importante aparecerem nomes relevantes – e com projeção internacional – como o Boogarins – para que o estilo continue se re-inventando a todo vapor.
Autoridade de Causa
Para entender mais sobre o momento atual da psicodelia conversei com a Joyce Guillarducci do Cansei do Mainstream, blog que acompanha o desenvolvimento da música psicodélica de perto.
Em dezembro do ano passado ela produziu uma coletânea com mais de 40 bandas homenageando o ano de 1967, e claro com várias versões para bandas psicodélicas.
Inclusive no fim de janeiro aconteceu na Casa do Mancha a primeira festa 100% psicodélica da Joyce que foi batizada de: Feliz Ano Psicodélico. Esta que recebeu as bandas Aura (RJ) e Os Chás (Mogi das Cruzes – SP). Além disso teve discotecagem do Rafael (Editor do Hits Perdidos) com um SET reunindo 60 bandas da nova psicodelia nacional.
Sobre o atual momento pela música psicodélica ela comenta:
“Acho que vivemos um momento muito rico e maravilhoso para a música psicodélica. Passado um pouco o boom da lisergia + phaser/reverb a la Tame Impala que foi seguida a risca aqui pelos Boogarins (sem desmerecer ninguém porque gosto muito de ambas as bandas), a galera tá super arriscando as experimentações com outras texturas.
Tenho curtido bastante o som da também australiana King Gizzard & the Lizard Wizard que tem um pouco de tudo, de folk a heavy metal, e vem sem medo de meter 5 discos num ano e 2 baterias no palco (morrendo para vê-los ao vivo).
Já me perguntei se, sem saber, eles não estariam sendo os precursores de uma nova vertente, como tanto aconteceu no passado. Na entrevista que fiz com o baixista da Strawberry Alarm Clock por exemplo, banda que surgiu bem no epicentro do que hoje chamamos de Acid Rock, ele disse que eles nem sonhavam com esse termo na época e consideravam sua música apenas experimental. Talvez estejamos testemunhando algo além nessa nova onda da neo-psicodelia, vai saber né.
Mas então, nos momentos de menos gritaria mental tenho recorrido aos elementos lúdicos e minimalistas da gaúcha Soundlights, uma descoberta recente e acidental que virou vício dos bons, e que aparece ao lado de outras 21 bandas numa playlist de lançamentos da neo-psicodelia brasileira que fiz no final de 2017, a Feliz Ano Psicodélico – sim o nome da festa no Mancha saiu dela ”
PLAYLIST NO SPOTIFY
No Brasil a Neo-Psicodelia tem bombado bastante nos últimos anos e uma série de adeptos ao estilo tem aparecido. O bacana é ver a diversidade de referências e estilos absorvidos que cada uma encontra para estabelecer sua identidade própria. Sendo assim, reunimos 68 bandas que viajam por essa viagem eterna. A seleção Especial pode ser encontrada no Spotify do Hits Perdidos (siga o Hits no Spotify!).
A playlist conta com sons das bandas: Almirante Shiva, Tagore, Molodoys, Marrakesh, My Magical Glowing Lens, Catavento, Quarto Ácido, Boogarins, Bike, Os Chás, Supercordas, The Outs, Astralplane, Ema Stoned, Rios Voadores, Papisa, Cigana, Cachalote Fuzz, Transquarto, Congo Congo, Terceiro Olho de Marte, Applegate, Aura, Glue Trip, Supervibe, Trem Fantasma, Cérebro Eletrônico, Do Amor, Van der Vous, Mopho, Laranja Freak, Oruã, Bonifrate, Luneta Mágica.
Winter Waves, Tertulia na Lua, Peixefante, Chá de Gim, Cassino Supernova, Pedro Salvador, Bolhazul, Vintage Vantage, Maglore, Soledad, Cafe Republica, Aminoácido, Blind Horse, Cobalt Blue, Diego Xavier, Os Gringos, Bicho-grilo, Jude, Soundlights, Salve Jurema, Drapula,
Palamar, Orquestra Abstrata, Megalomaníacos, Joe Silhueta, Moldragon, Monstro Amigo. A 25ª Experiência, Marte Roga, Headless Buddha, Anjo Gabriel e Os Subterrâneos, La Leuca, Leza, Muda e Joana Marte.
Faltou alguma? Indica para a gente que adicionamos!
25 Comments
Megalomaniacos do Paraná.
Adicionados a playlist e post!
Agoristas permanece oculto do spotify.
Uma pena 🙁
Sempre perdidos, atrás da escuridão mainstream. <3
Headless Buddha
Adicionados ao post e playlist!
Maria Sabina e a Pêia
Mas não é psicodélico, né?
[…] Em Busca da Viagem Eterna: Playlist de neo-psicodelia BR […]
Muito obrigado por compartilhar a playlist 🙂
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