Há alguns meses fizemos uma lista de Melhores Clipes Independentes do 1º Trimestre de 2020 especialmente para o m-v-f. A lista elaborada pelo editor do Hits Perdidos, contou com destaques destes primeiros 90 dias do ano. São produções que se destacam por diversos motivos, seja pelo roteiro, seja pela fotografia, produção, contextualização, conceito entre outros fatores da sétima arte. Foram vídeos inclusive, que foram destaques nas nossas listas de Janeiro, Fevereiro e Março.

Confira a lista com os
Os Melhores Clipes do 1º Trimestre de 2020

Agora divulgamos a segunda parte de lista com os Melhores Clipes Independentes do 2º Trimestre de 2020. Com respectivamente os principais destaques de Abril, Maio e Junho.

Confira nossos destaques e saiba mais sobre as escolhas neste post especial!



Os Melhores Clipes Independentes do 2º Trimestre de 2020

12) Mahmundi  “Nova TV”



A quarentena tem inspirado ótimas ideias e a de “Nova TV” da Mahmundi representa muito bem o espírito da nossa lista de Melhores Clipes. Inclusive a música já tinha entrado na nossa lista de Melhores Singles do Primeiro Semestre de 2020.

Na narrativa do vídeo ela faz um pouco de tudo, desde tarefas diárias como aparece escovando os dentes, desenhando, cantando; tocando bateria, teclado e guitarra simulando uma one girl band.

Também tem espaço para a contemplação da vida da vizinhança, algo um tanto quanto quarentena, não é mesmo? A canção traz uma paz neste momento de tantas incertezas.

O vídeo tem direção assinada por Mahmundi, Bruno Mazzilli e Caio Carvalho, e André Albuquerque na direção de fotografia.

11) Oto Gris “Uma Prece”



Os cearenses da Oto Gris voltam a apareceram na nossa lista com um incrível vídeo. As tradições, a ancestralidade e a religiosidade acabam ganhando protagonismo nesta bela produção audiovisual dirigida por Jonathas Aipoim e Rafael Neves. Destaque fica para a montagem, edição e externas.

10) Malu Maria “Ela Terra”



A paulista Malu Maria lançou em maio sua nova música, “Ela Terra”, com direito a um belo videoclipe. A faixa é o primeiro single do novo disco de Malu, Ella Terra.

“A inspiração na hora de fazer essa música veio junto com um sentimento de empatia pelas qualidades maternais da terra, fiz uma ode à pachamama celebrando também a presença de minhas avós, tias, mãe e tantas outras mulheres, que a princípio eu nem conhecia, mas que juntas partem de uma mesma ancestralidade”, explica a compositora.

Dirigido por Vini Poffo e Sillas H., o clipe de “Ela Terra” foi gravado em Santa Catarina ainda antes da pandemia.

“Vinculei as filmagens do clipe a processos ritualísticos integrando à natureza,  arte e magia. Personagens como a mãe, o tempo, o nascimento e a morte, são incorporados, trazendo ao clipe um ar de jornada arquetípica”, detalha Malu.

A locação, edição, roteiro e fotografia acabam se destacando entre vários simbolismos abraçados pela produção audiovisual.

Sobre o momento e nossa relação com o planeta ela destaca:

“Uma boa hora de entendermos o que de fato nos é essencial e o que é  consumismo inconsequente e atitudes desconectadas da natureza e do todo. Um momento de nos posicionarmos em prol da natureza e dos povos mais simples que passam necessidades por conta da ganância de outros. Já está mais do que na hora dos filhos dessa mãezona amadurecerem”, declara a cantora.

9) Clarice Falcão “Dia D”



Um dos clipes mais divertidos e descontraídos da lista com certeza é “Dia D” da Clarice Falcão, faixa que integra o álbum Tem Conserto. O vídeo que foi realizado por realizado por Pablo Monaquezi e Filipe Oliveira tem como tema o sexo.

“A música foi composta para aliviar um pouco o clima denso do Tem Conserto e fizemos ela pensando em uma música para ouvir se arrumando para sair. E veio dessa frase do ‘Eu vou dar’. A música é sobre uma pessoa muito ansiosa pois sabe que hoje ela vai dar”, conta Clarice, rindo.

“É como se o seu dia de dar fosse tão importante que você contratou um fotógrafo para registrar esse momento. O vídeo surgiu com a ideia de registrar esse Dia D, esse dia especial com a sua melhor roupa”, complementa Clarice

O bom humor, diversas participações e figurinos exóticos acabam ganhando as telas em um vídeo envolvente e criativo. Tendo espaço para piadas, surrealismo, atuação e garantindo boas risadas para quem assiste. Afinal de contas clipe também é entretenimento.

8) Jup do Bairro “Transgressão”



Um dos videoclipes mais fantásticos tanto na mensagem, como na interpretação, como também pela narrativa do junho é o de “Transgressão” da Jup do Bairro. É até difícil não se emocionar assistindo. O vídeo traz uma estética futurista e usa da metáfora da borboleta presente na canção para alçar voo.

Em entrevista para a revista Rolling Stone Jup do Bairro comenta sobre a estética futurista e o desenvolvimento da produção audiovisual em meio a Quarentena.

“A princípio, [essa] não seria minha primeira execução. Eu queria que esses clipes fossem captados pessoalmente. A gente já tinha levantado um roteiro e tudo mais, mas, por conta do isolamento, tivemos que nos readaptar, então foi quando eu logo pensei no 3D. E aí, [eu] já conhecia o trabalho do Rodrigo de Carvalho [diretor e roteirista], que é um artista incrível que já trabalhou com nomes como a Pabllo Vittar, Mc Tha e Jaloo.”

A Direção Coletiva e roteiro são assinados por Jup do Bairro, Felipa Damasco e Rodrigo de Carvalho.

7) Supercolisor part. Leo Fressato “Sempre”



A banda amazonense radicada em São Paulo Supercolisor apresentou o terceiro single de seu novo disco Viagem ao Fim da Noite através de um videoclipe. “Sempre” conta com a participação de Leo Fressato. No vídeo, dirigido, fotografado e editado por Alberto Whyte, ele surge com a sua drag queen Rita Lina, em um dueto que debate sexualidade com delicadeza.

“‘Sempre’ significa pra nós, em termos musicais, talvez o ponto mais espontâneo de todo o disco: a canção é basicamente um one-take de todos os instrumentos e vozes, que a princípio estruturamos para depois sofisticar, mas que nos viciou na sua forma mais pura. Até aos ruídos ambientes (característico de guias) nós nos apegamos”, adianta o vocalista, pianista e compositor Ian Fonseca.

A fotografia, as luzes e a delicadeza de traduzir a faixa para a produção audiovisual acaba sendo o grande destaque por si só. É nos detalhes que a balada ganha corpo e a dramatização oriunda da fusão entre a melodia e a dança cria uma atmosfera ímpar.

6) Ella Buzzi “Passear”



Além de cantora, Ella Buzzi também é cineasta e artista visual o que contribui bastante para o incrível resultado do videoclipe do seu single de estreia “Passsear”. O clipe da brasiliense radicada no Rio de Janeiro foi filmado em Nova Iorque em 16mm pela artista em parceria com o cineasta e co-diretor Craig Scheihing e mostra Ella em um universo lúdico cercada de objetos “não oficiais” (feitos de feltro e costurados à mão), representando o quão ilusória é a nossa construção da vida adulta.

“O filme e a música compartilham do mesmo sentimento: um desejo muito grande por realização e a grande cobrança interna e externa que acompanha esse sentimento. Na música falo do café e da Ritalina, que a meu ver são estimulantes que materializam externamente essa cobrança por produtividade, performance, resultado, foco.

Como uma adolescente diagnosticada com TDAH, sempre tive muitas dúvidas a respeito da minha performance e capacidade. A música fala dessa crise de sentir que se tem um grande potencial mas não vê-lo se materializar em nada. É sobre a agonia da espera de um potencial não materializado”, explica Ella.

Curiosidade

A curiosidade ficou por conta do clipe ter ficado pronto antes mesmo da própria música.

“Fizemos o clipe antes de eu ter produzido a música. O clipe inclusive que me deu a confiança e coragem de gravar uma canção, minha primeira música. O cinema em toda sua graça pavimentando o meu caminho de volta pra música, provando que arte é mesmo algo indissolúvel e generoso. Tudo parte do mesmo bolo. E quero seguir assim, esse bolo de expressão”, reflete.

5) Lia Paris “Andaluz”



Outro videoclipe que chamou bastante a atenção por aqui foi lançado já no final de junho. A produção audiovisual para “Andaluz” da Lia Paris, faixa presente no álbum MultiVerso (2019) foi inclusive lançado em uma sessão de drive-in que o Cine Belas Artes realizou no Memorial da América Latina.

O vídeo teve produção italiana e foi filmado em um deserto da Califórnia ainda antes da pandemia. A concepção do vídeo é assinada por Lia em conjunto com P.A Alain e com Lorenzo Giglio. Os takes, a edição, a fotografia e a delicadeza e plasticidade da narrativa cheia de metáforas e mistério, impressionam.

4) Diablo Angel “Texas”



O diretor pernambucano Felipe Soares lançou na quinta-feira o curta-metragem “Texas” que conta com a trilha sonora da banda Diablo Angel (leia mais). O filme levou um ano para ser produzido e é um curta híbrido que mistura documentário e musical; a produção ainda conta com a participação da líder comunitária, Joelma Andrade, mãe de Mario Andrade assassinado a tiros em 2016 no bairro do Ibura, zona sul da capital pernambucana.

“Texas foi gravado entre a paisagem urbana do Recife e o semiárido em Surubim (PE). Gravar sob o sol forte do agreste foi o maior desafio desse filme”, relembra o diretor.

No roteiro o vídeo tem apelo político pelo armamento irresponsável da população e como a vida se torna cada dia mais descartável nesse processo. É uma realização Filmaço Produções e tem produção executiva de Priscila Botelho.

Sinopse

“Joelma é a mãe de Mário Andrade, menino negro, de apenas 14 anos, assassinado a tiros por um policial militar. Enquanto Joelma luta por justiça em meio a uma sociedade que banaliza a vida das pessoas, em especial a população negra e da periferia; uma mulher mítica, guiada pela Mãe Natureza, busca na essência humana uma salvação.”

3) YPU “In Circles”



O cinema, a música, a espiritualidade, o tribal, o tecnológico, o jazz, a psicodelia, o rock alternativo e a eletrônica tem abrigo e pluralidade som da YPU de Brasília (DF).

Os mineiros Ayla Gresta e Gustavo Halfeld são movimentadores da cena de candanga e contribuem de diversas formas através de diversos projetos. Gustavo, por exemplo, fez parte da Cassino Supernova, é engenheiro de som, produziu boa parte dos discos de destaque da nova cena e também é um dos responsáveis pelo selo Quadrado Mágico.

“In Circles”, faixa da YPU, foi composta originalmente para a trilha de Ainda Temos a Imensidão da Noite; filme estrelado pelo duo que teve produção mista entre Brasil e Alemanha.

No longa-metragem, eles atuaram como integrantes de uma banda (fictícia), a Animal Interior, que sai de Brasília para se arriscar na Alemanha e lá se envolve em uma espiral de decepções, fracassos e choques de realidade.

Mesmo não tendo entrado de fato na trilha final do filme, onde Artur, vivido por Halfeld, estava passando por maus bocados ela acabou entrando no repertório do projeto que nasceu juntamente com as gravações.

Na cena em questão, o personagem abria seus demônios para seus parceiros.
Claro que isso mais tarde se tornaria um clipe!

YPU “In Circles” (leia mais)

O videoclipe para “In Circles” conta com direção de João Diel Bastos; roteiro de Ayla Gresta e Danilo Fleury e fotografia realizada por Rafael Resende. A trama envolve a história dos habitantes de grandes cidades, seus medos, demônios, tentações e experiências.

Eles contam que o curta foi realizado através da colaboração de uma rede cada vez mais extensa de amigos. O processo colaborativo teve um resultado final que surpreendeu a até mesmo a YPU. O diretor de “Ainda Temos a imensidão de Noite”, André Carvalheira, assinou a finalização da fotografia do videoclipe.

Com um roteiro bem amarrado, a produção audiovisual trabalha muito bem os cortes, edição e sensação de movimento circular. Muitas vezes a sensação de aprisionamento, e de sentir sufocado, ganha as cenas. Os demônios invadem a mente dos personagens que acabam sucumbindo aos pecados – e armadilhas da cidade. Claro que a arte da margem para diversas viagens particulares assim como o enredo do filme permite. Por isso ele entrou na nossa lista de melhores clipes independentes de Abril!

2) Caio Canto da Liberdade



Mais um clipe gravado a distância aparecendo como destaque em nossa lista. Desta vez com Caio em “Canto da Liberdade”. Totalmente filmado em casa, a produção contou com a direção, roteiro e edição de Felipe Sassi. Inclusive a inspiração foi justamente os sentimentos e sensações despertados durante o isolamento.

“Como estamos nos sentindo por dentro? Eu vivencio altos e baixos emocionais diariamente. Meus amigos, familiares e pessoas que tenho conversado também. A maioria de nós está tentando entender o que se passa em nosso íntimo nessa mudança súbita de rotina: esse foi nosso ponto de partida”, diz Caio.

“Sempre existirá um fator externo que não controlamos, a exemplo dessa pandemia. E sim, isso vai nos impactar emocionalmente, espiritualmente, psicologicamente e fisicamente, de alguma forma. Porém temos a escolha de como nos sentir em relação a isso, de certa maneira. Cabe a nós achar internamente essa liberdade ou a prisão que julgamos carregar. Aceitação para a transformação é a chave. O ‘Canto da Liberdade’ é humano, reflexivo e poético.”, finaliza

1) Ana Larousse “Muro”



O clipe de “Muro” da Ana Larousse foi produzido e desenvolvido pelo duo Coagula, formado pelos fotógrafos Paloma Bertissolli e Dennis Siqueira ainda em 2019.

“Gravamos esse vídeo há quase um ano, mas por inúmeros pequenos motivos, decidi esticar um pouco mais o período de espera para jogá-lo ao mundo. Tanto a música quanto o vídeo são acolhidos pelo contexto atual de maneira quase impressionante”, explica Larousse.

“Como no vídeo, estou sozinha enquanto a cidade quase vazia. Há mais de dois meses sozinha. Daqui, desse lugar sozinho, vejo e ouço muitos amores meus ou amores de amores meus sofrendo consequências incrivelmente tristes devido à pandemia e ao que é o mais bárbaro governo possível.

Hoje fica muito escancarada a verdade de que, como se fala na música, ‘subiram o poder da gente de decidir quem vai viver’. O Brasil está escolhendo quem vive e não são os pobres. Isso está sendo mostrado, articulado, exposto às entranhas sem muro nenhum que esconda. Sem vergonha. Estamos todos vendo isso”, desabafa Ana Larousse

O Fascismo à Brasileira

“A ideia e a concepção desse clipe vieram no começo do ano de 2019, num momento onde aconteciam diversos movimentos turbulentos em um país que acabara de eleger o fascismo em sua presidência. Na época, sabíamos o que enfrentaríamos, mas nunca imaginamos tamanha proporção desse presente distópico em que nos encontramos”, explicam os diretores.

“O lançamento do material acabou sendo adiado por diversos motivos no curso do ano, quase como que por vontade própria estivesse aguardando o momento ideal pra sair. Profético ou apenas esperado, o universo que construímos aconteceu e estamos muito orgulhosos do resultado desse trabalho.”, completam

As Nuances da Produção Audiovisual

“A minha escolha de me colocar de costas no vídeo andando, sem mostrar meu rosto e sem outros elementos para além da cidade, veio da minha reflexão sobre meu lugar de fala nessa canção.

Eu sou mulher, me relaciono com outras mulheres, sofri violência sexual pesada e alguns episódios mais duros de homofobia.

Ainda assim, todo o resto da minha realidade é inteiro feito de muito privilégio. Existem pessoas (mais do que se consegue contar) que sofrem uma existência inteira por conta desses muros. Acaba que meu lugar fica muito mais de observadora”, define Ana Larousse

A Emoção na Tela

A delicadeza da produção aparece nos mais mínimos detalhes, que vão da cidade vazia, passando pela escolha da filmagem em P/B, a sensação de isolamento e o incômodo da calmaria de uma cidade antes viva. O fato de Ana estar de costas semioticamente já nos passa uma sensação de desconforto.

Os violinos dão todo o drama da trama e os muros vão subindo a cada verso recitado, que por sua vez, acaba traduzindo todo o momento delicado política e socialmente no país.

Cada frase vai ganhando ainda mais significados sob o cenário do acinzentado – e hostil – do centro de São Paulo. Os conflitos acabam sendo explicitados em uma canção na qual a voz emociona através da sinceridade em que traduz seus versos.

O cinza dos contornos da cidade se emaranha nas vigas dos muros e no instrumental que ganha a tela e coincide com o fim do vídeo e da canção. A vontade de fugir se choca com a que luta para sobreviver. O sentimento após assistir é de que a luta apenas começou.

Confira Entrevista Exclusiva para o Hits Perdidos

Playlist: Os Melhores Clipes do 2º Trimestre de 2020

A playlist oficial do post foi publicada diretamente no canal de Youtube oficial do Hits Perdidos.

Confira nosso Top 12 de Melhores Clipes Independentes do 2º Trimestre de 2020 de uma só vez!


This post was published on 17 de agosto de 2020 7:24 pm

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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