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23) Papisa Fenda
Foi numa sexta-feira de lua nova que Rita Oliva decidiu lançar seu primeiro disco. Com um universo onde cruza universos místicos, astrologia, cartas e uma infinidade de passagens mágicas, nascia Fenda.
Um disco inspirado na investigação do universo. Que vai fundo ao investigar os mistérios do invisível, descobrindo-se parte dos ciclos de morte e renascimento. Tudo isso através de um olhar belo, contemplativo e respeituoso.
São nove faixas que compõe o registro que escolhe narrar sobre a morte & os mistérios mais obscuros da vida de forma – e perspectiva – muito acolhedora. Manifestando respeito com a memória e nosso legado. Seja ele neste plano, como para o universo. A mãe terra sendo a grande maestra deste ritual de passagem.
Com gravação e processo um tanto quanto caseiro, a beleza da obra e suas expansões vivem em cada detalhe e desejo por permitir essa conexão com o eu. Rita expande seus horizontes e também se reconstrói como artista nesta nova etapa da carreira. Conseguindo estabelecer parcerias de maneira prática, intensa e colaborativa.
Um dos mais belos registros do ano ressignifica sua trajetória e abre os portais para seus próximos passos. E claro que queríamos saber mais sobre toda essa magia.
Confira um Making Of exclusivo escrito pela própria Papisa com exclusividade para o Hits
22) Sandyale Árvore Estranha
Psicodelia, proto-punk, krautrock, trip hop, MPB constituem as raízes da Árvore Estranha da sergipana Sandyalê. Intenso, abstrato, pop, transgressor e atemporal.
Talvez isso que tenha dado o destaque para esse disco que bebe de várias fontes para
contar sua própria história. Um trabalho que levou quatro anos para ser finalizado e que conta com composições de vários artistas e participação de Júlio do The Baggios em “Peia”.
21) Pin Ups Long Time No See
20 anos depois o Pin Ups continua conseguindo surpreender. Não apenas por ter um show explosivo, ou histórias marcantes, mas justamente por não se fechar a clichês e continuar inventivo.
No tão aguardado sétimo disco Long Time No See, o clássico grupo paulista mostra a versatilidade de sua “discoteca básica” e vai além do esperado. As referências passam sim pelo universo das guitar bands, mas flertam com diversas eras do rock, folk, garagem, psicodelia, e o punk. Um disco de rock! Ouça despido de preconceitos e se deixe levar pela brisa.
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20) Liniker e os Caramelows
Goela Abaixo
Amor, saudade, intimidade e resistência guiam o novo álbum da Liniker e os Caramelows. O álbum é recheado de participações entre elas um coro formados por Josyara, Juliana Strassacapa (Francisco, El Hombre) e Tássia Reis nos backin vocals de “Goela”. Já a carioca Mahmundi participa em “Bem Bom”.
A poesia ganha novos contornos na obra, revela novas facetas e mostra ao público novas possibilidades de arranjos. A música latina e experimental acabam, por exemplo, sendo mais notáveis neste trabalho.
19) Mc Tha Rito do Passá
Mc Tha roubou a cena em 2019 com seu ótimo rito de passagem. De maneira astuta ela misturou pop, funk e outros ritmos brasileiros de forma única e ganhou repercussão com méritos. Com histórias pessoais e batidas envolventes é interessante a construção e caminhos escolhidos pelo disco.
O processo do álbum também envolveu a colaboração de outros músicos: Malka, Jaloo, Dj Tide, Mu540, Felipe Cordeiro e Ubunto.
Confira entrevista exclusiva com Mc Tha no Hits
18) Rakta Falha Comum
A esperança vai de encontro com as ruínas em Falha Comum da Rakta. Os ruídos, o experimentalismo e toda a transe post-punk soturna envolvida deixam o clímax e o território hostil – o que por sua vez é um belo presente para os fãs do grupo. Um convite para quem deseja se perder na escuridão.
17) Milkshakes Wanderlust
Psicodelia em movimento e a cores. A banda alagoana Milkshakes lança seu novo disco mostrando um primor em sua produção em um registro que dialoga com grupos como Men I Trust, Melody’s Echo Chamber, Unknown Mortal Orchestra, The Holydrug Couple mas que ao mesmo tempo traz o calor e referências do synthpop oitentista. Um disco delicioso para ouvir flutuando!
16) Def
Sobre os Prédios que Derrubei
Tentando Salvar o Dia (Parte 2)
A Def do Rio de Janeiro finalmente em Setembro revelou a continuação de seu trabalho anterior e que disco, amigos.
No campo das temáticas, o exorcizar de memórias ruins continua em pauta. Desde lidar com a depressão, transformações internas, constante mudanças e ver o tempo escoar pelos dedos. É deste brilho tão questionador e empático que faz a obra crescer dentro de você.
No campo das influências eles não se acanham a citar universos completamente diferentes. Desde o midwest emo do Cap’n Jazz, passando pelo progressivo do The Mars Volta, a poesia melancólica do Ludovic, as linhas alegres e pops do Blink 182 e até mesmo os pagodes antigos de grupos como o Bokaloka (Acredite se Quiser!)
Uma das baladas mais belas tem a função de fechar o álbum. “Arranha Céu” ressoa como um suspiro por dias melhores. Carregando esperança entre a imensidão prédios que são erguidos todos os dias. Retomando forças para completar a volta para casa.
A casa não necessariamente no plano físico mas onde se sinta querido. Seja viajando, seja ao lado dos teus, seja fazendo o que mais ama. É com uma positividade em meio a acordes dissonantes que o álbum se despede. Abraçando quem ouve com melodias gostosas e afastando as nuvens do que antes eram tormentas.
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15) Tori Ignatia
Um disco que bateu absolutamente bem desde a primeira audição foi o registro de estreia da Tori, Ignatia. Se você gosta de Warpaint e uma sonoridade experimental que não se prende a clichês este disco é um ótimo convite para explorar novos caminhos.
A poesia, o lado mais sentimental duela com as quebras e as melodias que se expandem no horizonte. Se permita se perder pelas curvas do álbum.
14) Rosa Neon Rosa Neon
Um meteoro pop de Minas Gerais. Brega, R&B, Reggae e muitos clipes culminaram na construção do debut do grupo que trata de temas do cotidiano em suas letras, da paixão ardente aos desencontros. O revezamento de vocais e batidas dão a entender o sucesso com o público que miram. Prato cheio para curte um pop bem feito.
13) maquinas O Cão de Toda Noite
Formado no Ceará por Allan Dias, Roberto Borges, Yuri Costa, Gabriel de Sousa e Ricardo Guilherme Lins, o maquinas lançou seu primeiro EP em 2014. Já apresentava seu rock experimental/post rock delicado com produção totalmente independente.
Alguns anos mais tarde e um elogiadíssimo disco de estreia, maquinas vive uma nova fase – sublime, plural e inquieto são palavras que podem definir o segundo disco da banda cearense.
O sucessor de Lado Turvo, Lugares Inquietos (2016), intitulado O Cão de Toda Noite (2019, Mercúrio Música), pode soar agressivo e acolhedor, pesado e virtuoso. A obra tem variações instrumentais ricas, dos metais jazzísticos ao bom e velho post-rock.
A versatilidade nos arranjos contém uma maturidade que mantém a obra coesa, integrando diversas colaborações especiais, como Clau Aniz, Breno Baptista, Ayla Lemos, Eros Augustus, Y.A.O. e Felipe Couto, que dão o toque final necessário para este êxtase criativo.
A faixa “O Silêncio é Vermelho” abre o disco nos apresentando logo de cara o que vem pela frente: 9 minutos de uma estrutura minuciosa que cresce e diminui a cada momento em uma sensação de imersão completa.
As letras acompanham o ritmo do álbum, relatando conflitos existenciais, relacionamentos fracassados e algumas alusões interpretativas como em “Prepara-se Para o Pior”. São 50 minutos de um lançamento que provam o poder de fogo que o maquinas têm de se reinventar no estúdio; motivados pela urgência de nunca manter-se no mesmo lugar.
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12) Torre pág. 72
Uma ótima surpresa foi ver o crescimento da Torre no álbum Pág 72. Nostalgico, sentimental, profundo, com boas composições e arranjos que flertam com o minimalismo, o pop, o experimental, o eletrônico e o jazz.
Coeso e livre para se perder em diversos dilemas e inquietudes. O álbum ainda tem espaço para parcerias com Gabriel Vallada (Viratempo) e Filipe Barros (Barro).
11) Tantão e Os Fita Drama
Eletrônico, experimental, esquizofrênico e altamente viciante. O novo álbum do Tantão e os Fita não é dos mais fáceis e provavelmente é muito diferente do que você deve estar acostumado a ouvir. Cheio de colagens, sintetizadores e efeitos sua “Música do Futuro” tem uma estrutura toda quebradiça e instigante.
Tem momento para tudo, até mesmo para manifestação política em “Nação Pic Pic”. Do noise ao eletrônico sempre em alta voltagem.
10) Jeremaia Jeremaia
Plástico, torto, sound & vision, vanguardista, contemporâneo, fugaz, errante, experimental, nublado, pulsante, reverberante e caótico feito nosso dia-a-dia. São 8 faixas do debut do Jeremaia, projeto de André Faria (Aldo) que te permitem entrar de cabeça em um universo distópico, niilista, impetuoso e neurótico feito uma grande metrópole. O músico cria uma narrativa tão sinestésica que nos leva para filmes coloridos e tensos feito “Enter The Void” (de Gaspar Noé).
Irreverente o álbum encantará a quem gostar de artistas inventivos como The Flaming Lips, BadBadNotGood, Frank Ocean, Blood Orange e a verve pulsante do alternative rock dos anos 90 entrelaçada com a contemporaneidade do lo fi hip hop e a inventiva música eletrônica atual. Dance Dance e Decadence Avec Elegance, baby!
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9) Jards Macalé Besta Fera
Primeiro disco de Jards Macalé em 20 e com produção de Kiko Dinucci (Metá Metá) e Thomas Harres, Besta Fera tinha tudo para dar o que falar somente pela ficha técnica de peso. Nomes como Juçara Marçal, Rômulo Froes, Tim Bernardes, Ava Rocha, Luê entre outros também se destacam nas trevas deste disco desafiador, autêntico e cheio de experimentações.
Daqueles registros que vale ter o vinil em casa por ser inventivo, moderno e trazendo boas cartas para a mesa.
8) Hot e Oreia Rap de Massagem
O duo mineiro em 2019 lançou o álbum Rap de Massagem que mistura linguagens musicais e fogem do padrão tradicional de seus projetos dos últimos anos. O disco satiriza o governo atual e inspira sentimentos, ancestralidade e vida.
Naturalmente ganhando evidência após a promoção do registro que contou com participações especiais de nomes como DJONGA, Luedji Luna, Luis Gabriel Lopes, Marina Sena e Rafael Fantinni. O disco traz diversos petardos e rimas certeiras que dialogam com o momento do país sem forçar a barra.
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7) Troá Eu Não Morreria Sem Dizer
Uma das gratas surpresas de 2019 foi o disco Eu Não Morreria Sem Dizer da Troá. O registro reúne participações de nome do calibre de Larissa Conforto (Ventre / ÀIYÉ), Chico Chico e Cristine Ariel (El Efecto) e tem uma proposta de misturar sonoridades, timbres e melodias. Na cumbuca tem espaço para o jazz, blues, MPB, Trip-hop, Folk, Reggae, Forró entre outras coisas. Um disco nada óbvio.
6) Boogarins Sombrou Dúvida
Sombrou Dúvida é um dos álbuns do ano e talvez um dos melhores do Boogarins até o momento. Melhora a cada audição e tem hits certeiros que agradam quem já navegava pela ondas lisérgicas dos trabalhos anteriores dos goianos.
Ele varia, desconstrói, procura novas soluções dentro da proposta da banda e usa e abusa dos efeitos. As relações humanas e suas faíscas ganham ruídos dentro da obra com estética lo-fi.
5) Luísa e Os Alquimistas
Jaguatirica Print
Seja bem vindo ao caldeirão selvagem, experimental e energético da Luísa e os Alquimistas. Com potência, misturas, collabs, recorte e malemolência, o bregawave chegou para te pegar pela cintura e te levar direto para a pista de dança.
Uma enxurrada de sentimentos, mudanças, clímax, beats, experimentações e ritmos dão a tônica do terceiro álbum do grupo que hoje se divide entre Natal e São Paulo. O brega, o reggaeton, o francês, o dub, a paixão e até mesmo o horóscopo acabam ganhando o céu estrelado do registro.
Para o disco Luísa Nascim (e os Alquimistas) reuniu um time de minas de responsa para colaborar. Entre elas a MC e repentista, Jessica Caitano (PE), Catarina Dee Jah (PE), Doralyce (PE), Sinta A Liga Crew (PB) e Jamila (PB), Luê (PA) e Izy Mistura (TOGO), na qual já gravou e compôs com Luísa no ano passado durante o projeto Pulso da Red Bull Music.
Uma aula de como fazer pop dentro do cenário alternativo, torcendo para que quebre a bolha do mainstream pois potencial tem de sobra para render.
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4) Terno Rei Violeta
O terceiro disco do Terno Rei, Violeta, é delicado, emotivo, sensorial e traz um novo ar para a discografia dos paulistanos. Aliás, São Paulo e sua sensação de amor versus ódio, rapidez e amores avassaladores acabam por sua vez gerando uma série de confusões e silenciosas rupturas.
Todas estas presentes no álbum que explora através de elementos como violão, sintetizadores, e até mesmo violinos, outras camadas que nos levam para os anos 80. Tendo um pouco de folk rock, new wave, post-punk paulista e indie pop em seu caldeirão. Elegante, dolorido, pop e acinzentado feito São Paulo, definem bem o registro lançado em parceria com o selo Balaclava Records.
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3) Ana Frango Elétrico
Little Electric Chicken Heart
Ao longo de suas 8 faixas tem espaço para referências dos anos 50, humor, corações partidos, poesia, improviso, mágoas, medos, afetos e muita intensidade. Tudo isso por sua vez acaba refletindo na atitude e força que impõe.
A evolução em relação ao primeiro disco é notável e que bom estar podendo dizer isso. Um trabalho de construção, reconstrução e ressignificação, deveria sempre passar por estas etapas.
Ela mesmo procura trazer novas versões de canções de seu primeiro disco durante seu espetáculo, saindo da zona de conforto e propondo um diálogo com o público. Se Ana Frango Elétrico costuma trazer para o palco provocações e poesia, em seus novos shows ela apurou também a teatralidade.
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2) Céu APKA!
Esperar por novos discos da Céu é quase sempre garantia de que virá um bom trabalho com ótima produção. Em APKÁ! ela é versátil e consegue ir de referências da década de 70 ao chillout.
Fazendo reverência a artistas como Gal Costa e Caetano Veloso mas sem se fechar na nostalgia e mirando no pop radiofônico (no melhor dos sentidos). Com direito a composições do próprio Caetano (“Pardo”), de Dinho, dos Boogarins (em “Make Sure Your Head Is Above”) e uma das faixas do registro (“Eye Contact”) tem produção assinada por Tropkillaz. Um disco intimista e apaixonado.
1) Black Alien Abaixo de Zero: Hello Hell
O rapper fluminense conhecido nacionalmente como parte da engrenagem do Planet Hemp apresentou ao mundo seu terceiro registro, Abaixo de Zero: Hello Hell.
Mr. Niterói juntou forças com Papatinho (Cone Crew Diretoria) e mostrou como sua luta contra o vício em drogas e álcool deu asas para um álbum potente, cheio de swing e rimas certeiras.
Um álbum inteligente justamente por ser contemporâneo, crítico, com rimas que ficam na cabeça e aliando seu estilo em misturar inglês e português como recurso. Ele faz tributo a sua trajetória de vida, a sua carreira musical, reverencia seus mestres, discorre sobre bloqueios, e dificuldades, mas também sabe falar sobre amor.
Seu estilo também é muito versátil e consegue flutuar de maneira muito natural entre o rap old school, as love songs e as feitas para dar fervo na pista. Choque de realidade que ganha diferentes narrativas e batidas ao longo de suas nove canções.
Beats que por sua vez merecem todos os elogios por flutuar entre o trip hop, o hip hop, o soul, o dub, o jazz e o R&B. Gustavo por muitas vezes faz duras críticas a si mesmo, ao governo e a quem “fala muito” mas faz pouco. Referências a artistas de rock, soul, reggae e a filmes fazem parte de suas rimas ácidas e ásperas de quem saiu do inferno.
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PLAYLIST NO SPOTIFY
É claro que uma lista com 50 Melhores Álbuns lançados em 2019 ia contar também com uma playlist no Spotify para você conhecer tudo!
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O "AmarElo" do Emicida não está entre os 50 melhores, confere?