Em meio a escuridão, Labaq mostra a “Lux” no fim do túnel em novo disco
Lux é nossa lanterna em tempos tão complicados. Cantora, produtora e compositora, Labaq lançou Lux no dia 4 de abril. Com 11 faixas interligadas que levam ao seu próprio interior, encontrando a luz e a causa em meio a escuridão.
Uma evolução, e causa sentida, a cada música.
Labaq – Lux (04/04/2019)
O Momento
Após lançar “Voa” (Voa Music, 2016) em 3 anos Labaq percorreu 15 países e realizou quase 250 shows, o que fez com que a artista alçasse ainda mais vôos.
Seu segundo álbum está saindo por diversos selos ao redor do mundo. No Brasil, via Voa Music, em Portugal, via Omnichord Records e Espanha através da gravadora Raso Estudio. Até por isso o registro conta com faixas em espanhol e inglês, além, claro, em sua língua materna, o português.
Entre referências estéticas a artista cita Holly Herndon, Arca, Sudan Archives, Nai Palm e Tune-Yards, mas também bebe do pop brasileiro, aflorando ainda mais sua própria identidade.
Resenha faixa-a-faixa
A primeira faixa que traz o nome do álbum “Lux”, é uma bela introdução com base no instrumental e com mistura de vozes que te levam além, preparando o ouvinte para o que vem a seguir.
Em “Fucking Frágil” Labaq ecoa com “eu quero voar”, um grito mostrando o quão difícil é o processo de libertação da figura frágil que podemos ser devido aos nossos medos e inseguranças.
A terceira faixa “Glow”, levando em consideração ao disco num todo, pode se caracterizar por uma distração momentânea. Ela canta “Beija minha boca aqui pra gente esquecer do mundo. E já volta, não esquece a luz”. Respirar, Amar e continuar vivendo, mas sem esquecer que o mundo de dentro e de fora ainda precisam de luz.
As músicas “Infinita” e “Vento” são duas das faixas que mais gostei e achei mais intensas na sonoridade junto com a voz melodiosa da Labaq. Batidas ritmadas, a primeira com letra em espanhol e a outra em português.
“Infinita” é como o mar. É o pesar do sentimento de sentir o outro raso, mas não perder o infinito que há dentro de si. Já “Vento” é direta, cuidar de si pois a vida é tão curta pra abrir mão de tantas coisas. Você se perde nas batidas e no sentimento de Vento.
Faixa em inglês, “0 Likes” é uma música bem sincera sobre a relação pessoas e redes sociais. Vemos os números de likes e comentários como se houvesse uma vida feliz. E no fim não sabemos de nada, pois muitas vezes a internet nos mostra algo bem diferente comparado ao real. Você escolhe o que e quem criticar, quem odiar, quem amar, baseado apenas no que você vê nas telas.
Em “Drama Gris” vemos uma crítica ambiental: “E eu escrevi no céu que eu não tenho mais verde em mim. Tudo morreu com esse ar sujo, ninguém lembrou de abrir a porta pro medo”. Vida cinza da cidade grande, cada vez menos verde e cada vez menos nos importamos com isso. Até que um dia tudo morra por medo de tentar.
Mais uma faixa em espanhol, “Miedo” conta com a colaboração de Fármacos, Camila Vaccaro, Bienvenidos a la computadora e Fran Czec.
Predominando as batidas e os sintetizadores, a faixa é a revolta que o medo trouxe com a perda de tudo. A esperança que cresce dentro de si e compartilhada com quem seguir, resgatar aquilo que foi tirado.
Já a faixa “Nude” contém arranjo diferente, é intensa e mostra um cotidiano que infelizmente faz parte da vida de muitos brasileiros.
Já a penúltima faixa “Donde Estés Tú” fala de amor. Dividindo o sentimento de cumplicidade, de lutar por um mundo melhor para que esse amor se perpetue.
Nos encaminhando para o final do álbum “Vai” conta com a participação de Ian Chang, baterista da Son Lux. Com encaixe perfeito para encerrar o disco, a faixa te faz encarar o medo de perder a esperança de que podemos mudar as coisas.
Ela fecha o ciclo de coragem, de luta que o álbum traz consigo. Labaq ousou e experimentou sem medo. “Lux” é a luz que você traz dentro de si que alimenta a coragem, que elimina o medo e faz com que você não esteja só.
Um álbum necessário nos dias de hoje.
Ouça “Lux” no Spotify
Turnês 2019
Na sexta-feira (10/05) Labaq se apresenta no Estéreo MIS que acontece Auditório do MIS a partir das 21h. O auditório conta com a capacidade para 172 lugares e os ingressos podem ser adquiridos através do site do Ingresso Rápido. A classificação é livre.
Ainda neste mês ela desembarca na Europa, após isso vai aos Estados Unidos. Depois volta ao Brasil, vai novamente ao continente europeu e tem planos de no fim do ano desbravar os países latinos.
Agenda
Maio – Brasil
Maio/Junho/Julho – Europa
Julho/Agosto – Estados Unidos
Agosto – Brasil
Setembro/Outubro/Novembro – Europa
Dezembro – Brasil e outros países da América Latina
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