Com ótimas produções, Radical Karma e Derrota debutam clipes
Hoje em dia lançar videoclipes é parte do pacote para alcançar ainda mais pessoas e materializar em sons a proposta e estética de cada projeto musical. Com o avanço da internet a aposta no formato “webclipes” entra na estratégia de comunicação de um EP, álbum ou simplesmente promoção de um single.
Por aqui fazemos a parceria com a Play TV para levar para o Udigrudi os mais legais como vocês já sabem. E ainda existem outras TVs que também fortalecem o trabalho das bandas independentes com a exibição deste formato.
Entre mostras de clipes como o Music Video Festival entre outros festivais do mercado audiovisual. Fazer clipes é investir em uma estratégia de comunicação integrada.
Como vocês já sabem também fazemos listas mensais com Os Melhores Videoclipes. Uma lista caprichada, democrática, e claro os mais legais acabam tendo um destaque maior. Sempre ótimas para se inspirar e procurar novas soluções.
Então vale a pena se preocupar com um roteiro bacana, uma ideia forte, ter um conceito estético bem definido, investir em uma pré e pós produção e sempre trazer criatividade e narrativa que prenda.
Hoje traremos dois videoclipes lançados recentemente que mesmo sendo debut das bandas no campo das produções audiovisuais já mostram como as bandas tiveram preocupação estética para contar suas histórias.
Por coincidência ambas se apresentam juntas neste domingo em Piracicaba (SP) dentro da programação da festa de um ano da hamburgueria vegana Gorilla Vegan Burger. De um lado a Radical Karma que recentemente lançou seu primeiro EP, do outro a banda Derrota que tem impressionado por seu som instrumental e visceral.
Radical Karma
Carregando em sua formação Gabriel Zander (voz), Fausto Oi (baixo), Mateus Brandão (guitarra) e Fernando Martins (bateria), a Radical Karma é uma banda razoavelmente nova.
Reunindo figuras carimbadas do cenário alternativo, eles estão prestes de realizar seu primeiro show – e mesmo assim já foram convocados para abrir o show da seminal banda emo Mineral que se apresenta no Brasil no dia 24/08 no Vic Club.
Em março o quarteto lançou seu primeiro trabalho, Entre o Fim e o Começo via Flecha Records. Seu som flerta entre o rock alternativo, emo e o hardcore melódico, e nesta primeira fase optaram por disponibilizar apenas quatro canções.
Com a intenção de mostrar uma perspectiva estética eles nesta semana lançaram o primeiro videoclipe de sua história. A faixa escolhida foi “Âmbar Báltico”, segunda faixa do EP. Gravado em junho, em São Paulo, o registro foi produzido pela Bori Filmes.
“Estávamos na pilha de fazer um clipe de alguma música do primeiro EP pra promover e também apresentar a banda com algum impacto visual além do som.
Por estar trabalhando na produção do álbum novo do Vivendo do Ócio e também no Jardim Soma, projeto solo do Luca, eu acabei tento contato com as produções visuais da Bori Filmes, que é a produtora do Luca junto com Davide, irmão dele e também guitarrista do Vivendo do Ócio.
Eu curti muito os trabalhos deles e daí surgiu essa conversa deles produzirem o nosso primeiro videoclipe.. Mostrei a música pra eles e eles pilharam bastante e apresentei a ideia é alguns vídeos deles pro resto da banda que também pilhou total na ideia.”, conta Gabriel Zander
O Roteiro
Embora desenvolvido pelos cineastas, Zander contribuiu no roteiro do registro com uma história bastante pessoal. A relação entre pai e filha durante um momento de apuros.
“Sobre o roteiro a gente deixou meio livre na mão deles, mas passei um pouco da ideia da letra, que eu escrevi depois de ter tido que levar minha filha pequena pela primeira vez a um hospital de atendimento proto socorro.
Dai ela fala desse sentimento de querer proteger e estar perto sempre de quem a gente ama e da experiência horrível que é ver essa pessoa tão pequena e ainda frágil sofrer e perceber que ainda vamos passar por isso várias vezes e de várias formas ao longo da vida e fazer o melhor possível para poder preparar, estar perto a ajudar a ser forte nos momentos mais difíceis e inevitáveis que virão pela frente.
Dai veio a ideia deles de colar crianças cantando a letra e o Luca me pediu pra enviar alguns desenhos que fiz para e junto com minha filha, peguei alguns que ela fez com a babá dela e pedi também pra Jessica, minha amiga e madrinha dela, desenhar alguns caranguejos pra ela, que aparecem no clipe, que simboliza o signo dela.”, se emociona Zander ao contar
A Motivação da
Composição
“Desde cedo minha filha utiliza um colar de âmbar Báltico que é um tratamento natural alternativo que fortalece a imunidade e alivia dores em geral, dai o nome da música com a ideia de proteção.”, relembra Gabriel Zander
Derrota
Com 7 anos de atividade a Derrota, de Americana (SP), tem se destacado pela intensidade de seus shows e vibração. Seu som experimental traz fortes influências de post-rock e se destaca tanto pela qualidade, quanto por suas camadas sonoras.
Seu novo álbum, Parece Insuportável (Ouça no Spotify), foi lançado neste ano, conta com 7 músicas e 40 minutos de duração. Os arranjos e melodias ganham corpo e é altamente recomendável para ouvir enquanto se concentra durante suas atividades diárias. A sensação de desconforto, calmaria e libertação fazem com que tenhamos uma experiência intensa e transgressora.
Em entrevista recente para o Rarozine eles contaram mais sobre as parcerias que rolaram no álbum.
“Natt: Sim, tivemos participações da Rayra que faz muitos experimentos com ruídos e a gente adora esse tipo de coisa, ela tem um projeto que se chama “em extinção”.
Temos também o Cyro do Menores Atos, fazendo uma linda guitarra, e por último nosso amigo chileno da banda “A Full Cosmic Sound” , Alvaro Daguer, recitando uma escrita minha em espanhol. Tudo isso na faixa “Beauvoir’
Leonardo: E na faixa “Anandamina” minha filha, Mirela, gravou uma linha de xilofone.”
No dia 09/07 eles lançaram seu primeiro videoclipe. Dirigido por Willian Samurai que teve como assistentes Claudio Cestare Jr, Diego Pereira e Munir Saliby. O vídeo contou com apoio de marcas que apoiaram a produção.
Com destaque para a fotografia, o vídeo traz takes panorâmicos, garotas skatistas e manifestantes entre imagens da banda tocando em um “terreno baldio” – o que particularmente me remeteu a série de jogos Tony Hawk Pro Skater.
Entre fãs antifascistas, devidamente mascarados (como público), o vídeo mostra a força de resistir em tempos no mínimo estranhos.
A Emoção do
Primeiro Clipe
“Nós temos banda faz tanto tempo, mas nunca conseguimos gravar um clipe profissional… Tudo é complicado, exige esforços, suor, muito corre e gente que abrace a ideia como se fizesse parte daquilo.
Conseguimos!
A principal parte foram todxs que apoiaram a gente nessa, sabendo bem sobre a situação que é uma banda underground realizando um trabalho desses.
Vai ser difícil colocar tudo aqui, mas vocês sabem quem são… Pra sempre na nossa memória esse dia. Parece bobagem, mas foi emocionante, não foi só uma filmagem, foi transformador poder saber que temos com quem contar.
Obrigada mesmo por tudo que vocês fizeram pela gente.”, contou Natt na página oficial da banda
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