Lançamentos Nacionais: Emicida, Tagore, Tatá Aeroplano, Bonifrate e Devotos

 Lançamentos Nacionais: Emicida, Tagore, Tatá Aeroplano, Bonifrate e Devotos

Emicida lança AmarElo – Ao Vivo nos aplicativos de streaming de música e na Netflix.- Foto Por: Jef Delgado

Com semanas com tantos lançamentos nacionais significativos e importantes muitas vezes falta espaço para tanto material de qualidade. Por isso temos feito uma série de colunas com as principais novidades da música produzida no Brasil. Na coluna de hoje falamos mais dos lançamentos do Emicida, TagoreTatá Aeroplano, Bonifrate e Devotos.


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Emicida lança AmarElo – Ao Vivo nas plataformas de streaming de música e na Netflix.- Foto Por: Jef Delgado

Emicida AmarElo – Ao Vivo

O documentário AmarElo – É Tudo pra Ontem (Netflix / dezembro de 2020), no qual usou o histórico show de lançamento do experimento social AmarElo (novembro de 2019), no palco do Theatro Municipal de São Paulo – como fio condutor, deveria ser exibido nas escolas de todo país.

Um documentário que ajuda a contar a história não somente da música brasileira mas do nosso país. Dando luz aos personagens apagados – ou que tiveram sua importância diminuída historicamente – ocupando espaços e mostrando a potência do diálogo e educação como força de transformação social. A riqueza e maestria em compartilhar conhecimento faz com que este projeto seja muito maior do que um lançamento de um material ao vivo.

O registro audiovisual do espetáculo, que conta com a participação de Pabllo Vittar, Majur, MC Tha, Drik Barbosa e Jé Santiago. Agora você  pode conferir o material audiovisual do show completo na Netflix e nas principais plataformas de streaming.



Com a palavra Emicida

“Em outros tempos, em dias que nem vão muito longe, nossas turnês passavam por lugares específicos, casas de shows em algumas cidades do mundo, e as pessoas deslocavam-se de suas próprias casas para poder prestigiar os nossos concertos. A nossa forma de oferecer um imenso abraço coletivo sempre foi através da partilha do que fazemos de melhor, que é o nosso som.

Mas, de repente, o mundo estava de cabeça para baixo e, no lugar de nossos encontros, ficou uma saudade imensa. Enquanto inventávamos novas formas de sobreviver nesse novo contexto, nos perguntávamos a respeito de quais janelas iríamos trocar olhares com os nossos fãs, as pessoas que nos trouxeram até aqui desde o início e que, nesse momento, precisam desse nosso abraço mais do que nunca.

Nesse sentido, AmarElo – É Tudo Pra Ontem foi mais do que um filme para nós na Laboratório Fantasma. Foi como se arrancássemos nosso coração do peito e oferecêssemos a cada fã que precisava sentir aquele batimento em um passado recente, que, infelizmente, insiste em não passar. Era nosso presente para o mundo, e a Netflix foi a melhor janela por onde aquele raio de sol poderia entrar.

Sem nenhuma conversa fiada, mesmo em tempos “normais”, não são todas as cidades que têm condições de receber um espetáculo daquela magnitude, mas, graças a parceria com o pessoal do “Tudum”, de repente, meus amigos e eu estávamos na sala da sua casa, cantando e contando uma história que é de todos nós.

Bem, esse passado que insiste em não passar ainda nos mantém cuidadosos numa rotina de distanciamento, máscaras, higienização constante e cuidado, mas é impossível não comemorar a oportunidade de, neste momento, retornar à sala da casa de todo mundo (e no mundo todo) com a turnê que o covid-19 nos roubou.

Já podemos ver uma luz no fim do túnel, as vacinas hão de chegar para todos, mas a precaução ainda se faz necessária e esse segundo abraço também. Um abraço que diz que foi difícil, um abraço que lembra que ninguém está sozinho, um abraço onde você sente o nosso coração bater junto com o seu novamente e é como dizem: “enquanto há vida, haverá esperança”. Que possamos com essa nova “invasão” oferecer um pouco da luz da esperança que acende nossos olhos todas as manhãs. A turnê “AmarElo” está chegando na sua cidade, mas, dessa vez, não na casa de shows, nada disso, nosso encontro vai ser na sua casa. Oferecendo ao mundo histórias de um Brasil teimoso, de vida e de sonhos, que é grande demais pra ser engolido por qualquer momento de tristeza.

Continuemos teimosos e vivos!”

Tatá Aeroplano “Cama”

O grande Tatá Aeroplano decidiu disponibilizar nos streamings uma versão para “Cama”, faixa originalmente lançada ao lado da banda Cérebro Eletrônico Deus e o Diabo no Liquidificador.

A faixa já se encontrava em seu repertório de sua nova banda desde 2019, onde ao lado de Bruno Buarque, Junior Boca, Dustan Gallas e Lenis Rino, já apresentava ao vivo. Segundo o músico a música dialoga com outras lançadas nos seus primeiros álbuns, por isso, foi natural trazer ela para os shows.

Além disso a canção do Cérebro Eletrônico, anteriormente já havia sido regravada por Gustavo Galo no disco Asa, por Bárbara Eugenia no disco Frou Frou. Na voz de Mayana Moura ganhou uma versão em inglês no ano de 2012.



Devotos “Nossa História”

A lendária banda Devotos é uma das mais consagradas instituições do punk rock brasileiro. Agora os pernambucanos estão prestes de anunciar um álbum dedicado ao Reggae e como aperitivo apresentaram a faixa “Nossa História”.

“A Devotos sempre teve o pé muito forte no reggae, não na sua arte, mas ouvindo, indo para show e se relacionando com pessoas do reggae pernambucano como Marcelo Santana e Ivano. Lógico que com o tempo e influenciados por bandas como Bad Brains, introduzimos o reggae nas nossas composições”, comenta Cannibal. 

“Por sermos criados no Alto José do Pinho (bairro do Recife/PE), nunca tivemos dificuldade em incluir outros ritmos em nosso punk hardcore, isso nos deu uma identidade musical no cenário alternativo.

O reggae em Pernambuco sempre foi muito forte e marginalizado assim como o punk. Nossas temáticas são muito parecidas, falamos do cotidiano e de nossas vivências nas nossas letras. A simplicidade dos dois ritmos contagia como se fossem mantras. Um é acelerado e pesado como uma cachoeira, o outro é suave e necessário como a batida do coração”, finaliza o vocalista da Devotos.

“A iniciativa do disco punk reggae da Devotos tem como principal característica a necessidade de registrar em um único disco todas as músicas que já compusemos durante esses 33 anos que tem esse ‘namoro’ entre esses dois estilos.

Somos um power trio mas para esse álbum adicionamos outras texturas, sonoridades, efeitos e vozes para que tivéssemos um som mais encorpado, mas ao mesmo tempo sem perder a nossa origem punk. Isso foi possível com a ajuda do produtor e arranjador Pedro Diniz, que captou muito rápido nossa ideia”, comentou o guitarrista Neilton da Devotos.



Tagore “Capricorniana”

O pernambucano Tagore Suassuna está prestes de lançar seu novo álbum, Maya via selo Estelita, que conta com produção do ex-baterista da Nação Zumbi, Pupillo Oliveira. No novo single ele conecta o baião e as referências da psicodelia nordestina a astrologia, algo que em seu primeiro EP já havia realizado.

Para acompanhar o lançamento, o single ganhou um videoclipe divertido com direção e roteiro de Fabrício Koltermann, tirando onda com os programas de auditório dominicais.



Bonifrate Corisco

Escrito, produzido e gravado por Bonifrate em casa no Sítio do Dragão, Corisco foi gravado em Paraty (RJ), entre 2016 e 2020, e lançado recentemente via OAR. Com leveza e poesia psicodélica, o lançamento nos abraça em meio a um Brasil onde é difícil encontrar forças para sorrir.

O carioca mesmo diz que no material tentou interpretar o mundo ao redor, e nele se sentindo perdido ou encontrado, mas sobretudo perdido. Suas camadas e referências trazidas de outros tempos mostram como a vida imita a arte e em muitos casos é cíclica feito o tempo e nossas transformações enquanto sociedade e humanidade.

Revelando como o período de maré baixa é tão importante quanto o da colheita e que precisamos encontrar forças por mais que isso pareça, ou seja de fato, um desafio à parte. Com caprichos em suas nuances, arranjos e esmero na produção, o lançamento é um deleite para qualquer fã de música e vale o play.

Gravado (quase) integralmente de maneira solitária (com exceção da participação de Betina em “Grande Nó”), ele optou por usar menos instrumentos MIDI e loops prontos desta vez, se limitando a gravar instrumentos analógicos e uma bateria de verdade.

Diogo Valentino, seu amigo e companheiro de Supercordas, foi o responsável pela mixagem. Já a masterização é assinada por Dan Millice.


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