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Release Radar: Violet Soda, Sepultura, Gorillaz, Supervão, The Bombers, Quasar, Boy Pablo, Bruce Springsteen, Rosa Neon, Mulungu, Renan Cavolik, The Dandy Warhols e muito mais!

Toda sexta-feira saem inúmeros lançamentos e muito material acaba ficando de fora das nossas postagens por uma série de motivos. Mas a procura por Hits Perdidos não acaba apenas no envio de releases para imprensa; e pensando nisso resolvemos criar a coluna Release Radar.

Sim, homônima a playlist semanal do Spotify, para colocar vocês à par dos principais lançamentos sem a necessidade de que os artistas, selos ou suas respectivas assessorias de imprensa tenham enviado o material.

Feito um “encontro as escuras” resenharemos, singles, EP’s, discos, mixtapes e o que acharmos interessante que saiu após às 00h da sexta-feira nas principais plataformas digitais. Será nossa coluna de “pitacos” semanais da música pop.

Release Radar: 23/10


Violet SodaFoto Por: Fernando Yokota

Nono Post do Release Radar, comentem se gostaram e se deve continuar!

Violet Soda Hang In There

Nesta sexta-feira o Violet Soda lança o EP Hang In There com três canções vid Deck. A inédita “Bad Thoughts”, uma versão ao vivo para “Tangerine” ao vivo no Fabrique e “Do It” faixa do projeto solo da vocalista Karen Dió registrada ao vivo no Family Mob. O single inédito traz consigo um clima de tensão e apreensão até seu primeiro refrão que consegue me levar para canções do Hole e do The Distillers, o último justamente pelos sussuros e berros, intercalados com a melodia.

Sepultura “Tainted Love”

A canção composta por Ed Cobb, lançada originalmente por Gloria Jones, em 1964. Virou um um clássico dos anos 80 regravado por diversos artistas como Soft Sell, e até mesmo por Marilyn Manson, mas você poderia imaginar o Sepultura tocando essa faixa?

O resultado é tão bom como parece, a canção ganhou peso mas sem perder a delicadeza da versão original. Destaque para a percussão e coalizão das guitarras que dão uma atmosfera intensa e passional. A faixa está presente da série Desalma da Globoplay.



The Bombers Bumerangue

Após lançar o single “Ardendo em Chamas” a trilha sonora perfeita para produções cinematográficas como já comentamos no Release Radar da semana passada, o The Bombers, de Santos (SP), que completa 25 anos em 2020 lança o EP Bumerangue. O EP de 6 faixas lançado em parceria com o selo Craic Deal Records anteriormente tinha lançado uma versão para “Clarity Of Mind” (Saiba Mais).

“Livre” é um desabafo autobiográfico da trajetória do The Bombers que já merece até mesmo um livro, não é mesmo? A liberdade, os sonhos e o espírito jovem reverberam a cada riff e as crenças de um “Hungry Heart”, como diria Bruce Springsteen, transparece em seus versos que não se prende ao punk rock que consagrou o grupo.

“Que Passou, Passou” passa a limpo as lembranças, das boas as ruins, entre desavenças e alegrias. Cada uma na sua intensidade. Jogando as mágoas para fora e procurando a cura em doses homeopáticas.

Quando pude ouvir a versão de “Poison Heart” do The Bombers me senti arrepiado justamente pelo poder de reconstruir um clássico dos Ramones de uma forma que respeitasse a original mas sem deixar de colocar um tempero, ao meu ver ela ganhou uma atmosfera Chris Cornell, dark mas precisa, sutil mas vigorosa.

“To My Friends” consegue transitar entre os ritmos jamaicanos, o Doo-wop e me leva para o álbum Life Won’t Wait do Rancid justamente pela quebra de limites e paradigmas de onde uma banda punk pode ir, o que deve ou não fazer, punk deveria significar liberdade e não somente se expressar por meio de três acordes. O que faz do EP punk por si só sem abusar de oitavadas ou procurar fórmulas no fim da década de 70.

Quasar curta temporada (27/10)

Três anos depois do começo da banda a Quasar, de São Paulo, lança o álbum curta temporada que a princípio era para ser apenas um EP de sobras mas que acabou se desenvolvendo para um trabalho maior.

Questões dos jovens na casa dos 20 ganham guitarras com influências de shoegaze, slowcore, dream pop e até mesmo Boogarins. Entre os temas eles citam o relacionamento com o tempo, lidar com incógnitas e sentenças do cotidiano.

São 25 minutos de duração, 7 canções e a produção é assinada por Guilherme França que também integra a Quasar. O rock triste, o lo-fi, o intimismo e as frequências mais baixas fazem parte de “Drenagem” que abre o disco e já das as cartas mostrando a evolução do grupo. Se você curte o som do EP do eliminadorzinho e Fernando Motta provavelmente irá entrar de cabeça no disco. “Paredes” já mostra uma guitarra mais rasgada e consegue fazer uma ponte entre o Pavement e o Los Hermanos de uma forma bastante interessante e melancólica. Uma resenha adiantada no Release Radar, ansioso para terça?

As Mudanças

“Algumas coisas vem com o tempo” trata sobre o amadurecimento e a questão do tempo com uma progressão que te leva para o campo do rock dos anos 90 – e é estranhamente dançante. “Do quarto pra varanda” é uma balada que me lembrou a crueza do Sebadoh mas que também flerta com o emo da geração do Tigers Jaw e Ludovic. Talvez até mesmo pela tentativa de se encontrar em meio a fumaça.

“Celeste” ao meu ver merecia um clipe pois uma adaptação audiovisual poderia expandir os horizontes da reflexão sobre as transições e mudanças que a vida permite muitas vezes durante um par de anos. Por uma questão de memória afetiva me lembrou os discos mais lo-fi do Death Cab For Cutie que provavelmente nem seja uma das referências da banda.

“Padrão Comportamental” tem uma preocupação em criar ambiências assim como o Title Fight faz e em seus vocais é mais introspectiva, parece querer trazer a tona uma sensação de apatia e mal estar. “Em Praça Pública” é de longe a mais pop do registro e particularmente me agrada bastante, com riffs chiclete, bons arranjos e até mesmo trazendo consigo um ar empoeirado de nostalgia. É também de certa forma uma canção de fazer as pazes consigo mesmo. E se tem uma coisa que todos deveríamos fazer na casa dos 20 é justamente isso.

Sopro

O Sopro é um novo coletivo da cena baiana formado pelas bandas Tangolo Mangos, Astralplane, Colibri e Flerte Flamingo. Em março eles organizaram um festival chamado “Sopro:Som em Contexto”, no Teatro Sesc-Senac Pelourinho, e gravaram um registro audiovisual com os melhores momentos do evento.



Supervão “Fim de Nós / Fim do Sol”

A Supervão continua a apresentar singles que irão compor o álbum Depois do Fim do Mundo que sairá ainda em 2020. Gêneros como techno, ao house e ao pós-punk irão reverberar no som do novo registro que já se mostra bem diferente de Faz Party  (Lezma Records, Natura Musical) a cada novo single. A mixagem e masterização de “Fim de Nós / Fim do Sol” foi feita por Mario Arruda; o lançamento inaugura a parceria entre os selos Neurokat Records e Lezma Records.

O cruzamento entre o house e o pós-punk mostra como o antropofagismo musical é um ato consciente dos gaúchos que sempre buscam novas propostas e conjunções sonoras. Aliás a mistura entre eletrônica e pós-punk não é uma grande novidade, a darkwave também passeia por esses universos, a graça mesmo está na imersão e a inteligência da banda em passear pelas frequências dos BPMs.

Rosa Neon “Não Tô Dando Conta”

Os mineiros da Rosa Neon aparecem novamente no Release Radar com o single “Não Tô Dando Conta” e a gente realmente não tá dando conta de tanta novidade do grupo que passeia pelas frequências da música pop. Inclusive a canção ganhou um lyric vídeo com direito a animações em 3D.

O violão e os sing alongs ganham o primeiro plano de uma canção que fala sobre as estranhezas e conflitos com nossos demônios internos que nos assombraram como nunca neste período da humanidade marcado pelo isolamento. A tensão e o perder dos eixos reverberam em versos fáceis de cantar.

“A gente realmente se viu com esse sentimento que bateu em todo mundo na quarentena, que é essa sensação de não conseguir dar conta desse mundo louco que a gente vive, e dá vontade de desistir de tudo. Aí a gente pegou isso e fez música, que é o que a gente mais gosta de fazer mesmo quando é difícil”, explica Marcelo Tofani.



Zé Manoel “Adupé Obaluaê”

O pianista, compositor e cantor pernambucano Manoel lançou nesta semana “Adupé Obaluaê”, primeiro single do álbum Do Meu Coração Nu (Joia Moderna) que sairá na segunda-feira (26/10).

Com direito até a homenagem aos Tincoãs em um dos seus versos, a faixa acompanha um videoclipe dirigido por Gil Alves e Wendel Assis. Uma homenagem ao pai Obaluaê, filho de Nanã e Oxalá, tendo nascido cheio de feridas e de marcas pelo corpo como sinal do erro cometido por ambos, já que Nanã seduzira Oxalá, mesmo sabendo que ele era interditado por ser o marido de Iemanjá.

“Eu sonhei com essa música cantada por um coro, desses característicos de terreiros de candomblé, acompanhado por tambores vibrantes, uma coisa linda.

Acordei com a música reverberando…  Adupé meu pai Obaluaê…  Na mesma hora peguei o celular e gravei a música, já acompanhando com o piano da forma que toquei na gravação do disco. Luisão Pereira produziu e gravou o baixo, Letieres Leite escreveu o arranjo de sopros. Tedy Santana, de Salvador, tocou a bateria, Alexandre Rodrigues, de Pernambuco, gravou os instrumentos de sopro, um por um. É a faixa mais importante do disco. Por isso resolvemos abrir os trabalhos com ela”, conta Manoel.



Mulungu “A Boiar”

Os pernambucanos da Mulungu lançaram o terceiro single do debut O Que Há Lá que será lançado em janeiro de 2021. A temática da canção é o autoconhecimento e despertar da consciência. “A música fala sobre experiências corpóreas de relaxamento, sobre se deixar levar em um estado de autocuidado e auto cura”, explicam os integrantes

Atmosférica e sentimental, a música chega de mansinho feito um mantra do autocuidado. Suas frequências guiam o ouvinte a refletir sobre a purificação dos nossos sentimentos e o poder das nossas ações. A percussão, seus efeitos e mixagem criam toda uma aura emancipadora.



Pedro Bienemann feat. Lau e Eu “Aleluia”

Depois de “Verdade Seja Dita”, primeiro single de sua carreira Pedro Bienemann revela o segundo single que irá compor o EP, Vulgo (Matraca Records (YB Music), que contará com 6 faixas.

O single “Aleluia” conta com a participação do sergipano Lau e Eu e critica a indústria da fé como manobra de controle social. As frequências e grooves quebradiços, com direito a synths, deixam a atmosfera ainda mais distópica. Uma boa estreia no Release Radar!



Renan Cavolik “E.U.”

Com disco programado para dezembro colaborações da cantora capixaba Gavi e dos produtores musicais Lucas Vaz (Luisa Sonza) e Enzo DiCarlo (Pabllo Vittar), Renan Cavolik lançou o single “E.U.” que integrará FACES.

Procurando em si respostas e confiança a faixa aborda processos de descoberta e aceitação. A composição feita em parceria com o carioca Douglas Camppos tem uma levada que nos lembra até mesmo as canções gospel acapella, até por isso as inspirações no campo musical vem do neo soul e gospel norte-americano dos anos 1950 e 1960.

Produzida por Vinicius Nage a faixa ganha um caráter ainda mais sentimental e importante para o músico já que conta com a participação dos seus pais, Vera e Osvaldo Skopinski, além de amigos e artistas como Lucas Nage, Sanchez, Joyce Cosmo e Maria Luiza Bezzutti nos vocais de apoio e coro.

O Olhar para dentro de si

“Essa música surgiu como o prefácio ideal para começar a contar essa nova história que é o disco”, diz o artista. Mas isso não significa uma mudança brusca de direcionamento e estilos em seu trabalho. “Em ‘E.U’ estão reunidas coisas que eu vivi e quem eu sou, mas que nunca compartilhei antes”, revela o músico que teve passagem pelo The Voice Brasil.

A faixa olha para dentro de si e impressiona pela intensidade e a capacidade de transmitir uma mensagem extremamente pessoal com direito a relatos contidos em seus versos. A melancolia e a dor são notórias dentro da composição que também mostra a potência vocálica do artista em suas transições. O violino deixa a faixa ainda mais intensa e sentimental, já o coro emociona pela força.

SKIPP is DEAD Blast Off

Do Amapá, Skipp que vive a anos em São Paulo já teve banda de Strokes cover e seu fascínio pelo grupo, trilhas de videogames, Bowie, Blade Runner, CSS, Nintendo, Daft Punk, Gorillaz e tantas outras referências da cultura pop ajudaram com que o músico criasse a identidade do que foi a se tornar seu debut solo.

“Quem compôs e gravou o EP foi um pirata espacial dentro de sua nave, e eu tentei trazer o contexto dele tanto pras letras quanto para a identidade fonográfica da obra, com um quê de lo-fi pra simular uma transmissão de longa distância.”, explica o músico.

Mas sinceramente o que eu pensei ao ouvir o registro se resume em uma frase: O Strokes do Brega. Reto e direto sem papas na língua, ficou curioso para ouvir depois de ler essa? Eu também ficaria então toca o play e seja o que Deus quiser.

Juliana Cortes feat Rodrigo Lemos “Lemoskine” “Três”

A saudade equaliza nas frases do single que compõe o álbum que será lançado no dia 30. A faixa nasceu uma provocação de Juliana durante a residência quanto ao tema “mãe”. Inspirados pelo tema, Lemoskine, Estrela Leminski e Zelito compuseram a canção.

“Três é a música mais doce do álbum. Decidi lançá-la porque, depois de 7 meses em distanciamento social, estou tomada de saudade da minha família. Esta música me faz viajar de volta pra casa”, comenta Juliana.

Baby “Salve Um Dia”

Definida como “música de amorzinho, feita por um casal tirando onda”, “Salve Um Dia” é o single de estreia da Baby, projeto de Luê e Mateo (francisco, el hombre) e foi gravada no estúdio do casal. A produção é uma parceria de Mateo com Lucs Romero, feita a distância, e foi se desenvolvendo aos poucos até tomar corpo de música. Com beats eletrônicos, efeitos na voz e letra cheia de situações vividas por casais. Quem disse que o release radar não tem estreia?

Do Culto Ao Coma “A Euforia Entre Nós”

O Do Culto Ao Coma tem planos de lançar seu segundo álbum IMAGO em janeiro e lançou recentemente o single “A Euforia Entre Nós”. A banda de rock consegue transitar entre estilos e acredito que conseguirá agradar de fãs de Muse ao metal nesse novo single. Uma faixa que fala sobre as transições inerentes a vida e fecha os destaques do Release Radar.

Você Não Pode Deixar de Ouvir!

O álbum do Gorillaz Song Machine, Season One: Strange Timez (Deluxe)
O álbum do Boy Pablo Watchito Rico
O disco do John Frusciante Maya
O álbum do Bruce Springstenn Letters To You
O álbum do Jeff Tweedy Love Is The King
O disco do Mountain Goats Getting Into Knives
O disco do Major Lazer Music Is The Weapon
O álbum do Nothing But Thieves Moral Panic
O disco do The Dandy Warhols Tafelmuzik Means More When You Are Alone
O disco do Kadavar Isolation Tapes
O EP do The Pink Lemons Saturday Ease
O disco da Iara Rennó AfrodisíacA
O disco do Herbert Vianna Hv Sessions (Vol.1)
O EP da Infante Retalhos e Pensamentos Mal Costurados
O EP do Batata Boy Batata Beats, Vol. 1
O disco do Umnavio Tão Breve
O disco do This Is The Kit Off Off On
O álbum do Azymuth Azymuth JID004
O álbum do Edi Rock Origens Parte 2 – Ontem, Hoje e Amanhã
O disco da Elisa Fernandes ELISA

Os Singles do Release Radar

Supercolisor “Torto”
The Mueres “Invisible”
saudade “puxa o fio”
Solange “Convéncete”
Fontaines D.C. “A Lucid Dream (A Night At Montrose Live Version)
Elza Soares e Titãs “Comida”
Nada Surf “Stories Going ‘Round”
Catapults “If You Don’t Matter, Nothing Does”
Julie Neff “Those Dreams”
Siso “Pop Antigo”
Lucas Hanke “Eu me sinto leve”
Lô Borges “Muito Além do Fim”
Tigers Jaw “Cat’s Cradle”
The Magic Gang “Somebody Like You”
Neil Young “Homefires”
Josiel Konrad “Favela Hype (Love is the way)”
André Ribeiro e Vinco “Todo Mundo Vai (Menos Você)”
Hot Chip, Jarvis Cocker “Straight To The Morning”
Luaz “Não Vou Carregar Essa Culpa”
Depois da Tempestade “Concetossisonante”

This post was published on 23 de outubro de 2020 1:42 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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