Em 2018 pela primeira vez nos dedicamos a fazer listas de Melhores Álbuns do Ano no Hits Perdidos. Na quarta-feira foi a vez do Diego Carteiro escolher os seus 30 Favoritos, em uma lista cheia de ruídos – e estranhices – para você conhecer.

A ideia não é polemizar ou dizer que um disco é pior por não estar na lista. Muito pelo contrário, estas listas tem a intenção de recapitular o que rolou por aí – e não foi pouca coisa.

Por aqui, por exemplo, foram mais de 180 discos resenhados ao longo do ano. De estilos diferentes, com histórias peculiares, discursos e uma musicalidade que mostra um pouco sobre para onde a música brasileira está caminhando.

Consigo observar que a mistura de ritmos tem cada vez mais sendo a tônica de discos que querem ousar mais. Assim como as mulheres a cada dia mais tem assumido o protagonismo em todas as partes da cadeia produtiva da música.

Por ser 2018 foi difícil escapar de temas políticos, tensão no ar e medo do pior acontecer. Prestes a um governo conservador – e contra a existência de um Ministério da Cultura – a união a cada dia é mais necessária. A tônica do jogo vai mudar e é necessária a resistência.

A lista mostra um pouco disto de certa forma e passeia por ritmos como instrumental, MPB, Rock, Eletrônico, Alternativo, Experimental, Hip Hop e Jazz. Sem regras estabelecidas muitas vezes um crossover de estilos é visível.



Confira a Lista:

50 ao 40

50) El Efecto – Memórias do Fogo
49) Huey – MA
48) Tatá Aeroplano – Alma De Gato
47) Romulo Fróes  – O Disco das Horas
46) Odradek – Pentimento
45) Alaska – Ninguém Vai Me Ouvir
44) Emerald Hill – Para Sempre Conectados Mas Eternamente Distantes
43) FBC – S. C. A.
42) Jonas Sá – Puber
41) Violins – A Era do Vacilo
40) Chimpanzé Clube Trio – Zerânia



“Em seu novo disco, Alma de Gato, o músico paulista Tatá Aeroplano faz o recorte para o bairro da Vila Romana, zona oeste de São Paulo, mas dialoga de tabela com outros redutos e cantos desta metrópole tão plural. Ele chega cheio de histórias para contar e traz um pouco de sua intensidade para contornarmos “nossa insanidade”.

Através de suas andanças e histórias pessoais, ele compartilha, através de poesias e belas metáforas, um pouco sobre o momento que estamos vivendo. Nossos medos, aflições, amores, descobertas e desilusões. Conseguindo traduzir assim o espírito de sobrevivência em meio a tempos difíceis, contestadores e repletos de incertezas.”

Trecho da Resenha do disco do Tatá Aeroplano – Outubro / 2018

39 ao 29

39) Monza – Bonsai
38) E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante – Fundação
37) Glue Trip – Sea At Night
36) Bemti – Era Dois
35) Cora – El Rapto
34) Duda Beat – Sinto Muito
33) Catavento – Ansiedade na Cidade
32) BK – Gigantes
31) Guizado – O Multiverso Em Colapso
30) Baco Exu do Blues – Bluesman
29) Diomedes Chinaski – Comunista Rico



“O terceiro disco da Catavento se desconecta para se conectar. Se alimenta do interno e do externo, sofre, reage, é empático, tenta ver o mundo além do próprio umbigo sem deixar de ser romântico. Contesta, é político, diz muito sobre essa energia, caos de ideias e caminhada que estamos percorrendo. Sendo ela individual como coletiva. É idealista mas ao mesmo tempo nos lembra que tem vários “uns” que a rede plin plin não quer enxergar, que as oligarquias tem poder mas que só a solidariedade e coletivismo podem realmente transformar.

Fala sobre o complemento do On e Offline, seus ganhos e perdas deste estilo de vida baseado em likes e interações rasas. Toca em temas como a depressão, ansiedade, medos e inseguranças do dia-a-dia sob diferentes perspectivas.

Um grande ponto do disco é a conexão com a nossa rica psicodelia brasileira, o soul, o R&B e o Jazz. As músicas tem várias camadas, passagens e dinâmicas que fazem com que os seus 45 minutos passem voando. Acredito que tem tudo para ser um grande divisor de águas na carreira dos gaúchos e que continue abrindo ainda mais portas.”

Trecho da Resenha do disco da Catavento –  Agosto / 2018

28 ao 18

28) Laura Lavieri – Desastre Solar
27) Bixiga 70 – Quebra-Cabeça
26) Wado – Precariado
25) Arnaldo Antunes – RSTUVXZ
24) Elza Soares – Deus é Mulher
23) Erasmo Carlos – Amor É Isso
22) Gal Costa – A Pele do Futuro
21) Mauricio Pereira – Outono no Sudeste
20) Gilberto Gil – OK OK OK
19) Autoramas – Libido
18) Dingo Bells – Todo Mundo Vai Mudar



“O oitavo álbum dos Autoramas celebra os 20 anos da banda com muito dignidade, potência e peso. Reverencia sim diversas fases da banda mas traz punch, personalidade e riffs marcantes. Entre músicas para dançar, músicas para poguear e outras refletir.Tem espaço para nostalgia, aposta tanto no inglês como no português, afinal a banda tem fãs ao redor do mundo e faz todo o sentido dentro de sua trajetória. Libido é um álbum sagaz, divertido, canastrão, sedutor, áspero, doce, conectado e mostra que a banda ainda tem muito a oferecer. Que venham mais vinte anos!”

Trecho da Resenha do disco dos Autoramas  – Julho / 2018

Por aqui, em parceria com a Debbie Records e o selo Aurora Discos, organizamos um tributo aos Autoramas com 41 bandas independentes: Ouça em sua plataforma favorita!

17 ao 11

17) Joe Silhueta – Trilhas do Sol
16) Getúlio Côrtes – As Histórias de Getúlio Côrtes
15) Riviera Gaz – Connection
14) Juvenil Silva – Suspenso
13) Cólera – Acorde! Acorde! Acorde!
12) Adorável Clichê – O Que Existe Dentro de Mim
11) Moons – Thinking Out Loud



“O segundo álbum do MoonsThinking Out Loud, é um dos mais belos lançamentos de 2018. Muito disso por sua capacidade em transmitir seus sentimentos, desejos, inseguranças e divagações sobre as pequenas coisas da vida de maneira simples.
Ao mesmo tempo a beleza também vive em seus arranjos sofisticados e harmonias tocantes que trazem uma sensação de nostalgia – e expansão. Com referências no Folk, alternativo, country e no rock, o registro ainda vai dar o que falar nas listas de melhores do ano. Podem anotar e cobrar!”

Trecho da resenha do disco do Moons publicada no Hits Perdidos – Agosto / 2018

10 ao 6

10) Anelis Assumpção – Taurina
9) DJONGA – O Menino Que Queria Ser Deus
8) The Baggios – Vulcão
7) EDGAR
– Ultrassom
6)
 Tuyo – Pra Curar



“Em seu primeiro álbum a Tuyo, de Curitiba (PR), nos emociona através de sua sinceridade, beats energéticos, produção de alto nível e sentimentalismo à flor da pele. Se consolida como uma das grandes apostas do novo cenário de música independente e mostra um pouco do futuro da música pop nacional. Com temas contemporâneos, e urgentes, melodias refinadas, e metáforas cirúrgicas colocamos tranquilamente Pra Curar como um dos candidatos a estampar as principais listas de fim de ano.”

Trecho da Resenha do disco da Tuyo – Novembro / 2018

TOP 5

5) Oxy – Fita



“O primeiro álbum da Oxy de Brasília (DF) viaja por diferentes frequências para nos mostrar o quanto estamos conectados e interligados com o universo a nossa volta. É um disco sensorial, sentimental e reverberante.

Sem pretensão de soar original ou revolucionário, o registro faz um passeio por distintos universos. Do Dream Pop ao New Wave, passando pelo rock psicodélico e estendendo o tapete para as pistas de dança. Com diferentes narrativas ao longo das 10 “fitas”, ele busca viajar pelos sentimentos mais profundos e confissões. Tudo isso através de melodias que flutuam entre o pop e o alternativo. Um bom disco para ouvir enquanto lê um artigo sobre o mundo pós-apocalíptico, pois o universo futurista dos anos 80 tem espaço dentro de sua narrativa.”

Trecho da Resenha do disco da OXY  – Junho / 2018

4) Mulamba – Mulamba



Na época não resenhamos por aqui o disco da Mulamba. Mas nem por isso deixa de merecer uma ótima colocação em nossa lista de Melhores do Ano. Potente, ativista, e alinhado com nossos tempos e vibrante. O show delas também está sendo considerado por muitos um dos mais impressionantes de 2018.

3) Maria Beraldo – CAVALA



Maria Beraldo teve um ano recheado de lançamentos. Não apenas com seu potente CAVALA mas também com o projeto Bolerinho e Quartabê que também poderiam entrar nesta lista – e você precisa conhecer. Experimental, potente, bem humorado e com destaque para sua produção caprichada. Esta é a marca registrada do disco de estreia da artista lançado pelo selo RISCO.

2) TETO PRETO – Pedra Preta



O TETO PRETO é uma banda que foi ganhando notoriedade por suas apresentações transgressoras e com a facilidade que tem em impressionar quem nunca teve a oportunidade de assistir a uma apresentação do grupo. Mas ainda faltava um disco para sintetizar toda esta catarse sonora. E foi já no fim do ano, em Novembro, que foi lançado o álbum Pedra Preta.

Potente, ácido, reverberante, provocador e atual.
Literalmente: Um Grito de Resistência. 

1) Luiza Lian – Azul Moderno



Luiza Lian em seu terceiro disco, Azul Moderno, nos leva direto para o universo dos sonhos, dos desejos, das palavras não ditas, dos romances, das inseguranças e dos desapegos. Traduz ao longo de suas 10 faixas passagem de um tempo em constante mutação.

Faz uma mistura rítmica interessante que funde estilos como a MPB, Samba, Reggae, Eletrônica, Axé, Bossa Nova, Trip Hop, Chillwave e traz elementos como sintetizadores., saxofone, viola e sua poderosa voz. Com ancestralidade, religiosidade, vivências e espírito wanderlust, Luiza traz um álbum leve e com várias canções ótimas para cantarolar seus versos.”

Trecho da Resenha sobre o disco da Luiza Lian – Outubro / 2018

PLAYLIST NO SPOTIFY

É claro que uma lista com 50 Melhores Álbuns lançados em 2018 ia contar também com uma playlist no Spotify para você conhecer tudo!

Para Playlists Exclusivas siga o Hits Perdidos no Spotify



 

This post was published on 20 de dezembro de 2018 11:57 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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