Audições da Lôca #7 tem Mayí, Malcolm VL, Billy Brandão, WRY, Sidarta Riani, EDFO, Camila Menezes e Chico Algo
Audições da Lôca #7: Mayí, Malcolm VL, Billy Brandão, WRY, Sidarta Riani, EDFO, Camila Menezes e Chico Algo
Ainda no delay dos atravessamentos segue a sétima edição dessa coluna que é feita com coração, escuta, estudo e intenção de criação de rede de curioses.
Ao colocar músicos e profissionais da música de diversos gêneros e estilos tento criar uma corrente de ouvidos atentos e ecléticos, afinal o mainstream tende a padronizar os nossos gostos e as músicas que chegam até nós.
Trazer esses novos artistas e suas novas criações num espaço como este é construção de pontes e quebra de bolhas, por isso faço sempre a sugestão de que vale sempre vasculhar as obras desses compositores e cantores. Descubra a poética de cada um, suas investigações e eduque a cada dia o seu ouvido para fruir novas coisas.
O pós-pandemia precisará de um público atento e sedento pra consumir esses shows e construirmos generosamente a carreiras desses resistentes.
Mayí, Malcolm VL, Billy Brandão, WRY, Sidarta Riani, EDFO…. são tão diversos e tão brasileiros quanto qualquer capoeira, samba de roda e funk batidão. O que importa é ouvir, se deixar tocar e separar o que lhe agrada mais em suas playlists pessoais. Lembrando o radinho de pilha da mãe enquanto cozinha, nada melhor que temperar a vida com várias vozes e instrumentações. Sirva-se.
Mayí e Malcolm VL “REAI$” (prod. Coyote Beatz)
Poesia e hip hop raiz, beat e rima com letra de denúncia e motivação da luta antiracista e antisistema marginalizante. Assim a Rapper mineira Mayí apresentou no inicio do mês de julho a faixa e o clipe “Reai$”, novo single da artista com o paulista Malcolm VL do estado de São Paulo, em parceria com o selo MacacoLab (braço da produtora A Macaco, que produz o megafestival Sarará) e mixagem e masterização de Spider ProBeats.
Com produção do mineiro Coyote Beatz, a faixa menciona figuras como Martin Luther King e Malcolm X para chamar atenção para a necessidade de combater o racismo estrutural ainda presente na sociedade.
Ao mesmo passo que destaca a necessidade de uma postura combatente, a artista entoa que “a liberdade vai cantar” em um futuro onde a superação do problema seja a realidade.
Billy Brandão “Par ou Ímpar”
Groove, arranjos elaborados, lindíssimas instrumentações e muita naturalidade. Nada melhor do que ouvir música de quem estuda pra criar e não está preocupado em lacrar ou impactar na mídia instantaneamente.
“Par ou Ímpar” é o primeiro single do disco inédito do guitarrista Billy Brandão, músico com 10 anos de experiência em shows e estúdios pelo Brasil. Gravado no estúdio Du Brou, do amigo Frejat, foi ali que Billy produziu suas dez faixas instrumentais desde 2018 amadurecendo projeto- sendo a faixa “Par ou Ímpar” a primeira delas a ser revelada.
Disponível em plataformas digitais a faixa anuncia a chegada de O Bicho Tá Pegando, disco de estreia da carreira solo de Billy e com lançamento confirmado para os próximos meses.
Billy Brandão compôs O Bicho Tá Pegando em paralelo à sua rotina de sideman. O músico instrumentista acompanha shows junto ao Frejat e Erasmo Carlos, entre outros, e até 2020 pelo menos vivia para lá e pra cá viajando o Brasil.
WRY Unconventional
Psicodelia, experimentações sonoras necessárias, reflexões filosóficas e muitos efeitos eletrônicos. Unconventional é sim “não convencional” e muito divertido. Soa um disco de estudos mas é verdadeiramente um disco de remixes de livre criação que simulam fluxos de pensamentos de um mundo em distopia.
Continuando com os lançamentos da série de EPs, que juntam remixes de faixas do aclamado último álbum Noites Infinitas, com remixes antigos, e nunca lançados; a banda sorocabana de rock alternativo WRY lança agora o quarto trabalho que conta com seis remixes nada comuns.
O EP Unconventional traz remixes de TVVRS & Riber, Benke (Boogarins), Schoolbell, Subburbia, Flanicx e mais um excelente remix sem dono.
WRY é banda sorocabana composta por Mario Bross (vocal, guitarra e synth), Luciano Marcello (guitarra e backing vocal), William Leonotti (baixo e backing vocal) e Ítalo Ribeiro (bateria e backing vocal).
Sidarta Riani “Essa Coisa Boa”
Conhecido da cena mineira com a banda Sr do Bonfim e por estar presente em articulações coletivas com grupos culturais e bandas como Lamparina e a Primavera e Cayena, Sidarta Riani apresenta a canção e o clipe “Essa Coisa Boa” – com ambiente e canção de amor que integra o conjunto de singles do próximo álbum solo do Sidarta Riani, Canções de Sobrevivência em Tempos Apocalípticos.
Com versos universais tematizando a paixão, a admiração aliado ao amor e desejo de pensar a liberdade de forma indissociável ao afeto, o bom humor e leveza da faixa trazem citações de Rubel, a estética da música também bebe de referências sonoras como Tim Bernardes e do multi-instrumentista francês Yan Tiersen (compositor da trilha sonora do filme Amélie Poulain).
O arranjo foi pensado em parceria do próprio compositor Sidarta Riani com o produtor Pedro Fonseca – ex-integrante da banda mineira Dom Pepo e músico que carrega em seu currículo trabalhos com artistas como Marcelo Veronez, José Luís Braga, Julia Branco, Coral, entre outros.
A gravação do single também conta com as participações dos músicos Felipe dos Santos, no contrabaixo-acústico, e Sara Bittencourt, no Cello, além de Adriano Goyatá na bateria eletrônica.
EDFO “Diamante”
Uma canção com atmosfera intimista e motivacional, baseada em voz e piano e toques de violino, é assim que EDFO apresenta a faixa “Diamante”, que expõe uma bela voz potente e que nos transporta a canções da década de 80, um belo cancioneiro digno de trilha de novela.
“’Diamante’ é sobre uma pessoa pela qual você tem um afeto muito grande e, por algum motivo, percebe que ela não está bem. Então, a letra tem a ver com lembrá-la sobre como ela é importante. diz o compositor e cantor.
EDFO é músico misterioso que não mostra seu rosto, usando de máscaras e tecidos, vê-se nas mídias sociais uma carreira ainda no início e uma busca por identidade. Sua voz e verdade são marcantes e se você gosta de canções de amor e poesia: vale a pena acompanhar seus próximos lançamentos.
A sonoridade de “Diamantes” traz leveza, com violino e cello de Renatinho Pereira e Yaniel Matos, respectivamente. A construção de toda a faixa e dos singles anteriores do músico tem por objetivo de destacar suas letras, que trazem temas como amor, liberdade e as escolhas existenciais.
Camila Menezes “Bença”
Um universo emocional, afetivo e musicalmente acolhedor e inventivo. Camila Menezes apresenta seu trabalho com sinceridade usando dos elementos acessíveis a sua mão, sua força de vontade em se expressar numa criação pessoal e isolada durante a pandemia.
“Para-ti” é a canção que fecha a trilogia de singles “Bença”, primeiro trabalho solo da premiada compositora mineira Camila Menezes.
Em “Para-ti”, Camila canta a saudade e resgata memórias afetivas entre ela e Sr. Walter (seu pai), um dos responsáveis por “gestá-la” no universo musical. Lançada nas plataformas digitais de streaming no fim de junho, a canção apresenta a sonoridade ímpar do encontro entre viola e elementos eletrônicos que marca “Bença”, EP inteiramente construído pela multiartista – que assina sozinha, além das composições, arranjo, gravação (vozes e instrumentos), mixagem e masterização.
Camila Menezes é multi-instrumentista, compositora, arranjadora, maestrina e produtora musical. Artista atuante da efervescente cena musical de Belo Horizonte (MG), integra a banda de indie pop Dolores 602, com a qual conquistou, por suas composições, oito premiações em festivais.
Versátil, também participa da banda Tutu com Tacacá, toca baixo na banda da cantora Marina Machado e é, desde 2012, maestrina do Coral Casa de Auxílio e Fraternidade Olhos da Luz de Sabará (MG).
Chico Algo “sdd da vida”
Disco de produtor, disco inventivo e em sintonia com o seu tempo e momento, de colagens sonoras à instrumental subjetivo, “sdd da vida” é o primeiro EP solo de uma série instrumental do produtor de Caxias do Sul. Chico Algo, apresenta em parceria com os selos Tal & Tal e Honey Bomb Records.
Integrante da Catavento e responsável pela produção, mix e masterização de todos os trabalhos do grupo, Chico é um destaque na produção musical do sul do Brasil profundo e, nesse EP coloca uma diversidade de sonoridades demostrando que está antenado na musicalidade nacional e internacional.