lento, distante, de Belém (PA), é destaque na editoria Indie Neon BR. - Foto Por: Cecília dos Anjos
A Indie Neon BR traz conteúdos em micro-resenhas do que de melhor tem acontecido no Indie Nacional. Singles, discos e novidades com o radar antenado do Hits Perdidos ganham o palco em um post informativo que acompanha sempre uma playlist!
A Indie Neon BR visa apresentar novidades de artistas contemporâneos aliados à identidade do Hits Perdidos com foco em artistas que usem artifícios como sintetizadores, experimentem texturas oníricas e flutuem entre gêneros correlatos ao Indie Rock e seus afluentes. Por aqui você encontrará sons alternativos fora do convencional empurrado goela abaixo todos os dias, nosso Lado B reunirá micro-resenhas, listas e playlists alimentadas aos poucos.
Do synthpop ao lo-fi de quarto, passando por dream pop tropical, post-punk revival e beats cheios de vapor estético — aqui é o lugar do underground.
Uma editoria dedicada ao indie brasileiro com sintetizador, identidade e com o espírito DIY (faça você mesmo). Pra quem faz som em casa, na garagem ou com estética além do lado esquerdo do dial — e quer ser descoberto por quem escuta além do algoritmo.
Após um disco mais nostálgico voltado para o universo do rock alternativo dos anos 90, de grupos como Nirvana e Arctic Monkeys, o caminho de castle, do paulista Bahsi é mais introspectivo e denso, mas se mantém com esse DNA. Em castle, a sonoridade lo-fi folk, bedroom pop e ares do indie de nomes como Grizzly Bear, Bright Eyes, Alex G, Mac DeMarco e Neutral Milk Hotel é aparente.
Lançado pelo selo Lazy Friendzzz, e gravado de forma caseira em Piracicaba (SP), essa busca pelo analógico e orgânico é um grande trunfo do material. Arranjos de violão de nylon, bandolim e metais não deixam mentir que a proposta sonora é muito diferente de Hey, Polar!. Em duas faixas, inclusive, o músico pôde colaborar com Pep, alter ego de Pedro Spadoni, City Mall e Cat Vids.
O sentimento que fica é que o músico em seus trabalhos tenta revisitar sons que cresceu ouvindo e que gostaria de ouvir mais. Essas releituras ganham camadas e a personalidade. O lado da experimentação de novos instrumentos e arranjos ricos, é um dos grandes pontos do lançamento que se permite criar sem amarras, mas que, ao mesmo tempo, prioriza a qualidade na entrega.
Dentro desse campo, “jazz cocaine club” me chamou a atenção por brincar com variações rítmicas e fusão de estilos que à primeira vista parecem se opor. “moonstone”, por exemplo, fica evidente o cuidado com os arranjos e traz soluções do folk/americana que se complementam com referências indie, como o som do My Morning Jacket, mas sem perder aquele espírito do Neutral Milk Hotel e The Dresden Dolls.
Com data marcada para dia 09/10, o novo álbum do Contando Bicicletas, aos poucos, parece ganhar forma. O segundo single a ser lançado foi justamente “Outra Vez” com produção de Patrick Laplan (Gabriel Ventura, Duda Beat). A composição começou como um esboço de teclado gravado pelo guitarrista e saxofonista Mateus.
“Na época eu tava ouvindo muito o Recomeçar do Tim Bernardes e fiquei encantado pela sensação “flutuante” que o piano acústico criava nas músicas. Acabei brincando um pouco no teclado e gravei uma ideia cheia de tensões, mas com uma melodia doce. Mandei o áudio pra banda, e a música ficou guardada na pasta de demos durante muito tempo”, lembra o músico.
Sua construção acabou ganhando mais mãos até o momento da gravação, como relatam os integrantes: “Acho que o fato de ter sido uma letra tão colaborativa, algo raro no nosso processo criativo, nos permitiu projetar uma candura enorme no eu-lírico da música, dado que nenhum de nós precisa o assumir sozinho. É uma música tão aberta, franca e frágil, que se não tivesse a colaboração dos meus amigos, meu lado autocrítico teria ficado com medo de ser brega (risos), mas fico feliz que juntos nos permitimos ser genuínos assim e deu certo”, disse Luiz Felipe.
Essa natureza mais frágil e com camadas sonoras mais suaves que colocam o vocal no centro do emaranhado, deixam tudo bastante pessoal, entre reflexões e diálogos repletos de vulnerabilidade que diminuem a distância entre artista e ouvinte. A beleza da escolha da progressão dos acordes deixa ela sensível, ao mesmo tempo, quase de forma irônica, acidentalmente pop.
De Recife (PE) a Guma tá no nosso radar tem um bom tempo. E agora chega ao mundo o segundo álbum de estúdio, Virando Noite, com produção musical de Carlos Filizola, guitarrista do grupo, e participações especiais de Bruna Alimonda e Uana. O indie pop, o brega, o tropicalismo, tudo se mistura de forma efervescente.
Até por isso eles citam como referências artistas como Kali Uchis, Céu, Cidadão Instigado, Radiohead, Vício Louco, Novos Baianos e Kraftwerk, entre outros. O single “Pegadinho” é o favorito aqui da casa justamente por mostrar o amadurecimento estético em relação ao trabalho anterior. Um som moderno, sem medo de soar uma hora pop, outrora indie, alternando entre a sofrência e a psicodelia.
“O álbum começou a ser desenhado por volta de 2020 e foi muito importante pra gente poder soltar as primeiras composições já naquela época. Esses singles trazem muito da estética que estamos propondo nesse novo trabalho, com uma pegada mais futurista e que conversa ainda mais com o dream pop”, revela Katarina Nápoles.
Representando Belém (PA), terra do queridíssimo Se Rasgum que aconteceu no último fim de semana, a lento, distante é daquelas gratas surpresas que chegam em nossa caixa de e-mail. Shoegaze e Dream Pop, são as referências principais da sonoridade do grupo que surpreende pelas soluções sonoras e variantes em Tecendo Ficções, seu álbum de estreia.
Em sua formação, a banda formada em 2023 conta com Sandy Iketani (vocal), Henri Monteiro (guitarra e vocal), Vinícius Lobato (guitarra), Lucas Parijós (baixo) e André Menino (bateria). Com som etéreo, canto leve, ambiências que nos levam para universos paralelos, sinestesia e estética marcante, ficamos ansiosos para quem sabe algum dia poder assistir uma apresentação ao vivo.
“As canções funcionam como fios que costuram realidades e invenções, misturando lembranças, desejos e ausências em um tecido sonoro denso, que se estende entre a lucidez e o sonho.
Tecendo Ficções é, ao fim, um convite a mergulhar no paradoxo humano: inventar mundos para sobreviver às perdas, criar histórias para habitar o vazio, transformar o tempo fragmentado em poesia.
É uma obra que entende a distância como lugar de criação, em que a incompletude deixa de ser falha e se transforma em potência. O sujeito lírico assume uma função de alguém que, a partir de fragmentos e distâncias, tece significados possíveis para suportar o vazio ou reinventar o sentido da vida.”, comentam os integrantes em material enviado à imprensa.
BAGUM, de Salvador (BA), é daqueles grupos instrumentais que a cada lançamento nos surpreende justamente pelos universos, colaborações e sonoridades que expandem a cada novo lançamento. Projetos como esse que justificam a existência do Hits Perdidos.
Em Coração; Batalha; Celebração conseguimos ver como esse espírito de vanguarda e de colagens sonoras ganha ainda mais lastro.. Neste novo material encontramos participações especiais de Boogarins, em um remix, VANDAL, Fiteck, Jorge Dubman (Ifá) e Paulo DK (Deekapz), o que mostra como eles buscam diálogo com estéticas diferentes e olhares igualmente singulares. Espírito colaborativo esse que deixa o caldo ainda mais generoso.
As baterias foram gravadas no Estúdio Rockambole (SP), enquanto os demais instrumentos, synths e vozes foram registrados em Salvador, nos estúdios Carmo 44 (de Luca Bori e Davide Bori, Vivendo do Ócio), Cremenow Studio (Tiago Simões) e em gravações caseiras. A mixagem e masterização ficaram a cargo de Pedro Leonelli, também guitarrista da banda. Os visuais e capas foram desenvolvidos por Alice Paste, baiana que reside em São Paulo atualmente. O lançamento foi feito pelo Selo Portal, de Luca Bori (Vivendo do Ócio, Jardim Soma) e Davide Bori (Vivendo do Ócio).
A Personas lança nessa semana seu novo álbum Qualia que terá parcerias com artistas como Popoto (Raça), Dois Barcos e falso sol. Mas antes disso, ganhou a luz do dia uma parceria proveniente de um encontro muito interessante entre os paulistas e os mineiros da El Toro Fuerte.
“Mirra”, “Cair Para Trás”, “Pressa” e “Curitiba”, inclusive, foram lançadas antes do disco, e por aqui divulgamos previamente algumas delas. Sobre o single em parceria, eles comentam: “A canção é uma forma de estudo sobre o processo diário de entendimento daquilo que vivemos e dos lutos constantes que impedem de enxergar o mundo fora do que o sentimento nos mostra.”
O tom confessional é a marca da faixa que mostra como à vontade de seguir em frente enfrenta a resistência da inércia. Esse entendimento muitas vezes entra em conflito com a forma com que exprimimos as emoções. É interessante observar neste feat, onde começa uma banda e termina outra.
“Acredito que seja uma maneira de contar, mesmo que indiretamente, o poder do tempo. Não como cura, mas como algo imbatível. A passagem do tempo faz com que as pessoas precisem, por bem ou por mal, terem que decidir suas vidas. E o aprendizado de se entender que “a vida seguiu em frente” hoje me faz entender melhor que oportunidades de se criar algo novo e bonito existem a todo instante.”, comenta Danilo Fernandes, da banda de São José dos Campos.
O coletivo Julieta Social apresentou o terceiro single do seu vindouro trabalho de estreia, “Fome”, com participação das cantoras Nia e Giovanna Vox e o tecladista Mike O’Brien, além dos produtores Rubens Adati (Meu Nome Não É Portugas) e Alex Capilé.
A composição nasceu inicialmente com João Durão e Rafael Bastos de uma ideia de criar a “505” (referência ao Arctic Monkeys) do grupo. Eles creditam isso à vontade de produzir algo que soasse misterioso, forte e acessível ao mesmo tempo. As referências, por outro lado, incorporam universos completamente distintos que passam por Tim Maia, o pop moderno e até mesmo o finado XXXTentacion. É justamente esse olhar do acessível que a faixa se aproxima. Em um mundo hiper conectado onde referências de todos os lados, fazem bastante sentido querer pegar um pouco de cada canto para criar algo original.
“Me apoio muito nas conversas que temos no grupo para escrever, e essa letra carrega dores que sinto e que vejo muitos da nossa geração sentindo”, conta Rafael.
Rock, jazz alternativo, hip hop, groove e soul, entre referências que vão de The Doors a Fela Kuti, passando por Nas, Nujabes, Questlove, Zé Ramalho e os supracitados fazem parte do caldeirão pop que eles criaram.
“Convidamos quem curte a fazer samples desse som. Fome é um beat tocado por banda”, define Rubens sobre as colaborações pontuais.
O cantor e compositor mineiro, dereco, conhecido pelos projetos O Caso e Cayena, lançou no fim de agosto o single “As coisas são como podem ser” (FRAGAÍ). De natureza lo-fi, o tom de desabafo, calmaria e jam, sobressai na canção que marca também a estreia do selo mineiro
“Essa música veio de um momento em que vi uma pessoa que já foi muito importante passando, indo embora da minha vida, sem muita troca, quase sem contato algum. Só o silêncio e a distância. Ela fala sobre o tempo, o afastamento natural das coisas e o amadurecimento que vem com isso também.
Chega uma hora em que a gente para de insistir em tentar entender ou mudar o que aconteceu – simplesmente aceita. De alguma forma, essas situações acabam servindo como aprendizado, experiência, crescimento”, diz dereco.
De João Pessoa (PB), o rock rebelde, uma hora emo, outra hora cáustico, punk e replicante, da Emerald Hill soa como um desabafo sincero em “Dia de Cão”. Neste mês, inclusive, sai o álbum, À Queima Roupa, e as expectativas para o retorno deles após algum tempo sem lançamentos são sempre altas.
“É uma faixa realista, um retrato cru das vivências urbanas, do trabalho, da frustração. Não somos mais jovens rebeldes: somos adultos lidando com a dureza cotidiana”, explicou a banda.
A paranaense Samira Winter, atualmente radicada nos EUA, parece a cada novo lançamento subir o sarrafo na qualidade e amadurecimento das suas obras. Mantendo a identidade DIY, e referências do indie rock, shoegaze, dream pop com aura pop, o material tem como inspirações memórias e os romances de Mary Shelley.
Referências passam por nomes como Sonic Youth, Elliott Smith e o shoegaze californiano. Uma viagem delicada e gostosa de se ter, entre romances e guitarras distorcidas adocicadas.
This post was published on 8 de setembro de 2025 8:02 am
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