Shoegaze Latino: 10 discos que todo fã do gênero deveria ouvir
Asimov, da Guatemala, é destaque em nossa lista. – Foto Por: Carlos Roesch (@kushroesch)
Confira lista com discos de shoegaze latino por Radio Color
O shoegaze (confira playlist com bandas brasileiras) há muito tempo deixou de ser um gênero restrito às guitarras britânicas. Em nosso continente, ele ganhou novas camadas: influências locais, sonoridades misturadas com outros gêneros e uma linguagem encantadora que só os idiomas latino-americanos podem incorporar ao universo musical.
Aqui, trazemos uma lista com 10 discos LATAM que exploram a estética shoegaze e mostram como o gênero segue sendo ressignificado ao longo das décadas, do underground dos anos 90 aos lançamentos mais recentes.
Lista: 10 discos de shoegaze latino
🇵🇪 Resplandor – Pleamar (2008, Peru)
Um dos meus favoritos da banda peruana liderada por Antonio Zelada, Pleamar segue com um som etéreo e denso, misturando shoegaze, dream pop e trip hop.
O disco, produzido por Robin Guthrie (dos Cocteau Twins), traz guitarras saturadas, vocais abafados e atmosferas oníricas, influenciadas por My Bloody Valentine e Slowdive. Com colaborações de Andrew Prinz e Ana Breton (Mahogany), Pleamar mistura camadas de guitarras e eletrônicos, criando um som profundo que conquistou fãs do gênero, especialmente nos Estados Unidos, onde a banda se apresentou no South by Southwest e fez turnê com Asobi Seksu.
🇬🇹 Asimov – Epicentro I-II (2025, Guatemala)
A banda guatemalteca Asimov, que já vem ganhando destaque na cena centro-americana, traz em seu último lançamento um trabalho sensível sobre as complexidades da juventude em uma região marcada por desafios.
O disco aborda temas como identidade, globalização, violência e a pressão do capitalismo acelerado, refletindo tanto experiências pessoais quanto coletivas sobre o mundo moderno.
🇨🇷 Dylan Thomas. – Todo Se Desvanece (2024, Costa Rica)
Lançado em 2024, Todo Se Desvanece é o primeiro LP da banda costarriquenha Dylan Thomas., marcando seu firme posicionamento na cena shoegaze do país. Com oito faixas que exploram paisagens sonoras melancólicas e introspectivas, o disco traz uma sonoridade densa e atmosférica, com camadas de distorção, sintetizadores e reverbs sutis.
Produzido pelo baterista Diego Cordero, o álbum foi gravado na Costa Rica e no México, com masterização nos Estados Unidos. A banda compartilhou palco com nomes internacionais como Turnover (EUA), Motorama (Rússia), Las Ligas Menores (Argentina) e Los Blenders (México), além de se apresentar em importantes festivais nacionais.
🇨🇱 Las Miradas – Las Miradas (2024, Chile)
Este EP de estreia chega com maturidade e identidade. Shoegaze melancólico, com alma indie chilena, vocais sufocados e guitarras que ecoam como se estivessem saindo de um quarto trancado.
🇲🇽 Divino Perdedor – DEMOS y Otros Demonios (2024, México)
Com distorção lo-fi, letras confessionais e aquele clima caseiro que só os bons registros de demo conseguem transmitir, DEMOS y Otros Demonios é um EP cru e direto — mais um ótimo exemplo da força do underground mexicano.
🇦🇷 Giradioses – Dormitorio (1995, Argentina)
Lançado nos anos 90, Dormitorio é o disco debut da banda argentina Giradioses, que desapareceu tão misteriosamente quanto surgiu. Definido por alguns como uma forma de “rock ambiental”, o grupo criou um universo sonoro de letras divagantes e melodias etéreas, onde tudo parece flutuar entre o sonho e a abstração.
🇨🇴 Hipsum – Entre Sombras y Praderas (2024, Colômbia)
Este álbum mistura a tensão entre escuridão e luz, explorando ritmos hipnóticos do krautrock e a psicodelia, com atmosferas típicas do shoegaze. Entre Sombras y Praderas oferece uma viagem sonora imersiva, do íntimo ao expansivo, com camadas de textura e profundidade.
🇲🇽 Margaritas Podridas – Margaritas Podridas (2021, México)
Com um som que mistura shoegaze, grunge e punk, Margaritas Podridas entrega um álbum barulhento e visceral. Letras diretas, energia crua e uma das bandas mais interessantes da cena mexicana nos últimos anos.
🇲🇽 Piyama Party – Piyama Party (2008, México)
Um dos projetos mais interessantes do indie mexicano dos anos 2000, Piyama Party transita entre o lo-fi, o pop sujo e o shoegaze, com uma pegada irreverente e experimental, cheia de charme despretensioso.
🇧🇷 Antiprisma – Coisas de Verdade (2024, Brasil)
Mistura de dream pop com MPB e psicodelia leve, o duo brasileiro Antiprisma aposta em harmonias delicadas, camadas sonoras suaves e letras sensíveis. Um álbum que amplia os limites do shoegaze com uma identidade genuinamente brasileira.
E você, quais bandas adicionaria a lista de favoritos do shoegaze latino?