No ano passado o álbum Vulcão (Natura Musical, 2018), quarto registro de estúdio, do The Baggios, de Sergipe, concorreu ao Grammy Latino na categoria “Melhor Álbum de Rock em Português” ao lado de nomes como BaianaSystem, Chal, Liniker e Pitty. O prêmio acabou consagrando o disco O Futuro Não Demora dos amigos BaianaSystem que fazem uma participação especial em “Deserto“.
Hoje inclusive eles lançam em Premiere no Hits Perdidos o documentário musical mostra o processo de criação, gravação e divulgação, e conta com depoimentos de Russo Passapusso e Roberto Barreto, do BaianaSystem, e dos três integrantes da banda. São quase 25 minutos onde eles abrem os processos, conexões, referências em uma história oral que é materializada com imagens inéditas.
A pré-produção foi realizada em uma casa no campo, no Povoado Areia Branca, em uma espécie de isolamento por opção. “Confinados, ficamos exclusivamente focados em experimentar timbres, ritmos e melodias, assim como trocar ideias entre nós sobre a vida, sobre música, enfim, sobre tudo”, conta o vocalista e guitarrista do The Baggios, Julico.
O disco foi gravado no estúdio Toca do Bandido, no Rio de Janeiro, e após o lançamentos eles realizaram mais de 60 shows, com direito a turnês pelo Brasil e Europa. Os bastidores de apresentações em locais como a Casa Natura, Teatro Ateneu, Festival de Artes de São Cristóvão e em alguns dos 23 shows em solo europeu em 2019 fazem parte da produção audiovisual; um elemento imprescindível dentro da narrativa do álbum. Por aqui você viu diversos entre os destaques como melhores do mês como é o caso de “Limaia”.
“Conseguimos explorar muito bem a parte imagética. Quando escrevo, a música vem carregada de imagens e nem sempre temos verba para produzir conteúdo ideal, mas foi possível com o apoio da Natura. Conseguimos fazer clipes como Limaia, Bem-Te-Vi (em Lençóis, na Bahia), Vulcão (em Itabaiana, no Sergipe), além de vídeos ao vivo e live sessions”, completa Júlio.
“O registro documental é importante porque a gente tem um pouco mais de noção de um parâmetro bem mais completo do quanto aquele trabalho alcançou, do quanto a gente fez com que aquele trabalho chegasse longe. Às vezes os números, às vezes um depoimento ou uma própria análise nossa e de jornalistas….no final das contas um documentário ele é meio que uma autocrítica, uma auto-análise, também.
Além de mostrar para o público a forma como ele foi feito, mostrando cada passo, ali desde a pré-produção até o lançamento do álbum e turnês. O que eu acho muito massa, todo mundo na banda curte esse lance documental, quem é fã da música eu acho que normalmente curte muito isso, de descobrir como é que foram feitas as guitarras, efeito, bateria, como era o estúdio, a convivência.
Então a gente pode revisitar aquela vivência de estar na Toca do Bandido, um templo da música, um lugar muito mágico e com uma energia muito boa. Para gente é isso, um recorte de um período muito bem aproveitado, muito particular, para mim também é muito simbólico esse álbum, né? Porque é um processo muito árduo de autodescoberta, de cuidado comigo mesmo, um disco que me tirou da bad porque eu passei por um período muito duro, com crises fortes de ansiedade no final de 2017 e tudo era muito incerto para mim, inseguro, fiquei uns 3/4 meses com esse receio do que estava acontecendo.
Tentando me analisar, me aprofundar nesse universo íntimo e chegando num local ali que eu não conhecida, de mim mesmo, e poder dar atenção aos meus anjos e demônios ao mesmo tempo, isso foi bem revelador e foi o gatilho para gerar o álbum, então o documentário também tem essa representação.”, releva Julio
“A parte de criação ele acontece em paralelo a criação do álbum. Quem acompanhou nesse processo foi o Edu Freire que trabalha com o Snap, um coletivo de fotógrafos e cinegrafistas, que muitos deles, pelo menos 2 deles acompanham a banda desde 2008. E o Edu entrou entre 2015/2016, ele acompanhou todo processo desde a pré-produção até o show de lançamento. E o que foi massa, ter uma visão de uma pessoa só, com movimento, com câmera, um olhar profissional mesmo, a gente teve essa sorte de poder contar com parcerias muito ricas, de olhares, de perspectivas.
O que eu podia mandar de referência, eu mandei antes, o que eu podia direcionar, fazer os vídeos lá na hora, eu também cheguei junto, para poder somar mesmo, na verdade eu não era uma pessoa leiga, era uma pessoa que já sabia direção, mas muitas vezes chegava só para dar uns toques.”, relembra o músico
“Sempre demora muito, assim, porque o primeiro minuto do documentário para mim é fundamental. É onde vai ditar o ritmo. Então nesse documentário eu fiz algo muito diferente do que tinha feito no de Brutown, ou de todos que eu já trabalhei, porque comecei com um poema, uma poesia, um texto na verdade, que eu tentei sintetizar esse universo do Vulcão, misturando imagens com palavras e efeitos.
É um período que eu acabo ficando imerso nesse processo, pelo menos um mês eu me dedico na edição de um documentário, diariamente, nem que seja 2 ou 3 horas eu pego para mexer, nem que seja para pegar o ritmo, e revejo, agora mesmo nesse exato momento eu tô com outras, altas ideias que não entraram no documentário. Esqueci de botar o plano dos jornalistas falando, alguns planos de turnês que não entrou, do vinil, que a gente tem registro da gente abrindo as primeiras caixas de vinil.
Coisas que não entraram. Mas é isso, para mim fez parte de um momento, de um recorte, muito importante para a história da banda. E que eu me diverti muito revendo, senti muito orgulho também vendo que um trabalho tão tratado ali com minúcias, com cuidado, é?
Chegou nas pessoas de uma maneira tímida mas que ganhou uma força grande, sendo indicado a Grammy, e tocando as pessoas nos shows que a gente fazia, com as músicas ainda novas, muito recentes, então representa muita coisa. Um registro de uma época muito importante para a The Baggios, para mim pessoalmente a mais importante como profissional”, finaliza Julio
This post was published on 13 de outubro de 2020 9:50 am
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