Toda sexta-feira saem inúmeros lançamentos e muito material acaba ficando de fora das nossas postagens por uma série de motivos. Mas a procura por Hits Perdidos não acaba apenas no envio de releases para imprensa; e pensando nisso resolvemos criar a coluna Release Radar.
Sim, homônima a playlist semanal do Spotify, para colocar vocês à par dos principais lançamentos sem a necessidade de que os artistas, selos ou suas respectivas assessorias de imprensa tenham enviado o material.
Feito um “encontro as escuras” resenharemos, singles, EP’s, discos, mixtapes e o que acharmos interessante que saiu após às 00h da sexta-feira nas principais plataformas digitais. Será nossa coluna de “pitacos” semanais da música pop.
Terceiro Post do Release Radar, comentem se gostaram e se deve continuar!
O segundo álbum do Hot e Oreia já chega com status de clássico instantâneo. Com direção musical de Daniel Ganjamen, o disco tem o nome inspirado em livro mas que também carrega diretamente o significado do amadurecer. Como eles mesmos disseram na audição do disco: a responsabilidade e as contas chegaram.
Com letras mais maduras, mas sem perder a ironia e o senso de humor, eles abraçam personagens para falar sobre temas como a Quarentena, a política, as falcatruas, a religião e o amor. Os beats também são destaques tendo inúmeras parcerias ao longo do registro como por exemplo, de Coyote Beatz, Vhoor e produção musical de Fantini.
Parcerias também se destacam ao longo do disco que tem faixas de peso como “Juro$”, o hit “Saiu o Sol” e baladas como “Papaya” parceria com Black Alien. Samples também aparecem com direito a Nelson Ned em uma faixa com participação do duo Tropkillaz.
O flerte com a música brasileira é cada vez mais forte em um registro espiritualizado, sarcástico e com direito a até mesmo love songs. Essa versatilidade que mostra como eles estão a cada dia mais prontos para palcos, e desafios, maiores.
O salto é grande em relação ao primeiro disco e eles continuam com o mesmo senso de humor mas parecem ser do tipo que quando entram no estúdio: o papo fica sério. Compromisso esse que faz com que esse disco faça com que esse álbum quebre ainda mais barreiras do que eles já quebraram com o debut.
Eles revelaram durante a audição que as letras estavam demorando para sair mas que em poucos dias trabalhando sob pressão, e com cronograma apertado, a caneta decidiu rabiscar e saíram 6 faixas em uma tacada só. Ou seja, não procurem regras para a criação, apenas, façam.
Tem discos que já chegam com os dois pés na porta e esse foi o caso do BK’ com O Líder Em Movimento. Traduzindo o calor do momento, seja nas discussões políticas como sociais, ele carrega o espírito do momento e a cada linha aglutina muitos sentimentos e papos retos. Critica o mercado, o modus operandi da sociedade, as armas, o poder, o racismo, o colonialismo e o conservadorismo.
Cita as lutas do dia-a-dia, prega a união, fala sobre recomeços, sonhos, limpezas, reconstruções, abre espaço para falar com delicadeza sobre temas sérios como a ansiedade e a depressão, e pega na ferida através de uma mensagem direta e bem calibrada…mas também tem espaço para falar de amor e empatia.
As referências também não se resumem ao rap e “Porcentos 2”, por exemplo, tem guitarras do blues, “Amor”, traz samples de funk carioca e jazz. “Universo” é um dos grandes destaques do registro, uma faixa que estimula a quem escuta a continuar seguindo em direção dos seus próprios sonhos, valorizando a sua trajetória, origens e a evolução pessoal. Um bom exercício é ouvir tentando descobrir de onde vem os samples que aparecem ao longo do disco, são vários easter eggs.
Os ingleses do Shame resolveram apresentar sua primeira canção desde o álbum de 2018, Songs Of Praise, através de um videoclipe (no mínimo) bizarro para o single “Alphabet”. A cara deles, não é mesmo?
O show de horror pela audiência que a TV e a internet se tornaram acabam representados na produção audiovisual dirigida por Tegen Williams. Os sonhos surrealistas, claro, se refletem no resultado final.
James Ford assina a produção do single que é punk, tenso, energético e explosivo, que é o que se pode esperar deles mesmo. Fãs de Gang Of Four com certeza vão adorar.
Essa parceria consegue ir do estranho, dark ao dançante em pouco mais de 3 minutos. É encontro de gigantes, com direito a rimas, melancolia, reflexão, cores púrpuras e até mesmo aquela energia mística de “Killing An Arab” transparece. Ficou à altura do encontro.
No dia 17/09 Fernanda Abreu lançará o álbum Slow Dance via Universal Music Brasil, para aquecer a artista revelou a balada “Dance, Dance” que ganhou uma versão repaginada da versão ao vivo apresentada na MTV.
“Me apaixonei por ´Dance Dance´ desde a primeira vez que a ouvi numa fita demo que Rodrigo Maranhão, compositor de mão cheia, me mostrou. Cantei ela ao vivo em 2006, no projeto MTV ao Vivo, mas como o material desse show não ficou disponível nas plataformas digitais, resolvi produzir uma gravação inédita, em estúdio, especialmente para esse projeto com produção do meu parceiro Rodrigo Campello”, revela Fernanda Abreu.
Uma das mais injustiçadas bandas de todos os tempos, e depois celebrada como clássico “cult”, Big Star, ganhou uma versão lindíssima com direito a três vozes femininas da nova geração.
Delicada, intensa e sem perder o lado reflexivo da versão original. Vale lembrar que a canção captura a dolorosa inocência da adolescência de forma ímpar. Alguns artistas que já regravaram a canção: Garbage, Evan Dando (Lemonheads), Beach Slang, Albert Hammond Jr. (The Strokes), Elliott Smith, Wilco e o Yeah Yeah Yeahs.
Após apresentar “Chorei Dendê“, um tecnobrega instigante e cheio dos trocadilhos, JP revela assim, de surpresa, o segundo single de seu próximo disco, “eu quero perder você” que continua falando de amor sob um novo ponto de vista: juntando o frio na barriga e todas as (outras) sensações de um novo relacionamento. Ainda assim, a faixa é bastante tropical, com direito a percussão ritmada, mas sem tirar os dois pés no indie.
“‘eu quero perder você’ é a música mais indie do meu novo trabalho. Fala do estado de espírito da descoberta de um novo amor, com versos especulativos e explosões instrumentais.
Traz uma grande influência do carnaval de BH e de bandas como Holger e El Guincho, misturando uma guitarra marcante de indie pop com ritmos tropicais inspirados no afoxé pra construir um clima divertido e envolvente.”, revela o mineiro
A Cigana, de Limeira (SP), lança seu segundo single inédito produzido à distância. Com novas referências estéticas que vão desde as influências ao processo de produção.
“Dá Para Voltar” flerta com o lo-fi hip hop, a soul music e trazendo efeitos na mixagem e um groove que até então eles não tinham experimentado. Experimental por natureza, é uma faixa para deixar-se levar e funciona bem em uma playlist coladinha de Khruangbin e Men I Trust. Embora como referências mesmo eles citem artistas como Billie Eilish.
O pernambucano Juvenil Silva surpreende pela escolha estética até mesmo um pouco hibilly em “Regalia”. Com direito a poesia, sonhos, bom humor e astutas críticas sociais. Uma ótima descoberta do Release Radar!
Em tempos de muitos feats alguns funcionam como laços como é o caso da parceria de Guilherme Held e Criolo. Faixa forte que fala sobre tempos difíceis, orgulho das origens e empoderamento. O destaque fica pelos ótimos arranjos de metais e percussão.
Do sul da Califórnia mas radicada na Cidade do México, Andrea Franz é uma grata surpresa que chegou por e-mail. Ela que tem planos de lançar seu primeiro álbum via Discos Panoram com produção de Sergio Acosta Russek, guitarrista da banda mexicana Zoé.
Segundo Andrea, a música foi composta ainda na época da faculdade inspirada na própria insegurança de apresentar seus trabalhos em frente da sua classe. Divaga sobre a ansiedade de se expressar na frente dos outros…com medo de ser julgada. Um indie pulsante, leve, bem produzido que traz referências dos anos 60 para compor seu som powerpop e puramente indie. Divertido, vale dar uma chance.
Thalys Guarnieri, Pedro Domicio (Pretty Babies, Baboon Ha, Montanee, Selfdecay), Pedro Gibson (baixo) e Gustavo Azem (bateria) compõe a banda carioca que lança seu primeiro disco contendo 8 faixas.
O disco conta com aquela estética que Josh Homme trouxe para os Arctic Monkeys quando produziu. O registro ainda vai beber de referências dos anos 70, em riffs de algumas faixas, mas também mescla com baladas sentimentais. Apesar da fórmula um pouco batida, agradará quem gostar da alternância entre canções emotivas e dançantes.
O EP do Beastie Boys Aglio E Oglio (1995) – Da fase Hardcore deles
O novo álbum do The Flaming Lips American Head
O novo álbum ao vivo do Best Coast Live At World Cafe
Novo álbum do Mastodon Medium Rarities
Elvis Costello “Hey Clockface”
A Certain Radio “Berlin”
Janelle Monaé “Turntables”
OSEES “If I Had My Way”
Bob Mould “Siberian Butterfly”
Nothing “Say Less”
E A Terra Nunca Me Pareceu Tão Distante “Já Não Ligo Se Der Tudo Errado” (Nuven Remix)
Jonathan Tadeu “Penso e Perco Tempo”
Gostaram do Release Radar?
This post was published on 11 de setembro de 2020 12:50 am
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