O Rap como conhecemos hoje surgiu no fim do século XX entre as comunidades Afro-descendentes nos Estados Unidos. Sendo considerado um dos cinco pilares fundamentais da cultura hip hop, os cantores de rap são conhecidos como rappers ou MCs, os famosos Mestres de Cerimônia.
Sua origem é dos subúrbios onde existia muita mistura entre imigrantes, entre eles jamaicanos entre outras nacionalidades. Eles trouxeram as festas que realizadas originalmente dentro de grandes galpões. Foi através das festas de rua e dos sistemas de som, também de origem jamaicana, que durante os bailes a linguagem foi se desenvolvendo.
Muitos dizem que o Rap já existia na Jamaica desde a década de 60. Esses bailes serviam de fundo para o discurso dos “toasters”, autênticos mestres de cerimônia que comentavam, nas suas intervenções, assuntos como a violência das favelas de Kingston e a situação política da Ilha, sem deixar de falar, é claro, de temas mais polêmicos, como sexo e drogas. A crise econômica fez com que muitos DJ’s e MC’s imigrassem para os EUA.
Rap dentro da etimologia do contexto onde foi concebido significa: “Conversa”. Mas só depois foi associado a música como conhecemos hoje. Um fato interessante do Rap é que ele é estilo musical raro em que o texto é mais importante que a linha melódica ou a parte harmônica.
Curiosidade: Outro ritmo ao qual o rap é tributário é o toast, que consiste em versar sobre uma versão instrumental ou de uma versão dub de alguma canção reggae, sempre no ritmo da batida.
As primeiras gravações são datadas dos anos 70 de artistas como Last Poets e Gil Scott Heron. No Brasil primeira música de rap a surgir no Brasil foi “Kátia Flávia”, em 1987, de autoria de Fausto Fawcett e Laufer.
Os MCs utilizam, como base, batidas de outras músicas habilmente extraídas pelos DJs, ou bases montadas eletronicamente, ou, ainda, instrumentos tocados por músicos.
Um recurso muito presente no rap são os samples (“amostras”), que são pequenas “pedaços” de outras músicas, covers (pré-gravadas), e inseridas digitalmente numa “nova” música. Os samples tanto podem ser da parte instrumental de uma música como podem ser de vocais.
Freestyle: Termo que se refere ao forma improvisada.
Flow: é uma terminologia para designar a maneira como o rapper “encaixa” as palavras e frases no instrumental (beat).
beatbox (“caixa de batida”): refere-se à percussão vocal do hip-hop.
Gangsta Rap: Se tornou conhecido através do N.W.A, formado pelo finado Eazy-E, por Dr. Dre, Ice Cube, MC Ren e DJ Yella, eles falavam sobre a brutalidade da polícia, sobre os problemas que afetam as comunidades, as rixas que acontecem no gueto e sobre o tráfico, que é o comércio mais ativo na maioria das periferias. Por ter suas letras baseadas em membros de gangues o estilo foi denominado desta forma.
Afrika Bambaataa, é conhecido como o criador do movimento, estabeleceu quatro pilares essenciais na cultura hip hop: o rap, o DJing, breakdance e o graffiti. Outros elementos incluem a moda hip hop e as gírias. Surgida no Bronx, a cultura foi espalhada pelo mundo e se tornou um estilo de vida.
Hip: Significa que está acontecendo no momento.
Hop: Refere-se ao movimento de dança.
Lovebug Starski, DJ do Bronx, foi o primeiro a adotar o termo para se referir a cultura.
O Hip Hop é dividido em eras em que vale a pena se aprofundar para saber mais detalhes. Vamos deixar aqui as nomenclaturas.
Raízes do hip hop
Old school hip hop
New school hip hop
Era do ouro do hip hop
Foi nos anos 80 em que São Paulo se tornou o “berço do hip hop brasileiro” foram dos encontros na rua 24 de Maio e no Metrô São Bento, de onde saíram diversos artistas entre eles: Thaíde, DJ Hum, Racionais MC’s, Rappin Hood.
Associado as favelas e periferias o estilo sofreu muito preconceito. Em um país conservador ele foi até mesmo associado à criminalidade.
O primeiro álbum exclusivo de rap brasileiro que se tem notícia é o Hip-Hop Cultura de Rua (1988, via gravadora Eldorado) e produzido por Nasi e André Jung (integrantes do grupo de rock Ira!). Nele estiveram presentes Thaíde e DJ Hum, MC Jack e Código 13.
No mesmo ano foi lançada outra coletânea Consciência Black, Vol. I, esta reuniu oito faixas, dentre elas “Tempos Difíceis” e “Racistas Otários” dos Racionais MC’s. Aliás foram diversas coletâneas entre 90 e 00 que ajudaram com que o estilo se desenvolvesse e apresentasse novos nomes para um grande público.
Presente na maioria dos estados brasileiros, o rap ganha notoriedade e destaque a cada nova geração sendo cirúrgico em seu discurso.
Os que abordam temática mais relacionada com a periferia e o modo de vida, o sistema, a polícia, entre eles estão Racionais MC’s, MV Bill e GOG.
Facção Central faz parte de uma vertente mais contundente, também chamada de gangsta rap. Outras bandas do mesmo estilo são Consciência Humana, Sistema Negro, Face da Morte, A286, Realidade Cruel e Cirurgia Moral.
Talvez o maior erro no Rap atual seja colocarmos artistas em caixinhas por sub-gêneros; visto que o hibridismo de estilos está cada vez mais presente. Essa capacidade de se adaptar que ajuda também na sua popularidade. Seja ele mais combativo, romântico, misturando com reggae, MPB, regionalismos entre outros fatores.
O Trap também vive um momento de popularidade. A vertente utiliza de versos e rimas em diferentes métricas além de beats e samples agressivos além do uso frequente de autotune, em suas letras destaca-se as referências a entorpecentes, sexo e dinheiro. Uma outra vertente existente e bastante criticada na internet é o rap acústico.
Desde 2008, no dia 06/08, é comemorado o Dia do Rap Nacional e para homenagear dentro do “Mês do Rap” elaboramos uma playlist com até agora quase 200 artistas de diversas épocas, regiões e estilos do país.
A playlist conta com sons dos artistas: RZO, Racionais MC’s, Bivolt, Cesrv, Rashid, Black Alien, Kunumí MC, Jhony MC, Planet Hemp, Marcello Gugu, Pirâmide Perdida, Quebrada Queer, Wil Diamond, Recayd Mob.
Eloy Polêmico, Delatorvi, Sant, RT MALLONE, Nego E., Thiago Elniño, Rimas e Melodias, Tatiana, ABRONCA, Katú Mirim, Inquérito, Viela 17, Don Pixote, Oriente, Emicida, Alt Niss, Slam das Minas, Melanina Mcs, SNJ, Thi Ortiz, Bianca Hoffman, Edi Rock, Síntese, Lua, Nathy MC, NaBrisa, Isaa Paz.
Janine Mathias, Kmila CDD, Souto MC, Dory de Oliveira, Laysa, Kell Smith, Bia Doxum, Black Queen, Dryca Rizzo. Mac Júlia, Cristal, Kyan, FBC, RAPadura, Diomedes Chinaski, Jup do Bairro, Rica Silveira, Rico Dalasam, Orochi.
Rincon Sapiência, Dani Nega, Adonai, Yung Buda, Febem, Akira Presidente, Nego Gallo, Coruja BC1, Amiri, Karol de Souza, Sinta a Liga Crew, Rodrigo Zin, Matéria Prima, Nectar Gang, Joca, Nego Joca, Filipe Ret, Rappin Hood, Zudzilla.
Marcelo D2, MV BILL, Negra Li, Dexter, DJ HUM, Athalyba e a Firma, Ndee Naldinho, Thaide, Drik Barbosa, Rael, Clara Lima, Flora Matos, Lurdez da Luz, Baco Exu do Blues, Sidoka, Bnegão, Rodrigo Ogi, Edgar, Max B.O., Victor Xamã.
Mc Igu, Dfideliz, Leal, Pineapple Stormtv, L7nnon, Yunk Vino, Fabio Brazza, Meno Tody, Kant, Cone Crew Diretoria, niLL, Sabotage, Djonga, Marcão Baixada.
Rap Plus Size, Brisa Flow, Tasha & Tracie Okereke, Mona Brutal, Rosa Luz, Tássia Reis, Karol Conká, Ebony, Cynthia Luz, Linn da Quebrada, Mariana Mello, Mc Soffia, Preta Rara, SVI, Yannick Hara, Froid, Flávio Renegado.
Slim Rimografia, Gabriel O Pensador, Gabz, Hot e Oreia, GOG, Hungria hip hop, KL JAY, Xis, Yzalú, Borges, Cazasuja, Costa Gold, Matuê, Raffa Moreira, 509-E, Gloria Groove, Milkee, Diretriz, Blanco Alib, Beradêro.
Nic Dias, Somos Nós A Justiça, DMN, Sistah Chilli, Projota, Instituto, LK O Marroquino, BK, Jé Santiago, YTO Oliveira, sodán.., Delacruz, Haikaiss, De Leve, Don L, Kamau, Mc Marechal, Criolo, Dalsin, Sombra, Preto Kedé, Doncesão.
Joe Sujeira, Thiago Ticana, Vaine, Udischool, onec, Face da Morte, Doctor MC’s, Detentos do Rap, Câmbio Negro, Consciência Humana, Sistema Negro, A286, Realidade Cruel, Cirurgia Moral, Miroez, Madyer Fraga, Negra Jaque, Neco MC, Lessa Gustavo, Duvô, nabru, Yes Werneck, Budah, Hiran, Vinicius Terra, Uterço, Jamés Ventura, Avante O Coletivo.
This post was published on 18 de agosto de 2020 2:00 am
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Faltou Resistência lado leste, trilha sonora do gueto, primeiro ato & Magoo Jigsaw .
Xamãããã!
Creio que, infelizmente, a maioria dos MC's de funk não tem a noção exata das origens da música e de como ela se moldou até chegar no que é hoje o chamado "funk" no Brasil, derivado do Miami Bass, mas é muito claro que este estilo somente é também um sub gênero do Hip Hop, assim acredito que deveria estar indicado aqui. Há bem pouco tempo no Rio de janeiro era comum as letras de funk carregarem o nome RAP em seus os títulos, exemplo, Rap das armas do Cidinho & Doca, e nos próprios concursos dos bailes funk a procura de novos MC's no RJ os produtores perguntavam quem fazia Rap e não Funk. A nível mundial existe até um site, que não me lembro agora, que categoriza o "Funk Brasil" como um sub-gênero do Hip Hop.
Faltou o Timm Arif nesta lista. Ele é muito bom e talentoso.
Faltou essa daqui: https://www.youtube.com/watch?v=MzTERVZodFU
Salve faltou Comanche (rapper) na lista