Indie Neon BR: YMA, Gab Ferreira, Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, Bruna Vilela, Pablo Vermell e mais

 Indie Neon BR: YMA, Gab Ferreira, Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, Bruna Vilela, Pablo Vermell e mais

Bruna Vilela lançou o single “Rima de Glote” e entrou em nossa playlist. – Capa Por: Thaylane Cristina – Foto Por: Téo Velloso

A Indie Neon BR traz conteúdos em micro-resenhas do que de melhor tem acontecido no Indie Nacional. Singles, discos e novidades com o radar antenado do Hits Perdidos ganham o palco em um post informativo que acompanha sempre uma playlist!

Sobre a Indie Neon BR

A Indie Neon BR visa apresentar novidades de artistas contemporâneos aliados à identidade do Hits Perdidos com foco em artistas que usem artifícios como sintetizadores, experimentem texturas oníricas e flutuem entre gêneros correlatos ao Indie Rock e seus afluentes. Por aqui você encontrará sons alternativos fora do convencional empurrado goela abaixo todos os dias, nosso Lado B reunirá micro-resenhas, listas e playlists alimentadas aos poucos.

Do synthpop ao lo-fi de quarto, passando por dream pop tropical, post-punk revival e beats cheios de vapor estético — aqui é o lugar do underground.

Uma editoria dedicada ao indie brasileiro com sintetizador, identidade e com o espírito DIY (faça você mesmo). Pra quem faz som em casa, na garagem ou com estética além do lado esquerdo do dial — e quer ser descoberto por quem escuta além do algoritmo.


Indie Neon BR - Bruna Vilela Rima de Glote - Capa por Thaylane Cristina. Foto por Téo Velloso
Bruna Vilela lançou o single “Rima de Glote” e entrou em nossa playlist. – Capa Por: Thaylane Cristina – Foto Por: Téo Velloso

Indie Neon BR #2

Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo “Embaraço Total”

Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo em 2023 lançou seu segundo álbum, Música de Esquecimento (saiba mais), e nos últimos dias disponibilizou o videoclipe para “Embaraço Total”. Nostálgico, nele a diretora Luiza Aron recriou cenas da infância dos integrantes. Para isso uma série de atores mirins (Martin Lopes, Teresa Ancona Pluciennik, Raul Ancona Pluciennik Nuno Ficher Trench Bastos) foi convocada para interpretar cada um dos integrantes.



Bruna Vilela “Rima de Glote”

Conhecida por seu trabalho com as bandas Miêta e Ginge, Bruna Vilela estreou sua carreira solo em ótimo estilo com o single “Rima de Glote”, misturando rock alternativo, shoegaze, experimental, math-rock, música brasileira e jazz fusion. No campo de referências sonoras o leque citado pela artista é bastante abrangente, entre eles estão Diiv, Jeff Buckley, Yussef Dayes, King Krule, Maria Beraldo e Metá Metá.

Já na parte da composição a poesia de Sylvia Plath e o texto político de Audre Lorde inspiram a faixa. Ela mesmo diz que a letra dialoga com temas centrais à identidade – tratando de forma direta do exercício de autoexpressão e das complexidades da comunicação artística, pessoal e política.

“A “Rima glótica” ou “rima da glote”, tecnicamente, é estrutura anatômica localizada entre as cordas vocais e vira metáfora daquilo que quer se dizer, mas ainda não saiu por inteiro.”, conta a artista em material enviado à imprensa

Na canção, a mineira tem a companhia de outros músicos: saxofone de Guilherme Pelucci ‘Big’ (Dibigode, Adhoc Orquestra), na bateria, Bê Moura (Cayena, Arthur Melo, Pata) e ao baixo de Fernando Bones (Disciplina, Clara Bicho, Fábio de Carvalho), que também assina a mixagem e masterização. Além de Marcela Lopes (Miêta, Ginge,
Duramadre) nos vocais.

A experimentação e atmosfera criada em suas ondas sonoras são capazes de envolver o ouvinte e com certeza agradarão fãs dos conterrâneos Mineiros da Lua. Sua segunda parte, com o adendo do saxofone, muda a direção da canção que cresce progressivamente em meio aos conflitos e exercício proposto em sua parte lírica.



Crime Caqui “Feito pra Durar (Acústica)”

Com a intenção de anunciar o hiato do projeto após 8 anos de atividades ininterruptas, as sorocabanas da Crime Caqui disponibilizaram um clipe para a versão acústica de “Feito pra Durar”, faixa mais tocada do quarteto nas plataformas digitais. Elas lembram algumas referências do momento da composição: “O single remete ao psicodélico brazuca dos anos 70, mas também às baladas indie folk de Haley Heynderickx, enaltecendo a delicadeza e a profundidade da composição.”

O vídeo feito por Fernanda Fontolan conta com imagens de momentos de diversão das integrantes, entre gravações, encontros, turnês e apresentações.

Confira o comunicado de despedida abaixo:

“Brigada amigas, por tanto. Amo o que construímos. Amo vocês 🤍

Crime Caqui foi um sonho vivido por 4 mulheres que construíram juntas uma empresa complexa e cheia de conquistas, foi onde, através da música, transformaram suas vivências em uma arte apaixonada.

Em 2017 a Mayara convidou a Fernanda pra fazer um som despretensioso, logo mais Yolanda e Kelly entraram e criamos a banda. A gente queria um espaço seguro entre mulheres pra criar e se apoiar. Por um tempo, só tocávamos Warpaint, mas logo as primeiras músicas autorais foram tomando conta do setlist, as trevosinhas “Chatty Kathy” e “Naufragar”.

A banda teve um nome provisório, La Gurls. Mas logo Crime Caqui surgiu após um exercício dadaísta – a junção de palavras que cada integrante escreveu em papéis. A 1ª combinação foi Quartzo Aranha e a última Crime Caqui.

Kelly decidiu se dedicar a outros projetos, e em 2020 a Larissa entrou na banda. Felizmente nossas formações profissionais resultaram numa banda com duas videomakers, uma designer e uma escritora.

Foi com nossa amiga Jess Lusia que fizemos uma campanha de catarse bem-sucedida pra financiar nosso primeiro álbum. Atenta foi lançado em 2022 e a banda cresceu notoriamente na cena nacional independente. Trabalhamos com pessoas que desde antes já admirávamos: Desireé Marantes, Mônica Agena, Navalha Carrera, Alejandra Luciani, Flora Miguel, Carlos Freitas e tivemos parcerias que vieram forte pra manter o sonho vivo, usando das suas habilidades pra somar: Flávia Fontolan, Renata Pegorer, Felipe Wagner.

É muito gostoso sonhar junto 🤍

A nossa incrível produtora Rosa Paiva entrou em 2022/23 pra administrar e gerenciar nossa carreira, impulsionando e captando recursos, e nos apoiando emocionalmente rs

É bonito ver toda a trajetória e como ela se formou, abrimos o caminho com facão e encontramos uma cena pulsante e viva, com pessoas apaixonadas pela música, na forma de criar espaços culturais, de fazer acontecer, de prestigiar e de apoiar.

Agradecemos imensamente por tanto carinho envolvido e por acreditarem em nós 🤍

A vida aconteceu e a banda decidiu entrar em hiato por tempo indeterminado (mas as músicas não, sempre estarão disponíveis) 💝”



YMA “2001”

Prestes a disponibilizar seu segundo álbum de estúdio via Matraca Records/YB Music, Sentimental Palace, YMA lançou o single “2001” com referências de artistas de art-rock como David Bowie, Kate Bush e Rita Lee. Segundo Yasmin, a canção “nasceu a partir de títulos de filmes extraídos do catálogo de uma plataforma de streaming, com inspiração na poesia dadaísta, resultando em uma narrativa imagética, fragmentada e aberta a múltiplas interpretações”.

Os novos ares e reposicionamento estético em relação ao álbum anterior são visíveis. A primeira mostra após o lançamento do EP Zelena (2023), gravado em parceria com a baiana Jadsa, para quem acompanha, ressoa como uma evolução natural de uma artista que parece querer cada vez mais diminuir as fronteiras do seu som. Um indie pop com mais paletas e refinamento estético, mas sem perder a característica cinematográfica, cintilante e multicolor do projeto.

Gab Ferreira “Law of Nature”

Após lançar os singles “Carrossel” e “Ponta da Língua”, a catarinense Gab Ferreira retorna a disponibilizar canções em inglês com “Law of Nature”. Com data de lançamento marcada para o dia 10/10, pela Balaclava Records, no Brasil, e pela DVLPMNT, no exterior, segundo a artista a música “fala sobre aceitar os movimentos da vida, mesmo os mais intensos, como parte natural da nossa trajetória. É uma reflexão sobre como crescemos nos nossos próprios ciclos.”

Sobre o que esperar sonoramente do novo material, o dark pop parece ter saído de cena, dando lugar a uma gama de estilos que vai do trip hop, passando pelo dream pop, psicodelia e a música brasileira contemporânea.

Muito mais acessível que os registros anteriores, a faixa é easy-listening por natureza, mas sem perder a característica experimental das suas frequências sonoras, entre beats, colagens e dissonâncias pop.

Supervão “Tudo Certo para Dar Errado (Ao Vivo)”

Após lançar seu novo álbum no ano passado, os gaúchos da Supervão disponibilizaram o primeiro single do EP AVGN. O material reunirá ao todo, quatro versões ao vivo de músicas presentes no álbum Amores e Vícios da Geração Nostalgia (2024) (leia mais) gravadas nos túneis subterrâneos de Porto Alegre e chegará nas plataformas no dia 05/09.

“Tudo Certo para Dar Errado (Ao Vivo)” marca também o primeiro registro com a entrada de Rafaela Both (bateria) e Olímpio Machado (baixo e vocais). Além de reoxigenar o catálogo, disponibilizar materiais desta forma também são uma ótima forma de apresentar o trabalho para contratantes e chegar mais próximo de como é uma apresentação do grupo.

Paira EP02

Pouco mais de um ano atrás o duo mineiro Paira lançava sua bem recepcionada estreia pelo selo Balaclava Records – e por aqui falamos em primeira mão (leia mais). Misturando ritmos como UK Garage, experimental, Drum & Bass, Indie Rock ainda mais lo-fi e emo, entre guitarras e breakbeats, a continuação foi gravada logo em seguida em meio ao ritmo de turnê.

Entre as principais influências do novo material, segundo Clara Borges e André Pádua estão nomes como Alex G, Porches e do produtor de funk Rensgo (DF). Além de uma ampla base de referências de uma vida toda contemplada por artistas como Cap’n Jazz, Number Girl, Grouper, American Football, Goldie, Squarepusher, Charlie Brown Jr. e Clube da Esquina.

“Esse EP foi quase todo composto no segundo semestre de 2024, em meio a uma barragem de viagens para fazer e assistir shows juntos com a Balaclava, sem contar que estávamos os dois vivendo relacionamentos a distância nesse período”, diz André Pádua

“Começamos a morar juntos pra tocar a Paira pra frente, mas quase não paramos em casa nesse tempo. Acho que o EP02 vem um pouco desse caos repleto de vivências novas e empolgantes”, complementa Clara Borges.

Com 16 minutos de duração, o mix de faixas mais explosivas e mais contemplativas leva o ouvinte a ter uma experiência energizante em seu instrumental. Já as letras têm seus próprios sinais nas entrelinhas e amplificam os conflitos internos entre saudade e esperança. Tudo isso construído de forma não-linear, que pode, desta forma, gerar identificação por quem esteja vivenciando momentos recheados por questionamentos e incertezas. As melodias servindo como uma espécie de cama para anestesiar os sentimentos.

O lançamento do EP02 veio acompanhado com um videoclipe para “Pra Sonhar”, single até então inédito dirigido por Lucas Campos. “Acredito que esta seja a música da discografia da Paira com a letra mais positiva. Fala de nascimento e expansão, do novo. Tentamos retratar isso no clipe buscando as imagens distorcidas da câmera 360 e dos anjinhos como sinais de coisas boas por vir”, complementa Lucas, que gravou o videoclipe utilizando câmera 360 no Parque Ecológico da Pampulha.



Apeles Cru

Não tem tanto tempo assim que Apeles lançou um disco. ESTASIS (leia mais) é de 2024. Isso sem contar as 60 demos de 2015 a 2022 que disponibilizou em março. Todos os lançamentos saíram pelo selo paulistano Balaclava Records. Gravado no lendário White Noise, recentemente assumido pelo produtor Leonardo Marques, em Los Angeles, o disco foi gravado em abril em uma única tarde. O registro, contém, em sua maioria, músicas já gravadas anteriormente, que agora ganham uma nova roupagem, mas também conta com a inédita “Cru (I Rise in Pieces)”.

A origem do nome Cru veio justamente ao se deparar com tantos equipamentos analógicos clássicos e toda a espontaneidade de gravar tudo em uma tacada sem lapidar tanto. O projeto é acompanhado por um filme em Super 8, captado no mesmo estúdio em apenas uma hora, com direção do premiado cineasta Daniel Barosa, traduzindo em imagem a intensidade e urgência do registro.

Cru é o retrato mais despido que eu poderia imaginar para a minha carreira como Apeles. Desde 2015, tenho gravado músicas fora das minhas bandas, e sempre foi um processo muito vasto de produção musical, camadas, instrumentação e poesia. Quis trazer um registro que refletisse a essência de como as músicas foram feitas, e essa oportunidade de gravar tudo em uma tarde em Los Angeles com o Leonardo Marques foi perfeita. Fiquei muito feliz com o resultado, que traz a intimidade e a fragilidade das canções em sua forma mais pura.”, Eduardo Praça



“Hoje, ao olhar este vídeo, sou transportado ao passado, mas não parece um passado de quatro ou cinco meses atrás, e sim um lugar distante, quase como um sonho. Ter feito esse disco num relâmpago e totalmente fora do modus operandi do meu último álbum fez tudo parecer como se não tivesse existido, como se tivéssemos sonhado. Sou muito grato aos amigos talentosos que estiveram comigo nesse dia, registrando algo que tenho certeza ficará para sempre na minha história como cantor e autor independente”, pontua o músico.

Pablo Vermell Futuro Presente

Natural de Santos (SP), Pablo Vermell apresentou seu álbum de estreia, Futuro Presente, contendo 8 faixas e singelos pouco mais de 19 minutos de duração. Entre as referências o leque é bastante abrangente, indo do rock latino passando pelo soft rock dos anos 70, o pop dos 80, a neo-psicodelia, o britpop dos 90, e ele mesmo revela que é uma forma de amplificar tudo que consome ao seu entorno. Até mesmo Eagles entra nesse caldeirão.

O registro também conta com participações especiais da cantora amazonense Corama, a banda estadunidense Valiant Blues, e violões de Lucas Gonçalves (Maglore). O álbum foi produzido por Daniel Cataldi e contou com a participação dos músicos Kazuaky Nakama (guitarra), Guilherme Pacito (baixo) e Alexandre Fritzen (teclados).

“O álbum fala dessa sensação de estar entre lembranças e expectativas, uma nostalgia do presente, onde o agora parece já ter passado, mas o futuro ainda não chegou. Essa dualidade — entre o que foi e o que será — é uma marca da nossa geração”, frisa o músico

E realmente a calmaria e o experimento sonoro por frequências mais baixas, e até mesmo dias nublados, ganham terreno ao longo da obra. Esse sentimento de nostalgia e pés no chão deixam a audição leve. Teríamos talvez o primeiro artista brasileiro no indie assumidamente Dad’s Rock? Brincadeiras à parte, a leveza das linhas de guitarra e percussões criam ambiências para quem quer se desligar um pouco da correria do dia a dia.

Fenix e As Cinzas “Negativo”

Conhecido por seu trabalho na banda Infraaudio, de Jacareí (SP), Felipe Fênix desde 2020 tem se dedicado ao projeto Fenix e As Cinzas tendo como principais referências bandas como Sonic Youth, A Place To Bury Strangers, Violeta de Outono e The Cure. Além de experimentações que passeiam por territórios como post-punk e noise rock.

“Negativo” foi gravado e mixado por Diego Xavier no estúdio Wasabi em São José dos Campos (SP) e masterizado por Helena Duarte no estúdio Mestre Felino em Mogi das Cruzes (SP).

Segundo o músico em sua estrutura “Negativo” traz grande influência das músicas do guitarrista Thurston Moore (Sonic Youth), referência de longa data. “Em momentos parece que estamos escutando alguma música perdida do álbum Murray Street do Sonic Youth e em outras algum lado B da carreira solo de Thurston.”, revela

Já na parte da composição Fênix comenta que o lançamento aborda que podemos estar com energias negativas em torno da gente e que devemos afastá-las o mais rápido possível, mesmo sendo difícil e pesado.

Playlist: Indie Neon BR

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