Voltamos! Depois de 3 anos o Hits Perdidos volta a fazer lista com os 20 melhores videoclipes do ano (2023)
Como vocês sabem todos os meses os listões de videoclipes acabam refletindo nas escolhas dos Favoritos do Hits Perdidos. Cada uma ao seu estilo, alguns com muito recurso, outros com pouco, alguns optam pela animação, outros por um roteiro criativo, alguns usam da metalinguagem, outros dramatizam mas no geral um videoclipe celebra o encontro das artes. O cinema, o teatro, a animação e a música. É bem verdade que já faz algum tempo que não fazemos listas anuais de videoclipes mas três anos depois voltamos logo com duas.
Teremos uma com Os 10 melhores videoclipes em animação (2023). Mas antes, damos o pontapé inicial com lista com os 20 Melhores Videoclipes (2023). Confira!
É raro mas acontece! Em um curto período de tempo Rubel abocanhou sua segunda pole position nas listas de melhores clipes do Hits Perdidos e com grandes méritos (agora com a eleição de melhor do ano é a terceira!). Não bastasse a produção, o vídeo ainda conta com um roteiro instigante e excelentes frames de fotografia.
O vídeo ainda reúne os artistas do feat, cada um com seu momento de protagonismo, e Rubel parece se divertir sendo meio que um crooner da epopeia da “Putaria”. A cena em que imitam a pintura, é a grande cereja do bolo. Já virou clássico esse clipe.
“Putaria é o clipe mais divertido, louco, caro, intenso e safado que eu já fiz. Eu queria fazer uma música para as pessoas dançarem, para as pessoas treparem, para as pessoas serem felizes.”, revela Rubel
O vídeo tem direção geral de Belle de Melo, foi produzido pela Iconoclast, tem produção executiva de Francesco Civita, Pity Lieutaud, Henrique Danieletto, Alonso Sperb e Ana Monte, pesquisa criativa de Guilherme Dellavalle e Nathalia Schultz, coordenação de produção de André Bauer e Marina Blum e Fabio Politi (Pops) – a lista da equipe é extensa e vale a pena conferir todos os créditos.
O clipe que mais chamou a nossa atenção neste mês de agosto foi o da paulistana Nina Maia. A produção pra “SUA” revela o lado experimental do projeto e narra a superação de ausências or meio da arte da performance representada tanto pela própria artista como pela bailarina Ana Beatriz Nunes que contracena com ela.
“O clipe é uma extensão da história que estamos contando. É mais um elemento, junto à letra, canção e produção que ilustra esse lançamento. A diretora, Gabriela Boeri, é uma grande amiga minha, além de ser uma artista muito especial. Quando eu escolhi essa música, a ideia de um clipe dirigido por ela pareceu perfeita.
Nas trocas iniciais, decidimos que eu não estaria sozinha no clipe, porque gostaríamos de trazer à música alguma pluralidade. Veio a ideia de ter duas pessoas em cena, retratando a mesma narrativa. Gabi trouxe referências da dança, principalmente do coreógrafo francês Benjamin Millepied, nosso ponto de partida. Então, chamamos a Ana Beatriz Nunes, bailarina do Balé da Cidade.”, conta Nina
“[Houve colaboração] tanto entre eu e a Nina, como com os outros artistas que integraram a equipe. Essa troca horizontal aconteceu do começo ao fim, e eu acredito que essa música só poderia ser acompanhada por imagens produzidas dessa forma. A dor presente na letra é individual e coletiva – e essa dimensão deu abertura para que cada um pudesse colocar um pouco de si. Depois da história que se passa nesse apartamento vazio, encontramos esperança na melodia final. A ideia do clipe foi representar isso através da dança. Esse espelhamento entre Nina e Bia foi importante para construir a ideia de que existem algumas versões de nós mesmas: uma canta para a outra dançar e outra se ergue para que seu espelho possa se expressar. O encontro multidisciplinar entre música, dança e cinema se apresenta no entrelaçamento dessas imagens.”, revela a diretora sobre o processo
Distópico e antenado com os seus tempos, o clipe para “Macho-Rey, do gaúcho Ian Ramil, tem direito a participação da jornalista Eliane Brum acaba com churrasco bolsonarista, com personagens pitorescos e narrativas que lembram um misto de filmes de terror psicológico, misturado com surrealismo e críticas sociais dignas do cinema coreano. O que você vai entender assistindo.
A composição é bem humorada e brinca com a personalidade “alfa”, divertindo o espectador com certa facilidade justamente por ver como o comportamento beira o ridículo. Em tempos de embates acalourados, nada como o humor para contornar grandes discussões.
A produção audiovisual foi dirigida pelo cineasta Davi Pretto (Castanha [2014], Rifle [2016]).
“É o primeiro grande videoclipe de uma música minha. Quando escrevi o roteiro com o Diones nunca imaginei que faríamos algo tão bonito assim. A Eliane ter adorado a música e topado atuar no clipe me dá muita alegria.”, diz Ian.
Se temos uma garantia é que o Criolo quando opta por gravar um videoclipe sobre o sarrafo e a qualidade das produções é sempre acima da média. “Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais” é mais um destas que sobre nesta prateleira. A produção audiovisual é um projeto em parceria com a Soma+, projeto educacional da AKQA São Paulo que ajuda a expandir o conhecimento profissional de jovens talentos negros e indígenas, moradores de periferias do Brasil que desejam acessar o mercado publicitário.
O vídeo integra a campanha “Árvore da Riqueza” e surgiu da própria fábula de mesmo nome. A árvore da riqueza está ao alcance de todos por meio do webapp, em que seus frutos se conectam com outras árvores plantadas por projetos/negócios espalhados pelo Brasil contam os idealizadores. No roteiro clipe traz várias crianças pretas, que ao descobrirem o poder da irmandade, se juntam para semear e cultivar a Árvore da Riqueza que cresce e dá frutos para toda a comunidade.
O clipe foi produzido pela Landia e a equipe do curta foi composta por pessoas de diversos lugares do Brasil (Bahia, Amazonas, Rio de Janeiro, São Paulo, entre outros).
“Eu gosto da ideia das crianças conseguirem se identificar. Ali a gente passa uma lição, contamos de uma forma ilustrativa o que já vem acontecendo com nossas árvores da prosperidade sendo podadas, seja na violência policial, na violência política do Estado. É um filme onde as crianças conseguem entender uma moral. É a união que faz a força e que juntos vamos conseguir defender o que é nosso”, diz a diretora Hanna Batista.
“O DanDan sempre faz essa reflexão: como é que você luta para ser aceito num mundo que sempre vai te rejeitar? É sem fim essa guerra. Por isso que falo: Eu vou ganhar dinheiro, mãe, porque é só assim que eles respeitam a gente. Mas pensar assim não é vitória do sistema? Mas eu vim do bairro que depende do Bom Prato, irmão. E os que nem o Bom Prato tem? Então, todo dia é vitória do sistema. A diferença é que, para vocês, nós temos que ficar só onde nós ficamos. E aí, conversa com a ‘Pretos Ganhando Dinheiro Incomoda Demais’. Eu poderia dar outro nome para a canção, mas eu faço questão do título ser o bagulho central, para quando estiver numa rádio, na televisão, a pessoa falar o nome da música. Então, mesmo sem ouvir, o nome da música já abre o debate”, complementa Criolo.
“Todos os dias, a publicidade tem a oportunidade de ditar comportamentos e influenciar a cultura coletiva de milhões de pessoas. Os clientes buscam a ajuda das agências para satisfazer os consumidores que hoje exigem das marcas responsabilidade social e ambiental. Mas essa ajuda só será efetiva se os times das agências espelharem a sociedade em que as marcas estão inseridas.
O Soma+ nasceu com esse objetivo e em três anos já capacitou mais de 1100 jovens negros e povos originários periféricos. Queremos convidar mais agências e marcas a participarem dessa iniciativa e abrirem vagas afirmativas para incluírem esses novos talentos no mercado de trabalho. Só juntos promovemos mudanças estruturais com impactos capazes de transformar não só o negócio, mas também a sociedade”, fala Paula Santana, Líder de Impacto da AKQA.
“Quando eu falo da gente como povo preto, eu tento construir um imaginário que possamos nos ver no surreal, em um espaço de fantasia, lúdico, onde a gente possa ter histórias que envolvam prosperidade, que envolvam a união da gente como povo preto. E desde que o roteiro chegou, só abriu espaço para que toda a criação evoluir para esse lugar”, completa a diretora.
Co-dirigido por Marcelo D2 e Luiza Machado, “IBORU, é um curta-metragem que apresenta uma narrativa audiovisual do novo samba tradicional do músico carioca, através de um encontro fictício entre Pixinguinha, Clementina de Jesus e João da Baiana cem anos atrás. A produção foi realizada pela PUPILA DILATADA – produtora do casal – em conjunto com a Elemess.
O roteiro: Em uma conversa imaginada por D2, Clementina de Jesus, João da Baiana e Pixinguinha estão na cozinha de Clementina falando sobre o samba e seus caminhos. Pixinguinha, que ganha vida pelo ator Lucas Prado, é sonhador e quer levar o samba a novos lugares. Enquanto Clementina, interpretada por Pamela Aguiar, e João da Baiana, representado por Fernando Rubro, são mais céticos e desconfiam se é de fato possível que o samba atinja novos patamares. Os diálogos acontecem durante a feitura do almoço e são intercalados com cenas de muita arte e celebração da cultura popular brasileira.
O filme integra o multiverso criativo do artista, que reúne samba, rap, cinema, artes plásticas, dança, ancestralidade e fé.
Para encerrar o projeto audiovisual ICARUS, que teve capa premiada em Cannes, BK’ lançou em Outubro o videoclipe para “Músicas de amor nunca mais” em que retrata o processo de superação de um amor. A música, inclusive, conta com feat com Luccas Carlos e Nansy Silvvz.
O clipe se passa numa realidade paralela da música “Planos” – que conta uma história de amor -, retratando um amor que acabou. Se a letra fala da superação e do esquecimento, as imagens mostram diversos momentos do casal, em tom melancólico, e o doloroso processo do fim. O material foi gravado em película 16mm e tem roteiro e direção assinados por Rafael Carmo, direção de fotografia de Fabio Politi e edição de Mah Ferraz, que já trabalhou com Rosalía e Travis Scott.
Um dos clipes mais belos do mês de março é definitivamente o de Julia Mestre para o single “Deusa Inebriante”. O material anuncia a nova fase da artista que também compõe a Bala Desejo e estará presente em seu segundo disco solo, ARREPIADA, previsto para este ano.
Com direção de Amine Chalita, que também dirige o vídeo para “Meu Paraíso” da artista com Lux & Tróia, a estética p/b, a fotografia, a cenografia e a coreografia se destacam. A estética explorada pela produção audiovisual é a do cinema dos anos 1920 e tem como protagonistas da trama Gabriela Cerqueda e a própria Julia em cenas envolventes.
“Sinto que ao mostrar esse meu lado, posso me aproximar do público com o que quero mostrar/anunciar da minha nova fase na carreira solo. Escolhi ‘Deusa Inebriante’ para apresentar o novo álbum porque a faixa mostra uma nova camada”, diz a artista.
Para dar continuidade a divulgação do seu novo álbum, As Palavras, Vol.1 & 2 (Dorileo, Coala Records), Rubel aproveitou o mês de abril para disponibilizar o videoclipe para “Toda Beleza”, faixa que tem a participação do Bala Desejo. O vídeo que tem produção da Zohar e direção de cena dos TOMAT (dupla formada pelos premiados diretores Tomas Salles e Mateus Araújo). O roteiro, fotografia, sensibilidade e reflexões que a obra induzem o espectador levam o vídeo ao nosso primeiro lugar.
“Toda Beleza é o primeiro clipe do disco “As Palavras”. É um clipe mais cinematográfico, e o primeiro em que eu de fato apareço cantando. Acho que é um passo importante na direção que eu quero tomar daqui pra frente, de uma estética ao mesmo tempo mais pop e mais cinematográfica”, diz Rubel.
O roteiro mostra a história de um vigia solitário que é responsável por um museu em obras e assim como o filme “Uma Noite no Museu”, a magia acontece quando dentro da narrativa há duas estátuas com propostas estéticas diferentes que, logo no início da cena, criam vida e saem percorrendo o museu.
O papel do vigia é interpretado por Rubel que saem perseguindo o som das estátuas. “Em meio ao museu em reformas, ao perceber sons e luzes naquele ambiente caótico, o vigia percorre corredores e chega à sala principal do imenso museu onde as duas estátuas se encontram”, comenta o músico
“A estátua de madeira é inspirada na arte popular brasileira repleta de referências carnavalescas, e a outra é mais tradicional, de bronze, com toques de arte moderna”, afirma Mateus Araújo.
“Testamos vários tipos de desenhos, várias estátuas diferentes até decidir por essas duas estátuas. Demos até nomes para elas, a de madeira é a Pop e a de bronze, Erundina”, completa Tomas Salles.
O corpo de bailarinos contribui para toda a a narrativa teatral do curta-metragem. Para chegar ao resultado final das animações das estátuas, os movimentos de dois bailarinos foram capturados em um estúdio de motion capture.
“Os bailarinos vestiram roupas especiais com sensores e captamos com diversas câmeras pelo estúdio as caminhadas, danças, enfim, toda a coreografia proposta para, a partir daí, as imagens serem transferidas para as estátuas em 3D, transformando-se numa animação absolutamente perfeita”, enfatiza a dupla de diretores.
De Teresina (PI) mas radicado em Fortaleza (CE), Getúlio Abelha, aproveitou março para finalizar a era do álbum Marmota, lançado em 2021, com direito a revisitar o episódio vivido pelo artista com Britney Spears.
O clipe para “Voguebike” foi gravado no Maranhão com direção de Lucas Sá (também responsável pelo vídeo de “Sinal Fechado”) que também assina o roteiro em parceria com o artista. No plot, o filme foge do campo literal da história da canção e flerta com o surrealismo e o absurdo. Os figurinos, a escolha de cenários e efeitos especiais para deixar tudo ainda mais viajado, claro, são os destaques da odisseia.
“Sempre existiu muita demanda dos fãs e seguidores para essa música ganhar um videoclipe. E eu também sempre soube que seria o último lançamento do álbum. O clipe traz referências de onde vim, da minha trajetória e para onde eu quero ir….
O roteiro beira o nonsense e para trazer ainda mais surrealismo para essa história e veracidade para o que minha mente maluca pensou, usamos o recurso de 3D”, conta Getúlio Abelha.
Acompanham o músico como protagonistas a atriz Áurea Maranhão e a performer Frimes, em um roteiro que teve a reconstrução do beijo que deu na perna e Britney Spears há 11 anos. “A cena viralizou. Todos falaram que eu mordi a perna dela, mas foi só um beijo. E querendo ou não isso faz parte de um momento pop e icônico da minha trajetória artística”, conta.
Com “loiras gostosas”, como define o cantor, em homenagem às divas da música global dos anos 2000 e coreografias no estilo voguing, o artista sonha acordado com tudo que viveu e seu voo para o que vem pela frente.
“Imagina carregar seu peso pedalando e o de outras pessoas? Tem que valer muito a pena. No fim das contas, Voguebike fala de amor, paixão e companheirismo. Não deixa de ser uma música romântica e une o universo do forró com o voguing e a música eletrônica. A mensagem principal é essa: confiar e estar com alguém que vale a pena em uma bicicleta sem freio”, reflete Getúlio
Walber Sousa, foi o assistente de direção, já a produção executiva é assinada por Ana Carolina Sousa e Rec-Beat Produções. A direção de produção foi coordenada por Sâmia Oliveira, a de fotografia por Ruy Castro e Gabriel Bruno, a direção de arte é assinada por Neila Albertina, já o figurino ficou sob a responsabilidade de Danton Brando.
Para promover o EP Zelena, parceria da YMA com a Jadsa, no dia 04/07 foi lançado o curta-metragem para “Meredith Monk/Mete Dance”. O material que conta com duas músicas teve direção do Mooluscos e é dividido em dois atos.
Na narrativa as duas personagens se envolvem em situações diversas em dois multiversos que se conectam através de um sonífero verde. O primeiro ato sendo um sonho estranhos, com referências de David Lynch à Meridith Monk. Além das artistas o clipe ainda conta com participações de Lau e Eu, Marcelle e Jonnatan Doll. N segundo ato os personagens são transportados para um não-lugar e passam a executr uma música, conforme elas vão tocando, as paredes vão se fechando. Entre os destaques estão a fotografia e a edição. O styling é assinado por Anuro Anuro e a maquiagem por Suy Abreu.
“O grande desafio foi conciliar todo esse filme em duas diárias sem perder nenhum elemento. Com uma mudança ali e aqui entre as cenas conseguimos realizar essa façanha sem ter que cair com quase nenhuma cena. Fomos bem ousados com os mapas de luz que o Pedro Savioli, nosso diretor de fotografia, criou pra dar os moods na casa. A estrutura da casa era o maior desafio, mas o nosso gaffer Humberto Catta Preta foi lá e deu um jeito em tudo”, conta o diretor Mooluscos.
Dividido em dois atos e para promover o ótimo recém lançado álbum de Luiza Lian, foi produzido um curta-musical dirigido por Caio Mazzilli e a própria artista.
A teatralidade, o desenvolvimento da linguagem e uma instalação composta para o clipe – que foi incluída no show de lançamento para a performance no Sesc Pompeia – acabam dando ares de grandiosidade para a produção. Esta que cresce na segunda parte, em “Cobras na sua Mesa”, na qual um banquete e castelos de areia dão asas para a narrativa gravada em um falso plano sequência dos bastidores que deixa tudo ainda mais interessante e imersivo.
No roteiro, Luiza nos guia por uma reflexão sobre a teatralidade artificial do nosso tempo. Segredos obscuros vêm à tona, enquanto um envenenamento suspeito desencadeia uma série de revelações sobre a verdade e a ética de cada um.
Para a faixa “Coocooocrazy” Karen Jonz tem a companhia de Luísa Matsushita, a Lovefoxxx, do Cansei de Ser Sexy (CSS). Ela até comenta que o trabalho do grupo sempre foi sonora e esteticamente uma inspiração, o que deu asas a parceria.
“Mandei a música, ela adorou. Veio para São Paulo, para a gente gravar, e acabou fluindo tanto que o que ia ser uma música, acabou rendendo duas”, conta Jonz sobre o processo de gravação
Já o videoclipe foi gravado em super-8 em Los Angeles e conta com a direção de Camila Cornelsen e styling por Ana Wainer.
Com referências a filmes como De Volta Para o Futuro, nostalgia e brincadeiras com o universo dos animes, o videoclipe ainda trás as versões miniaturas das artistas como elemento surpresa da narrativa (com direito a participação da sua filha Sky).
De Maceió (AL), Duda Bertho optou por lançar seu primeiro single solo através de um videoclipe. “epiphany” é uma canção com a estética que vai do dream pop a indieletronica. Integrante da banda Milkshakes que já foi elogiada por aqui, o artista tabalha como profissional no campo audiovisual como diretor e fotógrafo, o que certamente ajudou no direcionamento da ótima produção.
O músico relata que “Epiphany” é uma música que parte de um recomeço e da inércia do criar e do desconforto do ócio improdutivo. No vídeo, a escolha de luzes e fotografia ornam com o estilo mais introspectivo da música, o que faz toda a diferença na hora de assistir a produção.
O vídeo tem direção de fotografia de Thiago Canuto, assistência de Ana Luisa Falcão, fotografia adicional por Manuela Barreiros e direção e montagem por Duda Bertho.
Um clipe que ganha destaque justamente por seu lado irreverente, boa edição, locação e continuidade de cenas é o de “Russyan Tanjiro”, parceria entre a DUPLA 02 e a cantora Rubi.
“Ela é uma artista que nós acompanhamos desde a sua parceria com o Apashe. A Instasamka é muito versátil, diferente do que estamos acostumados a ouvir no mainstream e no underground”, explica Thalin sobre as referências de som da rapper russa Instasamka
O universo dos animes também é uma referência que aparece no refrão da música cita Tanjiro Kamado, personagem principal do anime Demon Slayer, e a inspiração do título do single une ambas as inspirações.
“Somos também muito fãs da estética e da história do anime ‘Demon Slayer’. ENOW se inspirou no personagem principal Tanjiro Kamado para fazer seu cabelo no videoclipe, além de fazermos uma analogia do enredo do anime com os demônios que temos que enfrentar na vida real na letra da música”, pontua Thalin
“Ela fala um pouco sobre a vida do artista, eu e o Thalin escrevemos pensando nisso. Eu, particularmente, a fiz pensando na nossa viagem para Curitiba, a primeira viagem a trabalho que a música nos proporcionou. Ela fala sobre as nossas primeiras impressões como jovens artistas e trabalhadores”, lembra RUBI
“Ela vem com ideias, assim como a gente, que, na maioria das vezes, se complementam. A RUBI escreve de maneira mais direta, mais agressiva, diferente do Thalin, que é mais debochado. Por isso, o som ficou tão bom; os dois vão intercalando versos até o final da música, causando uma dualidade muito interessante. Não teria pessoa melhor pra rimar nesse beat se não ela”, destaca ENOW sobre a parceria
Já o videoclipe teve direção de Cainã Tavares e Joma Nigra.
“O vídeo mescla 3D e cenários reais a partir de gravações com câmera 360 em carros e motos. Além dos figurinos e cabelos chamativos e muitos figurantes, tudo isso num ritmo de muita velocidade e dinâmica”, explica ENOW.
A My Magical Glowing Lens, projeto do Espírito Santo, capitaneado por Gabriela Terra apresentou em Outubro o videoclipe para “Sobrevoar”, faixa que tem a produção de Pupillo.
“Essa música é sobre tentar compreender os outros. Sobre abrir mão da sua própria visão só pra tentar entender a visão do outro. Mas ela traz também essa virada, que é quando você percebe a armadilha que está caindo. Pois, por mais que a gente tente, nunca será possível chegar até a visão do outro sem perder a nossa própria. A música também fala da sensação de se sentir plena na solidão interna que todos temos. A nomeei assim pois amo esse movimento de planar, se afastar e apenas observar de longe para entender melhor”, reflete Gabriela Terra.
A natureza noturna e sua vivacidade foi um dos desafios da produção que tem a astronomia como parte da inspiração para as criações da artista capixaba. “A lua remete à ilusão, ao sonho, à força oculta que emana sua energia em todas as coisas daqui. Há algo de imensamente mágico na natureza; os olhos vêem apenas detalhes disso. A figura da lua e sua luz sutil reforçam muito essa energia”, comenta.
O curta-metragem tem direção, fotografia, edição e lookdev de Alexandre Barcelos, com assistência de direção e efeitos especiais de Gustavo Senna e preparação corporal e direção de cena de Gabriela Moriondo.
A banda Terrapeixe lançou o videoclipe em novembro para “Game Over”, a música surgiu durante o momento mais crítico da pandemia e tem como temas o assombro pelos tempos e a esperança de uma virada de jogo. A produção audiovisual que tem como destaque as locações e coesão da narrativa é fruto da parceria entre os diretores Sasah Lazarev e Tiago Rios com a intenção de que extrapolasse o sentimento para o audiovisual.
“A construção imagética do clipe perpassa, num primeiro momento, sobre a formação de dois mundos, mas que coabitam um espaço comum, um espaço noturno, solitário e afetivo ao mesmo tempo. É aqui que o clipe traça sua arquitetura narrativa, entre um homem em seu quarto permeado de referências icônicas de videogame e um grupo de amigos flanantes na noite carioca. Essas figuras parecem caminhar lado a lado, unidos pelas teclas e botões de um Atari antigo e comandos de consoles dos anos 90”, explica Tiago.
“A composição aborda uma preocupação com o momento pandêmico e político do mundo, mas, especialmente, da América Latina, sem perder a fé na virada do jogo. Ou seja, expressa esta dualidade: a incerteza quanto ao futuro e a vontade de retornar às ruas, esvaziadas não só do movimento dos corpos mas também dos sonhos.
“Game Over” é um ônibus circulador que passeia pelas cidades em busca da partilha da alegria e da resistência. Uma trilha sonora para a opção ‘continue’ que, nos videogames, nos permite tentar novamente o caminho”, afirma Tiano Cris, que integra a banda junto com Guilherme Gonçalves, Victor Moreto e Vinicius Neves.
As cenas foram gravadas em ruas da região central do Rio de Janeiro, além de um antigo galpão e um bar que emprestaram um clima underground e festivo às cenas em grupo, contrastantes em relação ao cenário do personagem principal, que guarda a grande revelação da história.
“Nossa busca atmosférica é um mergulho de cores magentas e quentes que a cidade proporciona, dos postes de luz das ruas antigas da cidade, das telas e faróis. Como num jogo de videogame nossos personagens estão sempre em movimento, buscando um fim, ou ao menos, uma diversão sincera, para os problemas da vida”, completa Tiago.
Ana Frango Elétrico em Outubro apresentou o segundo single de seu novo álbum Me Chama De Gato Que Eu Sou Sua, que saiu no dia 20/10 via RISCO, Mr Bongo (UK) e Think! Records by Disk Union (Japão), “Insista em mim”.
“Fiz essa música pensando em Cassiano, Tim Maia, baladas brasileiras no geral. Talvez tenha um fundo, bem no fundo, de Roberto Carlos também. Fora isso, acho que é minha letra mais explícita, tá tudo ali”, conta Ana
O vídeo que foi dirigido por Marina Zabenzi, escrito por ela e Maria Isabel Iorio conta a história da insistência como uma luta interna, ininterrupta, solitária.
“O personagem não cessa de cantar, assim como o sentimento não cessa de se embrenhar dentro dele, podendo se espalhar, se refazer. A luta é um campo erótico, amoroso. Dois corpos tentando conversar e nunca se encerrando. Fazendo isso dentro de nós.
Nessa história, Ana tem um duplo, um menino com um machucado no joelho, uma ferida sangrando, que ele assopra para sarar. A dor da separação pede sempre um esforço que fazemos longe dos outros, na beira de uma estrada, em vão. Tomar um suco usando um canudo muito longo dentro de um copo minúsculo. As imagens desse desajuste. A estrada é o lugar onde contamos essa trajetória, por onde Ana dirige, sem deixar de cantar. Na beira dessa estrada está o machucado, mas também o ringue improvisado, que acontece para sempre, enquanto os carros passam. E há, por fim, uma piscina, no meio do nada, onde Ana boia, canta, mergulha. Onde o corpo perde a resistência, a postura, e a insistência se amolece.
O tempo não é linear, os acontecimentos se sobrepõe, como as paisagens de uma estrada, em que só há continuação. Os meninos continuarão lutando, dia e noite, mesmo depois que o filme acabar.”, conta Maria Isabel Iorio
No elenco atuam Ana Frango Elétrico, Gustavo Luz, Khauê Borges, João Benzaquem, a assistência de direção ficou por conta da dupla Lucas Affonso e Gabriela Perigo, a direção de fotografia por João Faissal, o primeiro assistente João Orban e como segundo assistente Vito Carvalho. Um dos pontos altos é a direção de arte por Bárbara Tavares e Raquel Dimantas que tiveram Ana Amorim como assistente.
O duo de Duque de Caxias (RJ), YOÙN se junta a Carlos do Complexo em “Não Vou Dançar Sozinho”, onde celebra os encontros e as boas memórias.
“NVDS reflete muito da atmosfera do nosso próximo álbum. Chegamos nessa conta, após perceber que não tínhamos músicas para manter a pista no nível máximo! Músicas como “Abra o Coração” e “Só Love” trazem esse sentimento mais calmo. Nossa intenção é manter a pista fervendo! (…) Essa música nasce de uma forma diferente de tudo que já fizemos, com samples de um instrumental de outra faixa já lançada, começamos a tentar criar no estúdio algo mais dançante e trazer novidades pro nosso som.”, contam eles
Sobre o roteiro do clipe envolver uma festa que nunca para, eles comentam.
“Seguindo a linha traçada para o álbum, o clipe se passa na cidade de São Paulo, à noite. O contexto urbano é um dos assuntos que permeiam a obra! Nesse clipe, podemos mostrar um rolé bem alto-astral e o quanto a música pode ser contagiante.”
O clipe é uma realização da ANAT Produções com direção de Leo Ferraz, direção criativa de Leo Ferraz, Keo e Raony e direção de fotografia e operação de câmera de Davi Valente.
O humor é o ingrediente nem tão secreto assim do videoclipe para “O Jeito Que Ela Me Ilude” dos catarinenses da banda Samo. Explorando o rap e o hip hop, o grupo faz rimas em cima de beats de boombap com elementos da música hispânica. O absurdismo, o lado cômico e a criatividade são o brilho da produção audiovisual dirigida por Agustin Mica que trouxe um cenário à la velho oeste para brincar com as rimas satíricas.
Após lançar o icônico, BAILE, FBC estreou sua nova fase explorando a dance music e o house. Para dar o pontapé inicial ele disponibilizou o clipe para “Químico Amor” com referências que vão do rapper Channel Tres ao paulista niLL.
“BAILE me fez entrar em um universo que eu não conhecia e isso me fez querer me aventurar nessa sonoridade e explorar esses beats que marcaram a era dance”, explica o artista.
“Eu acredito que o amor seja um vício crônico que as pessoas carregam, essa necessidade de amar e ser amado”, explica FBC sobre a temática vícios e suas dependências, fazendo uma analogia ao abuso de substâncias e ao amor.
“O que nos vicia é esse momento de dopamina quando nos sentimos amados e somos notados, é a presença das pessoas e a necessidade de existir”, complementa o rapper.
Entre as referências para a produção audiovisual estão o single “Casio”, do Jungle. O projeto é uma coreografia assinada por Gabriel Henrique, Carol Menoliv, Agnes Ashanti, Rian Filipi, Se7imo Filho embalada nas rimas do rapper. Assinam a direção Igor Montes e Rafael Barra e produzido por Do Padrim.
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This post was published on 20 de dezembro de 2023 12:11 pm
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