Ouvimos Antes: Black Pantera, Bebé, Apeles, Atalhos e The Holydrug Couple, Lauiz

 Ouvimos Antes: Black Pantera, Bebé, Apeles, Atalhos e The Holydrug Couple, Lauiz

Seleção da semana do Hits Perdidos conta com Black Pantera, Bebé, Apeles, Atalhos e The Holydrug Couple, Lauiz 

Sexta-feira é dia de lançamento e temos muitas vezes a satisfação de ouvir alguns sons em primeira mão. Desta vez decidimos destacar alguns que você deveria prestar atenção para conhecer mais e quebrar o grande dilema do que o algoritmo te entrega.

Destaques da Semana


Ouvimos Antes Black Pantera, Bebé, Apeles, Atalhos e The Holydrug Couple, Lauiz


Black Pantera “Tradução”

Do interior de Minas Gerais, a banda Black Pantera foi formada em abril de 2014, na cidade de Uberaba (MG), pelos irmãos Charles Gama (guitarra, vocal, letras) e Chaene da Gama (baixo) juntamente ao baterista Rodrigo “Pancho” Augusto.

Com 10 anos de história, tivemos a oportunidade de entrevistar eles em 2022 para falar sobre, Ascensão, terceiro álbum de estúdio do trio que foi lançado em março via Deck. Com DNA ativista e destaque nos principais festivais do rock do mundo, eles agora lançam uma canção especial para o Dia das Mães.

“Tradução” estará presente no disco PERPÉTUO que segundo a banda “fala sobre ancestralidade e sobre o que é infinito, o que fazemos agora e continuará reverberando mesmo depois que já não estivermos mais aqui”. O disco será lançado no dia 23/05.

O trio comenta que a faixa é uma homenagem à Dona Guiomar, mãe de Chaene e Charles, se estende a dona Elvira, mãe do Rodrigo e a todas as mães e pessoas que fazem papel de mãe, ao mesmo tempo que fala sobre racismo.

Citando até mesmo o verso de Mano Brown: “Ratatatá preciso evitar Que algum safado ou sistema façam a minha mãe chorar / Já dizia o poeta do Capão Redondo/ Antes mesmo que eu pensasse em estar compondo”.

A música é leve do que estamos acostumados, o que é uma boa surpresa, já que o foco aqui é a mensagem chegar ainda mais longe. O peso fica para os riffs de guitarra e a denúncia da dor e opressão causados pelo racismo. As lutas coletivas e pessoais se fundindo.

É impossível ouvir sem o verso “Minha mãe tem hora pra chegar / Mas não tem hora pra sair” não ficar na sua cabeça. Interessante ver a capacidade deles em compor para as massas, e saindo do nicho, na roupagem escolhida para o novo som.

A canção vem acompanhada de um videoclipe dirigido por Carol Borges, da produtora Quasque Filmes, que já pode trabalhar com eles anteriormente.

A proteção e o cuidado da mãe com os filhos é a parte do roteiro da trama que mostra o racismo velado do dia a dia, a rotina desgastante, as preces, as pequenas alegrias de mães e filhos e a esperança por dias melhores.



Bebé “Assome”

Com disco previsto ainda para esse primeiro semestre, Bebé lança o clipe para “Assome”, que brinca justamente com “assomar” e “Sumir”. O material, inclusive, sairá pela Coala Records.

“É uma música escrita não apenas sobre o momento que eu estava passando, mas também como um lembrete. Hoje em dia, sei o quanto qualquer tipo de mudança pode doer”, explica Bebé, que completa: “estou no processo de criar intimidade com o término de ciclos sem perder o meu rumo”, conta Bebé

O disco da artista natural de Piracicaba (SP) tem produção de Sérgio Machado Plim, que também pode trabalhar no disco de estreia, e coprodução da artista que passeia pelo pop agregando pagode e o R&B.

“Essa música marca um momento especial de reconstruir as minhas relações e me fortalecer. Meu legado, para além do disco em si, é valorizar o processo. É sobre se aproximar daquelas partes que precisam ser vistas”, revela Bebé.

A produção do clipe tem direção de Tristian Pae e Martina Quezado e explora a estética minimalista.

“A estética é minimalista, mas muito autêntica também. Brindamos a essa nova fase com inovação na parte de maquiagem e de figurino, através do stylist de Juny Martins e a produção de moda de Maria Rocha”,  comenta.

O destaque da produção audiovisual é a fotografia, edição, apresentação da estética que engloba o trabalho e intensidade que a trama dá para exaltar a força da composição.



Apeles feat. Lucas Gonçalves “Pax, Patz, Paz”

Com planos de lançar seu novo disco em julho pela Balaclava Records, Apeles apresenta nesta sexta-feira (10) “Pax, Patz, Paz” faixa em colaboração com Lucas Gonçalves, da Maglore e Vitreaux, no baixo e guitarra. Além de Thiago Klein na bateria, além de dividindo os teclados e a produção da faixa e do novo disco juntamente com Apeles.

A direção musical do projeto é de Apeles junto com o músico Hélio Flanders e o segundo disco solo do músico virá com diversas colaborações. Como a do rapper britânico Awate em “Magical/Rational“, o cantor italiano Colombre em “Puro (Leviticus 13:1)”, a dobradinha YMA e Gustavo Bertoni em “Lábios Mentem à Distância”, a cantora argentina Fransia em “Todos Os Santos Permitidos”, a cantora portuguesa/britânica Bernardo em “In God’s Hands” e a cantora grega Lena Platonos, além de Jair Naves e Hélio Flanders em “Blefe, Prova, Posse”.

“Pax, Patz, Paz é o tema anti-herói do álbum, aquele respiro da noite longe da noite. Ter o Lucas Gonçalves no álbum é um privilégio enorme. Para mim, ele é um dos mais talentosos nomes da atualidade, que não só compõe de forma magistral como é um dos melhores instrumentistas que conheço.

A música traz elementos diferentes do restante do álbum: existe a paz mineira e também uma estrutura de acordes um pouco mais complexa comparada aos temas de pista das outras faixas. A última frase da faixa me remete a um começo de isolamento triste. Meu bar favorito, o Little Cronin, situava-se na esquina da rua Bahia com a rua Goiás e fechou durante a pandemia, um tempo que jamais voltará”, conta Apeles.

O material chega acompanhado de um vídeo dirigido por Daniel Barosa e José Menezes e foi filmado em Park City, em Utah (EUA), durante o festival de Sundance. Tendo participações das atrizes Laura Paro, Kantarama Gahigiri e Carol Duarte.

A produção audiovisual nos remete até mesmo aos filmes indies, já a música tem a força do contrapondo indo de encontro com a melancolia do isolamento e encerramento de ciclo.



Atalhos e The Holydrug Couple “Atlanta”

Os velhos conhecidos da Atalhos, de Birigui (SP), resolveram aproveitar as conexões das andanças pelo mundo para fazer uma colaboração com os chilenos do The Holydrug Couple, projeto do músico e produtor Ives Sepúlveda.

“Começamos a trabalhar com o Ives quando estávamos produzindo o disco A Tentação do Fracasso. Ficamos bem próximos e no final do ano passado, quando estávamos em turnê pelo Chile, mostrei uma música nova e o convidei para participar com The Holydrug Couple. Ele gostou da ideia porque funcionaria como uma celebração pelos vários anos de parceria nas produções da Atalhos, explica Gabriel.

“Atlanta é a primeira colaboração concreta, a primeira composição que tem o nome das bandas Atalhos e The Holydrug Couple. Depois de vários anos de trabalho em conjunto como músico/produtor, “Atlanta” representa a união dos mundos, com uma parte cantada em inglês e uma parte cantada em português, melodias cantadas em frases mais curtas, coros com vozes etéreas e baterias eletrônicas que tocam contra a corrente, com a batida mais estática, característica das produções conjuntas”, conta o Chileno

A faixa ressoa o encontro psicodélico de Ives, e a lisergia de guitarras que se destilam, indo de encontro com a sonoridade com muito de Bruce Springsteen – e do dream pop – presente do disco mais recente dos paulistas. A combinação deixou tudo viajante e pronta para novos voos, o português se fazendo presente também colabora com a nova era do duo.



Lauiz feat. Theo Ceccato “Só Palavras”

Depois de lançar um dos discos mais aclamados dentro do indie nacional, Foi Mal, em conjunto com sua banda, Pelados, Lauiz está prestes de apresentar o sucessor de seu debut solo, Disco Rosa do Lulinha (2022).

A primeira mostra, “Só Palavras” chega com a participação especial do seu parceiro Theo Ceccato, baterista das bandas Pelados e Sophia Chablau e Uma Enorme Perda de Tempo, que também assina a composição e divide os vocais da faixa com Lauiz.

Lauiz revela que a faixa é uma espécie de experimento coletivo ao lado de Theo. A impressibilidade sendo um dos principais temperos da receita.

“A respeito do disco que vem por aí, acrescenta que “é quase uma graduação na forma de canção que venho aprimorando nos últimos anos. A grande ironia é que por mais que atravesse de Aphex Twin a Mutantes, acredito que haja uma coesão na diversidade, uma ordem no caos. (risos).”, revela Lauiz sobre o disco que vem pela Matraca Records na primeira quinzena de junho

Confesso que me diverti durante a audição pela natureza anárquica, sem medo de soar estranho, com direito a samples e várias brincadeiras com a cultura pop, dos memes ao cinema.

O que importa mesmo é misturar tudo e bater no liquidificador por 2 minutos e ver no que vai dar. A colagem deixa tudo mais interessante e sem amarras, como a música independente deveria ser, mas nem sempre é. Agora é esperar o que Lauiz prepara para seus próximos lançamentos.


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