Os 10 melhores discos nacionais de 2022 segundo os colaboradores do Hits Perdidos
Os 10 melhores discos nacionais de 2022 segundo os colaboradores do Hits Perdidos
Como grande novidade para as listas de melhores do ano do Hits Perdidos temos a estreia da lista dos colaboradores. Além da clássica com os 50 Melhores Álbuns Nacionais (2022), por aqui temos a com 101 discos que você deveria ter ouvido (2022), a lista de melhores capas, 40 melhores EPs Nacionais e a de 100 Hits Perdidos de 2022.
Neste ano participam da Lista de Melhores discos do ano segundos os Colaboradores, Mila Borges e Diego Carteiro. Cada um deles teve a árdua missão de escolher e resenhar de maneira bastante pessoal sobre 5 discos nacionais de 2022 que mais chamaram a atenção. Valem discos, mixtapes e EPs.
Os 10 melhores discos nacionais de 2022 segundo os Colaboradores do Hits Perdidos
Discos Mila Borges
“Recebi uma tarefa complicadíssima – escolher 5 álbuns nacionais lançados em 2022 pra indicar aqui no Hits Perdidos. No início a gente acha que vai ser uma tarefa fácil, mas foi uma escolha muito difícil – não como aquela de 2018 sabe, aquela a gente sabe que era fácil até demais – mas eu consegui.
Não vou dizer que são os melhores álbuns, não vou colocar eles em ranking. Tô aqui é pra indicar, falar um pouquinho sobre eles e o motivo pelo qual gostei tanto – vai pesar mais a analise pessoal do que aquela que vocês costumam ler por aqui.”
Scalene Labirinto
Lançamento: 11 de Março
“Era a “volta” do Scalene pro rock, alguns fãs mais antigos comemoravam muito essa volta. Mas sempre pensei que a coisa não era bem por aí, quem sabe um pouco do antigo com o novo. Então como não soar 100% seu eu antigo, mas carregar um pouco dele e continuar evoluindo de onde você parou? A banda conseguiu esse feito.
Quando o primeiro single “Febril” saiu ainda em 2021 agradou muita gente por ser muito intensa como todos queriam. Confesso que os outros singles, tirando Febril e Discórdia, não me pegaram tanto. E não posso esquecer que depois os caras lançaram mais 3 músicas, assim formando o L A B I R I N T O, um presente para os fãs antes do hiato.
Em relação ao álbum, como já disse anteriormente, a banda conseguiu trazer um pouco das suas raízes e do novo. Se você gosta de rock, de letras que contém temas atuais que te trazem pra fora da sua zona de conforto, participações bacanas como Edgar e Gabriel Zander, é uma boa pedida. É uma viagem de autoconhecimento dentro do seu próprio labirinto, basta você saber se quer achar uma saída ou não.”
gorduratrans zera
Lançamento: 15 de Junho
“Lembro de conhecer o gorduratrans apenas de nome, mas que era muito bem quisto por muitos músicos e amigos próximos. Quando eles lançaram o single “enterro dos ossos” ficava ouvindo direto no repeat, fazia um certo tempo que uma banda nacional não me despertava tanta curiosidade pra conhecer todo o trabalho por meio de um single.
Os caras tem 3 discos lançados, mas só vim a conhecer a partir do zera. O mais interessante é que, ouvindo os dois discos anteriores do gorduratrans após ouvir o zera, é claro que você nota as diferenças, mas também nota a capacidade de se manterem próximos daquilo que já apresentavam. Na diferença você sente a inovação, mas também uma evolução na dupla, que agora é quarteto. Pra quem curte shoegaze, calmaria e caos, super recomendo. Inclusive o show dos caras é só elogios, eu ainda não tive essa honra, mas quem sabe em breve.”
Molho Negro Estranho
Lançamento: 15 de Setembro
“No atual momento que vivemos, pra mim, o Molho Negro é uma das bandas de rock BR mais sinceras que existem. Sincera na maneira de tocar, falar, cantar. O João Lemos – Guitarrista e vocalista – tem as letras mais sinceras em relação ao meio musical, vida e etc . Ele consegue transformar ironia e caos em música. Eles são um trio de Belém do Pará, pra quem ainda não sabe – o que eu duvido muito. Comecei a ouvir os caras com o álbum Normal, de 2018, mas eles têm outros lançados – vocês podem procurar aí nas plataformas digitais.
Sobre o Estranho, o álbum, dá pra notar que ele é sobre coisas difíceis de lidar, sobre a vida real mesmo. Saiu um pouco da pura ironia do Normal, e entrou uma maior acidez, a forma direta, a estranheza que a vida se torna diante de tantos problemas.
E uma coisa interessante, falando como fã mesmo, foi acompanhar as gravações do disco durante algumas lives. Lembro de gravar na memória o trecho “cansei de ter que rir pra não chorar” da canção Campo em Branco. Trabalhar por etapas pra gravação desse disco deve ter sido bem diferente, mas o conjunto da obra não deixou nada a desejar.”
Black Pantera Ascensão
Lançamento: 11 de Março
“Metal nunca foi meu gênero musical favorito e são pouquíssimas as bandas que ouço nesse nicho. Mas quando uma banda potente, cheia de groove, cheia de atitude, que não tem medo de se posicionar, traz consigo letras que são praticamente aulas pra quem tá disposto a ouvir e principalmente despontar em um gênero musical que é dominado por brancos – é impossível ela passar despercebida por você.
Comecei a acompanhar o trabalho do Black Pantera um pouco antes do lançamento do Ascensão (leia entrevista), e pelos singles já vinha tomando gosto pelas músicas, fui atrás do material antigo. Quando o disco saiu, inclusive ele conta com ótimas participações da Tuyo e Rodrigo Lima (Dead Fish). Os caras tão tocando Brasil afora, tocaram no Knotfest, se você ainda não ouviu tá perdendo tempo.”
Tuyo Depois da Festa
Lançamento: 10 de Novembro
“Realmente eu levei um susto, não estava preparada como diz a canção de trabalho “Ela Sorriu Pra Mim”. Acho que todos os fãs de Tuyo podem concordar, nunca estamos preparados para o que vamos receber do trio, a única coisa que sabemos é que vamos ficar emocionados e vamos nos identificar de alguma maneira com a letra.
Eles lançaram esse EP como um presentinho de natal e ele realmente bate como aquele sentimento de final de ano – as reflexões do fim de ano que a gente sempre acaba por fazer, aquela mistura de esperança com melancolia e você ainda pode dançar ao som de tudo isso. Sempre achei difícil classificar um gênero musical pra Tuyo, eles são um emboladinho de tantas coisas que a gente simplesmente não quer rotular e só quer deixar fluir. É a Tuyo, apenas isso e não precisa dizer mais nada.”
Discos Diego Carteiro
1) Letieres Leite & Orkestra Rumpilezz Moacir de Todos Os Santos
“O último disco de Letieres Leite, acompanhado por sua Orkestra Rumpilezz, criada em 2006, encerra sua carreira de forma monumental. O músico falecido em 2021 em decorrência a complicações da COVID-19, trabalhou em seu disco final semanas antes de sua morte.
O projeto adapta sete faixas da obra prima “Coisas (1965)” do arranjador, compositor, multi-instrumentista e maestro pernambucano Moacir Santos. “Moacir de Todos Os Santos” desfigura e transforma o disco original, colorindo-o com free jazz, musicalidades cubanas e brasileiras, ainda conta com participação de Caetano Veloso. Gigante.”
2) Criolo Sobre Viver
“Em seu quinto álbum de estúdio, Criolo retorna ao seu rap urgente e contestador. O disco aborda o luto, desigualdade, repressão e momentos desesperados por conta do cenário brasileiro em 2022. Disco produzido pelo Tropkillaz apresenta Criolo em sua melhor forma, apontando a diversas direções mantendo sua coesão. Recomendo “Me Corte Na Boca do Céu, A Morte Não Pede Perdão” com o gigante Milton Nascimento.”
3) Planet Hemp Jardineiros
“Quando o instrumento do medo não funciona, a gente adquire um poder inimaginável”. Frase de Marcelo Yuka extraída de uma entrevista dada ao Mídia Ninja é o que dá o tom do novo disco do Planet Hemp. Jardineiros (leia mais) chegou na hora certa, 22 anos depois, no meio da tensão do segundo turno presidencial. É direto e reto no recado, como o Planet Hemp sempre foi. Daqueles discos que ficarão para a história.”
4) Alaíde Costa O Que Meus Calos Falam Sobre Mim
“O mais novo trabalho de uma das maiores vozes da música brasileira, produzido por Emicida e Marcus Preto, com direção musical de Pupillo ex-Nação Zumbi. Um time que não poderia dar errado para dar vida a “O Que Meus Calos Falam Sobre Mim”. Alaíde Costa, 86 anos, traz a tona um samba melancólico, poético, confessional. Talvez não pegue o ouvinte mais apressado, mas se você buscar ouvir com ouvidos atentos se impressionará com a potência de sentimentos dessa obra delicada.”
5) Fernando Catatau Fernando Catatau
“O primeiro disco do músico cearense ex-integrante do Cidadão Instigado merecia estar aqui. É um disco que caminha no passado e no presente, se confunde em memórias e se encontra novamente. Tudo isso acontece dentro de paisagens sonoras cinemáticas e experimentais. É um disco vulnerável e intimista, mas também apaixonado e contestador. É uma obra que merece atenção e possui diversas colaborações bacanas como YMA, Juliana R e Giovani Cidreira.”
E você, concorda com a lista com os 10 melhores discos nacionais de 2022 segundo os colaboradores do Hits Perdidos?
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