Prestes a entrar em uma nova fase, André Ribeiro lança versão para clássico do Jorge Aragão
A vida se transforma, o tempo passa e nos modifica. Experiências acumuladas somadas as famosas vivencias trazem toda uma bagagem de lembranças em momentos vividos só ou em conjunto.
Nesta sexta-feira, o cantor e produtor paulistano André Ribeiro, lança uma versão da canção “Eu e Você, Sempre”, original na voz de Jorge Aragão.
Aproveitando o final desse ano tão estranho, falamos um pouco da trajetória musical de André desde o fim da Alaska até agora, e também sobre seus próximos passos.
André Ribeiro “Eu e você, Sempre” (Jorge Aragão)
Prestes a entrar em uma nova fase, André Ribeiro lança a versão de “Eu e Você, Sempre”. Canção original de Jorge Aragão, sempre esteve presente na família do músico entre lembranças de diversas situações durante a infância de Ribeiro.
“Nunca fui muito de fazer covers ou versões, mas recentemente uma grande amiga me sugeriu fazer uma releitura dessa música e como aparentemente meu lance é música triste, acho que não tinha música mais certa”
A sonoridade da canção original é o samba, mas ribeiro faz uma roupagem totalmente diferente, pós moderna, ressignificada e altamente influenciada pela obra de Frank Ocean, marca já característica nas canções de André.
A produção fica por conta do próprio André, além da mix e master, e vídeo por Cassiano Geraldo.
André Ribeiro Cidades (EP) e Singles
De certa forma, 2020 foi um ano bem movimentado musicalmente na vida de André. Além de produzir músicas de amigos, como saudade (leia mais) e o duo KASSEL (leia mais), lançou também o EP Cidades, os singles “Foi Sem Querer”, uma versão diferente da própria música já lançada no EP Cidades “Madri V2” (com participação de Mariana Ávila), além das canções “Liso” e “Todo Mundo Vai (Menos Você)”
O EP Cidades foi o trabalho de estreia da carreira solo de André. Trouxe novas interpretações e registrou experiências e memórias pessoais especificas, mas mantendo sua essência.
No final de 2018 viajou só, usando esse tempo para enfrentar questões altamente pessoais. Munido de um notebook, um sampler e um microfone, André visitou três cidades e gravou quatro canções em quartos de hotéis durante a madrugada.
Todas as músicas tem como base sons que gravou com o celular em sua respectiva cidade, como ondas quebrando, vento, assobios, passos em museus, músicos de rua e etc.
Sobre “Liso” e “Todo Mundo Vai (Menos Você)”, ambas foram lançadas recentemente e contam com participações de saudade e André Vinco (Ceano) respectivamente.
As Parcerias
Falando em parcerias, o cantor e compositor gosta muito de fazer música com os amigos e parece que teremos mais no próximo ano.
“Eu gosto muito, muito mesmo, de fazer músicas com meus amigos. Então, sim. Pretendo fazer e lançar coisas legais com artistas que eu gosto e que gostem de mim também”, conta André Ribeiro
2021 e os próximos lançamentos
Com um 2020 bem movimentado, além das canções lançadas, André Ribeiro também produziu seus dois discos. Sim, é isso mesmo que você leu. Ambos os discos foram produzidos ao mesmo tempo e com previsão de lançamento para 2021 pela Eu Te Amo Records.
“Não foi premeditado, a real é que me desorganizei e acabei me atropelando. Não tinha terminado o primeiro e me animei com outra ideia, e quando isso rola eu não consigo deixar pra depois”, relata o músico
Um dos álbuns já está pronto, enquanto o outro ainda está sendo produzido.
Mudanças, a Cena e o Futuro
Conversamos com o André sobre suas visões em relação a si próprio, mudanças, a famosa cena e como se vê daqui uns anos.
Qual a melhor e a pior parte de ser artista no Brasil?
André Ribeiro: “Sinceramente, não sei se tenho a melhor régua pra medir essas extremidades. Sei lá, acho que a internet é a pior e a melhor parte.”
O André da época da Alaska falava muito sobre saúde mental e todos os conflitos internos nas músicas, já nos singles do projeto solo você soa como uma transformação/resultado do que viveu anos atrás. O que mudou no André Ribeiro artista e ser humano?
André Ribeiro: “Essas questões ainda são muito presentes na minha vida, mas conto com ajuda profissional há 2 anos e por enquanto isso tem sido mais saudável pra mim e também me fez querer escrever sobre outras coisas, acessar outros lugares da minha cabeça, lidar com outras questões ainda não exploradas.
Em um ano minha vida mudou completamente, inevitavelmente eu também. Tenho me sentindo menos inseguro e um pouco mais confiante no que eu quero fazer, como e com quem. Isso é muito bom pra mim.”
Você sempre teve opiniões bem concretas em relação a famosa “cena”. Agora como artista solo você continua pensando igual? Como vê isso hoje?
André Ribeiro: “Não penso nisso há um tempo, mas ainda acredito que “cena” não passa de uma grande bobagem, uma estratégia de ‘quid pro co’, que enfia goela abaixo do público o que ele nem tinha a intenção prévia de consumir. Mas também acredito que gastei muita energia com essa grande bobagem. Sou completamente capaz de admitir que sentia inveja, rejeição, raiva e que isso, às vezes, tirou o melhor de mim. E hoje, sei lá. Não faz a menor diferença pra mim. Gosto da intensidade que eu dou para as coisas, porque depois quando passa, elas ficam pequenininhas e é só engraçado.
Faz parte, no fim cada um faz as coisas do jeito que acha certo. O lance é correr com quem quer correr do seu lado e não na sua frente.”
Sei que é difícil projetar algo assim, mas como você quer e onde quer estar daqui a 10 anos?
André Ribeiro: “Olha, pra ser bem sincero, em 10 anos eu quero estar com a minha namorada, um cachorro e dois gatos, num lugar sossegado, produzindo os artistas que eu gosto e fazendo minhas músicas. Espero estar menos aflito. Espero que daqui 10 anos a gente ainda possa conversar assim. “