O músico mineiro Wagner Almeida lança hoje em Premiere no Hits Perdidos seu terceiro álbum, Campeão da Avenida, via Geração Perdida de Minas Gerais. O lançamento conta com as participações especiais de Theuzitz e Ana Paia.
Além de Vitor Brauer (Lupe de Lupe, Ginge), João Carvalho (El Toro Fuerte), Eduardo Possa (Irmão Victor), Gabriel Elias (Mineiros da Lua) e Fernando Bones (Aldan), que participaram da produção do álbum.
Ao todo são 9 canções e 22 minutos de duração. São canções curtas que flertam com o lo-fi, emo, shoegaze e tem influências até mesmo de música brasileira. A tônica das letras passa pelo campo dos relacionamentos e das experiências pessoais, o que se reflete no disco de forma bastante intensa e introspectiva.
O músico assina praticamente a mixagem de todas as faixas (com excessão de “Frank Ocean”), já a masterização foi realizada por Vitor Brauer. A capa foi feita por r.o.g.e.r.in.
“Esse disco é o mais heterogêneo que já fiz. Enquanto os anteriores costumavam seguir uma sonoridade comum entre si, isso não me preocupou quando planejei esse lançamento. Tendo momentos mais relaxados e divertidos, e outros mais sérios e reflexivos, além de músicas mais cruas e outras com mais profundidade (pelo menos pra mim, por que as pessoas podem ver ou não profundidade em qualquer coisa).
Foi gravado quase que inteiramente em casa e na quarentena, embora muitas dessas músicas eu já tivesse começado a fazer anos atrás. Durante o processo de gravação e mixagem eu ouvi bastante King Krule, Alex G, os projetos do Phil Elverum (The Microphones / Mount Eerie), Duster e Adrianne Lenker (Big Thief), além dos meus favoritos da música brasileira atual que eu sempre acabo revisitando, como Jonathan Tadeu, Sentidor, Gumes, Marianaa, e também as pessoas que tive a honra que colaborar nesse disco, como a Ana Paia e o Theuzitz.”, comenta Wagner Almeida
Wagner Almeida preparou um faixa a faixa exclusivo para o Hits Perdidos contando mais sobre as nuances e parcerias que envolvem o disco. Confira logo abaixo enquanto escuta.
1- Frank Ocean:
(Letra, voz, guitarras e baixos por Wagner Almeida, bateria por Silvia Fortini, áudio captado por Gabriel Elias, bateria captada por Fernando Bones, mixagem por João Carvalho e masterização por Vitor Brauer)
“Fiz a música em um momento onde eu literalmente só escutava o Blonde do Frank Ocean no repeat (final de 2017). Eu estava tocando guitarra e criando uma melodia, quando resolvi escrever alguma coisa só pra materializar melhor e depois trabalhar em cima disso, e escrevi uns trechos de músicas do Blonde que estavam na minha cabeça. Um bom tempo depois eu achei que seria legal a música ser desse jeito mesmo, numa espécie de homenagem a ele e fazendo uma coisa diferente do que eu costumo fazer nas minhas letras.
Essa música foi a única que não produzi em casa. Ela foi gravada parte no estúdio Pato (conduzido pelo Fernando Bones) e parte na casa do Gabriel Elias, isso no final de 2018. A ideia era que a faixa entrasse no meu disco anterior, “Domingos à Noite”, mas ela foi ficando mais potente do que eu esperava e esse disco tinha uma proposta de ser um clima bem mais leve e sutil. Agora em 2020, fazendo novas músicas, percebi que essa poderia se encaixar nesse contexto e resolvi colocá-la de abertura do disco, já que considero ela uma faixa bem potente.”
(Letra, voz, guitarras e baixos por Wagner Almeida, bateria por Eduardo Possa, mixagem por Wagner Almeida e masterização por Vitor Brauer)
“Avenida” foi uma música que eu pensei bastante pra ser uma representação do que é esse disco. A faixa traduz alguns sentimentos que eu tentei colocar no disco como um todo, como esperança e gratidão. É uma música com uma temática muito ampla, onde eu falo sobre minhas relações, seja namoro, amigos, família… Mas todas com essa dualidade, onde eu sinto alguma dificuldade em estar dentro dessas relações, mas ao mesmo tempo me sinta muito especial de estar rodeado dessas pessoas.”
(Letra, guitarras e baixos por Wagner Almeida, vozes por Wagner Almeida e Ana Paia, bateria por Eduardo Possa, mixagem por Wagner Almeida e masterização por Vitor Brauer)
“Essa faixa foi feita e gravada por mim praticamente em uma tarde, tudo bem rápido. Eu simplesmente tava tocando guitarra e pensei em fazer uma música com os acordes mais alto astral, algo assim. Daí fui tocando e cantarolando umas melodias, gravei isso e depois liguei o microfone pra cantar e saiu essa letra. Eu não tava pensando em nada específico mas queria que fosse uma situação meio nostálgica, meio adolescente, meio feliz e triste mas que não fosse “pesa onda” e nem fosse muito complexa, e acho que deu certo.
Mostrei pra um amigo e ele comentou que seria legal ter uma voz dobrada no refrão, uma voz mais aguda pra complementar a minha, e eu botei muita fé. Pensei logo na Ana Paia, porque sempre tive vontade de fazer alguma coisa com ela e achava que ela ia curtir essa música também. Mandei um zap pra ela explicando o que eu tinha pensado e praticamente no dia seguinte ela me mandou o áudio cantando. Eu dei uma editada e ficou pronta a música.”
(Letra, voz, guitarras e baixos por Wagner Almeida, bateria por Drum Skin, mixagem por Wagner Almeida e masterização por Vitor Brauer)
“Afogar” é mais uma das músicas que eu já tinha começado a fazer um tempo atrás, guardei e agora tirei da gaveta de novo. Ela era maior e a letra era diferente, mas eu quis continuar nessa pilha de fazer músicas mais rápidas, mais pop, com bateria e tal. Resolvi deixar ela bem reta: verso e refrão e acabou. Ainda coloquei um solinho de guitarra no final, pra tentar deixar a música bem “açucarada”, e coloquei uma bateria de post punk que achei online de graça em um canal no youtube que combinou com a energia que eu queria passar. Por ser curtinha (pouco mais de 1min), a ideia era de ser uma música meio de transição mas que fosse agradável pra quem estivesse ouvindo e que fosse divertida de tocar ao vivo também.”
(Letra e vozes por Wagner Almeida e Theuzitz, violões e mixagem por Wagner Almeida e masterização por Vitor Brauer).
“A colaboração com o Theuzitz vai bem além dessa música. No disco dele vai ter uma música que eu participo também, e depois disso tenho certeza que vamos soltar mais coisas juntos. Eu já sou fã do trabalho dele há um tempo e sempre tive vontade de desenvolver alguma coisa juntos. A gente conversou bastante e trocou muita idéia até essas músicas ficarem prontas e o sentimento é que tem mais coisa por vir ainda.
Essa música e a que vai pro disco dele são uma espécie de “músicas irmãs”. Elas têm a mesma temática, foram trabalhadas de maneira parecida e uma meio que vai complementando a outra. Foi uma experiência nova pra mim, em questão de composição, e eu fiquei muito feliz com o resultado.”
(Letra, voz, guitarras e baixos por Wagner Almeida, mixagem por Wagner Almeida e masterização por Vitor Brauer)
“Provavelmente a faixa mais íntima do disco, embora não seja muito explícita. É uma música que eu já tinha começado a fazer anos atrás, mas não conseguia achar uma forma de concluir. Testei várias coisas, com guitarra e violão e nada parecia certo, mas depois de um bom tempo fiquei satisfeito com o resultado, quando consegui relacionar com outras faixas e transformar num final de disco mais fluido e contínuo.
Ela termina com essa frase “Calma, já vai chegar a hora de cortar”, que foi uma frase que eu tentei bastante colocar em alguma música, por ser algo que tenho pensado bastante ultimamente. E quando juntei com a temática de “Carta de Vinhos”, fez muito sentido na minha cabeça e virou meio que um complemento perfeito para o que eu pensava que essa música poderia ser.”
(Letra, voz, guitarras e baixos por Wagner Almeida, mixagem por Wagner Almeida e Masterização por Vitor Brauer)
“Comecei a fazer essa música gravando uma linha de baixo que estava na minha cabeça. Queria fazer uma música mais calma pro final do disco, mais introspectiva e tentar adicionar umas camadas meio dreampop. Não sei se o resultado final ficou muito assim, mas foi divertido gravar uma música onde o baixo é o instrumento principal.
Na letra eu fico repetindo a frase “expirar faz parte de respirar”, que é um pouco sobre deixar as coisas de dentro saírem. Eu sou um cara que guarda muito as coisas, e costumo fazer uns exercícios de respiração quando to meio ansioso, então essa música foi uma forma de colocar esse mesmo sentimento pra fora.”
(Letra, voz, guitarras e baixos por Wagner Almeida, mixagem por Wagner Almeida e masterização por Vitor Brauer)
“Essa foi a última faixa que eu fiz pro disco. A letra já é bem autoexplicativa, eu literalmente sentei comecei a gravar e aí saiu a música. Acabou se tornando uma faixa reflexiva, onde eu avalio as coisas que eu mesmo escrevo e produzo, me questionando até que ponto é isso que eu quero fazer e continuar fazendo. No fim das contas é uma música sobre fazer música, que saiu meio vomitada, sem que eu pudesse controlar muito, mas que foi muito bom deixar sair.
O que eu já tinha pensado antes era que eu queria uma música que fosse crescendo e tivesse um final meio grandioso. O disco já tava começando com “Frank Ocean”, que é uma música mais intensa, passa por momentos mais delicados e eu quis terminar com uma faixa que fosse potente de novo.
Na hora de pensar os efeitos, lembrei muito dos primeiros discos do Jonathan Tadeu, que eu tenho escutado bastante. Os riffs dele e a forma que a música vai criando uma expectativa pro final é algo que eu tentei reproduzir do meu jeito, tentando deixar um final mais sujo e atmosférico ao mesmo tempo.”
No começo da semana Wagner Almeida apresentou também o videoclipe para “Piloto Automático”, e Rogério Rodrigues, que editou o clipe, comentou:
“O vídeo de “Piloto Automático” foi construído de forma colaborativa entre mim e o Wagner Almeida. A música se desenvolve de uma forma livre e fluida, sobre a composição de músicas e os conflitos internos e externos que influenciam nessa construção.
O clipe traz duas fontes de imagens de arquivo, e eu quis que fossem imagens que colaborassem com essa fluidez. Em uma delas o observador é transportado e no outro assiste a eventos microscópicos que podem estar acontecendo dentro dele neste momento.
As duas perspectivas se alternam, e nos dois momentos existe uma aceitação do curso que me remeteu à música. Pra mim, existe a sensação de que a música foi composta de uma vez só, sem muita interferência, como se ela tivesse vindo pronta pro Wagner. A própria escolha de imagem de arquivo me pareceu coerente por conta disso também.”
This post was published on 22 de outubro de 2020 1:45 am
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