Inspirados pela amizade, amor, carinho e fases das relações, Chico e o Mar lança o EP “sdds”
Inspirados pela amizade, amor, carinho e fases das relações, Chico e o Mar lança o EP “sdds”
Em meio a pandemia um dos sentimentos mais predominantes é a saudade, seja dos amigos, familiares, momentos, da vida como era antes. Não que ela fosse muito fácil, mas ainda tínhamos nossas distrações do dia a dia. Com tudo isso vieram adiamentos, mas também muito trabalho e criatividade.
A Chico e o Mar, banda mineira que já esteve aqui no Hits Perdidos, lança nesta quarta-feira (10) o EP “sdds” no Spotify e na quinta (11) nas demais plataformas. O grupo se inspirou principalmente pela temática de amizade, sentimentos de amor, carinho e nas fases das relações. É o primeiro EP da banda, que também está para lançar o primeiro disco em breve.
Além de banda, os quatro integrantes também construíram uma amizade muito forte. Em tempos de saudades dos shows, o vocalista Daniel crê que a maior é saudade aquela de se encontrar como antes, ir para a rua, ver os amigos, as pessoas que curtem a banda, viajar. Fazer tudo aquilo que faziam regularmente e que hoje fica impossível até de imaginar.
E aproveitando o lançamento do “sdds”, conversamos com a banda sobre o EP, o processo de gravação e a ideia de crowdfunding para o financiamento do primeiro disco.
Pré Produção do EP Sdds da Chico e o Mar
Relativamente nova, a mineira Chico e o Mar existe desde novembro de 2018. Sua atual formação conta com Daniel Moreira (voz/guitarra), Caio Gomes (bateria), Guilherme Vittoraci (guitarra/backing vocal), Gustavo Vittoraci (teclado/backing vocal) e suas maiores inspirações são o pop-rock americano/britânico.
Chico e o Mar já vinha tentando fazer um EP desde o início, mas na época as condições não possibilitavam. O guitarrista da banda, Guilherme Vittorac, conta que não tinha um computador, muito menos um equipamento.
A banda tinha algumas faixas acústicas gravadas, que não lançaram pois não se sentiam bem. Viram a oportunidade de fazer um EP logo após o fechamento das prés do disco, e gravaram algumas coisas mais leves. Pelo álbum ter uma energia diferente, mais rebelde, a banda optou por respirar um pouco. A primeira pré de “sdds” se chama “Esqueci de Mim”, música que já era tocada nos shows com o nome de Terra Firme. Mas depois mudaram a melodia, o tempo, e incluíram algumas guitarras.
“Mandei para o Dan e ele achou legal mudar o refrão. Conversei com o Caio também sobre a bateria, Guzin ajudou a gravar umas coisas lá em casa e pronto, decidimos ir para o estúdio. Gravamos ‘sdds’ e no outro dia de manhã queríamos gravar outra música. Não conseguimos entrar em um consenso sobre qual e cada um foi para um lado. Passou cerca de meia hora e todos foram voltando com letra, melodia e gravamos ‘acolher’”, conta Guilherme.
Disso surgiu a ideia de fazer o EP, algo intermediário entre a Chico de “Festa” e “Sereno” e a Chico do álbum, mostrando evolução. O trabalho foi coletivo, o que traduz bem a banda.
Faixa a Faixa e o EP “sdds”
O EP conta com 4 faixas, “acolher” quando admiramos profundamente uma pessoa a ponto de nos inspirarmos, mas entendemos que foram momentos difíceis que a construiu.
“foi mal” é um pedido de desculpas. Fala sobre o momento em que começam as primeiras discussões e precisamos de um tempo para respirar, aquele momento em que começamos a nos afastar.
Então vem “sdds” com um sentimento nostálgico de quando começamos a sentir falta e queremos a pessoa na nossa vida de novo. Mas essa também é sobre se encontrar, sobre entender que também somos importantes para as relações.
E para fechar, “0601” discorre sobre tomar decisões, a responsabilidade que temos sobre elas e como muitas vezes esquecemos que precisamos de pessoas.” descreve Guilherme Vittoraci, guitarrista da banda.
Sobre o nome do EP, o sentimento saudade fala sobre muita coisa. Ele se passa num olhar amadurecido da banda sobre ontem: um olhar de quem pôde refletir com carinho sobre o que construiu o que são hoje como indivíduos. Chico e o Mar reflete que a falta constrói tanto quanto a presença, fazendo com que todas as faixas se remetam a saudades.
Financiamento coletivo e o novo disco
Pouco antes da pandemia chegar, a banda já tinha uma ideia de gravar o primeiro álbum. Para que isso acontecesse, precisariam dos cachês de shows e outras alternativas que apareceriam em um período “normal” para a arrecadar o custo necessário para tal. Quando a COVID-19 se alastrou e a banda viu que nada disso aconteceria, o financiamento coletivo se tornou a única maneira plausível de colocar o sonho em movimento.
“Hoje, olhando de outro ponto de vista, acredito que o projeto se tornou muito mais especial dessa forma. Ter o apoio de mais de cem pessoas para gravar um disco é surreal e a ficha ainda não caiu. Estamos muito animados e ansiosos para mostrar o que vem por aí e saber o que a galera vai achar dessa nova fase.”, conta Daniel, vocalista da Chico e o Mar
Há um certo tempo a Chico e o Mar gostaria de emplacar um trabalho sólido, desde o início como banda já imaginavam o quanto os momentos de criação e gravação seriam legais. Então, final de 2019, começaram a idealizar seu primeiro disco. Entre várias e longas conversas, a banda percebeu que o projeto se tornava cada vez maior do que pensavam.
“Quando sentamos para começar a fazer as prés, ficamos meses trancados no quarto escutando pedaço por pedaço até chegar em algum consenso geral. No final de cada faixa, ficávamos horas mandando mensagens uns para os outros bastante animados com o resultado.”, relata Guilherme Vittoraci.
O álbum representa o sonho da banda e do quanto queriam torna-lo real, juntando a musicalidade de todos os momentos e evolução de banda. O disco ainda não tem data certa definida, mas está previsto para o segundo semestre de 2021.