2020 foi um ano atípico mas a Atalhos, de Birigui (SP), resolveu apresentar os primeiros singles do seu próximo álbum que sairá em 2021.
Gabriel Soares (Vocais, composições e bateria) e Conrado Passarelli (Guitarrista) neste álbum trabalham como duo, não que a versão trio esteja descartada de acontecer em eventuais shows, como Soares conta em entrevista exclusiva mas desta vez Marcelinho não pôde participar do processo. Um elemento crucial para o disco foi a participação de Ives Sepúlveda, do grupo chileno The Holydrug Couple, que assina a produção. O disco inclusive no momento está sendo finalizado.
Poesia, literatura, cinema e a cultura pop são universos que transparecem dentro da narrativa dos discos da Atalhos que como Gabriel comenta têm a intenção de apenas ser o start para uma experiência de descoberta. Seja ela intelectual, de repertório ou filosófica. O campo dos pensamentos e de criar universos acaba sendo parte substancial de cada obra. O que certamente não mudará neste lançamento.
Mas o disco marca também uma transição sonora, eles deixam o folk de lado e abraçam o Dream Pop que vem com diversas camadas em sua mixagem proporcionando uma nova experiência.
O registro teve grande parte das gravações estúdio Space Blues, do produtor Alexandre Fontanetti, em São Paulo. Ele que já trabalhou com artistas como Rita Lee, Nando Reis, Céu, Ana Cañas e Zeca Baleiro.
A a mixagem aconteceu no Estúdio Panda, em Buenos Aires, com o uso de uma mesa analógica vintage API dos anos 70, considerado o “Abbey Road da América Latina”, por lá já gravaram artistas como Charly Garcia, Soda Stereo, Spinetta e Fito Paez.
Já a masterização ficou sob a responsabilidade de Greg Calbi, no Sterling Sound, em New Jersey. Calbi é o engenheiro de som que masterizou os últimos discos do Tame Impala, do The War on Drugs, Angel Olsen, The National, Bon Iver, entre outros.
A explosão das cores já reverbera logo nos primeiro acordes da magnética “Mesmo Coração”. Logo nos primeiros versos a música já entrega a homenagem ao álbum Coração Selvagem (1977) do cearense Belchior. O plano dos sonhos, das expectativas e do flutuar também faz parte da órbita do single que conta com linhas de guitarra reverberantes e teclados que dão toda a sensação de liberdade e desprendimento.
A bateria também cria todo um anticlímax e gera uma expectativa para uma canção que tem todo um ar de vanguarda. O mundo dos sonhos se cruza com o outro plano e, como consequência, se choca com a realidade. É a Atalhos abrindo os caminhos para o surgimento de um novo trabalho.
Agora a faixa que já teve videoclipe lançado (confira) ganha uma live session com todo uma estética característica. Tata Leon, junto à Thata Jacoponi, assina as capas dos singles e as artes do clipe de “Mesmo Coração”, além de José Menezes, que dirigiu os videoclipes.
“Quis reproduzir nessa session um universo estético que estivesse intimamente ligado com os trabalhos dos clipes, das capas, com toda a nova identidade visual que estamos criando, e ter a Tata Leon pensando no cenário, figurino e a arte foi muito importante nesse sentido. E ainda demos a sorte de contar com o apoio de luxo de outros dois diretores amigos: Daniel Barosa, que já dirigiu clipes do Quarto Negro, Jair Naves entre outros; e Felipe Franco, que já assinou clipes do Tim Bernardes”, lembra Gabriel
Sobre a atmosfera e o contraste com a versão de estúdio que a live session permite o músico comenta:
“A ideia, além de mostrar como será essa faixa nos shows, foi trazer pela primeira vez alguns elementos que, até então, não estavam presentes nas apresentações ao vivo, como o saxofone”, conta o vocal Gabriel Soares.
O lançamento é o último do ano mas não para por aí. A session será dividida em quatro partes (“Mesmo Coração” e “A Tentação do Fracasso”, faixas já reveladas pelos paulistas) e duas canções ainda inéditas, que também farão parte do próximo disco. O chileno, Ives Sepúlveda (The Holydrug Couple), que mixou as faixas do disco também foi o responsável pela mix do registro.
“Subi todos os arquivos e ele conseguiu abrir lá em Santiago, no Chile, para realizar esse trabalho”, conta.
“Claro que a mixagem traz bastante da sonoridade impressa no álbum, mas ele também fez questão de valorizar a organicidade do ao vivo, explorando as texturas da captação da sala e do espaço em que gravamos. Diante de todos os desafios, estamos muito felizes de ter conseguido realizar essa produção e principalmente por ter ocorrido tudo bem e que todos pudessem sair desse sacrifício artístico com saúde”, comemora Soares
O registro ainda conta com a participação dos músicos Bianca Predieri (bateria) e Fabiano Boldo (baixo), e também com novos – que nunca haviam tocado com o duo – como Vinicius Rodrigues (sax) e do Leon Sanchez (teclados), músicos que acompanham a cantora YMA.
“Quando consegui a confirmação de toda a banda, passamos a buscar o local ideal para a realização da gravação, e através do amigo e diretor José Menezes, conheci o estúdio Artsy Club Studio, em São Paulo”, relembra o vocalista da Atalhos
“O estúdio escolhido é muito amplo e isso foi fundamental, porque precisávamos fazer tudo de uma maneira segura, tanto para os músicos quanto para os profissionais do estúdio e da equipe de filmagem.
Mesmo seguindo os protocolos e fazendo uso de máscaras, sabíamos que havia uma margem de risco que não podíamos controlar, por isso foi bastante desafiador conseguir produzir para que tudo acontecesse da melhor maneira possível.
Na véspera do primeiro dia no estúdio, o Gabriel Rolim, que iria fazer as projeções, testou positivo e teve que cancelar sua participação em cima da hora. Apesar do susto ele já está curado, e todo mundo que participou da session não contraiu a COVID-19. A banda toda tocou fazendo uso de máscaras, menos eu que precisava cantar, o Vini que toca sax, e o Conrado que já havia testado positivo em julho”, finaliza.
This post was published on 22 de dezembro de 2020 2:17 am
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