O Fora da Casinha chega neste sábado (06/10) a sua quarta edição e vem a cada ano se consolidando como parada obrigatória dentro do calendário de ótimos festivais brasileiros. Tendo curadoria de Mancha Leonel (Casa do Mancha) e contando com a ajuda da Katia Abreu (Big Dia da Música) que assina a produção, a edição de 2018 chega às vésperas das eleições.
O clima é tenso. Não é fácil disfarçar a preocupação generalizada acerca do tema. Os conflitos e bate-bocas podem ser vistos nas timelines, bares, escritórios, padarias, mercados, academias, elevadores….a indefinição e os cenários possíveis não são dos mais animadores.
É uma mistura de ansiedade com preocupação; e por isso conversamos com 75 artistas de 11 estados para saber mais sobre o avanço do fascismo e como eles enxergam o papel do artista (Confira: Parte 1, Parte 2 e Parte 3).
Ao mesmo tempo o festival vem se consolidado um ótimo filtro para saber o que tem se destacado dentro do cenário independente brasileiro. E isso vai se provando a cada edição.
“Nesta edição buscamos consolidar a principal característica do Fora da Casinha: apontar a direção que a música independente está percorrendo. Acredito que hoje o festival começa a sair da situação de iniciante e entrar na de intermediário, encontrando sua identidade e com isso, vai traçando seu caminho de maneira mais coesa”, conta Mancha
Para esta edição foram escolhidos 13 artistas que contemplam três esferas importantes dentro do independente: nomes de destaque, emergentes e novidades. Em si o line up reflete muito os artistas que costumam passar pela Casa do Mancha e o festival sendo uma celebração de fim de ano de shows que se destacaram.
Ou seja, é o termômetro ideal para olharmos para frente. Se temos medo no campo da política, no da música quem acompanha de perto pode ver que o futuro é promissor.
Neste ano teremos a presença do Paraninfo Mauricio Pereira (Que toca no festival desde sua primeira edição), Goldenloki, YMA, Dingo Bells, Molho Negro, Juliano Gauche, Terno Rei, Garotas Suecas, Betina, Bruno Bruni, Laura Lavieri, OZU e Strobo.
Além dos shows o festival contará com 3 pistas que contaram com DJ set de Alexandre Matias e Danilo Cabral (Trabalho Sujo), Joyce Guillarducci (Cansei do Mainstream) e Rafael Chioccarello (Hits Perdidos) e Alex Corrêa (Caverna).
Nas eleições de 2018 a Rede Globo decidiu tentar se aproximar de seus telespectadores pedindo para que eles enviassem um vídeo com as melhorias que esperam do país. Foi polêmica na Web e claro gerou diversos Memes.
Claro que não íamos ficar de fora da brincadeira e como estamos a poucos dias das eleições decidimos perguntar para os artistas que se apresentarão no Fora da Casinha: Qual o Brasil que você quer para o Futuro?
No dia 11/05 o músico Maurício Pereira lançou o sétimo álbum de estúdio de sua carreira solo, Outono na Cidade. Sua trajetória começa nos anos 80 onde ao lado de André Abujamra fundou a banda Os Mulheres Negras.
Suas composições já foram gravadas por artistas como Metá Metá e Maria Gadu. Além de já ter sido cantor no programa Fanzine (TV Cultura), gravado vozes para inúmeros comerciais e ser um dos nomes mais relevantes da música brasileira.
O Molho Negro, de Belém (PA), vem se consolidado com um dos shows mais intensos do independente brasileiro. Fundindo Garage Punk e rock’n’roll, João Lemos, Augusto Oliveira e Raony Pinheiro costumam chamar o público para cima.
Com dois discos lançados, Lobo (2014) e Não é nada disso que você pensou (2017), eles apresentaram nos últimos dias o sarcástico single “Novo Rosto (Tutorial de Make)”
De Cotia (SP) o OZU vem chega no festival para mostrar a introspecção do DownBeat. Com inspirações no cinema japonês de Yasujiro Ozu a estética é um elemento muito importante dentro da identidade do grupo que conta com Francisco Cabral (teclados, composições), DJ RTA (toca-discos), João Amaral (contrabaixo acústico e elétrico) Sue-Elie Andrade-Dé (guitarras e MPC), Felipe Pagliato (bateria) e Juliana Valle (voz).
Também de Belém (PA) o Strobo vem para adicionar beats eletrônicos ao Fora da Casinha. Com quatro discos lançados eles lançaram seu primeiro filme (patrocinado pelo edital da Natura Musical) com trilha sonora original. O próximo disco do grupo já conta com um nome provisório, Balas Tropicais.
O Terno Rei de São Paulo já tem dois discos lançados, Vigilia (2014) e Essa Noite Bateu Com um Sonho (2016), ambos pela Balaclava Records, e caminha para lançar seu terceiro. Tendo o Dream Pop e a melancolia como seu “carro chefe”, os shows costumam ser intimistas e de intensa troca. A potência do recém-lançado single “Solidão de Volta” já mostra te temos um ótimo álbum a caminho.
Mesmo com poucos lançamentos até então, apenas o EP The Sky, lançado em 2012, e os singles “Sabiá” (2017), “Summer Lover” e “Vampiro” a cantora, compositora e artista visual tem se destacado por suas apresentações. Ela que em breve deve lançar seu primeiro álbum de estúdio, Par de Olhos, após um bem sucedido crowdfunding.
Acompanham Yasmim Mamedio, Uiu Lopes (baixo), André Araújo (guitarra), Leon Perez (teclas) e Marco Trintinalha (bateria). Para esta apresentação no Fora da Casinha ela terá também a participação da Gab Ferreira que lançou em maio a mixtape Lemon Squeeze. Gab participa da canção “Summer Lover” que estará no disco de estreia de YMA.
Após 10 anos como vocalista de Marcelo Jeneci a artista Laura Lavieri no dia 31/08 lançou seu primeiro disco solo, Desastre Solar. Este que teve produção de Diogo Strausz e lançamento SLAP. Álbum que mergulha por amores felizes e noites bem resolvidas.
O músico Juliano Gauche recentemente lançou seu terceiro disco, Afastamento, este que apresenta diversos dilemas e uma grande intensidade em seus sentimentos. Suas influências passam pela estética dos anos 70, literatura moderna, jazz e rock.
Apaixonados pelas guitarras dos anos 90, Sonic Youth na veia e o clima cult nova iorquino, assistir um show da Goldenloki é uma experiência ao mesmo tempo que energética: introspectiva. Chegando a lembrar um pouco aquela energia do Yuck, Gumball, Dinosaur Jr., Ulrika Spacek e até mesmo mergulhando na neo-psicodelia.
Em sua linha de frente eles contam com Otto Dardenne (voz e guitarra), Chris Kuntz (guitarra), Yann Dardenne (baixo e voz), Thales Castanheira (guitarra) e Leo Arruda (bateria).
Thales, Otto e Yann também fazem parte da Gumes que recentemente falamos por aqui. O mais recente clipe deles é genial e é possível ficar revendo por horas para encontrar um novo detalhe que não viu antes. Trip Rock!
Uma das mais promissoras bandas gaúchas é o Dingo Bells de Porto Alegre (RS). Em seu currículo eles contam com uma passagem pelo Lollapalooza e tendo lançado os ótimos Maravilhas da Vida Moderna (2015) e Todo Mundo Vai Mudar (2018), este último através do edital da Natura Musical, com produção de Marcelo Fruet.
O novo lançamento mostra eles mais amadurecidos. Sente o momento tenso político que estamos vivendo e adiciona toques de soul, funk, pop e rock ao seu caldeirão.
Após lançarem seu terceiro álbum Futuro do Pretérito (Freak, 2017) com ótimas composições como a direta e reta “Não Tem Conversa”, muito apropriada para os dias que estamos vivendo, a banda agora como quarteto tem circulado o país. Inclusive pude conferir recentemente a ótima apresentação do grupo no palco do PicNik Festival, em Brasília (DF).
Tendo em sua formação Irina Bertolucci (voz e teclados), Tomaz Paoliello (vocais e guitarra), Fernando Perdido (vocais e baixo) e Nico Paoliello (vocais e bateria).
O multi-instrumentalista Bruno Bruni, que também toca nas bandas Mel Azul, Cupin, 2DE1, Pessoas Estranhas, Leto e Jai Mahal e os Pacíficos da Ilha, lançou recentemente seu esquizofrênico e divertido primeiro disco solo, Broovin. Sério as referências são tão loucas que só ouvindo para entender.
Elas vão de Gilberto Gil, passando por Herbie Hancock e aterrizando em Mario Kart 64. Ou seja flerta com o jazz, com o pop, com a MPB e a magia dos 8Bits. Tudo isso com um espírito de vanguarda.
Após se destacar com seu primeiro disco, Carne de Sereia (2016), a artista Betina recentemente lançou o álbum Hotel Vülcânia. Este que passeia por gêneros como Dream Pop, Psicodelia e Synthpop. A dançante faixa título inclusive conta com a participação de Tatá Aeroplano.
“Acredito que o saldo final desse movimento comprova que temos capacidade e qualidade para uma evolução incrível na música independente. Um paralelo ao nosso momento político, onde nossos próximos anos poderão ser dos mais brilhantes, basta nos aprofundarmos no que temos em mãos e não retroceder. Não à toa o festival acontece na véspera do primeiro turno das eleições. Uma grande celebração do futuro e não do passado. #Elenão”, diz Mancha
Serviço:
Fora da Casinha IV
Data: 6 de outubro – sábado – a partir das 15 horas
Ingressos: Lote promocional – R$ 50 / Primeiro Lote – R$ 70
Vendas Online
Local: Casa Híbrida – Av. Dr. Arnaldo, 1620 – Sumaré
Esse ano teremos dobradinha Hits Perdidos + Cansei do Mainstream na quarta edição do Fora da Casinha. Rafael Chioccarello e Joyce Guillarducci unem forças para levar para a pista do Palco Dustan hits perdidos do underground nacional.
Dingo Bells, YMA, Molho Negro, Goldenloki
DJ Set: Rafael Chioccarello (Hits Perdidos) e Joyce Guillarducci (Cansei do Mainstream)
OZU, Betina, STROBO, Bruno Bruni, Laura Lavieri
DJ Set: Alex Corrêa (Caverna)
Mauricio Pereira, Juliano Gauche, Terno Rei, Garotas Suecas
DJ Set: Alexandre Matias e Danilo Cabral (Trabalho Sujo)
This post was published on 4 de outubro de 2018 11:22 am
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