Lançamentos Nacionais: Teago Oliveira, Jup do Bairro, Ana Cañas, GIO, Bemti, Acidental, WRY, Pratagy
2021 tem sido um ano onde os lançamentos nacionais tem saído aos poucos e em algumas semanas muita coisa boa tem saído ao mesmo tempo. Por esta razão esta coluna fará uma espécie de “recapitulação” para você não perder nada do que está rolando.
Teago Oliveira “Nada Se Repete”
Após lançar seu debut solo, Boa Sorte (leia entrevista) em 2019, o vocalista da Maglore apresenta seu primeira canção inédita autoral desde então. Segundo o músico, a canção “reflete acerca das coisas que se repetem ao longo da história da vida, mas que nada realmente se repete quando se trata das experiências vividas.”
Ele continua: “Os amores não se repetem, as pessoas não se repetem. Tudo o que se repete são os adventos, os objetos, os comportamentos, coisas das quais podemos aprender a não repetir, para nosso bem.”
Sua melodia irá agradar a fãs de bandas como Bright Eyes, The Byrds e Wilco. Com muita doçura, ele traz a tona as reflexões acerca destas memórias. A produção é assinada em conjunto por Lucas Gonçalves e Teago.
Jup do Bairro “Sinfonia do Corpo”
Para apresentar sua nova fase na carreira, Jup do Bairro apresenta a faixa “Sinfonia do Corpo” – mais uma parceria com a produção de BadSista. Nela discorre sobre a potência, o conhecimento e os (não) limites daquele que nos carrega durante nossa passagem por esse plano físico.
Com direito a muitas simbologias, densidade e imersão em forma pensamentos profundos versados em relação a este “casulo” que nos move. Combate a quem o coloca a margem do sistema, seja por religião, preconceito ou simplesmente por pura estupidez.
A expressão e sua capacidade de se reinventar e viver os mais diversos conflitos ao longo da jornada, ganham a poesia e fazem com que você também participe de uma forma ou outra da produção. Esta que ganha o adendo de guitarras em looping e tem até mesmo a voz servindo como parte fundamental da instrumentação.
Ana Cañas “Coração Selvagem”
Ana Cañas apresenta “Coração Selvagem”, primeiro single de álbum em que canta a obra de Belchior. A releitura ganhou para acompanhar um clipe dirigido por Ariela Bueno.
“Ela é muito especial pra mim e tem uma das minhas letras favoritas, pois versa sobre a urgência das paixões, a importância da entrega nas relações e sobre a profundidade da alma”, explica sobre a homenagem
Sobre a faixa ela conta: “Ter o coração selvagem, pra mim, é ter coragem de amar”. A versão ganhou um clipe intenso onde a artista contracena com o ator Lee Taylor.
GIO “Nebulosa”
O baiano Giovani Cidreira agora passa a utilizar o nome artístico de GIO. Para apresentar a nova fase artística ele lança uma canção em parceria com o produtor Benke Ferraz (Boogarins) e Jadsa. A faixa fará parte do álbum Nebulosa Baby que será lançado ainda no primeiro semestre.
“Estou introspectivo, musicalmente mais desenvolvido e volto a abrir meu coração para falar abertamente sobre os fantasmas que me assombram: violências, amores perdidos e abuso de drogas.
Retorno para deixar clara a minha preocupação e reflexão sobre mim e sobre o futuro de um mundo que cessa a vida de jovens, como eu, diariamente”, afirma GIO.
São os amores que norteiam a nova faixa que traz consigo referências que passeiam pelo R&B – que já aparecia forte em seus últimos lançamentos – o pagodão baiano, o pop romântico de rádio e uma conexão ainda mais profunda com as suas raízes musicais. Uma balada romântica que consegue te levar junto através de suas batidas intensas e um refrão que fica na cabeça.
Pratagy “Um Objeto no Céu”
O paraense Pratagy se reiventa e apresenta sua nova fase através do single “Um Objeto no Céu”. A faixa foi inspirada em John Lennon e The Commodores, algo bem diferente dos sintetizadores oitentistas e energia de karaokê que movia seus trabalhos anteriores. Uma canção imersiva e delicada, com direito a piano, estralos de dedos e boas melodias.
A ideia da composição veio após assistir durante o isolamento o filme Aquarius, do pernambucano Kleber Mendonça Filho, fala sobre a relação de pertencimento com a casa, o lar, e como isso mudou na pandemia.
“É a ideia do refrão ‘Não quero ir, não quero voltar / Eu sei que aqui é nosso lugar’. Acho que a música acabou expressando – a nível microscópico – a minha relação com a casa que moro. Em um nível maior e político, nas pessoas que lutam diariamente pelo seu espaço, por serem quem são e de ocuparem os espaços que são delas”, comenta Pratagy
WRY Weapon in my Hand
O WRY continua a trabalhar seu projeto de remixes em versões pulsantes das canções de seu disco mais recente, Noites Infinitas – através de lados B’s desenvolvidos por convidados.
Neste novo registro, as canções ganharam ótimas versões para uma pista nem tão indie assim e também trouxeram releituras de outros hits perdidos da sua discografia. Ou seja, um belo bônus para os fãs.
Na tracklist aparecem remixes para “Weapon in My Hand”, Don’t You Ever Call on my Name Again” e “Cancer”.
Bemti “Canções para a série Hit Parade”
O músico mineiro que encanta todos com a sua viola caipira, Bemti, apresentou na última semana um pequeno EP com canções que integrarão a série da Globoplay “Hit Parade”, lançada no dia 21/05.
“Imagem e Semelhança”, por exemplo, discorre sobre a relação pai e filho, evidenciando os tons mais dramáticos que a relação pode ter. Já em “Haja Vista”, com melodias delicadas, fala sobre superação e as batalhas que o futuro lhe reserva. Refletindo sobre a longa caminhada mas sem esquecer das pedras encontradas pelo caminho.
Acidental Objetos Arremessados Pela Janela
Alexandre Machado (Parachamas) lança o álbum de estreia do Acidental, Objetos Arremessados Pela Janela (Hearts Bleeds Blue). Por aqui, inclusive, lançamentos o clipe para “E agora eu preciso“, recentemente. O músico conta que o disco versa “sobre a vida e nosso percurso na terra”, este sendo o ponto central que conecta suas nove faixas.
“O Paulo fez as músicas chegarem bem mais longe, transformou canções que poderiam passar despercebidas em obras que me representam como um todo. A gente fez as gravações sem seguir uma referência, seguindo as nossas próprias ideias. Acredito realmente que fizemos um grande trabalho”, ressalta o músico sobre a importância de Paulo Senoni que assina a engenharia de som.
Entre as nove canções é possível encontrar uma versão de “Mesmo Que Mude”, dos gaúchos da Bidê ou Balde, que ganhou um clipe dirigido por Gil Gonçalves.
Entre as influências estão Clube da Esquina e Guilherme Arantes a Kent e Flaming Lips, conta com a participação dos músicos Joe Gomes (ex-Pitty, The Dead Billies, Retrofoguetes) e do potiguar Luiz Gadelha (Talma & Gadelha e Luiz Gadelha e os Suculentos) na faixa “Nada Demais” e Deny Bonfante (Perpetual Dreams) em “Palíndromo”.
O disco contempla a importância do amadurecimento por meio da reflexão (“E Agora Eu Preciso”); a rotina desenfreada das metrópoles e a tônica dos relacionamentos (“Amarela”, “Nada Demais”); o lado powerpop equaliza em “Pesadelo Na Cidade” para tratar sobre como mudamos ao longo dos anos.
“Palíndromo” traz a tona a dor do término dos vínculos afetivos e suas bagagens; assim como “Arrastão” disserta sobre o duro processo de aceitar o fim de um ciclo e a força que temos que ter para erguer a cabeça.
“Ahhh Ah” traz para si a sensação de inércia e as inúmeras tentativas para sair dela, passando pela rotina e a série de expectativas que criamos para sair dela. “Dentro de um Outono” fecha o disco e traz metáforas gélidas para falar sobre os conflitos, dificuldades e as zonas de conforto que desenvolvemos ao longo da vida.