hoovaranas e a busca pela superação em “Alvorada”

 hoovaranas e a busca pela superação em “Alvorada”

hoovaranas lança seu segundo álbum de estúdio, Alvorada – Foto Por: Jhuly Vieira

Pude conhecer o trabalho da Hoovaranas em 2019 através do EP Poluição Sonora. Na época 0 trio de Ponta Grossa (PR) formado por Rehael Martins, Eric Santana e Jorge Bahls, até então; tinha respectivamente 15, 16 e 18 anos. Instrumental por essência o material não se prendia em um estilo, e trazia surf rock, post-rock, math-rock, shoegaze, rock progressivo e até mesmo elementos punk rock dentro do amplo campo de referências.

Algo natural de um momento onde a busca pela identidade é algo latente.  Lembro até de encaixar eles dentro de uma nova safra de bandas que aparecia naquele momento  Sick (MG)Taco de Golfe (SE)Origens (AL)The Nebula Room Experience (RS) e Mineiros da Lua (MG).

Vê-los 4 anos depois maturando o som e encontrando coesão nas referências é de fato uma grata surpresa. O novo material traz referências de Jazz, psicodelia, math-rock em uma linguagem que eles até definem como “mais sóbria”.

Uma prévia do que estava por vir pode ser observada no EP visual Isolamento – lançado em 2020.

“Esse disco vem com uma pegada totalmente diferente do primeiro. Trouxemos um som muito mais trabalhado e sóbrio. A vibe do álbum é um lance da juventude, da superação, da coragem de abrir os olhos pra seguir em frente. Nosso objetivo é trazer luz às pessoas, por isso o nome Alvorada”, conta o baterista Eric Santana


Banda paranaense hoovaranas _crédito_ Jhuly Vieira
hoovaranas lança seu segundo álbum de estúdio, Alvorada – Foto Por: Jhuly Vieira

Hoovaranas Alvorada 

Com o mote da esperança, o material procura estabelecer diálogos sobre as pequenas batalhas do dia a dia, da turbulência de pensamentos, passando pelas crises de ansiedade, cobranças, expectativas a redenção. Sensorial e bastante relaxante, o material também busca a Alvorada como uma metáfora para um recomeço e dias mais claros. Se a escuridão assusta e os desafios nos fazem passar noites em claro, voltar aos eixos é uma questão de resiliência, equilíbrio e o exercício de lidar com os próprios demônios.

“Toda a ideia de liberdade, força e psicodelia está nas músicas de alguma forma, mesmo que elas sejam instrumentais, cada detalhe foi pensado para passar algum sentimento”, revela o guitarrista Rehael



Desprender-se do ego, se conectar com a essência, lidar com traumas, percalços e contratempos para alcançar o equilíbrio entre os sonhos e a realidade. É esse o funil e etapas que o disco percorre através de curvas sinuosas, acordes delicados, reverbs e uma cozinha jazzística uma hora ou outro dissonante feito os obstáculos que veem para nos trazer lembrar o quão bom é a linha de chegada. É da calmaria ao degringolar das emoções que os aclives do disco nos trazem sensações e imagens de passagens do cotidiano.

Com o espírito faça você mesmo em sua essência o material que foi produzido por Marcio D’Avila Cargnin teve a mixagem e masterização realizadas pelo próprio baterista, Eric Santana. Já a capa foi confeccionada por Riko (@riko.ink).


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