[Premiere] Pablo Vermell (Los Volks) mostra seu lado bedroom pop / lo-fi no single “Partida”
Músicos são “almas inquietas” e quando tem períodos frutíferos acabam compondo sem hora para acabar. É algo que acontece naturalmente e muitas vezes acaba servindo como fuga para emanar para o universo diversos sentimentos aprisionados dentro da alma.
Hoje em Premiere no Hits Perdidos o músico e jornalista Pablo Mello apresenta sua nova composição. Ele que atende por Pablo Vermell em seu projeto solo mas que em sua banda base conta com seus amigos e parceiros de Los Volks.
Para compreender mais sobre as origens do projeto, sonhos e mais sobre sua compulsão por compor, conversamos com Pablo que nos trouxe respostas muito francas a respeito de sua empreitada paralela a carreira ao lado da Los Volks.
Porque Partir
Para a
Carreira Solo?
“Sempre escrevi bastante coisa. E entre essas tantas músicas, costumeiramente me vejo compondo faixas bem adversas a proposta da Los Volks.
Eu amo o ambiente de banda. É incrível ter alguém com quem compartilhar as coisas que vem lá do fundo do meu peito. Mais do que isso, eles me ajudam e me aconselham entre arranjos e afins. É um trabalho que no fim das contas, acaba sendo bem de equipe.
Contudo, senti a necessidade de gravar algumas coisas quando percebi que realmente estava completamente aficionado por gêneros estão na contramão do que fazemos.
Isso do dream pop e do lo fi… é um troço que não sai da minha mente. E todavia, não sentia que seria interessante transpor essa inspiração pra banda num momento em que finalmente nós encontramos sonoramente. Digo isso porque essa fixação surgiu lá em 2017 – pouco antes do lançamento da “Tarde de Domingo”. Naquele período, disponibilizei o single “Tonight” sem muitas pretensões.”, conta Pablo
O Segundo Single
“A diferença da “Tonight,” para o novo single, “Partida”, ocorre no ponto em que atualmente vejo como possível escrever faixas deste tipo também escrevendo em português.
Há 2 anos atrás, me via travado quando tentava fazer isso. Acredito que o start pra essa minha nova música solo me caiu depois de milhares de audições no último álbum do Terno Rei.
Eu cheguei a levar a faixa “Partida” para a Los Volks, sugerindo-a como um possível single pós álbum. No entanto, obtive uma negativa, já que temos outras faixas no páreo para o lançamento que deve rolar lá pra 2020 na banda.
https://www.youtube.com/watch?v=uyuYrUR-UU4&feature=youtu.be
De fato o single carrega um lado ainda mais intimista e embriagado por camadas lo fi / dream pop da vanguarda do post-punk paulistano que o Terno Rei buscou mostrar com força no pop, e açucarado, Violeta. Me lembrando também um pouco do que muitos tem chamado de bedroom pop.
O eu-lírico sofre e não consegue lidar com o fim de um relacionamento. Feito águas passadas o compositor passa a régua num passado que insiste em não sair de si. Pop a composição em si me lembra um pouco a simplicidade que bandas como Ira! impõe.
A Gravação
“Enfim! No meio disso tudo, recebi o convite do amigo Marcos Caridade pra gravar a música numa espécie de homestudio improvisado. Topei e convidei os amigos da banda pra gravarem o instrumental comigo. Eles já tinham gostado da faixa também, inclusive. Mas ela não tão tinha algo, que talvez outras composições minhas devam ter.
O Vinícius Souza gravou os violões e a Isabella veio gravar o baixo. Gostei do fato de não termos usado guitarra, de fato. Pegamos um violão de aço e usamos alguns efeitos pra chegar nessa sonoridade.”
A Composição
“A letra da música, por sua vez, transcorre muito sobre meu cansaço e desilusão em torno de uma série de coisas. Talvez essa letra tenha um pingo de conexão com a “Guarde Suas Joias” (que lancei com a Los Volks feat. Vespas).
As vezes, todos nós só queremos sumir e deixar tudo pra trás. Esse anseio é muito mais puro do que podemos visualizar quando pensamos no quanto não queremos lidar com determinadas situações, por vezes.
Seja na vida pessoal, ou no trabalho, ou até mesmo em casa. Tudo, se mal aplicado, tende a saturar. E a busca pelo equilíbrio é tão ilusória quanto a busca pela felicidade. Ela está no agora, e não em metas e objetivos. Porém, o que afinal de contas seria o agora se não a vida como um todo?”, finaliza o músico