Em tempos onde o formato de compartilhamento da música é posto em discussão nas redes sociais as bandas tem optado por lançar singles, EPs, remixes, splits e discos. Os motivos são os mais variados, desde não ter um conceito fechado para um disco, passando por fase da carreira e chegando até no ponto do planejamento estratégico.
Sendo assim é a cada dia mais difícil dizer o que é um álbum ou um EP. Temos álbuns de 6 músicas – que na teoria seriam EPs – mas que o artista utiliza a nomenclatura. E tudo bem. Para esta lista de registros que você deveria ter ouvido este ano vamos elencar aqueles carinhosamente apelidados “EPs”. Então vamos lá!
O espírito da garagem e dos anos 90 reverbera nas guitarras e nos riffs marcantes do primeiro registro da Violet Soda, Here We Go Again. Com muita energia e influências de vários estilos que se consolidaram na década, podemos ver um EP que traz várias facetas para mostrar ao que veio.
A banda é uma das novas apostas do novíssimo selo Forever Vacation Records e teve a produção de Alexandre Capilé. Irá agradar fãs de Nirvana, L7, Silverchair, Hole, Skating Polly, The Regrettes e Placebo. A banda paulista não parou por aí! No dia 09/11 eles lançaram mais quatro músicas no EP Tangerine.
O primeiro EP da La Leuca, de Florianópolis (SC), é jovial, lisérgico, nostálgico e cheio de ambiências que fazem com seus pouco mais de 12 minutos passem feito um tiro. Pop, psicodélico e se aventurando pelo revival do Dream Pop, o registro traz as memórias da infância a tona e finaliza deixando pistas do que está por vir.
Divertido, leve e doce. Chamam a atenção “Ninfa” e o açucarado – e inocente – single “Saliva Salina”. Recomendado para fãs de Boogarins, DIIV, Bike e My Mygical Glowing Lens.
O curioso de Rainy Days, primeiro EP do Svndress, é justamente permitir experimentar sua audição de duas maneiras. A primeira através ouvir e adentrar a narrativa, sua pressão, desilusão e viajar entre o cenário frio, selvagem e de inconstância. A segunda é a de se colocar como observador de uma história nebulosa pela busca de encontrar seu lugar dentro do mundo.
Ambas são válidas e servem como ponto de equilíbrio para um registro que destila emoções para gerar um diálogo. Em tempos de tanta insegurança, inconstância, medos, experimentações e a ansiedade por construir seu próprio caminho, o EP mostra empatia através de beats, tensão e sufocamento. Recomendado para fãs de projetos eletrônicos imersivos e experimentais. Um lançamento Cavaca Records.
Vol. III do Drápula vem para deixar o clima leve em dia de estreia de Copa do Mundo. Através de canções que falam sobre passatempos, “deboísmo”, filmes cult, ficção científica e a noite fluminense, eles vem para divertir com versos descontraídos e diversidade no repertório de influências. Em tempos de registros pesados e raivosos, o EP vem para “quebrar o gelo”. Irá agradar a fãs de powerpop, psicodelia, tropicalismo e porque não: punk rock. Tudo muito açucarado e pronto para a apreciação. Servidos?
O EP de estreia do Early Morning Sky, If I See You Again, que está sendo lançado hoje (13/04) através do selo Midsummer Madness, é rápido, afinal de contas são 15 minutos e 4 sons. Passa feito um tiro. O que não faz com que passe despercebido, com guitarras cheias de delays, distorções e vocais sussurados.
Uma hora o espírito shoegazer reverbera e em outra a banda dialoga com o noise, neopsicodelia e regressive. O hit perdido do disco é definitivamente “Sorry” e vale o destaque.
No dia 20/07 a banda porto alegrense Alpargatos lançou o EP O Chão é Lava via Escápula Records. Segundo o conjunto, o registro fala sobre a vida quando não é mais possível resistir, onde o indivíduo precisa se encontrar no futuro que tentou evitar a todo custo. Futuro esse que não é o caos, a tecnologia e a assepsia da ficção científica, mas sim o futuro próximo, iminente, que nos bate à porta nesse exato momento.
Após tocar no Lollapalooza a banda carioca, Ventre, lançou seu último registro antes da pausa. Misturando Spoken Word, rock e experimental via Balaclava Records foi lançado no dia 21/09 o EP Saudade (O CORTE 切り).
Além de contar com um pôster-HQ, o trabalho também recebe uma abordagem visual, representando cada uma das faixas: “Alfinete”, “Pulmão”, “O Corte” e “Aquela Mancha”.
“Ventre é um kanji (腹) e o corte é kiri (切り). Unir os dois resulta em hara-kiri (腹切り) que é o ritual de suicídio japonês. Daí o conceito de fim induzido”, explica Hugo.
A Bratislava não passou em branco em 2018. Após lançar Fogo em 2017, eles em junho lançaram um EP com cinco canções em parceria com o poeta Victor Rodrigues. O EP saiu em parceria com o selo Sagitta Records e faz a mistura entre a poesia, a experiência transmidiática e o rock.
“Desde o começo, os poemas do Victor me chamaram atenção, pelo caráter narrativo. Tenho certa dificuldade em assimilar certo tipos de poema em récitas, por conta da velocidade da fala. Mas os dele, apesar de quase sempre longos, eram muito coesos e divertidos ao seu modo, sempre gostei muito de sacar tanto recitados quanto lidos.
Passei a acompanhar as atividades dele não só como poeta, mas como articulador cultural, na realização de saraus e workshops. Em 2013, lembro que almoçamos juntos e nesse almoço sonhamos com um projeto em parceria, de música com poesia, mas como quem joga ideias no vento, sem pretensões”, conta o vocalista Victor Meira.
Para os amantes do synthpop o Dolphinkids é um prato cheio. O power trio de Suzano (SP) em abril lançou o sucessor do EP Bluebird (2016), Primavera. O trabalho é pautado em melodias, sintetizadores, cantado em português e com influências do rock alternativo.
“Primavera vem necessariamente da fase em que a banda passou durante sua produção e ainda passa, uma mudança de rumo, de visual, de atmosfera, até mesmo de idioma, trocando inglês pro português. O visual do EP, baseado em arte renascentista, também inspirou o nome do disco”, diz João Felipe Irente.
Após um longo hiato a banda goiana Caffeine Lullabies voltou com tudo e lançou neste fim de ano o EP Blueprints For a New Ocean via Milo Recs. O EP de cinco faixas inclusive foi produzido por Luis Calil (Cambriana).
“O EP possui ares de recomeço e fala sobre perdas, mas também sobre aceitação, sobre encontrar gratidão nas coisas e tentar reconstruir algo novo” explica o vocalista Felipe Cavalcanti.
“As músicas falam sobre uma época da minha vida em que eu tive que abrir mão de muita coisa, começar tudo do zero e as dificuldades que rolaram em relação a isso. A ideia do Blueprints for a new ocean é justamente perceber o quanto é grandioso repensar a vida, mudar todos os aspectos. É tão grandioso como fazer um projeto para construir um novo oceano”, finaliza.
Como foram muitos lançamentos, e não gostaríamos de deixar ninguém sem espaço, além destes 10 descritos estamos disponibilizando uma lista com outros registos lançados em 2018.
Rock Alternativo
Frankenchrist – NO LOVE (Ouça aqui)
Kanagawa – Haunted Lovers (Ouça aqui)
Gumes – bb (Ouça aqui)
John Filme – Caleb (Ouça aqui), Mammals (Ouça aqui) e Kings Of Leon Cover (Ouça aqui)
Letty – The Rolling Stones Were Always Wrong (Ouça aqui)
Little Room – Little Room (Ouça aqui)
Shirtsleeves – Lost Found (Ouça aqui)
Ator Morto – Caos EP (Ouça aqui)
Expedidor – Solo (Ouça aqui)
Guto – Duplo (Ouça aqui)
Dois Barcos – Pier (Ouça aqui)
Cout – Patos Galáticos (Ouça aqui)
Dream Pop
Moon Pics – Motion (Ouça aqui)
Experimental
xoxoto – Vèlle Dableau (Ouça aqui)
BAGUM – Tecido (Ouça aqui)
Trip hop
Katze – Dark Side of the Moon Phases of a Relationship (Ouça aqui)
ROSABEGE – Astral Mediterrâneo (Ouça aqui)
Math Rock
Voliere – Pesares Passados, Euforia (Ouça aqui)
Shoegaze / Post Rock
Terraplana – Exílio (Ouça aqui)
Punk Rock
Os Torto – É Verdade esse EP ()
Hardcore
Escombro – Eutanásia Social (Ouça aqui)
Stoner Rock
Gods & Punks – Ceremony of Damnation Pt1. e Pt.2 (Ouça a parte 1 / Ouça a parte 2)
MPB
Lucas Adon – Do Luto (Ouça aqui)
Eletrônica
Semper Volt – Leve EP (Ouça aqui)
SPLIT
eliminadorzinho e Quasar – Peleja (Ouça aqui)
This post was published on 24 de dezembro de 2018 10:20 am
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Outro EP lá do interior do RS lançado em 2018: https://closer-brazil.bandcamp.com/album/transmuta-o
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