hoovaranas revela com exclusividade os bastidores de “Três”
Pude conhecer o trabalho da hoovaranas em 2019 através do EP Poluição Sonora. Na época o trio de Ponta Grossa (PR) formado por Rehael Martins, Eric Santana e Jorge Bahls, até então; tinha respectivamente 15, 16 e 18 anos. Instrumental por essência, o material não se prendia em um estilo, e trazia surf rock, post-rock, math-rock, shoegaze, rock progressivo e até mesmo elementos punk rock dentro do amplo campo de referências.
4 anos, em 2022, após ter maturado o som e encontrando coesão nas referências, veio o Alvorada, na época salientamos:
Com o mote da esperança, o material procura estabelecer diálogos sobre as pequenas batalhas do dia a dia, da turbulência de pensamentos, passando pelas crises de ansiedade, cobranças, expectativas, a redenção. Sensorial e bastante relaxante, o material também busca a Alvorada como uma metáfora para um recomeço e dias mais claros. Se a escuridão assusta e os desafios nos fazem passar noites em claro, voltar aos eixos é uma questão de resiliência, equilíbrio e o exercício de lidar com os próprios demônios.
Agora é a vez de Três ganhar a luz do dia, ainda carregando uma alta dose de sensibilidade rítmica e um caldeirão instrumental parrudo.
“Três” traz um olhar mais realista e pesado sobre a vida em si, nossos problemas internos e como o externo nos afeta, as questões da modernidade, ansiedade, depressão, males cada vez mais comuns e que já fazem parte do nosso dia a dia. O disco traz uma sombra, não de uma forma negativa, mas de uma forma mais interna, melancólica e emotiva”, explica Eric
O material tem captação de Luis Vinicius Pacheco (@viniciuspiralinda), mix e master de Alejandra Luciani (@sugarkaneaudio) e produção do próprio baterista Eric Santana. Além de 7 faixas autorais, o disco conta com uma versão de “Refazendo”, originalmente lançada pelos Boogarins.
hoovaranas se apresentará em São Paulo em breve no 5 Bandas, do Minuto Indie. Além do trio, até o momento foram anunciadas como atrações do festival a banda Paira e Ale Sater (leia entrevista exclusiva).
O Hits Perdidos é media partner do festival e em breve vocês saberão mais!
Hoovaranas Três (Faixa a Faixa)
Com exclusividade, o trio paranaense revela um faixa a faixa com detalhes por trás da produção. Ou seja, quem assume o comando a partir daqui são eles. Confira!
1) Fuga
Fuga é uma das músicas que melhor define o nosso estilo, passeando por diversos gêneros musicais e também abrindo para improvisação, o que nos remete muito ao início da banda e nossas primeiras composições, que surgiam de longos improvisos.
Ela é uma música que a gente já vem tocando há bastante tempo e traz bastante da energia dos nossos shows ao vivo, com vários solos e cadências, uma verdadeira montanha-russa musical.
2) Frenesi
Frenesi foi uma das primeiras músicas que a gente fechou pro álbum e foi a escolhida pra ser o single do mesmo. Apesar de ter uma influência forte do Math-Rock e ser uma música bem acelerada, achamos que é uma das músicas que vai mais “direto ao ponto” entre todas do álbum. Ela também foi fruto de diversas improvisações e teve pelo menos umas 3 versões antes da final.
3) Solitude
Solitude traz muito da nossa influência na música brasileira e também isso que a gente curte muito, que é tentar misturar estilos como bossa nova e samba com gêneros como Rock Progressivo e Psicodélico e fazer isso soar orgânico. Solitude te tira da calmaria e te leva pro caos em instantes e quando você menos percebe já está de volta à zona de conforto.
4) Odisseia
“Odisseia” é uma das nossas primeiras músicas e fazia parte do nosso setlist mesmo antes da gente lançar o primeiro álbum em 2019. Na época do “Alvorada” acabamos deixando ela de lado, mas quando estávamos fechando as músicas do “Três” percebemos que ela encaixava muito bem com as novas músicas, então resgatamos ela, fizemos um novo arranjo e se tornou uma das nossas favoritas do disco e uma das nossas favoritas de tocar ao vivo.
5) Êxtase
“Êxtase” surgiu quase que totalmente de uma composição do Rehael no violão, os principais riffs e melodias vieram dessa versão solo que em seguida re-arranjamos com a banda, colocamos esse ritmo maluco por cima e acabamos meio que sem querer fazendo uma das nossas músicas mais pesadas.
6) Beco da Lua
Esse som basicamente é uma homenagem a uma das cidades que a gente mais curte tocar, que é Floripa. Inicialmente se chamava “Dunas”, mas acabou virando “Beco da Lua” que leva o nome de uma trilha muito massa que a gente fez com nosso amigo “Magrão” na nossa última viagem à Floripa.
Ela surgiu a princípio de um duo de violões do Rehael e o Eric e com certeza foi a música do álbum que mais demorou pra gente fechar. Ela traz bastante das novas influências do Eric com os ritmos afro-latinos e da evolução da banda em si com a experimentação.
7) Refazendo
A gente tem uma história bem massa com esse som do Boogarins. Era uma música que a gente ouviu de uma live deles no Primavera Sound de 2014 antes mesmo de criarmos a banda. A gente se encontrava e ficava ouvindo muito Boogarins e esse som foi trilha-sonora dessa fase da nossa vida.
Nessa época nunca imaginamos que acabaríamos nos tornando amigos dos caras dessa banda que a gente curte muito e acabou rolando a ideia da gente fazer essa versão no disco novo, eles nos apoiaram e tá lá, hoovarins/boogaranas, (risos).
8) Cura (Olhos D’água)
Cura surgiu na época do “Alvorada” e a gente chegou a tocar uma versão dela em alguns shows, mas também foi um som que a gente foi guardando, até que começamos a trabalhar nesse álbum e decidimos incluir ela.
O Jorge surgiu com a ideia de colocar o baixo acústico na introdução e fizemos um novo arranjo pro final dela que é esse caos que vai sumindo num limbo aos poucos. Com certeza ela é uma das músicas mais bonitas e delicadas que já fizemos e não poderia ser melhor com ela fechando o “Três”.
Ouça hoovaranas Três
Festival 5 Bandas
com Ale Sater + hoovaranas + Paira e + duas atrações a serem reveladas
31 de agosto – sábado
Casa Rockambole
Belmiro Braga, 119 – Pinheiros
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