Revelações de 2023 segundo os colaboradores do Hits Perdidos
Todo ano no fim do ano vemos por aí listas de melhores do ano em todas as categorias possíveis mas como ficam as revelações? Aquela novidade que te chamou a atenção mas ainda está trilhando seu caminho. Pensando nisso, pedimos para os colaboradores do Hits Perdidos escolherem artistas que entraram no nosso radar ao longo de 2023 e que vemos como apostas para os próximos anos. Ou seja, aqueles que você precisa ficar ligado. Confira a seleção!
Truno é o alterego de Bruno Turbino, ele que é membro e co-fundador da 77selverline e da Marrakesh. Atualmente também atua como vocalista na Bad Luv. Ele estreou sua carreira solo com o EP solo Divina Arma, lançado pela Balaclava Records, mas antes disso saiu o single “Espaço”, uma baita faixa em colaboração com o produtor Chediak. O som é bastante moderno e combina trip-hop/Grunge entre outros estilos eletrônicos.
A faixa ganhou também uma versão “mais rock” com a Bad Luv (ouça aqui).
Lançar um álbum de estreia é sempre um desafio para qualquer artista. Tem tanta coisa ali guardada que quando chega é de certa forma uma catarse. Se temos cada vez menos bandas apostando em algo que nos remete o que era o pop rock de outrora, grupos como Jambu, Daparte e Chão de Taco trazem isso de uma forma jovem sem procurar velhas fórmulas.
Os dilemas da juventude aparecem ao longo do disco de forma leve e com potencial para crescer. Diretamente de Piracicaba (SP), eles conseguem transitar entre o rock alternativo e o pop.
De São Gonçalo (RJ), o duo Manchester Fluminense composto por Luca Quitete (guitarra, voz) e Victor Damazio (baixo, bateria, voz), pode se enquadrar como “Indie Rock” e entre as influências tem nomes como Dinosaur Jr., Built to Spill, Modest Mouse e Hüsker Dü. Ou seja, altamente recomendado para fãs de gorduratrans. O primeiro álbum, Auge e Declínio (2013-2023), foi lançado no fim de novembro e é uma grata surpresa na cena de rock alternativo brasileiro.
Da leva de artistas descobertos na casa do Caetano Veloso, o trio de São Gonçalo (RJ) é formado por ANCHIETX, Cupertino e Leo Guima. Representando o R&B, é fácil entender o que chamou a atenção do músico baiano. Leo também lançou material solo em 2023.
Em discos como o EP do Mundo Video, lançado em abril pela Seloki Records, é possível observar a vontade de criar um universo repleto de referências, colagens, estéticas e colaborações único que acaba fazendo com que olhemos para um trabalho com um ar de esperança no caminho torto, e propositalmente errático, escolhido.
O duo carioca formado por Gael Sonkin (Ovo ou Bicho) e Vitor Terra não coloca limites para as experimentações sonoras muitas vezes abstratas e com um bom toque de dadaísmo. Passando por uma gama de referências que vai do hyper pop, passando pelo do indie, metal, samples de vídeo games, reggae e muito mais com o intuito de materializar sua música como um conceito aberto a novas possibilidades e linguagens sem se prender a qualquer corrente ou tendência.
Vitor e Gael se conheceram no Rio e hoje são radicados em São Paulo e como proposta central tem a de criar canções desprendidas de regras e amarras, tudo isso com estética de produção caseira e independente como eles mesmo frisam.
A ideia desde os três singles disponibilizados ‘’Minha Cara’’ , ‘’Amanhã a Noite Quando Eu Acordar’’ , que conta com a participação do alagoano Bruno Berle e ‘’Sol Gelar’’ , interpretada por Gab Ferreira, já deixavam claro que o caminho escolhido seria sinuoso e cheio de referências da cultura pop.
Após esse primeiro lançamento em abril, em novembro já veio single novo “Charada” desta vez pela Balaclava Records.
O Heróis da Rua de Baixo surgiu há 12 anos no Parque da Juventude, zona norte de São Paulo, mas só esse ano pude conhecer. E sabe daquelas bandas que precisa só de um som pra “te pegar”? Esse foi o caso da divertidíssima “Monoestéreo” que saiu pela Lyra Noise.
Embora Nina Maia tenha lançado alguns singles ao longo dos anos ainda falta um material mais parrudo de estreia, seja um EP ou até mesmo um disco. De qualquer forma o lançamento de “Sua” que ganhou um clipe digno de estar entre nossos melhores do ano é suficiente para colocá-la em nosso radar.
Embora tenha um EP de 7 músicas, Erógena, o trio do Amazonas, D’Água Negra, começa a ensaiar o que irá em breve se tornar seu álbum de estreia. “Escárnio”, primeiro single do novo disco que será lançado pela Natura Musical, mistura jazz e drum & bass de forma interessante e mostra que os multiartistas tem sim muito a oferecer em 2024.
Após lançar o interessantíssimo disco O Time da Mooca (2020), em que Ítallo França faz um paralelo entre suas memórias e o futebol inserido no seu cotidiano, o artista lançou esse ano o Tarde no Walkiria, ainda mais maduro e grandioso, em que continua falando sobre suas lembranças mais bonitas, mas num aspecto mais amplo. Alagoas ainda está muito em pauta, mas sem, necessariamente, ir pro lado do regionalismo. Não sou muito romântica, mas a singeleza da música “Retrato de Maria Lúcia” me cativou tanto a ponto de ser uma das minhas canções preferidas do ano. Vale destacar que nessa ele está acompanhado, nos vocais, da também incrível Marina Nemesio.
Enxergo Bruno como um potencial sopro de renovação do pop rock brasileiro. Mas não só: é também um grande operário da cena independente. Isso está longe de ser uma ode à necessidade do artista pequeno ser multitarefas na indústria musical, mas Bruno Leo joga isso ao seu favor, sendo um bom cantor, compositor, multi-instrumentista, produtor e diretor de videoclipes – E prolífico: o artista lançou dois discos em 2023. A minha música preferida de Bruno é “Sombra do Contraste”, que além de trazer uma aura positiva e solar, faz uma reflexão de maneira autêntica: “Ficar sozinho é uma lenda urbana”.
Luiz Amargo & Ricardo Resto foram, sem dúvida, dois dos artistas que mais me surpreenderam esse ano – não só na esfera das revelações como na música brasileira como um todo. Fazendo uma mistureba diversa, inusitada e instigante de sonoridades, que passa por MPB, new wave, eletrônica, rock, vanguarda e até mesmo funk, as letras são mais impressionantes ainda, que não devem em nada às de canções consagradas do nosso país.
No primeiro single, “Afundo”, já deu pra ver o enorme potencial que a dupla tem de ir longe na carreira, e ao ouvir a música que dá título ao EP, Engano Chegando, tive certeza que eles já são grandes. Essa música não saiu do meu repeat em 2023, e espero que não saia do repeat de mais pessoas em 2024, 2025, 2026… Eles merecem permanecer na nova cena musical brasileira.
Duo de Maceió que mistura pós-punk, metal, harsh noise, techno e o que vier pela frente. É caótico, é a música enquanto som, a mensagem é o ruído, a dissonância, distorção e improvisação. É aqui mesmo que o filho chora e a mãe não vê.
Quinteto paulista de post-metal que acaba de lançar seu disco de estreia. É um disco de gente grande, pra tocar no Roadburn. Tamanha qualidade do álbum já faz burburinho no underground. Escute “Indulgência”.
Quarteto de Belo Horizonte de black metal punk crust e caótico. Essa é a estreia full lenght da banda após dois EPs e uma demo. A estética atordoa quem não é adepto. Já para os adeptos, os shows com certeza vão divertir muito.
One man band de Vina, guitarrista da Huey, que lançou seu mais novo EP O Enterro das Marés. Apesar de ser seu sexto trabalho, é um projeto que possui pouco tempo de existência, provando também sua criatividade e prolificiência. São 3 faixas desapegadas de rótulos mas que caminham pelo post-rock/post-metal, industrial e até shoegaze. É uma constante reflexão de busca da luz no fim do túnel.
Sou suspeita pra indicar pois acompanho o duo desde os tempos de Two Places At Once. Mas pra quem não tem preconceito com brasileiro cantando em inglês, curte um som alternativo, que casa com a arte, um pouco intimista, com certeza vai curtir. Os caras lançaram esse ano o primeiro álbum This is About Leaving, recomendo as faixas “Zero” e “Greeneyes” pra começar.
A Meyot foi uma caixinha de surpresas. Me lembrou um tempo antigo da mesma vibe das músicas que ouvia com um Q a mais. Parece um post-rock com diversos elementos, inclusive até um jazz?!
Acho que eles devem ouvir todo tipo de música, fazer muita pesquisa, aquela bagunça que no fim vira inspiração e dá super certo.
Recomendo as faixas “Casa Abandonada” e “Fina Solidão”.
This post was published on 28 de dezembro de 2023 12:21 am
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