Nacional

Viratempo navega pelas ondas da soul music brasileira em “CIDADE TROPICAL PENSAMENTO”

Não parece mas já se passaram 5 anos desde lançamento de Cura, disco marcado pela mudança de sonoridade da Viratempo. Nas últimas semanas embalados pela música brasileira e por se conectar ainda mais com as origens brasileiras, o quarteto que em 2024 completará 10 anos em atividade disponibilizou seu sucessor, CIDADE TROPICAL PENSAMENTO.

Desta vez eles tivera a oportunidade de trabalhar com Janluska, produtor musical que tem trabalhado ao lado de artistas como Terno Rei, Marina Sena, Jean Tassy, apenas para citar alguns nomes de destaque no cenário nacional. Já a mixagem e masterização ficou sob a responsabilidade de Guigo Berger (Marina Sena, Gaby Amarantos).

O leque de referências do novo lançamento vai da soul music brasileira, de nomes como Tim Maia, Banda Black Rio, Cassiano e Marcos Valle mas também abraça o R&B de artistas como Tuyo, YOÙN, Luccas Carlos, Fabriccio, Yago Oproprio, Wesley Camilo e tantos outros da música contemporânea.

“É um álbum onde revisitar o passado, analisar movimentos, e tentar esquecer o que dói (muitas vezes sem êxito) é rotina. Visita um lugar de dualidade, de sombra e reflexo, de memória. Enquanto a visita acontece, o vento quente se faz presente, trazendo o observar. Sol na pele, luz natural, fim de tarde, fragmentos de luz, começo de noite.

As noites quentes na cidade refletem e se dobram na mente. Um leve deslocamento da realidade é o suficiente para voltar. Nada muito sobrenatural. E nas viagens sensoriais, tentamos apagar, achar uma saída, nos libertar. Dançar ajuda a esquecer? Acho que sim. As não-cicatrizes estão presentes.”, é desta forma que a Viratempo define o novo trabalho


Viratempo lança seu segundo álbum de estúdio “CIDADE TROPICAL PENSAMENTO” – Foto: Divulgação

Antes de disponibilizar o álbum completo eles trabalharam três singles e um videoclipe, “PRAZER”, “Te Quiero”, que ganhou clipe dirigido por Marina Vancini, e “SOLAR“.

A música gringa, claro, ainda faz parte da história do grupo que começou com o neo-folk e já explorou ao longo dos anos o dream pop, trip-hop e o synth pop.

“Nos aproximamos de referências que já faziam parte das nossas vidas, mas que nunca tínhamos experimentado no nosso som, como a mpb e o drum ‘n’ bass, se juntando com outras referências que compõem a essência da banda, como a disco e o trip-hop. Tivemos grande influência de artistas como Marcos Valle, Daft Punk e Gorillaz.

Eu acho que a influência da mpb ficou mais evidente neste trabalho, por termos arriscado sair um pouco daquela estética synth pop gringa e adicionar elementos do soul brasileiro, violões acústicos e harmonias mais tropicais”, conta Vallada, vocalista da banda.

Entrevista: Viratempo sobre CIDADE TROPICAL PENSAMENTO

Em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos, entre outras coisas, a banda paulista Viratempo revela entre outras coisas qual drink escolheria para acompanhar a audição do novo disco.

Foram 5 anos desde o lançamento de Cura que marcou uma mudança radical na sonoridade e proposta do projeto. Como observam o momento de lançamento desse disco, tanto nas referências como na estética escolhida?

Vallada: “Acredito que o CIDADE TROPICAL PENSAMENTO é a síntese do nosso amadurecimento estético e musical. Acredito que achamos o ponto certo da essência da banda nesse disco.”

Como foi esse mergulho na soul music e a pesquisa nesse sentido para encontrar a frequência de vocês?

Vallada: “Todos nós sempre consumimos e gostamos muito de soul music, disco, R&B, então foi fácil incorporar esses gêneros na nossa estética. O sentimento é de que poderíamos até ter feito isso antes (risos).”

E a experiência de trabalhar com Janluska, como sente que agregou?

Max Leblanc: “O Janluska tem a mesma idade que a gente e isso contribuiu muito na hora de produzir, principalmente no que diz respeito à linguagem artística e as referências. Além de um baita músico e produtor, o cara já trabalhou com diversos artistas que têm se destacado nos últimos anos, como Marina Sena, Terno Rei, Jean Tassy e Bruna Mendez.”

O momento entre os discos tem muito do período de pandemia, isso acabou contribuindo para trazer mais da música brasileira e nostalgia para a música de vocês?

Max Leblanc: “Todos os membros são apaixonados por música brasileira. Acho que a pandemia permitiu uma abertura maior para incluir brasilidades no nosso trabalho e temos visto isso acontecer cada vez mais no cenário musical, é muito lindo.

Inclusive, resgatei muito da música brasileira no período que morei fora. Estamos muito felizes de conseguir deixar o nosso trabalho com uma cara de “brazuca” moderno e menos música gringa cantada em português.”

O audiovisual também é uma preocupação de vocês já tem um tempo, desde o álbum visual para Cura, passando pelos dois novos clipes e visualizers. Como foram esses processos de criação dos cenários que queriam retratar a música de vocês?

Vallada: “A ideia sempre foi retratar o conceito do álbum de uma forma mais subjetiva, já que o nome do álbum é subjetivo. CIDADE TROPICAL PENSAMENTO é algo que fica no mundo das ideias, por isso a capa flerta com o surrealismo e traz um cenário que pode ser tanto real quanto irreal.

Sempre que vamos trabalhar nossos materiais audiovisuais, deixamos os profissionais que colaboram conosco muito livres para colocarem suas ideias em prática. Acho que é uma medida certa, entre o conceito que a banda propõe e os contrapontos criativos dos diretores, fotógrafos e artistas que trabalharam nos materiais audiovisuais do disco.”




Vocês falam justamente do disco ser solar mas também estar muitas horas no escuro para falar sobre amores e dissabores. É daqueles discos que mesmo solar tem aquele lado de trazer letras muitas vezes agridoces?

Vallada: “Nossas letras sempre retrataram momentos introspectivos e reflexões sobre sentimentos e amores diversos. Então acho que no CTP não é diferente, só trouxemos uma estética musical mais solar, mas as letras continuam trazendo uma certa melancolia que sempre carregamos.”

Se pudessem escolher um drink para beber ouvindo o disco, qual seria?

Vallada: “Acho que uma caipirinha seria uma boa pedida, porque é uma bebida brasileira mas que é bem conhecida internacionalmente. Acho que sintetiza bem nosso som nesse álbum, já que é uma mistura de música brasileira com bastante coisa do que rola lá fora.”

Viratempo CIDADE TROPICAL PENSAMENTO


This post was published on 17 de novembro de 2023 9:21 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

Posts Recentes

Terno Rei revela o single duplo “Nada Igual / “Viver de Amor” com diferentes inspirações

Novidade em dose dupla! É o que o Terno Rei entrega para os fãs nesta…

20 de fevereiro de 2025

terraplana vê a memória se esvair em “hear a whisper”, parceria com Winter

"hear a whisper", parceria com a Winter, é o segundo single do novo álbum a…

18 de fevereiro de 2025

Festival Cecília Viva 2025: Entre a Resistência e o Recomeço

Há espaços que transcendem a ideia de apenas paredes e um palco. A Associação Cultural…

18 de fevereiro de 2025

Uma noite (inesquecível) com Marina Lima

Imagina só: numa noite de muita sorte, você tem um date com uma das maiores…

17 de fevereiro de 2025

Sting canta sucessos do The Police e da carreira solo no Parque Ibirapuera

Sting é daqueles artistas que tem uma história com o Brasil. A turnê da América…

17 de fevereiro de 2025

Os Melhores Clipes Independentes | Janeiro (2025)

Confira os melhores clipes independentes | Janeiro (2025) em seleção especial feita pelo Hits Perdidos!…

13 de fevereiro de 2025

This website uses cookies.