Red Hot Chili Peppers se apoia em hits em show sold out em São Paulo

 Red Hot Chili Peppers se apoia em hits em show sold out em São Paulo

Red Hot Chili Peppers em São Paulo. – Foto Por: Rafael Chioccarello

Após se apresentar no Rock In Rio em 2019 o Red Hot Chili Peppers retorna ao Brasil. Com público consolidado, o quarteto de Los Angeles veio pela décima vez para o Brasil na turnê A Global Stadium Tour que além de apoiar o décimo segundo e décimo terceiro discos, Unlimited Love (2022) e Return of the Dream Canteen (2022), também celebra os 40 anos de banda. O grupo que em seu som tem como base o funk rock com elementos de punk, rock alternativo, rap, rock e rock psicodélico desta vez vem para uma mini turnê com shows marcados para 5 capitais brasileiras.

No dia 4/11, o show aconteceu no Rio de Janeiro, no Estádio Nilton Santos, o Engenhão. No dia 07/11 eles se apresentaram em Brasília na Arena BRB Mané Garrincha. Com shows agendados para o dia 13/11, em Curitiba, no Estádio Couto Pereira e no dia 16/11, na Arena do Grêmio, em Porto Alegre, o show paulista estava marcado para o Estádio Cícero Pompeu de Toledo na noite da sexta-feira (10/11).


Red Hot Chili Peppers lota Morumbi em retorno a São Paulo
Red Hot Chili Peppers lota Morumbi em retorno a São Paulo. – Foto Por: Rafael Chioccarello

Red Hot Chili Peppers em São Paulo – 10/11/2023

A verdade é que um show pode sim ser observado por diferentes ângulos e depende muito da expectativa gerada. Assim como um time de futebol, a fase dita o ritmo, sua competitividade, sangue nos olhos e vontade de levar o resultado. Muitas vezes ganhar de um a zero é uma goleada. Alguns torcedores, inclusive costumam dizer isso em alto em bom som nas resenhas de bar.

O Red Hot Chili Peppers assim como um time “canchero” soube administrar o resultado com um público que em poucas horas esgotou os ingressos para se apresentar no Estádio Cícero Pompeu de Toledo, o Morumbi.

Definitivamente, não foi o show mais inesquecível das dez vindas dos californianos.

Difícil esquecer do Rock In Rio de 2001, em fase mais entrosada no palco e em um momento criativo bem mais interessante. Jogo é jogo e treino é treino. Nesta peleja em São Paulo eles pareceram um pouco cansados. O que de certa forma é natural, de fato. A Global Stadium Tour se iniciou no dia 04/06/2022 e se encerra nos próximos dias mais precisamente no dia 16/11. Na perna brasileira, o setlist tem poucas variações, no Rio, por exemplo, não tivemos “The Zephyr Song” que rolou na capital paulista; e em São Paulo não tivemos “Dani California”.

No setlist de 19 músicas, temos 4 do By The Way, 3 do Californication, 2 do Blood Sugar Magik, 2 do Stadium Arcadium, 2 covers (“Havana Affair”, do Ramones e “Terrapin” do Syd Barret) e duas de cada um dos novos álbuns. O que podemos considerar um setlist conservador mas pensado nos fãs de longa data tendo sua base solidificada por seus discos de melhor repercussão midiática.

Mas numa canja, a vontade de lutar e de dar um algo a mais é algo que costuma celebrado pelos presentes. O baixista Flea era de longe o mais feliz por estar tocando. Ele e o guitarrista John Frusciante são realmente “os caras diferentes” que podem resolver qualquer peleja. O que vimos foi um vocalista tímido e que por poucas vezes se esforçou para dialogar com o público. Um baterista que foi curtir a vida noturna do Rio e de São Paulo, tocando em bares, que no fim do show até fez uma graça para os fãs..mas que está longe de ser o músico mais vistoso do grupo. Frusciante apesar de mais tímido, veste a camisa da mesma forma que Lionel Messi, brinca de fazer seus solos e arranca gritos e elogios da multidão que se aglutinava no Morumbi.

O efeito Morumbi

É bem verdade que a acústica terrível e o desastre das falhas técnicas de som foram obstáculos para os californianos. Convenhamos, a experiência é muito ruim perto do Allianz Parque. Isso faz com que tenhamos experiências sonoras bastante distintas dependendo de que parte do local você esteja. Foi o gol contra que prejudicou a banda – e talvez por isso o BIS foi mais curto (em São Paulo foram apenas duas músicas). A necessidade de uma reforma no local para melhorar a experiência do público não vem de hoje e a reclamação foi uma constante.

O público, de certa forma, também foi um pouco “vagalume”. Em hits embalados pelos clipes da MTV, vimos euforia, em músicas menos conhecidas, o clima esfriava de forma bastante radical. Muitos mexiam no celular ou pareciam desconhecer o clássico…dos Ramones. Em uma versão celebrada no mundo todo pois fazia mais de uma década que isso não acontecia nos shows. O que me fez pensar um monte de coisas.

O show diverte e é bastante nostálgico mas a sensação é de que se o público jogasse mais junto, eles teriam tocado mais músicas e o simples 1×0 poderia ter se tornado um show histórico. Assim como campeonatos, shows tem um pouco disso. Para quem queria ouvir grandes hits pode sair satisfeito, para quem esperava algo a mais e mais empolgação, tanto da banda como do público, a sensação que fica é a de copo meio vazio.



Setlist Red Hot Chili Peppers, São Paulo, 10/11/2023

Intro Jam
Can’t Stop
The Zephyr Song
Snow ((Hey Oh))
Here Ever After
Havana Affair (Cover do Ramones)
Eddie
Parallel Universe
Soul to Squeeze
Right on Time (com introdução de “London Calling” do The Clash)
Tippa My Tongue
Tell Me Baby
Terrapin (Cover Syd Barrett) (com solo do John)
Don’t Forget Me
Californication
Black Summer
By the Way

Encore:

Under the Bridge
Give It Away

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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