A Crime Caqui, de Sorocaba (SP) lança seu álbum de estreia catalisando referências que vão do indie pop, passando pelo proto-punk ao pós-punk. Atenta, que carrega um significado semântico forte traz consigo em síntese a sutileza dos processos e a atenção as vivências bastantes pessoais que circundam a estreia do grupo formado por Fernanda Fontolan (bateria), May Manão (guitarras), Yolanda Oliva (baixo) e Larissa Lobo (guitarras).
“No processo de construir o conceito do álbum chegamos à conclusão de que essas músicas eram bastante pessoais e registravam momentos muito sensíveis e significativos das nossas experiências, como por exemplo, se enxergar socialmente como mulher, como artista, como pessoa LGBTQIA+, como uma pessoa que experiencia o amor, o caos emocional, que cultiva a autoestima, que estabelece um canal de expressão pra sua voz”, explica Yolanda.
“Quartzo Aranha” e “Feito Pra Durar“, que inclusive teve clipe disponibilizado em Premiere no Hits Perdidos, davam a entender o caminho que elas iriam percorrer ao longo dos pouco mais de 25 minutos de disco.
O olhar para dentro se reflete nas histórias e no encontrar de cada integrante ao longo das composições que mostram um nítido amadurecimento em relação aos materiais anteriores. Formada em 2017, a Crime Caqui soube utilizar esse período sombrio e de desesperança da pandemia para entender o caminho que queriam percorrer tanto na sonoridade, na estética mas também na profundidade das composições. Ouvir o disco vai te levar a lugares bastante particulares entre guitarras que vão do dream ao powerpop.
A profundidade de “Feito Para Durar” é um dos pontos altos, logo na faixa mais longa do disco. Uma canção que passa por um tema que ao longo da vida todos iremos vivenciar algumas vezes, o da vulnerabilidade. Ao notar que tudo é frágil, e passageiro, por mais sólido que pareça ser e todo cataclisma de emoções envolvido. Tudo sendo vivo e capaz de mudar mesmo que a princípio não seja algo que “desejamos”. O cair a ficha de que o amor se desfez traz consigo uma série de sentimentos conflitantes clássicos de um fim de ciclo.
E realmente no campo instrumental são curvas sinuosas, entre misturar o português com o inglês, diferentes caminhos de sonoridades. Em certo momento com o jeito mais juvenil do CSS, em “Estrago”, ou a densidade de sentimentos pulsantes e melancolia do Warpaint, em “Chatty Katty”. Por outro lado a acústica “Mais Quente Que o Sol” mostra que também a música brasileira tem espaço no repertório das paulistas. “Violeta”, escolhida para fechar o trabalho, é uma das mais sensíveis e explora as camadas do math-rock com bastante notas sutis. Se você tem gostado do indie mais descompromissado do Wet Leg, talvez se divirta com “Gostosinha”.
O disco foi foi gravado no Estúdio Aurora em São Paulo por Carlos Freitas e Carina Reno, gravação de bateria por JH Miotto, com produção musical de Mônica Agena (Moxine), mixagem de Alejandra Luciani e masterização de Katia Dotto.
Dia 09/03, quarta-feira
Abertura da casa: 20h
Shows: BIKE e Crime Caqui
Horário: 21h e 22h30
Entrada gratuita. É só chegar!
Studio SP: Rua Augusta, 591, Consolação, São Paulo
studiospaugusta.com
Classificação: 18 anos – Maiores de 16 anos podem entrar acompanhados dos pais ou responsável legal.
This post was published on 9 de março de 2022 11:00 am
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