Taco de Golfe em “Tratados de Obrigação” revela o que há entre a angústia e a tensão
Os sergipanos da Taco de Golfe não param em serviço e nos últimos anos tem ao menos disponibilizado um novo material a cada ano. Agora, juntos ao casting fixo do selo Balaclava Records, disponibilizam mais um single, “Tratados de Obrigação”.
A faixa é a segunda a ser revelada do novo disco, Memorandos, que sairá nos próximos meses. Antes o público já pode conhecer “Pessoa que Fala” (disponível no bandcamp da banda).
“Um dia desses eu estava refletindo justamente sobre como todo esse contexto atual influenciou na sonoridade das músicas. Não só a pandemia e o Brasil, mas o fato de eu e Alexandre estarmos vivendo na mesma casa, produzindo, estudando, tocando, vivendo juntos.
Cada um desses fatores influencia no humor, o que consequentemente acaba influenciando criativamente na produção”, comenta Gabriel sobre a vida atrás de “Tratados da Obrigação”.
Taco de Golfe “Tratados de Obrigação”
A música nasceu de elementos que sempre costumam dar certo: a tensão e suas faíscas.
“Num daqueles momentos em que a gente já não aguentava mais olhar na cara do outro, o que é natural. A música tem uma estrutura simples, formada por dois mantras principais, além de elementos que vão e vêm, ilustrando essas sensações que a música passa”, relata Gabriel
“Ansiedade, desconforto, agonia são as palavras que me vieram agora para resumir o que eu queria passar com as melodias e efeitos. Entre vitórias e derrotas, as músicas são fruto do trabalho de existir, e logo em seguida criam vida própria”, completa
Sobre as nuances das subidas e descidas das paredes sonoras do som do single ele revela:
“Imagino que no primeiro mantra da música, se passa uma batalha coreografada, seguida pelo segundo momento, de choro e indignação. Penso nisso da forma mais ampla possível. O ápice pra mim é uma derrota, uma redenção forçada cheia de soluços. Mas isso é o que eu imagino”
“É lógico que o nome da música já é um direcionamento temático, mas a ‘história’ em si fica por conta do ouvinte”, deixa em aberto o guitarrista
O Experimento Visual
“O ritmo foi o ponto de partida, para depois percebermos a atmosfera da música”, explica o artista visual Felipe Riskevich que assina a produção do experimento visual.
“Tanto a música quanto as ilustrações propõem um ambiente imersivo e espacial que convida o espectador a adentrar na experiência. Para mim, a música corre em uma dimensão e, as ilustrações, em outra; e elas se chocam, resultando no vídeo. Percebo o momento em que as ilustrações adentram no campo da música e vice-versa. Passam a ser complementares”, ele completa.
Gabriela Fernandes animou as ilustrações de Riskevich, o projeto integra a programação do Trilha Visual Sesc Interlagos.