Em uma época de tantos lançamentos nada como uma coluna que contemple os destaques que aparecem a cada semana. Por esta razão estão sendo mais comuns por aqui a sessão Lançamentos Nacionais com as principais novidades da música independente. Confira a seleção!
Depois de ser eleito como um dos melhores álbuns nacionais de 2019, pelo Hits Perdidos e outros veículos, Ana Frango Elétrico se juntou a renomada cineasta Paula Gaitá para apresentar o videoclipe para “Promessas e Previsões” que integra o álbum Little Electric Chicken Heart.
O vídeo foi montado a partir de imagens de arquivos cedidos pela cineastra colombo-brasileira que também assina a fotografia, montagem e a direção. A ideia central da produção é dialogar com o tom nostálgico e sensitivo do disco de Ana.
“Eu conheci a Paula num festival de cinema feminino, de curtas, e vi um trabalho dela que me marcou muito. Quando isso aconteceu, eu estava começando a ficar muito fã da Ava Rocha, que começou a ser muito importante pro meu trabalho, e eu não sabia que elas eram mãe e filha. Só depois eu fui fazer a ligação”, conta Ana.
Prestes a gravar seu segundo álbum, a mineira Julia Branco se junta a carioca Mariana Volker em uma delicada versão para “Cheia de Dobras”, faixa presente no álbum de estreia solo de Julia, Soltar os Cavalos.
“Para mim essa música fala, sobretudo, de um grande “sim” pra vida. Apesar das dores, das dificuldades, da pandemia, da política, das aspas, das dobras, das contradições, vale muito a pena viver. E a gente quer seguir vivendo. Por isso acho tão bonito que ela feche o disco.
E, naturalmente, feche o ciclo de “Soltar os cavalos”, agora. Estamos vivendo um período muito difícil da nossa história, muito difícil do Brasil. E, pra mim, essa canção aponta para um futuro. Tem pra mim uma força da esperança”, comenta Julia Branco.
A carioca também já havia gravado a faixa em 2019. A versão 2021 conta com produção de Carolina Mathias, Pedro Sodré e Rudah Guedes. O encontro deixou a canção ainda mais intimista e sua produção, por si só, engrandece e ressignifica sua letra – dando maior potência aos seus versos que se somam ao contexto do momento.
“Cheia de Dobras é uma música muito especial pra mim. Nasceu de um convite da Ju, que me enviou uma letra linda perguntando se eu topava criar alguma coisa em cima dela. Na época não consegui desenvolver nada de imediato. Quando o disco da Ju foi ficando pronto, me lembro que ela me ligou perguntando se eu conseguiria pegar naquele embrião de música e aos 45 do segundo tempo nasceu!
Depois, no estúdio, Luiza Brina veio somar lindamente à canção. Ela entrou no meu primeiro disco, Órbita, em uma versão piano e voz. Agora, fechando tanto o processo do disco da Ju quanto o meu, essa nossa versão cantando juntas, em outro arranjo, traz outro sentido à música e aponta para um futuro que eu acredito. Que apesar de todos os pesares, das dores e dúvidas, do caos no nosso país e no mundo, a gente precisa seguir firme, forte e leve”, completa Volker
O músico brasiliense Guilherme Cobelo, conhecido por seu trabalho ao lado da banda de rock psicodélico Joe Silhueta, apresenta hoje em Premiere no Hits Perdidos seu primeiro single solo, “Cantiga de maldizer nº 1 (Osório)”.
Segundo o músico a ideia do novo projeto é se aventurar livremente suas composições, explorando ritmos e linguagens da música brasileira, em especial, e do cancioneiro universal. Algo que já reverbera nesta estreia.
Nomes como Tom Zé, Eduardo das Neves e Bahiano e Geraldo Pereira são algumas influências da sua música de “trovador” que explora as figuras de linguagem para maldizer a imagem hipócrita – e mesquinha – do cidadão-de-bem com muito escárnio, bom humor e nos levando para outra época.
Feito uma concha de retalhos, Guilherme Cobelo tem do samba seu refúgio para evocar memórias póstumas de um cidadão-de-bem que insiste em querer “voltar” para o tempo dos porões do DOPS.
Ironizando 64 para criticar o governo – e seus apoiadores – que de forma moribunda regorjizam fatos tristes de nossa história – Cobelo traz no choro da cuíca sua mensagem de alerta – e necessidade de se colocar na frente do front.
“Osório, no caso, o personagem central desta pilhéria: figura típica do imaginário político-social brasileiro, defensor intransigente dos bons costumes, da retidão moral e dos valores tradicionais da família, tradição e propriedade. Devoto de ocasião, sem nenhuma profundidade mística, aparelhado por uma religiosidade meramente utilitarista, de aparência, para não destoar de seus pares e muito menos desprezar a herança/culpa de seus antepassados.
Aquele que ao mesmo tempo em que defende a tortura como um mal necessário, afaga carinhosamente suas netinhas nos almoços de domingo, entre piadas racistas e misóginas e um bom disco de marchas militares. Indiferente ao meio-ambiente e às minorias, agita sua bandeirinha verde-amarelo com a certeza de que o Brasil vai bem apesar de tudo e desde que livre do fantasma onipresente do comunismo. De fato, um otimista. E um cretino.”, reflete Cobelo
Em sua companhia para a gravação realizada no estúdio Limacruz, produzida por Guilherme e Victor Valentim, o músico teve Camila Becker (vozes), Fernando Meira (violão de 7 cordas, de 6 cordas e cavaco), Sombrio da Silva (clarinetes e sanfona), Victor Valentim (pandeiro, surdo, tamborim e cuíca).
Após lançar os singles “Chill Dreams” e “Italy” o duo Zarro, composto pelos irmãos Daniella Zarro (vocalista e guitarrista-base) e Gabriel Zarro (guitarrista-solo e backing-vocal) apresentou em maio o single “Rip” e contou com a produção de Izzy Castro (Twin Pumpkin).
Entre as principais influências a Zarro cita nomes do indie contemporâneo como Phoebe Bridgers, Best Coast e Soccer Mommy. Com leveza, atmosfera lo-fi, vocais suaves e memórias intensas, “Rip” traz consigo desabafos e a vontade de se libertar das correntes do passado.
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This post was published on 30 de junho de 2021 12:11 am
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