Fiona Apple, Run The Jewels, Porridge Radio, Soccer Mommy e Rolling Blackouts Coastal Fever
Faremos uma série de posts com singles, EPs e discos quentes que estão na praça. Dicas musicais no melhor estilo: você deveria dar uma chance. São as pérolas da casa devidamente comentadas, ou melhor dizendo, caixinhas de chocolate para você provar e se apaixonar também. Na foto destaque do post você encontra um dos grandes destaques da atualidade, a cantora Fiona Apple.
Confira Também o Post 1 da Série
1) Fiona Apple
Considerado por muitos um dos melhores discos do ano, Fetch the Bolt Cutters, virou Trending Topic no Twitter justamente por conseguir arrancar um 10 da Pitchfork.
Ela traz seu lado sensível, cronista, experimental, artesanal, feminino e de forma muito delicada, fala sobre injustiças, traumas e dores de uma forma muito particular. Foram oito anos de espera muito bem justificados, um disco que certamente entrará na coleção particular dos amantes da boa música.
O uso das colagens, misturas rítmicas e possibilidades tiram Fiona Apple da sua própria zona de conforto para dar dois passos para frente. Muitos dos instrumentos do disco vão desde de utensílios domésticos, passando pelo som de latidos, ao som ambiente; o que deixa tudo bastante orgânico.
O sintético se confunde com o analógico. Suas imperfeições fazem dele ainda mais acessível, real e possível. Parabéns Fiona Apple!
2) Run The Jewels
Run The Jewels apostou pesado em RTJ4 e trouxe consigo uma série de participações como Pharrell Williams, Mavis Staples, 2 Chainz, Zack de la Rocha (Rage Against The Machine), Josh Homme (Queens of the Stone Age), DJ Premier e Greg Nice. Ele foi ainda produzido por El-P. O registro foi gravado entre o Shangri-La Studios, de propriedade de Rick Rubin, e Electric Lady Studios.
Sobre lançar o disco em plena Quarentena eles desabafam: “O mundo já está uma merda então aqui está algo visceral para ajudar a lidar com isso tudo. Esperamos que o disco traga alguma alegria para quem ouvir”, conta o duo formado por El-P e Killer Mike
O disco é bastante agregador e muda de rotação e frequências a cada faixa. O interessante é ele parecer por muitas vezes a trilha sonora de um longa metragem. As participações vão se encaixando ao longo do disco, como se fosse a cena de cada um dentro da produção. Urbano, versátil, cheio de colagens e estilos como, por exemplo, o Drum & Bass, o lo-fi, R&B e elementos de soul acabam entrando na trilha.
3) Porridge Radio
Formada em Brighton na Inglaterra em 2015, a Porridge Radio lançou seu segundo álbum em 2020, Every Bad. O disco é o sucessor de Rice, Pasta And Other Fillers (2016) e traz consigo elementos de post-punk e new wave de uma forma muito visceral e pronta para o consumo. Se você gosta do trabalho da Karen O e ama PJ Harvey, essa dica é para você.
Sua guitarra provoca, os vocais são melódicos, a vitalidade e o espírito que consegue emular em alguns momentos os delírios do Pixies e a ironia de Lou Reed, cativando e chamando para si o ouvinte. Muitas vezes esse disco soa como a trilha perfeita para Dogville do polêmico diretor Lars von Trier. Entre a dor e o silêncio.
O disco apesar do nome, tem momentos de euforia, de trazer para si o ritmo, entre guitarras mais melódicas, euforia e o domínio vocálico. São muitas texturas que fazem o registro memorável. Com personalidade forte, o registro acaba revelando diversas facetas, possibilidades e caminhos que o som da banda poderá no futuro percorrer.
São tantas referências que o disco traz que é difícil para quem curtir rock alternativo não se apaixonar por uma ou outra canção. Dana Margolin, a vocalista, se entrega de corpo e alma, assim como Iggy Pop, Kathleen Hanna ou a contemporânea Jehnny Beth.
Um fenômeno interessantíssimo e que vale acompanhar os próximos passos e festivais onde definitivamente alcançarão degraus ainda mais altos nos line ups.
4) Soccer Mommy
Foi em fevereiro que a Soccer Mommy lançou o magnético Color Theory. O segundo álbum da banda liderada por Sophie Allison é melancólico, traz guitarras derretidas, espírito jovem e um dream pop bastante agradável de ouvir. Alguns rotulam como Jangle Pop ou até mesmo indie pop.
Fato é que já não é a mesma banda que anos atrás abriu shows para o Paramore. O disco acaba abraçando todo o espectro de cores do prisma, tendo momentos para a euforia e a dor. O caos e a calmaria. Os elementos também são mais ricos em relação ao debut, explorando mais possibilidades, ângulos e texturas.
5) Rolling Blackouts Coastal Fever
De Melbourne, na Austrália, e na ativa desde 2013, o Rolling Blackouts Coastal Fever pode ser considerada já uma banda consolidada do cenário local mas nem por isso deixa de surpreender.
Em Sideways To New Italy, explora texturas do rock alternativo, post-punk e, diferentemente do disco da Fiona Apple, não caiu muito no gosto da Pitchfork que deu uma amarga nota 6,6. O que é completamente descartável como nota de corte.
O disco que saiu via Sub Pop Records, tem um pouco de power pop e talvez irá agradar a quem curtir college rock bands e guitar bandas, afinal a banda conta com três guitarristas que também compõe. Com 10 músicas, o álbum tem um propósito muito claro: entreter e divertir. É bastante açucarado e romântico, e talvez, por isso, seja perfeito para ouvir durante este dia dos namorados.
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[…] o projeto. Partindo das referências estéticas de artistas como David Bowie, Björk, Jack White, Fiona Apple, Lady Gaga entre outros ícones do pop que sabem amarrar bem nesse sentido seus […]