Bonifrate revela “Cara de Pano”, terceiro single do seu novo disco
No dia 9 de Julho o músico Pedro Bonifrate, conhecido por seus excelentes trabalhos ao lado da lendária banda indie brasileira Supercordas, lança o álbum Corisco pelo selo norte-americano OAR Recordings (Boogarins, Guaxe, Carabobina, WRY, etc)
O lançamento refletirá sobre universo material que o cerca para refletir sobre questões existenciais. O material foi mixado por Diogo Valentino, masterizado por Dan Millice e também será lançado em vinil.
“Em 2018, um tempo depois do fim dos Supercordas, e já num certo isolamento dos amigos músicos que costumavam me acompanhar em shows, comecei a projetar uma performance solo com violão e Casiotone ligados num looper. O formato se consolidou no ano seguinte e, durante um ensaio testando ritmos e baixos do Casiotone, acabei compondo a célula que se transformou em ‘Rei Lagarto’…”, assim nascia o primeiro single a ser revelado do seu novo disco
“O single tem em comum com o disco uma certa crueza nos sons. Meus álbuns anteriores traziam muitos samples, loops prontos de bateria e instrumentos MIDI, mas o novo disco é todo de sons reais, analógicos e mecânicos.
Gravei todas as baterias de verdade e cerca de 90% dos sons de teclado são do Casio MT400v – um instrumento eletrônico que tem quase a minha idade. É dele também a batida que se ouve ao longo do single, o que me fez, de brincadeira, chamar esse som de Casio-Pop”, conta Bonifrate.
“É uma das canções do Corisco que já estava na minha cabeça desde 2016. Cheguei a mostrar uma demo, com um refrão diferente, aos Supercordas na época. Seria uma canção a ser gravada pela banda, que acabou no fim daquele ano”, comenta Bonifrate.
“A segunda estrofe tem versos inspirados numa entrevista do escritor uruguaio Eduardo Galeano, em que ele fala de um mundo em gestação dentro do mundo presente, e de como é um parto difícil mas que há de acontecer: a ideia fora de moda de que este não é o único mundo possível.”, complementa o músico sobre a segunda faixa a ser revelada
Hoje em Premiere no Hits Perdidos revelamos o terceiro single do disco, “Cara de Pano”, que vem acompanhado de um lyric video bem humorado produzido pelo próprio Pedro em Paraty (RJ).
“Há anos eu tinha na cabeça essa canção com ritmo e harmonia de doo-wop (um estilo musical negro estadunidense que fez parte do caldeirão musical de onde surgiu o rock, dos anos 30 aos 50).
A introdução e os primeiros versos eram o que eu tinha no momento em que se deflagrou a pandemia, quando comecei a acelerar os trabalhos pra terminar o disco.
A primeira parte soava tão redonda pra mim que nunca fiquei confortável com a ideia de fazer surgir um refrão depois daquilo. Talvez achasse que soaria demais como um pastiche e não queria isso pra canção, então acabei deixando uma intuição mais fluida tomar conta e acabou dando nessa estrutura meio engraçada, que dissolve tudo que vinha sendo construído com uma parte melancólica e sem ritmo e retorna com a mesma harmonia da primeira parte sobre uma base rítmica totalmente diferente.
Essa última parte tem os últimos versos que escrevi pro disco, provavelmente os únicos escritos durante o isolamento social, e de onde saiu o título da faixa.”, revela Pedro sobre a construção da faixa “Cara de Pano” que abraça o pop e irá agradar aos fãs mais antigos do Supercordas
A temática sobre tentar equilibrar as situações caóticas, entre ruídos e dissonâncias do dia a dia, como se fossem situações (completamente) normais, acabam se refletindo em suas melodias e letra como revela Bonifrate.
Sua atemporalidade neste momento de aberrações nos noticiários, e ódio a cada vídeo ou corrente compartilhada no Whatsapp, acaba fazendo com que possamos naturalmente relacionar ao momento em que estamos vivendo.
A canção é uma espécie rara de uma ode ao caos presente em nosso cotidiano, ou como os millennials diriam: “Tentando equilibrar o forninho que é viver enquanto tenta pagar os boletos (e derruba uma xícara de café) cantando um hino de um outro tempo.”
Seus riffs fazem com que tiremos também a guitarra imaginária do armário e nos deixemos levar pela ótima melodia no piano. Sua letra soa como um exercício de olhar para os lados e tentar encontrar uma saída em um barco que definitivamente já partiu.
“A canção já trazia essa alusão às disfunções do nosso cotidiano, aos equipamentos dando defeito. Uma certa melancolia que vem da nossa falta de controle sobre o mundo que nos cerca, algo que nossa linguagem ou nossa perspectiva não têm o poder de transformar.
De repente nos vimos no meio dessa catástrofe, tentando levar uma vida normal lavando pacotes de café ou de macarrão, depurando tudo que vem do mercado, e toda essa nova melancolia das imposições históricas do que acabou se tornando “o mundo lá fora”, ao menos pras pessoas como eu que puderam se isolar de uma forma mais séria.”, conta Pedro
“O vídeo surgiu da máscara emprestada pelo Davi Cananéa, que é um grande artista daqui de Paraty (RS). Devo ter levado menos de uma semana pra fazer. É algo bem simples e minha performance foi totalmente ditada pela máscara, que assumiu plenamente minhas funções corporais durante a filmagem”, revela Bonifrate sobre a produção do vídeo para “Cara de Pano“
Agora o que nos resta é aguardar pelo biscoito fino que chegará as plataformas digitais no dia 09/07.
This post was published on 23 de junho de 2021 12:02 am
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