Após anos de amizade e conversas onde sempre ressurgia a ideia de que precisavam fazer algo juntos os amigos Bruno Palma (Twinpines, Chalk Outlines, Pin Ups e Frescobol) e Lucas Lippaus (Herod, s.o.m.a. e Fluhe) concretizaram o desejo durante o período marcado pela pandemia.
Com muitas afinidades musicais, e uma paixão pela música dos anos 90, do alternative rock, passando pelo grunge, post-rock e shoegaze, os músicos em menos de um mês já tinha 4 músicas prontas para dar o pontapé inicial ao projeto.
Assim nascia o EP Bortle, de mensagens trocadas através do Whatsapp. Os arquivos e áudios eram enviados através da rede social, entre resgates de composições que ambos guardavam em suas respectivas gavetas e ideias que surgiram a partir desse trabalho a quatro mãos.
Respeitando o distanciamento social, as gravações foram feitas 100% de forma cadeira, Bruno gravou guitarras, baixos, vozes e synths, enquanto Lucas ficou responsável pelas guitarras e baixos e ainda mixou todo o material. Max foi o responsável por gravar todas as linhas de bateria.
A capa do EP foi elaborada e produzida por Afdokia Gonzales Strobel (@afdokiagonzalesstrobel). Como curiosidade a faixa “Pale”, teve linha de baixo composta por Leo Scriptone, parceiro de Twinpines, e Bruno até confessa em entrevista que pegou emprestado.
Compositor das letras, Bruno Palma conta que a origem vem de situações mundanas, de causos no trabalho aos relacionamentos, tudo sentido à flor da pele. O sentimento do medo e angústia da quarentena também se refletem na forma de ecoar seus vocais.
“In His Mouth” capta a frustração e desolação com intensidade. Partindo de um eu-lírico preso a memórias que gostaria de esquecer. A linha de guitarra é noventista, assim como seu vocal sussurado avidamente sobreposto pelo instrumental. A sensação que nos passa é de inércia e descontentamento.
“Silence Is An Answer” disserta sobre a capacidade de guardar e remoer sentimentos sem conseguir colocar para fora – o que naturalmente faz mal e é capaz de trazer severas consequências, como a depressão e outras doenças que afetam a nossa psique. A repetição dos versos nos mostra como as voltas em círculos podem ser eternas. Já suas paredes de guitarras, no último minuto, mostram a iminência de entrar em colapso.
“Pale” é definitivamente um dos destaques do EP devido a sua progressão e construção. Trazendo uma riqueza de detalhes desde sua introdução e como os versos vão sendo apresentados. Cadenciando e declamando ao longo das suas estrofes, sobre como nossos sonhos muitas vezes são interrompidos e temos que encontrar outras formas para suprir algo que simplesmente não tem como ser substituído. Causando desta forma um dano irreparável e uma dor que perdura. Algo como o roteiro de “Um Brilho Eterno de uma Mente Sem Lembranças”.
As guitarras de Lucas brilham em “One Last Song” com uma progressão de acordes que flerta com referências do post-rock/shoegaze e parece discorrer sobre as sempre dolorosas despedidas que marcam os fins de ciclos. Encerrando o EP com as guitarras altas e deixando um gostinho de quero mais.
Eles aproveitam o lançamento para anunciar que no momento tem planos para lançar o álbum de estreia ainda neste ano.
Conversamos com os integrantes do hollow sounds, Bruno Palma e Lucas Lippaus, para saber mais detalhes sobre o nascimento do projeto, referências e os planos para o futuro.
Em relação às referências, diria que foi um procedimento muito natural para nós. Por termos gostos e bagagens musicais em comum, conseguimos juntar ideias que ao nosso ver, fazem sentido. Diria também que tanto eu quanto o Bruno sabíamos muito bem nossas devidas funções, o que melhor sabemos fazer e focamos nisso. Sempre com o objetivo de fazer boas músicas, o que espero ter conseguido (risos).”
Lucas: “Whatsapp hoje é O veículo de comunicação do Brasil, então não tem como errar, né? (risos). Diria que funcionou muito bem, pois toda troca de áudios, referências sempre foi bem constante. Para mim compor um EP foi novidade, mas já houve momentos com outras bandas que já tive experiências como exemplo um “ensaio de performance” para um show.”
Alerta de spoiler, já estamos em produção de um novo disco (risos). Para esse novo material queremos gravar em estúdio, com isso também já estabelecendo uma formação de “banda cheia” para a hollow sounds. Mas sempre mantendo a dinâmica de composição e comunicação que estabelecemos.”
Bruno: “A gente gosta de bastante coisa em comum, principalmente dessa parada mais alternativa anos 90. A gente tá virando boomer? O hollow sounds acabou se encontrando nesse cruzamento. Soa pra mim como um indie meio dramático, que é a parte que me toca, com camadas de texturas e ruídos, que já fica mais na área do Lucas.”
Bruno: “Boa pergunta. Não sei, mesmo. Talvez tenha sido a pandemia. Não é o assunto em nenhuma dessas músicas, mas é impossível não ser afetado por esse momento, daí acho que tem total sentido a angústia que você tá falando.
A gente foi botando nas músicas o que elas iam pedindo. Eu fui criando linhas e linhas de guitarra e às vezes um synth, enquanto o Lucas foi encaixando essas texturas, que na real contribuíram muito pra esse dramalhão todo.”
This post was published on 18 de junho de 2021 12:04 am
Os 50 melhores discos de 2024, por Diego Carteiro Mais um ano que estamos aqui…
Confira os melhores clipes independentes | Novembro (2024) em seleção especial feita pelo Hits Perdidos!…
Formado em 2021 pelos produtores, TUTI AC e LAN, o BADZILLA é um duo com foco…
As Melhores Live Sessions | Novembro (2024) O Que São Live Sessions? Live Sessions tem sido um…
Not Like You reúne 65 covers e homenageia os 35 anos do midsummer madness Com…
Programado para os dias 13, 14 e 15 de dezembro, a segunda edição do Festival…
This website uses cookies.