Ousel coloca sob os holofotes as inseguranças em “Whispers”
Em 2020 a Ousel de Goiânia (GO) apresentou seu álbum de estreia e chegou a entrar na nossa lista de Melhores Álbuns Nacionais de 2020. Com camadas etéreas e transitando por estilos como dream pop, post-rock e shoegaze, o som plástico acabou chamando a atenção.
Em atividade desde 2016 o grupo passou por uma mudança de formação durante o período de isolamento. Formada por João Paulo Guimarães (guitarra), Renato Fernandes (guitarra/teclados/sintetizadores), Túlio Queiroz (baixo) e Roberta Moro (voz), a banda goiana se despediu de Roberta e Thaís Michelone assumiu os vocais.
Ousel “Whispers”
“Whispers” é a primeira faixa com Thaís nos vocais, ela inclusive assumiu o papel das composições da Ousel. A faixa, inclusive, estará presente no segundo álbum do projeto que será lançado em 2022 e conta com a participação do baterista Felipe Roso. Já a produção, mixagem e masterização foram realizadas por Luis Calil (Cambriana)
“A canção expõe aquele lugar mais íntimo e profundo em nós, onde guardamos nossas inseguranças, e que nos aceitamos como seres vulneráveis. Bem ali escondido de tudo, o medo de ser quem realmente somos, de se abrir para o outro e não ser aceito, de nos apresentarmos como seres imperfeitos.
Uma sociedade desgastada e ferida, onde punimos uns aos outros constantemente e punimos a nós mesmos. Aquela voz interior que suspira, “você não é suficiente”, e os sonhos que permanecem guardados e intactos.”, contam os integrantes da banda
Sentimentos estes aflorados durante este período de isolamento social onde a vulnerabilidade e insegurança com o futuro nos mais diversos aspectos da vida acabam eclodindo. Esses pensamentos e sussurros da nossa cabeça acabam reverberando tanto na letra como nos acordes, velocidade e profundidade da faixa.
Reflexiva e cadenciada, “Whispers” valoriza os vocais de Thaís e suas camadas chamam o ouvinte para mais perto. Já os sintetizadores trazem o lado dreamy da faixa que também nos remete aos pensamentos e labirintos interiores que criamos no nosso inconsciente.