Minor Alps

Na Linha de Frente: Os shows que você deveria ter visto em 2019

Os Shows que você deveria ter visto em 2019

Todo mundo na animação das listas de fim de ano. Por aqui por exemplo listamos os 50 Melhores Discos Nacionais, Os 25 Melhores EPs Nacionais, a Playlist com 100 Hits Perdidos de 2018, As 30 Melhores Capas de 2019 e a lista de melhores do ano do Diego Carteiro. Mas agora comparecer aos shows eu vejo poucos, principalmente nos menores.

Se nos shows independentes temos dificuldades muitas vezes de somar público, mesmo os ingressos sendo do preço de uma cerveja num boteco, a intensidade e doação no palco das bandas é algo de se surpreender.

Neste ano, assim como no ano passado (Confira a lista de 2018), procuramos priorizar shows que nunca tínhamos visto antes e claro que acabamos vendo uma ou outra banda que se mantém ativa e representando. Foram festivais, shows, festas, audições, feiras e claro a paulista aberta.

Pudemos comparecer a mais de 100 shows este ano. E você pode acompanhar a retrospectiva completa no instagram do Hits Perdidos (Siga o Hits por lá!).

Listamos alguns shows que marcaram pela qualidade das apresentações e claro encorajamos vocês a enviarem suas próprias listas para a gente.

Confira as listas nacionais e internacionais dos shows que você deveria ter visto em 2019. A lista foi feita a quatro mãos e é assinada por Rafael Chioccarello e Diego Carteiro.

Os Shows Nacionais que você deveria ter visto em 2019

11 Bernardo Bauer
Onde: Centro Cultural São Paulo



Vídeo Por: Alexandre Matias

Pudemos conferir o show do mineiro Bernardo Bauer no palco da Sala Jadel Filho dentro do complexo do Centro Cultural São Paulo. Ele que lançou neste ano o álbum Pássaro-Cão e dividiu a noite com Apeles que também lançava álbum na mesma note.

O álbum que tem uma temática toda campestre – e de isolamento – faz uma viagem interna imersiva e dialoga com os animais da natureza. Até por isso os uivos entram na canção do vídeo acima. Com apenas voz e violão, o músico mostrou domínio e técnica durante a sua apresentação.

10 Pessoas Estranhas
Onde: Lagunitas Pop Up Taproom



O groove, a harmonia entre os integrantes e o feeling dão a liga durante as apresentações do Pessoas Estranhas. O som setentista energético muitas vezes permite com que o público se desconecte e tome coragem para dançar.

Pude assistir a três apresentações ao longo do ano e a evolução foi constante. A primeira foi inclusive dentro do 5 Bandas festival do Minuto Indie que teve quatro edições em 2019. No show do Lagunitas eles estavam ainda mais soltos e o show de luzes, piadas e solos deixaram o clima ainda mais leve enquanto o público apreciava a cerveja.

9 Hot e Oreia
Onde: Z-Largo da Batata



Ano de coroação para o duo de rap mineiro Hot e Oreia dentro e fora dos palcos. Eles lançaram o álbum Rap de Massagem e acabou entrando em nossa lista de Melhores Álbuns do Ano mas também roubaram a cena por onde se apresentaram. Seja no palco do CCSP, no Sesc Belenzinho ou no Z-Largo da Batata onde pudemos assistir a apresentação.

O teatro do disco dá lugar a rimas ainda mais contundentes, saltos no palco e até mesmo a procissão e convite a roda. Energético, fugaz, sólido e potente. A apresentação integrou a Noite do festival S.E.N.S.A.C.I.O.N.A.L. durante a SIM São Paulo.

8 Ana Frango Elétrico
Onde: Sesc Av. Paulista



Foi a primeira vez que tive a oportunidade de assistir a uma apresentação da carioca Ana Frango Elétrico. Não sabia muito o que esperar e Ana veio acompanhada de uma banda muito bem ensaiada, com direito a metais e muito bom humor.

Sabendo cadenciar as baladas e acelerar quando precisa. Entre caras, bocas e passinhos tortos, era possível observar taças de vinho na platéia e uma ótima troca de energias.

7 The Baggios
Onde: Sesc 24 de Maio



O The Baggios, de Sergipe, apresentou seu Vulcão em ebulição no Sesc 24 de Maio com direito a presença do Chico César na platéia. O grupo que já foi indicado ao Grammy Latino continua mostrando a potência de seu caldeirão que mistura ritmos tradicionais, blues e experimenta os limites de cada instrumento. Tudo em harmonia e saudando o público que os acompanha. Show cravado e com destreza.

6 Papisa
Onde: Centro Cultural São Paulo



Um dos shows mais esperados do ano foi o de lançamento do disco de estreia da Papisa, Fenda. Uma apresentação repleta de luzes, ritos, sequências, magia, analogias, discursos e atuação. Das vestimentas ao simbolismo, tudo muito bem pensado. Se retratar a morte merece todo detalhe e compaixão, a competência do espetáculo foi capaz de transformar as emoções.

5 Basement Tracks
Onde: Hits Perdidos Apresenta | Casa do Mancha



Neste ano o Hits Perdidos organizou duas noites na Casa do Mancha para celebrar os 5 anos do site. Na primeira noite recebemos Alaska e Cigana que foi emocionante por uma porção de fatores que vão além da música. Na segunda tivemos a presença do Antiprisma com a Basement Tracks, de Juiz de Fora (MG).

Não sabíamos o que esperar. Não da qualidade da banda ou do ótimo disco, mas em relação a fatores que só descobrimos mesmo no dia. Se daria liga, público e afins.

Acabou que deu tudo certo, casinha cheia, e muitos agradecendo por ter apresentado uma nova banda. Ufa! Missão cumprida. O show foi um deleite pra quem curte dream pop, lisergia e aquela viagem nos anos 90. Barulhento ao mesmo tempo que delicado na medida certa.

4 Mustache e Os Apaches
Onde: 5 Bandas | Estúdio Bixiga


Mustache e Os Apaches no 5 Bandas. – Foto: Divulgação

O show d’Os Mustache e Os Apaches é um que você deveria ter visto em 2019. Muito por conta da realidade paralela que este show tem o poder de ter transportar.

O antigo dialoga com o novo no folk / rock envolvente do grupo que não perde o público nem por um segundo. Chama para a roda, provoca e entretem sem perder o compasso.

Essa lista não poderia passar batido sem ao menos um show do 5 Bandas, iniciativa do Minuto Indie que levou o som de bandas independentes para o público do canal.

3 Jards Macalé
Onde: Auditório do Ibirapuera



Vídeo Por: Alexandre Matias

Com o lançamento em vinil de seu novo disco Besta Fera após 20 anos, não haveria lugar melhor que o Auditório do Ibirapuera para tal comemoração, não é mesmo?

Acompanhado da banda de Kiko Dinucci, executaram todas as faixas do disco na ordem, com todas as suas participações – de Tim Bernardes a Rômulo Fróes. Um show impecável e histórico, que também trouxe alguns de seus clássicos de forma moderna e honesta.

2 Luiza Lian
Onde: Sesc Pompeia



Em nível de espetáculo, elegância e grandiosidade o show especial para o disco Azul Moderno da Luiza Lian foi o mais completo.

Realizado no teatro do Sesc Pompeia, os presentes puderam estar imersos a uma experiência sensorial, espiritual e conectiva. Com direito a um show de luzes, piano, trocas de roupa e um palco onde os presentes puderam observar o palco por diversos ângulos. Um show astral e inesquecível.

1 Taco de Golfe
Onde: Jazz Nos Fundos | Noite Brain



Estava esperando por meses o show da Taco de Golfe. Após lançar uma session ainda no começo do ano eu queria mesmo é ter a oportunidade de vê-los durante a SIM São Paulo. Mais precisamente na Noite Brain Productions que se dividiu em dois palcos.

A Taco tocou no palco do subsolo, ótima escolha de palco, pois este lembra um pouco a estrutura de inferninhos underground e instintivamente convida o público para a rodinha. Foi até difícil conseguir registrar fotos durante a apresentação dos sergipanos.

O motivo? Eles não paravam um segundo, foram 35 minutos de acordes matemáticos, intensidade, quebras e reviravoltas sonoras. Um presente para quem é apaixonado por math rock. O público que ainda chegava a casa encheu o espaço e era possível no fim do show ouvir de pessoas que caíram “por acidente” elogiando a entrega.

Definitivamente um show que você deveria ter visto em 2019.

Perdeu? Fiquei sabendo que voltam logo em janeiro para São Paulo, então fique ligado que logo mais surgem novas informações.

Os Shows Internacionais que você deveria ter visto em 2019

12) Land Of Talk
Onde: Balaclava Fest | Audio



Tivemos a oportunidade de assistir o show da canadense Land Of Talk duas vezes. E que privilégio! A primeira foi durante o Balaclava Fest e a segunda durante a tarde canadense da SIM São Paulo.

Para quem curte dream pop, rock alternativo, boas melodias e uma potência nas guitarras, o show é mais do que um estado de catarse. Intimista em alguns momentos, e expansivo em outros, o palco menor do festival foi uma sábia escolha e uma experiência ainda melhor para quem pôde assistir.

11) The Internet
Onde: Audio



Vídeo Por: Alexandre Matias

A banda Americana The Internet trouxe ao Brasil a turnê de seu último elogiado disco “Hive Mind”. Com público empolgado em São Paulo – na Audio Club, a banda teve a liberdade de transitar no palco e tocar todos seus hits maravilhosos recheados de soul e r’n’b. A catarse foi tanta entre público e banda que Syd, a vocalista, caiu em lágrimas ao final. Memorável.

10) Courtney Barnett
Onde: Fabrique | Popload Gig



Um dos primeiros shows que vi no ano. Um dos que também quero guardar em um potinho. A australiana Courtney Barnett não cansa de encantar o mundo com suas refinadas melodias e sua intensidade na entrega no palco. Daqueles shows que você sai de lá querendo comprar uma guitarra.

A turnê do disco Tell Me How You Really Feel só provou mais uma vez porque ela é um dos grandes nomes do rock alternativo atual. O mundo merece mais Courtney’s.

Para quem ainda não está familiarizado com o trabalho dela vale também ouvir o disco colaborativo com o Kurt Vile.

9) John Zorn
Onde: Sesc Pompeia

O que acontece quando misturamos Sonic Youth e Ornette Coleman?
John Zorn!

O free jazz noise caótico sutil agressivo de John Zorn tomou o teatro do Sesc Pompeia em duas noites. Mais um daqueles shows históricos de improvisação e destruição acompanhado de uma banda afinadíssima. Banda essa que sorria a John Zorn a cada movimento, expondo o quanto emocionados e privilegiados se sentiam em fazer parte de tudo isso.

8) Tony Allen e Thiago França
Onde: Sesc Pompeia



Vídeo Por: Alexandre Matias

Um encontro no Sesc Pompeia entre Thiago França (Metá Metá) e a lenda Tony Allen, baterista de Fela Kuti e um dos fundadores do afrobeat, pode parecer peculiar mas tem tudo a ver. Os dois já se conheciam desde 2012 de outros verões e finalmente conseguiram se reunir para esse momento.

Um show emocionante de improvisação de sax alto, tenor e barítono com as batidas de Tony Allen, onde teve a oportunidade de mostrar toda sua técnica ao público. Perfeito para uma noite de Nublu Jazz Festival.

7) A Place To Bury Strangers
Onde: Centro Cultural São Paulo



Vídeo Por: Fernando Lopes

Ensurdecedor. É justamente isso que o fã de A Place To Bury Strangers espera e foi isso que conseguiu. Com duas apresentações no CCSP no mesmo dia (houve queda de energia no dia anterior), a banda conseguiu estremecer os vidros da Sala Adoniran Barbosa com músicas de todos os seus discos.

Mostraram toda sua boa forma segurando a onda de dois shows seguidos em um rastro de instrumentos destruídos e um set eletrônico interessantíssimo que executaram no meio. Quem viu, saiu de alma lavada e corpo dolorido.

6) Sun Ra Arkestra
Onde: Sesc Pompeia



Vídeo Por: Healthy Dose Of Self-Destruction

Liderado por Marshall Allen (saxofone) e seus 95 aninhos, Sun Ra Arkestra se apresentou em duas datas no Sesc Pompeia, trazendo o legado de seu mestre, Sun Ra.

Extremamente virtuosa e a frente do tempo, assim como foi Sun Ra, é o que podemos dizer vendo essa orquestra no palco. Foram duas horas de viagem no espaço de free jazz, clássicos e improvisação. Com direito a mortal de um dos integrantes em frente aos nossos olhos. Uma orquestra extremamente em forma, conectada e gigante. Talvez Sun Ra Arkestra seja a maior de todos os tempos até hoje dentro de seu gênero.

5) PAUS
Onde: SIM São Paulo |
Centro Cultural São Paulo



Definir um show dos portugueses do PAUS com palavras é até difícil. Explosivo, revigorante, forte, transgressor e porque não dizer: político. No palco para começar sobem duas baterias ritmadas e que não perdem o ritmo da orquestra.

Barulhento, intenso, instrumental e flertando com o jazz, o progressivo e o rock pesado. Tem espaço para tudo no caldeirão dos tugas e por isso é inesquecível. Um show para ver e rever.

4) Daughters
Onde: Fabrique



Vídeo Por: Rafael Andres

Sortudos são os que conseguem ver sua banda favorita em sua melhor fase. Esse é o caso do Daughters.

Show caótico, pesado, agressivo como sua discografia, principalmente seu último disco You Won’t Get What You Want que prova o quanto podem ser versáteis dentro de seu gênero.

Seu vocalista, Alexis Taylor, é um show parte. Se cortou, cuspiu, deu cabeçadas no microfone, engoliu o microfone, deu sua alma no palco e a jogou no público. Como disse um amigo ao final: “esse é o verdadeiro anti cristo”.

3) RIDE
Onde: Balaclava Fest



Inesquecível. De deixar fãs emocionados e revisitando uma carreira lindíssima o Ride de Oxford brindou gerações durante seu show no Balaclava Fest.

A emoção bateu forte quando o hit “Vapour Trail” ecoou nos cantos da Audio. Memorável, fantástico, brilhante e fácil de se perder entre tantos adjetivos para esta noite que insiste em reviver em nossas melhores memórias de um árduo 2019.

2) …And You Will Know Us by the Trail Of Dead
Onde: Sesc Pompeia



A alta voltagem, a intensidade, raios e trovões equalizaram no show do ...And You Will Know Us by the Trail of Dead. Os fãs foram ao delírio com a catarse e a explosão do grupo de Austin, Texas.

Prestes a lançar um novo álbum em janeiro, a banda liderada por Conrad Keely transformou o palco do Sesc Pompeia em uma grande fortaleza. Duas noites inesquecíveis e tocando discos diferentes. Um tremendo brinde a quem acompanha. Histórico!

1) Patti Smith
Onde: Teatro Simón Bolívar


Patti Smith fez o show que você deveria ter visto em 2019 – Foto Por: Diego Carteiro

A oportunidade de ver Patti Smith é praticamente única numa vida, ainda mais quando estamos falando do Brasil, país que ela nunca havia pisado.

Sua primeira apresentação no Popload Festival, apesar de alguns problemas técnicos, não deixou a peteca cair e empolgou o público que já estava emocionada apenas em poder vê-la. Tocou clássicos, covers e destruiu as cordas de sua guitarra em seu ápice punk.

A segunda apresentação no Teatro Simón Bolívar que realmente provou o poder de fogo de Patti Smith. Com estrutura e iluminação perfeita para sua banda, o teatro trouxe o ar intimista que nos aproximou literalmente da lenda. Ninguém ficou sentado nem por um minuto do começo ao fim. E quando o público pediu silencio, Patti Smith replicou: – vocês não precisam ficar quietos!

A humanidade, vulnerabilidade, protestos e o espírito punk de Patti Smith deixou a marca do que se tornou o show da vida de muitos (ou todos) que presenciaram essa noite.

Qual o seu Favorito do Ano?

Estes foram os nossos shows que achamos que você deveria ter visto em 2019.
E para você quais foram os melhores do ano? Responda nos comentários deste post.

This post was published on 30 de dezembro de 2019 11:43 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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