[Premiere] A dança dos relacionamentos ganha pista no primeiro single da Earlier
Relacionamentos não são fáceis. Sejam eles de amizade como amorosos os conflitos são difíceis de serem evitados. Afinal de contas são pessoas com expectativas, backgrounds, sentimentos, temperamentos e modos diferentes de enxergar a vida.
O que varia bastante é a maturidade que temos (ou não) em lidar com eles. Relacionamentos são construções e muitas vezes para se estabelecerem é necessário diálogo, compreensão, maturidade e principalmente respeito.
Esse é o tema do single de estreia da novata banda Earlier que conta com membros de três estados diferentes: São Paulo, Rio de Janeiro e Distrito Federal. Eles acreditam que a conversa é a base de tudo e isso se comprova até mesmo internamente na banda já que eles afirmam que passam mais de 7 horas por dia discutindo os planos e próximos passos da carreira.
Eles estão lançando hoje através de um videoclipe o single “Dança” que fala justamente sobre a dança de cadeiras dos relacionamentos.
“Vivemos numa geração que não sabe muito conviver com os conflitos dentro de um relacionamento. A parte da música ‘Me tira do sono, me tira do sério, me faz duvidar’, veio após ver um psicanalista falando do conflito em si e como ele é necessário para um relacionamento.
Porque ele te faz dizer a verdade e também ajuda a chegar num consenso. Basicamente essa música é uma tentativa de dizer que se você tiver paciência, amor e carinho com as pessoas pode ter certeza, que mesmo com brigas, vão ter muitos outros momentos para dançar”, explica Lucas Macedo, vocalista e guitarrista da banda.
Além de Lucas a Earlier conta com é Clayton Pereira (Guitarra e Synts), Danilo Abreu (Bateria) e Willian Bortoleto (Baixo) em sua linha de frente. Em seu som a mistura rítmica bebe do R&B, soul, funk e rock alternativo. O single que está sendo lançado hoje conta com uma forte influência de Daft Punk e da dance music que embalou as discotecas da década de 70.
Apesar das referências serem dos anos 70, o sintetizador moderno traz uma roupagem alinhada com o que tem acontecido no rock alternativo contemporâneo. Onde por sua vez a música eletrônica vem cada vez mais sendo incorporada como elemento. Em sua letra a canção conta com versos que suplicam por maior compreensão, carinho e respeito no trato.
O clipe é bem cru e mostra os bastidores das gravações que foram realizadas no Orgânico Studio, que fica em Piracaia (SP). Gravado em junho deste ano, o vídeo tem direção de Vinicius Oliveira que divide a montagem com Nathália Gardin.
“Basicamente queríamos registar o momento de gravação, conforme o Vinícius (que é o responsável pela produção do clipe) foi ouvindo o som teve a ideia de fazer algo retrô. A ideia das filmadoras dos anos 90, que nossos pais usavam para filmar os aniversários, caiu como uma luva. Ele aproveitou também algumas imagens do lugar onde a música foi gravada.
O Orgânico Studio fica no meio da floresta no pé de uma serra. A vibe é incrível e cheio de particularidades. Desde uma House Mix (que fica dentro de um caminhão), até os instrumentos que ficam em uma sala que não precisa de abafamento acústico. Já que eles não têm vizinhos”, conta o baterista Danilo Abreu
Entrevista
Para entender mais sobre a proposta sonora da banda conversamos com eles que revelaram mais detalhes. No sábado (25) o grupo se apresenta, a partir das 19h, no Fórum Studio em Botafogo (Rio de Janeiro / RJ). Os ingressos na porta custam R$ 20.
Você também pode encontrar o single no Spotify, e Itunes.
[Hits Perdidos] Primeiro gostaria que contassem como a banda se formou já que vocês são de diferentes cidades. Como rolou este encontro e como tem sido a dinâmica para encontrarem sua própria identidade?
Danilo: “Então nós nos conhecemos a praticamente quatro anos, todos nós tínhamos outros projetos e nos conhecemos na estrada da vida. Desde o início sempre tivemos muita afinidade e conforme as coisas foram acontecendo fomos amadurecendo essa ideia de tocarmos juntos. Eu (Danilo) nasci e tenho praticamente toda minha família em Americana (SP) o que facilita a ida para lá.
O Clayton guitarra que é do RJ também tem facilidade em ir, basicamente nos encontramos lá. Hoje em dia é bem mais fácil manter esse tipo de dinâmica porque a gente consegue mandar guias e ideias pela internet, isso facilita muito a gente ir andando com o projeto e as ideias. Passamos pelo menos 7h por dia conversando e nos planejando pela internet.”
[Hits Perdidos] É o primeiro single da banda a ser divulgado oficialmente, como vocês tem definido o som de vocês para quem pergunta?
Earlier: ‘É o primeiro single, porém lançamos um live ano passado gravado no Family Mob. Que basicamente foi para mostrar nosso som pra galera. A gente queria soar como um R&B no começo mas estamos caminhando para um indie rock moderninho, hoje em dia é bem difícil se definir mas seria isso R&B / indie. (risos)”
[Hits Perdidos] Vocês citam o Daft Punk e a dance music dos anos 70 como inspiração para o single. Como acreditam que ser dançante tem (ou não) a ver com a temática dos relacionamentos abordada na canção?
Danilo: “Essa pergunta é muito boa e me fez pensar em diversas coisas que a “dança” tem em comum com os relacionamentos dos nossos dias. Primeiro que a gente normalmente procura alguém que a gente tem afinidade pra dançar, segundo que a dança em si é algo que deve ser feito em harmonia com quem você está dançando se não houver essa coordenação em conjunto não vai dar muito certo, e por último a nossa língua portuguesa é muito interessante e a palavra “dançar” também pode significar que algo deu errado, acabou e etc. o grande lance é saber dançar com quem você está pra não dançar (risos).”