Em papo descontraído, Kalouv comenta sobre games, crowdfunding e o futuro

A Kalouv acaba de encerrar uma maratona de shows pelo estado sudeste que contou com apresentações em locais como: Breve Pompeia (São Paulo/SP), SESC Campinas (Campinas/SP), Palco Sinewave no Dia da Música – Z Carniceria (São Paulo/SP), Casarão Music Studio (Piracicaba/SP), Centro Cultural São Paulo (Sao Paulo/SP) e Digi Club (Mogi das Cruzes/SP), PEGA Caxias (Duque de Caxias/RJ) e A p a r e l h o (Rio de Janeiro/RJ).

A turnê dos recifenses vem para coroar o terceiro registro da banda, Elã. Planejado nos mínimos detalhes – e com a ajuda de muitos amigos – eles lançaram no fim de 2017 o disco que parece mais uma trilha sonora para videogame.

De fato o álbum não só funciona como uma boa trilha para jogar online – e offline – como também faz tributo a uma grande paixão de seus integrantes, o videogame. Não é à toa que o clipe para “Moo Moo” teve inspirações em jogos do Super Nintendo, como Harvest Moon e Chronno Trigger.


A Kalouv acaba de encerrar mais uma turnê pelo sudeste. – Foto Por: Hannah Carvalho

Na atividade desde 2010, a banda conta em sua formação com Basílio Queiroz (baixo), Bruno Saraiva (teclado), Saulo Mesquita (guitarra), Túlio Albuquerque (guitarra) e Rennar Pires (bateria).

Já tendo lançado os discos Sky Swimmer (2011), Pluvero (2014) e o EP Planar Sobre o Invisível (2016), no fim do ano passado, após uma campanha bem sucedida no Catarse, eles lançaram seu terceiro álbum de estúdio, Elã.

Este que foi gravado em diversas localidades e que reuniu um time de músicos talentosos para somar ao projeto. Aliás os fãs, durante o processo do projeto de financiamento coletivo, puderam colaborar de diversas formas como eles contarão em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos.

No fim eles conseguiram o financiamento com a ajuda de 292 pessoas de 18 estados brasileiros. Para ser mais preciso, assim como o som dos pernambucanos, eles alcançaram 124% da meta proposta.

Claro que perguntamos mais sobre como foi o processo para que fosse bem sucedido (e eles não esconderam o jogo). Matemático e post-rock, o álbum saiu pelo selo independente Sinewave Label no dia 18/11. Na época até comentamos sobre o disco por aqui como podem conferir na resenha.

Entrevista

[Hits Perdidos] Pude ver que recentemente gravaram uma session com direito a versão autoral e experimental para Saria’s Song e Temple of Time, músicas da trilha sonora do jogo clássico de Nintendo 64 “The Legend of Zelda: Ocarina of Time”. Sei que vocês são apaixonados por trilhas sonoras de videogames, quais jogos mais gostam e quais ainda sonham em fazer uma versão?

Bruno Saraiva: “Caramba, são muitos! A gente joga desde criança, então essa paixão se estende por toda vida. Pra citar alguns: Shadow of the Collossus, Super Metroid, Journey, Hotline Miami, Cuphead, etc.

Desde que a gente fez essa do Zelda, ainda não paramos pra pensar qual a próxima que poderíamos fazer. Até porque a gente gosta de trilha num geral, pode até ser alguma coisa de filme ou seriado. Mas respondendo por mim, pensei na Aquatic Ambience do Donkey Kong do Snes ou até uma doidona tipo Chemical Plant Zone do Sonic 2 (risos). A gente já pensou também em lançar um pequeno EP só com versões de jogos, só que ainda não engatamos isso.”

Túlio Albuquerque: “Uma música que tenho muita vontade de fazer versão é a Corridors of Time, do Chrono Trigger! “Boa Sorte, Santiago”, faixa do Pluvero surgiu quando estava tentando tirar ela no violão. Haha!

Citando outras trilhas de jogos mais recentes, posso falar também das de FEZ, Thomas Was Alone, Transistor, Faster Than Light, e, claro, Hotline Miami, que inspirou a música homônima do Elã.”



[Hits Perdidos] Sobre Elã, vocês tem feito um circuito interessante com diversos shows em SESCs pelo país. Como tem sido a reação do público em comparação com os trabalhos anteriores?

Túlio Albuquerque: “Bem diferente! Uma das coisas que trabalhamos muito na pré-produção do Elã foi alinhar os arranjos das músicas para que elas funcionassem bem ao vivo. Isso partiu de uma observação nossa nos shows do Sky Swimmer e Pluvero. Como as faixas antigas eram normalmente mais longas e tinham muitas partes conceitualmente diferentes, o ao vivo acabava tornando-se denso demais, gerava muita dispersão do público. Nos sentíamos prolixos, falando muito e por vezes não se fazendo entender.

Desde o começo da feitura desse novo trabalho, uma das nossas intenções era enxugar as ideias, tentar ser mais direto ao ponto. Acho que esse é um dos fatores que nos têm conectado cada vez mais com o público. Os shows estão sendo mais intensos e dá pra perceber que o pessoal se sente mais próximo.

Em Recife, nossa casa, desde o lançamento do Elã os shows estão cada vez mais legais. A gente percebeu que criamos um público fiel, que vai sempre, que chama os amigos. Está se renovando graças a esse abraço que recebemos sempre que tocamos lá. E isso vai se tornando uma realidade em outras cidades que já visitamos algumas vezes, como São Paulo, São Carlos, Curitiba, Aracaju, Natal. O boca a boca acaba sendo mais importante que um post patrocinado no Facebook. Uma pessoa vai pra um show, fala pra outra, que fala pra outra, e assim vamos construindo uma rede mais forte de gente que acompanha nosso trabalho.

Sobre o circuito que estamos fazendo, acho que cada experiências soma-se às outras e torna a gente mais preparado para as próximas. Ter tido a oportunidade, por exemplo, de lançar o Elã no Coquetel Molotov 2017 foi importantíssimo para que a gente fosse ficando mais cascudo, entrando no circuito de festivais.

Desde lá já tivemos o Maionese (Maceió), Hacienda (João Pessoa), Bananada (Goiânia), Móveis Convida (Brasília) e o Sonido (Belém). Esses festivais, além dos shows independentes que fazemos, ajudam muito a criar público, geram contatos com outros produtores e acabam desembocando em oportunidades lindas como as do Sesc Belenzinho, Pompeia e Campinas. É uma soma de fatores positivos que só temos a comemorar e continuar trabalhando pra que não pare nos próximos meses e anos.”

[Hits Perdidos] Além da Kalouv, alguns de vocês tem também tocado no projeto do Roberto Kramer, RØKR. Como tem sido a experiência? Chegaram a participar do processo de composição? Quão agregadora para vocês tem sido a experiência?

Saulo Mesquita: “Tem sido uma experiência bem agradável pra mim e pra Bruno, do ponto de vista musical principalmente. Por se tratar de uma sonoridade que a gente se identifica bastante, acaba sendo uma vibe diferente nos shows.

Acho que o projeto ter um norte mais eletrônico, com elementos mais suaves, simplifica e traz outro espaço para sentir e executar as músicas. É uma questão pessoal por conta da interação que sentimos com esse tipo de sonoridade, puxada pra música ambiente e dreampop que sempre fez parte da nossa vivência atual com a música e também influencia nas composições da própria Kalouv.

O Roberto é o compositor e produtor das músicas e a gente entra mais na função de preencher e deixá-las interessantes ao vivo, adicionando dinâmica, que é importante pra deixar o show menos “duro”, muito comum em música eletrônica. Já até conversamos sobre compor alguma coisa juntos, mas sem pressa, no tempo que for possível.”


Kalouv ao vivo. – Foto Por: Hannah Carvalho

[Hits Perdidos] O processo de gravação do disco foi bastante intenso e realizado em diversos lugares. Queria que contassem mais sobre como isto aconteceu e como enxergam o resultado final hoje em dia.

Bruno Saraiva: “Foi realmente muito intenso! Se contar com todo o processo de composição e de preparação pra gravar, foram uns cinco meses de dedicação completa. Foi um processo demorado porque a gente queria se reinventar, queríamos sair do nosso lugar comum, fazer um disco realmente pensado coletivamente.

Na prática a gente se viu praticamente todo dia nesses cinco meses, e claro, tinha dia que a gente não aguentava mais ver a cara um do outro (risos). Assim como tinham dias que a coisa fluía e tudo se conectava. Acho que essa intensidade do processo mexe muito com o nosso afeto um pelo outro e pelas músicas em si.

Tudo isso culminou em uma semana de gravação com Bruno Giorgi. A gente lembra com muito carinho dessa semana porque foi de longe a melhor experiência de gravação que a gente já teve. Bruno Giorgi trouxe muita segurança e experiência de sua carreira, e acho que a gente já esperava isso.

O que a gente não esperava era encontrar uma figura tão tranquila e carinhosa, com sensibilidade e criatividade musical tão incrível que naturalmente nos estimulou a fazer tudo da melhor forma possível. Acho que a conexão que tivemos, não só nós cinco em banda, mas de nós seis, fez o disco ser o que é. Olhar esse caminho hoje é algo bem bonito e com certeza nos motivou a seguir essa difícil carreira de música até então.”

[Hits Perdidos] Queria que contasse mais sobre as participações do álbum e como elas agregaram.

Túlio Albuquerque: “Nós sempre gostamos de fazer essa troca com outros artistas e estamos tornando isso cada vez mais frequente. No Elã, foram três participações: Sofia Freire, Roberto Kramer (RØKR) e Hugo Noguchi (Posada e o Clã, Ventre e mais vários projetos). Cada um chegou a nós de uma forma diferente.

Roberto já é nosso amigo há bastante tempo e foi responsável pela mixagem do segundo disco da Kalouv, Pluvero, e do Planar Sobre o Invisível, EP de 2016. Durante o processo desse nosso novo trabalho, ele tinha acabado de voltar para o Brasil depois de um tempo no Canadá e estava preparando o segundo disco da RØKR.

“Hotline Miami” tem muito essa vibe 80’s presente também no projeto dele e era uma música que pedia umas vocalizações. Foi natural o convite, até porque ele acompanhou o processo. Além de vozes com efeitos, ele também gravou vocoder, o que deixou com uma cara muito especial o meio da música, lembrando até um pouquinho Daft Punk.



Já Sofia Freire chegou pela admiração que temos por seu projeto e por buscas específicas nas nossas composições. Sofia é uma artista incrível e muito completa. É produtora, musicista, compositora, cantora e tem dois grandes discos. A gente sempre curtiu muito a forma como ela constrói as músicas, como toca elas ao vivo e especialmente as harmonizações vocais. Esse último fator fez com a gente procurasse para “Pedra Bruta” e “Elã”.

Já tínhamos algumas ideias encaminhadas, mas a forma como ela conduziu tudo deixou a gente muito feliz com o resultado. Assim que chegamos em estúdio ela já gravou várias vozes de primeira. Depois, na mixagem, praticamente todas as formas que Bruno Giorgi juntou essas vozes ficaram boas. Sofia é uma amiga que fizemos nesse processo e que a gente ainda tem vontade de fazer mais coisas juntos, quem sabe até compor algo novo.



Noguchi conhecemos quando ele veio com a Ventre pra o Recife e, por indicação de Bruno Giorgi, o produtor do disco, ouvimos o projeto solo dele, Yukio. Gostamos muito e as texturas foram o que marcaram mais na audição. Era algo que queríamos muito para “Mergulho Profundo”.

Mandamos a versão original e ele foi gravando baixos, noises, insertando samples, colocando filtros, até que a música mudasse completamente. Uma experiência nova, feita por e-mail, mas que foi muito legal.



Essa troca com outros artistas tá se tornando cada vez mais frequente. Já fizemos três shows com participação de Benke Ferraz (Boogarins), onde a gente faz uma versão conjunta de “O Escultor”, da Kalouv, com “Cuerdo”, do Boogarins.

A recepção sempre é muito legal quando fazemos. Rolou no Coquetel Molotov do ano passado, no Bananada e Sesc Belenzinho esse ano. Como Benke está vindo com muita frequência pra Recife, nossos encontros estão cada vez mais comuns. Ele tá remixando algumas músicas do Elã e estamos começando a fazer algumas músicas com produção dele.

Ao vivo, estamos sempre convidando artistas para dividir a jam final do show, logo depois de “Mergulho Profundo”. Já participaram, além de Benke, Lucas Estrela no Sonido (Belém/PA), Gabriel de Sousa (maquinas) em Fortaleza, Fabiano Benetton (Odradek), Lucas Lippaus (Sinewave) e Rita Oliva (PAPISA) em São Paulo.

Também devemos fazer uma versão cantada de uma faixa nossa com Nicole Patrício (Alambradas). Enfim, a gente tá cada vez mais pilhado e feliz com essas trocas, a ponto de termos feito nosso último projeto de CD pra edital um disco só com participações. Se for aprovado, podem esperar um álbum cheio de pessoas que a gente admira demais, seja tocando, cantando, escrevendo ou compondo.”

[Hits Perdidos] Por aqui fizemos uma playlist recentemente com bandas instrumentais, e a Kalouv claro estava dentro. Como enxergam o atual cenário de música instrumental brasileira? Quais bandas vocês mais tem admiração e recomendam?

Túlio Albuquerque: “Quando começamos, em 2010, a gente já tinha como referência bandas que existem até hoje e continuam fazendo trabalhos lindíssimos. Hurtmold, Macaco Bong, ruído/mm e Constantina talvez sejam as quatro principais.

Ao longo do tempo, muitas apareceram que gostamos bastante. Mahmed, Astronauta Marinho, Ema Stoned, The Tape Disaster, SLVDR, Salvage, EATNMPTD, além de maquinas e Odradek, que não são só instrumentais, mas que têm muitas músicas sem voz. Das mais novas, gostamos muito da Pupila Nervosa (Recife), Taco de Golfe (Aracaju) e Céu de Vênus (Curitiba). Já tocamos com as três e são três showzões, cada um à sua maneira.


A turnê pelo sudeste se encerrou na domingo no Rio de Janeiro. – Foto Por: Hannah Carvalho

[Hits Perdidos] O clipe de vocês para “Moo Moo” também me chamou bastante a atenção por brincar com os jogos de videogame e absorver algo que tem tudo a ver com a identidade da banda. Vocês já pensaram em produzir mais clipes fazendo homenagens a outros jogos? Como foi o brainstorm do vídeo?

Bruno Saraiva: “Já pensamos sim, visse? A gente já pensou em fazer um clipe com Panoramical, que é um jogo indie muito legal onde você controla elementos do cenário formando uma paisagem interativa. O legal do jogo é que ele é infinito, o número de possibilidades que você pode chegar nunca vai acabar, e tem diversas fases, cada uma você modifica elementos diferentes. Já usamos ele algumas vezes durante o show, colocávamos alguém pra jogar enquanto a gente tocava, e a experiência foi bem legal. Aí pensamos em fazer um clipe baseado nele.

Também já pensei em fazer um clipe com Abzu, que é um jogo na pegada do Journey, onde você controla um mergulhador que vai nadando até as profundezas abissais. Absurdamente lindo e com uma trilha tão bonita quanto.

A ideia pro clipe de “Moo Moo” foi bem simples e rápida. A gente ainda não conhecia o Gabriel, mas sabíamos que ele gostava de jogos e já tinha um trabalho de glitches bem massa com Boogarins. Falamos com ele e a conexão foi imediata.

A princípio queríamos trabalhar com cenas de vaca em jogos da era 16 bit, misturado com glitches e modificações que o Gabriel sempre gostou de fazer. A ideia acabou se expandindo pra jogos com um clima mais bucólico, campestre, de interior (que tem tudo a ver com nossa experiência de composição, feita num sítio em Carpina). Resultou nessa homenagem lombrosa ao Super Nintendo que só um cara como ele sabe fazer.”

[Hits Perdidos] Vocês tiveram um bem sucedido projeto de financiamento coletivo. Quais dicas dariam para bandas que também tem a intenção de realizar iniciativas do tipo?

Túlio Albuquerque: “O financiamento coletivo foi uma das experiências mais incríveis que a gente teve com a banda. Seja no âmbito profissional, emocional e até artístico, as colaborações foram muitas e sem dúvidas é a prova que não é possível fazer nada sozinho. Aprendemos muito com os outros, além de tirar bastante dos erros e acertos ao longo do processo.

Tínhamos esse desejo há um bom tempo, muito por saber que, além da questão financeira, a campanha traria uma ligação mais forte ainda com quem acompanha nosso trabalho. E por isso esperamos o momento certo, que chegou com o planejamento desse terceiro disco, tão importante pra gente, e com um momento da carreira onde estávamos mais consolidados, já tendo feito tours pelo Sudeste, Sul e Nordeste, tocado em festivais, enfim, com um público que nos acompanhava e esperava por esse novo trabalho.

Contando planejamento, campanha, execução e entrega das recompensas, foi mais de um ano completamente dedicado a isso. Primeiro, veio a necessidade. Percebemos que teríamos de gastar mais do que tínhamos guardado para fazer o CD da forma pensada.

A partir dessa necessidade, fomos atrás de outras pessoas que fizeram projeto e aí tivemos muita ajuda de Bruna Monteiro, do Além da Cura, e de Guilherme e Daniel, do Astronauta Marinho, que tinham acabado de fazer uma campanha de sucesso para o novo disco deles.

Durante três meses fizemos os cálculos de quanto precisaríamos, orçamos todos os produtos, buscamos parcerias e, especialmente, gastamos um tempão entendendo a plataforma do Catarse e suas particularidades, de como as métricas e estatísticas podiam nos ajudar. Eles têm um material muito legal pra quem vai fazer um projeto, que ajudam você a prever a movimentação da campanha e os passos que teríamos que dar.

O primeiro ponto e, talvez o mais importante, foi focar no nosso primeiro círculo pessoal. Amigos, familiares, pessoas que acompanhavam nosso trabalho de perto. Juntamos todas elas num grupo do Facebook chamado “Construindo Elã” e a partir daí fomos realmente construindo tudo coletivamente.

As pessoas opinavam desde a capa do disco, até modelos de camiseta, davam dicas de fornecedores, locais pra panfletar (até isso fizemos). Esse momento foi muito importante pra que a gente chegasse na primeira semana com força.

A partir daí foi uma luta diária aperreando todo mundo nos inboxes. Fomos atrás de todo mundo que mandava mensagem para Kalouv no Instagram, Facebook e Twitter, falei da campanha. Mandei e-mail pra gente que tinha falado com a banda há anos. E com isso a rede foi crescendo.

No fim das contas foram 290 apoios de 18 estados do país. Vários estados onde a gente não tocou, como Rio Grande do Sul, Rondônia e Maranhão. Um número que a gente não esperava, especialmente porque, como disse, o primeiro foco foram as pessoas próximas, na maioria de Recife.

Acho que a maior dica é tentar entender tudo da plataforma, estudar as campanhas de bandas que já fizeram, perguntar, ver o que se adequa à sua realidade. E na hora de fazer, todo mundo tem que estar bem focado, sabendo da sua importância e procurando ativar suas redes pessoais. A gente teve muita sorte também de ter uma pessoa como Thais Jacoponi acompanhando todo o processo como parte da banda.

Além da arte da capa, ela comprou a briga mesmo. Foram vários meses indo e vindo, fazendo materiais pra divulgação em rede sociais, e-mail, e na hora de executar o projeto ela acompanhou tudo com todo carinho e cuidado do mundo, pensando em cada detalhe dos produtos, ligando para as gráficas, para os fornecedores quando algo dava errado. Acho que no fim das contas, sem todas essas ajudas seria impossível.

Então, às bandas indico esperar o momento certo, planejar tudo com cuidado e na hora de partir pra campanha ter todos os membros com raça pra fazer acontecer.

Financiamento coletivo é uma das alternativas mais lindas pra fazer um disco. As pessoas se envolvem mais, se sentem parte do processo. E são mesmo. Foi muito legal ir entregar cada recompensa nas casas das pessoas em Recife, mandar a cartinha pra todo mundo de fora e ver que as pessoas ficaram emocionadas e felizes em ver Elã pronto, de ter tudo em mãos.”

Playlist Instrumental no Spotify

No Brasil a música instrumental tem muitos adeptos e muita gente talentosa batalhando para mostrar seu trabalho país afora. Muitos que em seu som flertam com diversos estilos e que reforçam as mil e uma possibilidades existentes. Sendo assim, reunimos 147 bandas e artistas do gênero. A seleção Especial, que também conta com a Kalouv, pode ser encontrada no Spotify do Hits Perdidos (siga o Hits no Spotify!).


This post was published on 9 de julho de 2018 11:31 am

Rafael Chioccarello

Editor-Chefe e Fundador do Hits Perdidos.

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