The Tape Disaster intercala entre calmaria e fúria em "Oh! Myelin"
O math rock surgiu no fim dos anos 80 sendo uma fusão do punk rock com o rock progressivo. Sim, juntando o lado simples e visceral ao rock cabeçudo. A composição musical neste gênero é bastante complexa incorporando métricas incomuns em seu ritmo, tido como matemático, daí o nome, math rock.
O instrumental é tocado em bases atonais ou politonais. Nem sempre sincronizado a variante entre explosão e calmaria é uma marca do estilo que pode ser hora berrado, hora calmo. Isso depende mais de banda para banda. Geralmente as bandas misturam influências distintas, algumas agregam o emo, já outras vão buscar referências no metal e no rock progressivo.
Para quem quer se aventurar pelo gênero o Sam Grein fez uma ótima playlist no Spotify inclusive.
Hoje vamos falar sobre uma banda que tem apresentado ótimos trabalhos e que teve seu primeiro álbum cheio lançado no fim de março. Uma banda que após ter lançado seus primeiros dois EP’s (Realidade Aumentada (2011) e A Voz do Fogo (2012)) pela Sinewave Label foi curiosamente convidada para integrar um selo sul coreano, a Onion Records.
Convite esse que surpreendeu o grupo gaúcho, The Tape Disaster. Que com isso teve lançado Compilation (2012) disco que continha os dois EP’s anteriores. Desta forma o quarteto formado por Thivá Fróes (guitarras), Andres S.A (baixo), Bruno Severo (guitarras) e Rubens Formiga (bateria) conquistou voos mais altos sendo elogiado pela crítica especializada estrangeira. Da mesma forma inesperada a banda acabou sendo convidada para expor seu trabalho em trilhas e vídeos publicitários.
O som da banda funde math rock ao post rock e tem como influências diretas o som das bandas LITE, Toe e Té. No dia 24/03 foi lançado o primeiro álbum oficial do The Tape Disaster, Oh! Myelin, exatamente uma semana depois no dia 31/03 eu tive a oportunidade de não só vê-los pela primeira vez, como de presenciar o primeiro concerto deles em 1 ano.
O evento aconteceu no Festival Sinewave no Z Carniceria (que agora atende pelo nome Z Palco) e recebeu além dos gaúchos o peso do Huey e os delírios do Macaco Bong em uma noite de rock 100% instrumental.
Intensidade. Creio que seja essa a palavra que defina o espírito da noite. A casa estava cheia, o merch estava vendendo a milhão, as pessoas chegavam na banquinha onde Lippaus estava vendendo os materiais das bandas da Sinewave e perguntavam por informações sobre bandas como Mais Valia, Kalouv, Poltergat, TESTEMOLDE, Ruído/mm entre outras do selo paulistano. A satisfação pela curiosidade dos presentes estava estampada no seu olhar.
Pouco tempo depois era hora dos gaúchos do The Tape Disaster subirem ao palco do Z e a expectativa era grande. Estava inclusive comentando com o Raul Zanardo (Dum Brothers) e com o Victor Meira (Bratislava/Godasadog) sobre a curiosidade que ouvir este primeiro disco me despertou de vê-los ao vivo.
Não bastaram duas músicas para ouvir elogios sobre a qualidade do material apresentado por parte dos presentes. Um som meticuloso, matemático, denso, explosivo e cativante. Ao vivo a potência dos acordes fica ainda mais evidente, o que ajuda demais na experiência. Algo a ressaltar é a casa possuir duas caixas de retorno para os músicos o que em um som que envolve tanta precisão e ouvido com certeza ajuda não só quem está em cima do palco como quem assiste.
O público observava o show hipnotizado alguns presentes até se arriscavam a se aventurar no air guitar. Um show bastante intenso e cheio dos tempos quebrados onde as guitarras podiam duelar à vontade. O baterista, Rubens Formiga, inclusive parecia estar em um universo paralelo e fechava os olhos constantemente entrando totalmente na sinergia sonora.
Instigante, o show deixou o público com gostinho de quero mais. Os comentários pós show por parte de muitos foram na linha de enquadrar a apresentação “como uma ótima surpresa” para animar a noite daquela sexta-feira (31).
Logo depois subia ao palco o Huey que não perdoou e fez um show de se aplaudir de pé, com intensidade e dando uma aula de como fazer metal instrumental da melhor qualidade. Tendo não só o stoner rock na mão como outras cartadas e muito peso. Algo interessante a se ressaltar foi exatamente isso, entrava e saia banda do palco e mesmo tendo estilos diferentes a qualidade e a intensidade se faziam valer.
O último show da noite ficou por conta do Macaco Bong que mais uma vez não deixou barato e quebrou tudo. Misturando o repertório de seu último álbum a algumas versões de Nirvana, Kayapy, Fumega e Hortides tem um legado enorme que felizmente tem conseguido passar para a próxima geração como dito no show realizado no Estúdio Aurora na estreia da DERCY que em breve falaremos no Hits.
Oh! Myelin (2017)
Ter tido a oportunidade de ver o show ao vivo antes da versão final da resenha foi algo importante. Pois nada como poder assistir a um show e ter essa paralelo maravilhoso entre estúdio e palco. Até costumo brincar por aqui: local onde separamos meninos de homens. Com 11 anos tocando junto fica difícil achar que não fariam isto com excelência porém nada como poder ver para crer.
O álbum foi resultado de muito suor derramado, eles mesmos em entrevista para o Hits Perdidos confessam que demorou mais do que esperavam para sair do forno. Mas como sempre também costumo dizer: essas coisas muitas vezes vem para o bem.
Ele foi produzido por Sebastian Carsin, um amigo de longa data e a própria banda. Sebastian também foi responsável pela mixagem e masterização. O disco foi gravado entre janeiro de 2016 e janeiro de 2017, uma longa gestação que se traduziu em pouco mais de 25 minutos de fritação, intensidade e perfeccionismo sonoro.
O punk rock é o que dá todo o peso e distorção que aliado ao post rock faz com que o choque entre calmaria e explosão seja tão evidente. Um ganho enorme para o som que eles fazem. O disco foi gravado no estúdio Hurricane em Porto Alegre (RS).
O Nome e o Conceito
Quando questionado sobre o nome do álbum e seu conceito o guitarrista Thivá Fróes não titubeou:
“Myelin (ou mielina em português) é uma substância presente no cérebro humano e que possui um papel fundamental no período da adolescência, aonde ela ajuda na adaptação rápida e formação do cérebro.
Gosto muito da ideia de que nosso período de maior turbulência dentro de nossa formação como indivíduos vem de uma construção biológica para tal, onde o errático é fundamental. Aonde redescobrimos e recriamos fronteiras pessoais internas e externas. É uma ótima analogia a experiência humana no geral. Esse disco é uma ode a essa ideia.”
Sendo assim agora vocês estão devidamente preparados para esta experiência humana.
Antes do faixa a faixa alerto que a interpretação sobre as faixas neste gênero musical é algo que varia emocionalmente de ouvinte para ouvinte sendo a sua audição ou a do Hits Perdidos algo totalmente único e talvez essa seja a graça da arte de produzir e ouvir um novo disco de math rock.
“Le Satire” foi uma canção que até apresentamos a premiere no programa do Hits Perdidos na Mutante Rádio 9 dias antes do lançamento do álbum. São dois minutos de uma estranha calmaria que bandas como Faraquet fazem com tremenda precisão.
A faixa inclusive é o single de trabalho do The Tape Disaster e como nos últimos dias estive ouvindo Q And Not U posso dizer que uma playlist juntando essas três bandas poderia servir de terapia para dias nervosos e a base de calmantes.
“Condicionado” soa como uma continuação da faixa, que emocionalmente me teletransporta para um território que contempla ansiedade e escuridão. Sua calmaria e repetição na introdução te deixam inquieto, apático e com vontade de sair correndo mesmo não tendo forças para isto.
É como se o cuco do relógio estivesse batendo e você não conseguisse sair desse pesadelo. Acredito que os fãs de post rock e até de jazz vão se deliciar ouvindo essa canção.
A progressão de acordes de “3×4” é com certeza uma das mais interessantes do disco e até aqui é uma das minhas três favoritas. Se você já ouviu o MÓNÓ vai entender do que eu estou dizendo.
É uma energia muito intensa que precisa ser dissipada feito uma usina nuclear de sentimentos prestes a explodir. É tão matemático e errático como a experiência que é viver em meio ao caos dos altos e baixos do dia-a-dia.
Gosto de observar como os instrumentos por sua vez dialogam deixando o clima de fim de linha estampado ao fim da canção ao som de uma guitarra triste e uma bateria com uma levada jazz.
“A Sua Sorte” já se contrasta e de alguma forma me lembra algo do Bad Religion em sua introdução mesmo aparentemente não sendo um punk rock, seu espírito está ali. É engraçado pois tenho a mesma sensação quando ouço bandas como o Rx Bandits em meio essas progressões de acordes e guitarristas perfeccionistas o menino que cresceu ouvindo punk rock mora ali.
A canção vale se destacar é a única que possuí em certos momentos vocais, quem foi chamado para contribuir foi Leonardo Zimmermann. Talvez por isso seja o hit perdido do álbum e carregue tantos sentimentos. A busca pelo coração e sua essência se refletem em todo esse mar de sentimentos que ecoam no ar.
“YOLT” tem apenas 48 segundos e dá exatamente a ideia de transição que alguns álbuns tem recentemente usado como recurso, riffs mais calmos como se estivéssemos virando a página para o próximo capítulo da jornada de nosso personagem.
“Eu Não Vou Mais Voltar” é uma música sobre se perder para se encontrar. Uma das mais trabalhadas do disco, ela tem um começo caótico e vai amadurecendo conforme vai passando com uma levada instigante e reflexiva.
O trabalho das guitarras é algo a se destacar por todas as quebras e viradas que a música dá. Costumo comentar com amigos que o mais difícil de fazer math rock não é apenas ser um guitarrista virtuoso mas como manter sua linha criativa sem cansar o ouvinte. Um desafio a parte que Thivá tira de letra.
E se estamos falando sobre virtuosismo nada como “Tsuru”, que música amigos. Ela soa fresca a cada ouvida e mais consegue exprimir as emoções num liquidificador. Equaliza feito um triturador e te leva para campos muito distantes.
O trabalho da bateria me chama a atenção em meio a camadas de guitarras pois ela acaba sendo fundamental no processo transitório e hora soa como jazz, hora bebe da fonte das bandas de bandas como Joan Of Arc e outra cai matando no post-hardcore de grupos como At The Drive-In e Refused.
Para fechar o disco sem concluir de maneira calma – e colocando mais fúria na inquietação – “Turva (Noite)” tem raiva, peso, distorção, arranjos impiedosos que parecem te chamar para a luta. Feito a vida onde matamos um leão a cada dia.
Perturbador. Contestador. Estridente. Ferroz. Detalhista. Intenso. Explosivo. Emocional e Impiedoso seriam adjetivos que cabem feito uma luva para resumir em palavras Oh! Myelin.
O primeiro álbum dos gaúchos do The Tape Disaster, lançado no último mês pela Sinewave Label, mostra uma banda que após 11 anos ralando para chegar neste momento apoteótico – e ímpar – que é lançar seu primeiro disco cheio, seja algo que os americanos diriam como: Remarkable. Mas como estamos no Brasil vai no bom português mesmo, notável.
Eles foram certeiros nas referências e conseguiram registar em 8 faixas: canções que só uma longa jornada de entrosamento e muita distorção poderiam proporcionar. Como é bom poder ouvir um disco desses e falar: foi feito no Brasil!
Após a audição decidir fazer algumas perguntas para entender mais sobre o álbum e conhecer mais sobre a trajetória que culminou no Oh! Myelin.
[Hits Perdidos] O Compilation conta como nome mesmo diz com faixas compiladas, feito uma coletânea. Assim podemos considerar Oh! Myelin como o primeiro álbum. Como é para vocês ver o primeiro álbum full indo para a rua e quais as expectativas?
Thivá: É um momento estranho. O disco demorou muito para ser finalizado pelas realidades de ser um trabalho independente, e esse ano de processo de certa forma traz um desligamento emocional das composições, diferentes de quando a criação e posterior gravação estavam em movimento direto. Essa também foi a primeira gravação em que não estive envolvido do início ao fim na mixagem, masterização e finalização, o que tive que fazer com o coração na mão por razão da minha viagem com meu projeto pessoal. Mas o interessante disso foi ouvir novamente as músicas e resgatar aquela ligação emocional de quando ouvimos elas pela primeira vez, e esse sentimento é ótimo.
Ouvir de novo me trouxa a realização de que “Oh! Myelin” é um bom disco que fundamenta elementos que exploramos a tempos e que de certa forma se concretizam de maneira mais madura, mas ainda mantendo a leveza dentro de um experimentalismo que no fundo é jocoso, às vezes denso, mas sempre em movimento. Como se estivesse expandindo.
[Hits Perdidos] Vocês optaram por gravar no Estúdio Hurricane. Como foi o processo de gravação? Quem foi responsável pela mix e a master?
Thivá: Nosso amigo e colaborador constante é Seba Carsin, que nos ajudou desde os primórdios a achar a sonoridade da banda no estúdio. Ele trabalha com a mix e master junto com a banda, sempre trazendo insights para o resultado final. Nossa estética vem muito com a ajuda dele e não poderíamos ter gravado esse disco em outro lugar. Nosso background musical e o dele possuem muitos dos mesmos pilares.
[Hits Perdidos] Além de terem lançado dois EP’s pela Sinewave, vocês tiveram a oportunidade de lançar o Compilation pelo selo sul coreano, Onion Records. Como rolou esse convite?
Thivá: Da maneira mais informal e suspeita possível. Os donos da Onion na época falavam pouco inglês, e como o selo era novo ficamos sem saber se seria uma proposta real. Depois de descobrirmos as outras bandas já lançadas por eles e a boa experiência que eles tiveram, foi só assinar. Eles fizeram um ótimo trabalho.
[Hits Perdidos] Chegaram a ter convites para excursionar fora do país depois disso?
Thivá: De maneira tímida, mas sim. Ocasionalmente ainda recebemos esses convites.
[Hits Perdidos] Como é a aceitação lá fora?
Thivá: Parece que nos enquadramos bem deste cenário post rock/shoegaze/instrumental/experimental. O interesse tem crescido e talvez cresça mais agora com o disco finalizado.
[Hits Perdidos] Como enxergam a importância dos selos independentes?
Thivá: A importância é enorme. Ter uma banda independente no Brasil pode ser como flutuar sozinho em um oceano sem norte, sem direcionamento. Selos independentes ajudam a dar um propósito, um senso de realização que nem sempre é possível achar, especialmente para estilos menos populares.
[Hits Perdidos] Vocês fizeram um show no Sesc Sorocaba com intervenções visuais de outros artistas. Como foi essa experiência e como acreditam que contribuiu para o evento? Depois que rolou isso, pensaram em agregar outros trabalhos as apresentações?
Thivá: Isso sempre está nos nossos planos. Expandir sensorialmente o nosso trabalho é sempre bem vindo e estamos sempre abertos para que artistas coloquem as suas visões e experiências junto do nosso trabalho.
[Hits Perdidos] Algo que também surgiu com o passar do tempo foi das músicas serem usadas para campanhas publicitárias e trilhas sonoras. Contem um pouco mais sobre.
Thivá: Eu sinto que o nosso trabalho pode comover o ouvinte. Parece que esses produtores, diretores e agências concordam com isso, o que nos deixa realizados. Poder dividir o nosso trabalho e contribuir para formatos diferentes é de um orgulho enorme. Se as pessoas que escutam o nosso trabalho e dividem esse sentimento, mais incrível ainda.
[Hits Perdidos] O som de vocês passeia pelo Math Rock / Post-Rock / Instrumental. Quais bandas vocês destacariam do novo cenário desses estilos?
Essa é uma pergunta que pode ser extensa, então vou me limitar a bandas que tem trabalhos que estou ouvindo recentemente que tem uma certa pegada dentro destes estilos como a Urso, Herod, Constantina e Space Guerrilla pra falar algumas nacionais. Internacionais, bandas como Te’e, Algernon Cadwallader e Tera Melos também estão na lista.
[Hits Perdidos] Gostaria que comentassem faixa a faixa o disco.
Thivá:
Le Satire, Condicionado, 3×4: Gosto de pensar que essas músicas se comunicam. Elas parecem ser um ótimo começo. Elas trazem um início meio e fim antes do fim, com processos diferentes dentro da construção delas.
A Sua Sorte: Com a emocionante participação do Leonardo Zimmermann, essa música grita. A distorção e a pagada são feitas pra provocar e perguntar realmente aonde está o teu coração.
YOLT: Uma ideia que temos fazia tampo, de ter algo transitório, espontâneo e orgânico. Os riffs funcionam e dá um pouco da ideia do como funciona meu processo de construção sonora junto com o Bruno.
Eu Não Vou Mais Voltar: Essa música existe a um bom tempo, mas finalmente conseguimos achar ela, esculpir musicalmente de uma forma instigante. Tocamos ela a um bom tempo ao vivo, e acho que é possível sentir isso na gravação.
Tsuru: Uma das músicas que mais trabalhamos a estética antes de gravar. A jornada dela foi muito interessante, onde retrabalhamos o groove e estrutura até o resultado final. Talvez umas das minhas músicas favoritas do disco, ela vai pra lugares sombrios mas volta maior.
Turva (Noite): Talvez a melhor música pra acabar o disco. Algo de desconhecido e sujo, como caminhar descalço durante um fim de semana inteiro. Tem algo de reconexão, de briga e explosão. Essa música parece querer comprar uma briga antes de ir embora sem nunca mais ser vista.
[Hits Perdidos] Vocês completam em 2017: 11 anos de banda. Qual foi o maior aprendizado e qual mensagem gostariam de deixar para as bandas que estão começando sua jornada?
Thivá: Registem, componham, gravem, experimentem. A construção de um bom show provavelmente é o indicativo de que a banda está indo pro lugar certo, mas gravar é importante pra conseguir dar os passos criativos necessários.
Sentir o trabalho e buscar achar a própria voz é muito mais importante do qualquer coisa, mas não atropelar o processo é muito importante pra chegar lá. Se o processo é colaborativo, se escutem. Construam algo juntos que vocês nunca conseguiriam construir sozinhos. Existe mágica nessa troca.
[Hits Perdidos] Para fechar qual a expectativa para o show de lançamento que acontece no Z Carniceria no dia 31 de março ao lado da Huey e do Macaco Bong? [Entrevista realizada no começo de março]
Thivá: Vai ser nosso primeiro show em muito tempo e os ensaios estão começando. Tocar com a Macaco Bong e Huey no festival da Sinewave é um prazer enorme. Subir no palco com a The Tape Disaster depois de quase um ano me deixa entusiasmado.
Playlist Exclusiva de lançamento
Para o lançamento do Oh! Myelin o The Tape Disaster preparou uma playlist exclusiva no perfil oficial do Hits Perdidos no Spotify. Com sons que vão de American Football a Chico Buarque, de Anderson .Paak a Esperanza Spalding.
The Tape Disaster
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