A Warmest Winter do Rio de Janeiro tem como influências citadas as bandas oitentistas como Joy Division, Wire, The Cure e Siouxsie and the Banshees, porém também abraça artistas diretamente influenciados por estes primeiros – e bem mais novos – como Interpol, The National e Bon Iver.
Nem por isso o som deixa de dialogar com diversas bandas do atual cenário como Herzegovina, Sky Down, Der Baum, In Venus, Fleeting Circus e tantas outras que propõe esse resgate da década.
O projeto começou em 2015 como um projeto solo de Tiago Duarte Dias tendo lançado até então dois EPS Warmest Winter (2015) e I Feel Your Absence (2016). Para que as apresentações pudessem ser executadas ao vivo o projeto começou a aos poucos ter a entrada de membros.
Hoje em dia a banda é composta por Tiago (Guitarrista / Vocalista), Denny Visser (Guitarrista / Vocalista), Luiz Badia (Baixista) e Daniel Vellutini (Bateria). A entrada dos membros também transformou o som da banda que também passou a incorporar elementos de shoegaze.
Após lançar o single, “Mary Ann“, com Premiere no Hits Perdidos eles vem hoje apresentar mais um registro que estará presente no primeiro disco do grupo fluminense, The World is a Terrible Place Yet I’m Terrified of Dying. O álbum tem previsão para ser lançado em junho.
Nesta sexta-feira (23/03) a Warmest Winter está lançando em primeira mão no Hits Perdidos o videoclipe para “the world is a terrible place yet i’m terrified of dying”. Este que foi idealizado por Tiago D. Dias e Luiz Badia e foi dirigido e editado por Badia.
Já a letra fala sobre o mundo tóxico que herdamos e todas as expectativas que são jogadas sobre nossos ombros. É sobre tédio e falta de perspectiva com um futuro não muito distante. Niilismo.
[Hits Perdidos] Gostaria que contassem mais sobre a ideia do vídeo e o porquê da escolha pelo filme?
Tiago: “Então, a ideia do clipe surge devido a uma necessidade que tivemos em não gastar virtualmente nada para produzi-lo. É óbvio que eu gostaria que nós pudéssemos investir uma grana alta pra fazer clipes de todas as músicas que iríamos lançar, mas a realidade, infelizmente, não é essa.
Eu tenho ficado com essa ideia – a de utilizar imagens de filmes – como clipe já há bastante tempo. Fui pesquisando sobre filmes que, a meu ver, cairiam bem com a letra da música e o clima dela, até que eu esbarrei em um filme de 1931 chamado Limite, que é um dos filmes fundadores da história do cinema brasileiro, e até hoje, é considerado pela crítica um dos maiores filmes de nossa cinematografia.
O enredo de limite é basicamente 3 pessoas a deriva, duas mulheres e um homem, até o momento em que elas desistem e se resignam com a morte. O filme é permeado de flashbacks da vida dessas três personagens.
Enfim, a resignação delas, a meu ver, é um sentimento que é refletido na letra da música e no sentimento de urgência da mesma. Dito isso, eu não entendo nada de edição de imagens, ou algo do gênero. Eu costumo dizer que na banda, eu sou o único que não entende disso. O Daniel é formado em cinema, o Luiz é artista plástico e o Denny é designer.”
Luiz: “Por sugestão do Tiago, editei a música “The World is a Terrible Place Yet I’m Terrified of Dying” usando o clássico filme Limite do Mário Peixoto de 1931. Meu sogro foi enterrado no dia da edição e usei esse sentimento atormentado para editar o vídeo de uma vez só.
Como o filme original tinha muitas falhas, resolvi optar por uma edição com imperfeições e buscando a intensidade da trilha. Procurei as cenas de desolação e desespero, um mantra que remete a deriva, oscilando entre a morte a ruína. A cor pontua certas cenas e o final que remete ao caos, foi produzido pelo choque das várias camadas de imagens.”
Tiago: “Outra questão interessante é que a gente tem feito uma performance artística sob direção do Luiz, no qual pinturas dele são intercaladas com imagens e nós fazemos o instrumental. Talvez tenha sido isso uma das sementes da ideia da banda em usar imagens de um filme como clipe.
De qualquer maneira, a forma com que as imagens do clipe se encaixaram com a música foi excelente. O filme em si já dá uma sensação de urgência. A edição do Luiz, e o uso de cores que ele faz, acabou por criar isso de uma maneira ainda mais intensa.”
This post was published on 23 de março de 2018 11:00 am
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