Reverberando nostalgia: The Gap Year disponibiliza novo single "Under Your Tongue"
O hardcore melódico com influências do que o pessoal se acostumou a chamar de “pop/punk” no exterior, de tempos em tempos ganha sangue novo no “corre”que chamamos de underground.
Separei alguns discos da última geração brasileira para mostrar as inspirações brazucas nesse processo de evolução, para depois contarmos sobre um novo lançamento que com certeza vai ligar na tomada quem curtir essa levada de som.
Noção de Nada – Sem Gelo (2006)
Sim, o clássico álbum do Noção de Nada completou 10 anos e talvez seja um dos discos mais clássicos do estilo. O vocalista e guitarrista Bill hoje em dia comanda o excelente Zander.
Zander – Brasa (2010)
Outra banda que vale lembrar é o Sugar Kane, banda curitibana que marcou toda uma época. No documentário do Underground ao Emo, eles não são esquecidos, é claro. O último disco lançado antes do hiato, Ignorância Pluralística (2014) mostra uma veia mais questionadora sobre a sociedade em que vivemos.
Um conjunto que jamais pode ser deixado de ser citado é o Street Bulldogs, os anos de trabalho em serviço do independente deixaram um senhor legado para a cena. Infelizmente após a gravação do DVD, eles afirmam que nunca mais vão se reunir. Mas a esperança meu amigo: É a última que morre.
Street Bulldogs – Tornado Reaction (2004)
Outro grupo que não podemos esquecer de citar é o Reffer. Inclusive esses tempos eles voltaram e tem feito alguns shows. Incluindo a abertura para os californianos do NOFX. Interference (2001) talvez tenha sido um dos álbuns que eu mais ouvi na minha pré-adolescência. Sabia as letras de cabeça e me orgulhava disso.
Reffer – Interference (2001)
Creio que estes álbuns e tantos outros foram importantes não só para a formação musical de toda uma galera, mas para a formação do caráter mesmo. Dialogam muito com a realidade do jovem do país, como qualquer letra do Dead Fish nos traduz com facilidade. Mas se eu ficar falando daqueles tempos eu vou acabar não dando o devido e merecido espaço para o novo. Para a geração seguinte.
Posso ainda não ter falado sobre eles ainda por aqui mas estou observando o som do Never Too Late a um bom tempo. Inclusive soube que estão com a FUSA Records, um selo com um casting de dar inveja a muita major.
Mas vamos falar de lançamento!
Tá saindo do forno o novo single do The Gap Year, Under Your Tongue (Maio/2016). Aliás a quase um ano nós falamos sobre o EP, Over Some Power Chords (2015) por aqui. Que talvez seja tão nostálgico como o título da canção acima do Never Too Late.
Por mais que as letras tenham outro contexto e viés, o The Gap Year é contestador em sua essência, bebe bastante do punk mais politizado. Inclusive o clipe de “Power to Decide” levanta a bandeira sobre a nefasta homofobia.
O single inclui a faixa-título e tem como B-Side a música “Up To The Next”. Inclusive você pode ouvir elas diretamente no site da banda ou em outras populares plataformas de streaming como o Spotify e o BandCamp.
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“Under Your Tongue” tem acordes açucarados e fala sobre a dificuldade em superar relacionamentos fracassados mediante conflitos emocionais. Assim como o EP anterior, os power chords são a serventia da casa, oh yeah. Os riffs são de certa forma catchy e entram na linha de colisão com hardcore melódico noventista.
“A faixa-título, “Under Your Tongue”, olha para isso do ponto de vista do fundo do poço eu diria (risos) e a letra acaba misturando o tema com aventuras lisérgicas..eu nem sei se isso cabe bem no punk rock, mas foi o que fizemos.” nos conta o vocalista Filipe Oliveira
O título da canção e parte da letra como Filipe ressalta fala sobre a experiência do uso do LSD. E eles acharam um jeito da analogia funcionar no contexto emocional. Well Done!
Já o lado B, “Up To The Next” funciona como contraposto. Visto que é como se fosse o outro lado da moeda, com uma atitude mais PMA (positiva). Me recordando um pouco dos sons do Big Choise (1995) do Face To Face em sua sonoridade.
“A outra faixa do single, Up To The Next, é mais positiva, fala de alguma forma sobre superação e foi co-escrita com a Marina Garcia, que é uma amiga minha e guitarrista da minha ex-banda (Starsucks).” comenta Filipe
O single é um ótimo medidor de temperatura para o que está por vir, afinal de contas em 2017 a banda tem muitos planos e sonhos.
“Nós estamos trabalhando músicas novas para fechar um álbum que deve sair no ano que vem. Esse single é uma espécie de aperitivo do está por vir” finaliza Filipe Oliveira
Mas como 2017 ainda está longe e temos mais de meio ano pela frente vamos ficar espertos com a próxima data do grupo que é já neste fim de semana de dia das mães. O The Gap Year se apresenta no Jai Club, que fica próximo ao metrô Vila Mariana.
Organizado pelo pessoal da Frigideira Independente, o show além de contar com a participação do The Gap Year e do Never Too Late (já citados) terá shows dos cariocas do Darvin – que farão o último show na capital paulista antes de gravar seu novo disco – Anything e Rigby’s.
Então fecho o post com o convite para colar no evento e com sons das bandas participantes.
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