Hoje vamos contar um pouco sobre a trajetória de pouco mais de 10 anos do Duo paulistano 3ÉD+.
O duo composto por Dom Orione (Guitar Killer e vocal) e Leandro Lima (Bateria) respira o lado mais Do It Yourself do Rock’N’Roll em sua essência. O baixo por mais dispensável na banda, muitas vezes sobe ao palco através da participação de amigos.
Aliás, amizade é um dos sentimentos que move o grupo. Eles tem como maior objetivo através da música: “Fazer música, tocar em muitos lugares e conhecer o maior número de pessoas possível.”
Apesar de carregar o nome 3ÉD+ e ser considerado por muitos um nome de banda ~quase bobo~, o trocadilho funciona muito bem e cria o interesse automaticamente para tentar entender: Qual é a do som do duo?
Suas influências passeiam pelo melhor do rock já feito neste país por bandas como Os Mutantes, Secos & Molhados, Ludovic, Plebe Rude, Cólera, Inocentes e Butcher’s Orchestra.
E isto se reflete claramente através de suas letras em que as composições tem como marca serem simples e ao mesmo tempo complexas, diretas e objetivas, retratando vivências do cotidiano.
Já no campo das influências vindas do estrangeiro o duo bebe do rock’n’roll clássico de bandas como The Doors, Rolling Stones, Velvet Undergound,The Clash, Beatles, Stooges, Joy Division e Jimi Hendrix.
Mas não são as únicas influências que dá para sentir ouvindo o som dos caras. Outras citadas por eles traduzem um pouco da epifania e histeria ao vivo que eles costumam causar: Os vocais aveludados e agressivos de Janis Joplin e a atitude enérgica do Nirvana – mesclado ao chute na bunda do MC5 – se refletem no momento em que os dois sobem ao palco.
Apesar de terem formado o duo em 2005, o primeiro EP homônimo 3ÉD+ -3ÉD+ veio ao mundo apenas em 2008. Feito totalmente no esquema D.I.Y com o adendo de um baixista.
“Zumbi” que abre o EP, é a primeira música gravada na história do 3ÉD+, ela tem todo o tom dark dos filmes bem e descreve a arte da vida dos nossos queridos mortos vivos. Seria uma letra irônica ao governador Geraldo Alckimin? Quem sabe, hein?
No último mês de outubro eles inclusive tocaram a música no Estúdio Hangout.
“Lívia” tem uma veia mais Rolling Stones, bebe do country americano e rockabilly. É dançante e retrata o drama de uma garota que vive sob a supervisão de um pai neurótico e possessivo que não deixa sua filha viver.
“O Coração” tem um pouco de Plebe Rude e Cólera e somado ao sentimento perverso das letras psicóticas dos filmes de terror. Muitos momentos a música é aterrorizante e parece dialogar com “Zumbi”.
Inocentes e Black Flag são influências nítidas em Dollores, música que você pode conferir no primeiro vídeo do post. Cheia de distorção e bateria frenética ela implanta o caos ao ser executada.
“O Assassino” tem uma veia Titãs e retrata a vida de um maníaco potencial – famoso serial killer – e sua rotina de crimes justificada. Se você já ouviu um famoso disquinho do festival O Começo Para o Fim do Mundo (1982) você entende a atmosfera.
Mais amadurecidos e agora com a produção de Leonardo Pimentel. A banda no fim de 2014 lançou o disquinho, Meteóros no Meu Sangue (2014).
“Nós amadurecemos muito musicalmente trabalhando com o Leonardo Pimentel, refizemos as músicas antigas e trabalhamos bastante nas canções novas, uma parceria que trouxe um resultado final surpreendente e estamos orgulhosos porque nunca tivemos grana pra gravar um disco com boa qualidade sonora antes.”, comenta Leandro Lima, baterista do Duo 3éD+
A ideia da arte da capa foi feita em conjunto entre banda e produtor. E soa bastante visceral.
“Pôr Do Sol” tem aquela vibe Os Mutantes e psicodelia de gênios da música popular brasileiro como Arnaldo Baptista. Inclusive ao ouvir me faz pensar no lado teatral que ela deve ganhar com as investidas performáticas de Dom Orione.
“Drama” tem aquela pegada Zé Ramalho na sua intro. Aliás lembram da participação genial dele no Rock In Rio ao lado do do Sepultura? Melhor que muito frontman de banda de Rock. A letra é melancólica e te remete ao melhor de Jair Naves (Ludovic) nas composições, já a sonoridade dos vocais te lembram de relance o timbre de Arnaldo Antunes.
“Quem?” tem o espírito dos anos 60 e o adendo de teclados. A bateria alá exercito dialoga com a música. A letra fala sobre o cotidiano, ambição e coisas que a sociedade tem impõe.
“Como A Chuva” fala sobre aquilo que nos move: indignações consigo mesmo que nos motivam fazer mudanças. A vibe é dark, tem riffs dos anos 70 e atmosfera Joy Division.
“O Sol” é talvez a faixa mais distinta. Um misto de rock clássico, com sintetizadores anos 80 e vocal distorcido. Algo que David Bowie faz com maestria. Contemplativa ela de certa forma te trás uma paz interior com sua calmaria.
A faixa inclusive ganhou versão alternativa no mês passado:
“Samba”, faixa que fecha o disquinho, inclusive foi uma faixa que esteve presente no primeiro EP do duo porém sob as mãos do produtor Leonardo Pimentel ganhou novos elementos e cresceu. Começa meio como um Samba casando com uma Bossa Nova, só que conforme cresce fica dark e ganha o peso do rock’n’roll quase punk e perverso.
A música brinca com o gingado do samba e o peso do rock, ironia e sátira com os medalhões da MPB: é o espírito da canção que fecha o EP de forma caótica.
Passado o EP mais amadurecido e com um leque maior de influências o duo caminha em direção de seu terceiro trabalho, que deve ser gravado no começo de 2016 e também terá a produção de Leonardo Pimentel – que também assina a produção de Meteóros no Meu Sangue (2014).
A ideia de gravar algumas faixas ao vivo é uma forma de sair dos padrões que exigem cada vez mais musicas bem gravadas mas sem o sentimento e o calor de uma apresentação.
A mais recente faixa liberada do Duo, tem toda esta atmosfera do ao vivo. Sentimentos a flor da pele é o que podemos sentir na letra de “Tardes de Outono” que carrega consigo sangue nos olhos em seu instrumental. Aliás nesta faixa quem comanda a bateria é Daniel Silva.
Bônus:
Confira o vídeo do último Debbie Records (Novo canal da Debbie Hell no Youtube) falando sobre o duo. Aproveita e se inscreve no canal: em nome da boa música ;).
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Assessoria de Imprensa
This post was published on 7 de dezembro de 2015 7:47 pm
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