Jonabug aposta suas fichas no bedroom pop em “Big Ego, No Self Esteem”
Por aqui sempre adoramos apresentar bandas novas e desta vez a que aparece por aqui é a Jonabug, de Marília (SP). Do interior de São Paulo, o quarteto é composto por Marilia Jonas (guitarra e voz), Carlos Eduardo (teclado), Dennis Felipe (baixo) e Samuel Berardo (bateria). A sonoridade que encontramos em Big Ego, No Self Esteem, primeiro EP lançado no dia 16/07, passa pelo indie rock e o bedroom pop.
O material que reúne ao todo três faixas foi gravado em um intervalo de dois meses e segundo os integrantes cada faixa discorre sobre uma experiência pessoal. O som por sua vez agradará quem curtir ouvir artistas como My Bloody Valentine, Brvnks, Alex G, Slowdive e Mac DeMarco.
“Nosso primeiro lançamento busca transmitir nossa cara, por isso optamos por escolher 3 músicas, uma mais leve, uma mais dançante e uma mais pesada. Nós gostamos de misturar estilos e é isso que queremos mostrar com esse EP.
Além disso, o nome faz jus às letras, Big Ego, No Self Esteem retrata uma pessoa com um orgulho grande demais para dar o braço a torcer em situações difíceis, mas com uma autoestima baixa a ponto de não se achar forte o suficiente para encarar essas situações. Trabalhamos muito para que elas transmitam aquilo que queremos passar.”, contam os integrantes da Jonabug
Jonabug Big Ego, No Self Esteem
O que me chamou a atenção foi justamente a energia e vitalidade das canções. O fato de logo no primeiro EP querer gravar um material com cuidado. As ambientações e quebras em “Blood of my blood”, por exemplo, nos passam a sensação de se ver sozinho, inseguro e sem saída. Eles revelam que a canção é justamente sobre um relacionamento abusivo com uma figura paterna.
A melancolia e atmosfera dreamy de “April 9th” nos leva para aquela vibe juvenil despretenciosa das bandas de Kelley Deal, como The Amps e o próprio Breeders. No fundo esse lado mais melancólico e de se sentir excluído motivou toda essa leva de artistas do fim dos anos 80 e começo dos anos 90 a produzir música. Nenhum deles, claro, acharia que aquelas guitarras melódicas com distorção iriam levar eles para algum lugar.
A Jonabug conta que a temática da faixa é justamente sobre perder uma pessoa e não poder tê-la em sua vida, mas mesmo assim ter a esperança de que ela possa voltar.
Nem sempre músicas são sobre os próprios artistas mas o lado de observar e se colocar no lugar muitas vezes acaba inspirando as composições. Esse é o caso de “Big Old Glasses”, uma canção que discorre sobre presenciar o vício em drogas de um amigo próximo. Das mais cruas do disco, ela nos passa a sensação de estar em um ciclo vicioso. Alguns arranjos de guitarra lembram até um pouco a fase mais post-punk do Legião Urbana.
É uma estreia, claro, agora é ver como o projeto vai amadurecer e as novas possibilidades artísticas que ele trará consigo.