Novo Rock: The Parking Lots, Falchi, CPM 22, Ottopapi, Juia, Martin e muito mais!

 Novo Rock: The Parking Lots, Falchi, CPM 22, Ottopapi, Juia, Martin e muito mais!

Juia é destaque na editoria Novo Rock. – Foto Por: Helena Bohn

A Novo Rock trará conteúdos em micro-resenhas do que de melhor tem acontecido no Rock Nacional. Singles, discos e novidades com o radar antenado do Hits Perdidos ganham o palco em um post informativo que acompanha sempre uma playlist!

Sobre o Novo Rock

“Novo Rock” é onde vivem as bandas e artistas que reinventam o gênero, cruzam influências e quebram rótulos. Se você quer saber por onde anda o rock em 2025, esse é o seu lugar. Lançamentos, listas e estreias exclusivas com a cara do agora de quem não parou no tempo das ondas das FMs. A cada nova lista serão adicionados 10 novos lançamentos, vamos juntos?


Juia - Analógica - Créditos Helena Bohn - Novo Rock
Juia é destaque na editoria Novo Rock. – Foto Por: Helena Bohn

Novo Rock #8

Fogu Tudo de Novo

O músico e produtor gaúcho, Gustavo Foppa, assina seus projetos como Fogu e disponibilizou seu álbum de estreia, Tudo de Novo, inspirado, segundo ele em nomes da cena latina contemporânea como Ava Rocha, os argentinos do Winona Riders e Vanguart.

O disco foi produzido e mixado por Diogo Brochmann (Dingo), no Estúdio Pimenta Caseira (Porto Alegre), e conta com as participações de Tupy (Luísa e os Alquimistas), Alfamor, Bruno Neves, Bernard Simon, Mariano Wortmann e Carlos Tupy.

A experiência da audição é por si bastante sensorial talvez até mesmo pela carreira paralela no audiovisual, este lado de pensar sua dinâmica como um filme, traz momentos de tensão, de mistério e anticlímax. Hora flertando com a psicodelia e grooves, hora dialogando com a música brasileira.

Entre o orgânico do violão e a natureza intimista dos elementos que adiciona e amplificam a experiência em alguns momentos, como em “Chama” deixando ela como se estivéssemos em órbita de um planeta distante. Elementos de cordas e sintetizadores fazem com que a experiência fique ainda mais sinestésica.

The Parking Lots We The People Are The Parking Lots 

O trio paulistano The Parking Lots formado por Felipe Bueno (voz e guitarra), Eduardo Zampolo (baixo e voz) e Vini Pardinho (bateria) apresentam seu álbum de estreia, We The People Are The Parking Lots. Gravado no Estúdio Divã da Alma com mixagem e masterização por Felipe Bueno e Luciano de Setti, o material tem como referências grupos como Superchunk, Hüsker Dü, Elvis Costello e Weakerthans.

Esse espírito cowboy forasteiro, 1/3 Minutemen, 1/3 Dead Kennedys, 1/3 rockabilly, aparece, por exemplo, na anticapitalista, “Not You, Not Me”. Os vocais sussurrados que o próprio Weakerthans utiliza, aparecem ao longo do disco de pouco menos de 30 minutos, entre linhas melódicas e críticas à alienação digital.

O espírito punk vive na mesma intensidade que o início de grupos como Against Me! que antes de irem para um punk mais pop, agregavam elementos de folk e traziam referências anarquistas nas suas composições. Esse lado cowpunk fora da lei acaba sendo uma boa forma de definir o disco que utiliza das ambiências para construir algo que vai da calmaria à distorção.

Até nas mais punk diretas, com referências de Zen Arcade, você vê como a preocupação com as ambiências e imersão para contar as histórias faz parte da sua narrativa. “The Light!”, apesar do nome, possui aquele lado mais doloroso e afetuoso como artistas como Bruce Springsteen e Neil Young, trazem para as suas composições, mas de uma forma que quem tem a cozinha punk faria.

As imperfeições são deixadas ao longo do disco sem muita preocupação, o que faz com que fique mais próximo da experiência de assisti-los ao vivo. A faixa “We Are The Parking Lots”, que encerra o disco, parece até mesmo fazer uma pequena homenagem ao Bad Religion.

CPM 22 “30 Anos Depois”

Se o NOFX em seu emocionante show derradeiro apresentou uma música sobre a sua história, a construção da banda, os shows e as encrencas pelo caminho,”We Did it Our Way“, o CPM 22 buscou um caminho similar em “30 Anos Depois”. A faixa é uma ode a própria trajetória, entre as alegrias, tristezas e as mudanças pelo caminho. A letra, composta por Badaui e Luciano reflete sobre o legado e a persistência.

“A letra dessa música nasceu de um texto que eu escrevi. O Luciano deu forma e lapidou a letra para que a gente pudesse contar essa história de um jeito mais direto. No fim, essa música é uma homenagem à nossa trajetória e também um agradecimento a quem sempre esteve com a banda”, relembra Badaui.

“A ideia de fazer uma música em comemoração aos 30 anos da banda existia desde o ano passado, mas o processo de desenvolvimento começou há uns três ou quatro meses. A letra é baseada em um texto muito bonito que o Badaui escreveu sobre a história da banda.

Já a melodia eu fiz na cabeça enquanto lia o texto, e parte dela surgiu numa viagem, num hotel em Santa Bárbara d’Oeste. Quando voltei pra casa, peguei a guitarra e comecei a montar os acordes a partir dessa melodia e completei a letra com frases minhas, ideias novas que surgiram ali no momento. A gravação foi feita por mim e pelo Ali, no estúdio dele, em São Paulo”, explica Luciano.

Bujiu “Navalha”

De Vitória (ES), a Bujiu, em janeiro do próximo ano, lançará seu álbum de estreia, Terra, mas antes apresenta seu primeiro single “Navalha”. O quarteto formado por Xande Barcelos (guitarra), João Paulo Pimenta (bateria), Hugo Ali (guitarra e voz) e Raphael Magno (baixo), revela ter influências de stoner, grunge, metal alternativo e ritmos brasileiros.

Com peso nas guitarras, que lembram a pressão da cozinha de grupos como Royal Blood, vocal rasgado típico do new metal, tensão no baixo, como grupos como Helmet costumam canalizar, a primeira mostra vem com letra no estilo faca na caveira.

Apesar de nova, os integrantes têm passagens por bandas como Dead Fish e Supercombo. O vindouro disco foi gravado no estúdio Funky Pirata, com engenharia, gravação e mixagem assinadas por Xande Barcelos. A masterização ficou a cargo de Eber Pinheiro.

glover. “Meus Segredos / 13 de Maio”

De Piracicaba (SP), a glover. formada por Felipo Ivanes (guitarra), Leo Luca (bateria) e Otávio Aguiar (baixo) apresentou o single duplo Meus Segredos / 13 de Maio”. O primeiro revela uma banda que consegue transitar entre estilos, entre o lirismo e os berros do emo, melodias do rock alternativo, que passeiam pela lógica minimalista do math rock como TTNG, e uma cozinha cada vez mais pronta para alcançar novos públicos. As próprias melodias lembram grupos de indie rock dos anos 2000.

Já “13 de Maio” carrega o espírito do que ficou conhecido como emo de garagem, mas também com esse espírito quebradiçoguitarras que trazem referências de jazz — algo que discos do American Football também também foram atrás ainda na década de 90. Suas melodias bem trabalhadas harmonizam em uma faixa que não tem medo de soar pop.

Falchi “Sunflare”

Após apresentar “Moonlace”, Jéssica Falchi (ex-Crypta) apresenta o segundo single de sua nova banda. “Sunflare” segundo a guitarrista, teve como inspiração Pink Floyd e David Gilmour.

A natureza imersiva, que explora a progressão de acordes, unindo o metal moderno com a energia cósmica das referências supracitadas, guiam o ouvinte ao longo da sua viagem. Groove, reverbs e delays são algumas das armas que utiliza ao longo do seu andamento para catalisar esse clima.

“Quis muito que essa faixa expressasse meu lado mais ‘feeling’, com solos de guitarra cantados, inspirados no mestre David Gilmour, que sempre foi e continua sendo uma referência forte na minha forma de tocar. Tem uma vibe bem esperançosa, por isso o nome, como se fosse uma música para, por exemplo, ouvir vendo um pôr do sol ou outras paisagens que confortam a alma”, Jéssica revela.

A produção, como todas as músicas da Falchi, é assinada por Jean Patton (ex-Project46).



Ottopapi “Ruim da Cuca”

A odisseia de Ottopapi ganha novo capítulo sem freios na explosiva “Ruim da Cuca”. Naquele melhor estilo que fez a gente gostar de grupos como Wavves / FIDLAR, e tom de desabafo, o surf punk psicodélico vem para divertir e não tem a menor intenção de ser levado a sério. O descontrole, a impassividade e fuga da realidade ganham versos ásperos e linhas de guitarra que parecem cantarolar junto. Com natureza ramoníaca, a faixa tem um minuto e meio e nada mais.

Martin Mendonça “Juntos”

O terceiro álbum de estúdio de Martin Mendonça, guitarrista da Pitty há 20 anos, Mundo de Nós Dois, enfim começa a ser revelado. “Juntos” foi a primeira a ser composta, ainda antes da pandemia, em voz e violão, algo que quis preservar em sua versão final justamente para representar o momento de transição que contempla o antes, o durante e o depois do período pandêmico. Em sua companhia o músico tem na bateria Victor Brasil, e baixo, por Cadinho Almeida.

“A música é sobre a celebração do coletivo, sobre construir esse mundo de ‘nós dois’ e ser feliz com ele. Aborda o processo sob o qual fomos submetidos e as mudanças que isso causou na gente”, explica Martin.

Segundo ele, o álbum se estrutura como uma metáfora: começa celebrando esse momento, depois fica “doido” e, por fim, assume um tom mais melancólico, refletindo as diferentes fases dessa jornada. Da desconexão da pausa do mundo, passando pelo endoidecer ao reencontro. Martin trata de refletir sobre todos esses quebra-cabeças desmembrados que tivemos que enfrentar tanto como seres únicos, como também enquanto sociedade.

Essa introdução ao universo paralelo nos guia nessa viagem que enfrentamos todos juntos. A escolha do violão, de certa forma, é metafórica e mostra como tivemos que obrigatoriamente nos “desplugar” da vida urbana e nos refugiar dentro das nossas casas – e seus universos paralelos – entre telas e telhas.

Velmas “Queda Livre”

Formada em 2023, a VELMAS é uma banda novíssima que teve seu EP de estreia, Witch in the Making, lançado em 2024. O quarteto que revela transitar entre o grunge, rock anos 70 e o dream pop, apresenta agora sua primeira faixa em português, “Queda Livre”.

Segundo a banda composta por Dani Moraes nos vocais, Bárbara Mazzi nas guitarras, Hendy Almeida no baixo e Luisa Migueres na bateria, sua letra fala sobre libertação perante o outro, uma torcida para a queda de alguém que enxerga o mundo de cima de um pedestal. Até por isso, a pressão no baixo e distorções, nos remetem a cadência de grupos como Black Sabbath, com pressão no baixo, breves solos de guitarra, elementos dignos de filmes de terror e discurso afiado.

Juia “Doutor Renato Aragão”

Antes de apresentar o álbum de estreia, a banda paranaense Juia, que tem o carioca Matheus Who na formação, apresenta o bem-humorado single “Dr. Renato Aragão”. O quinteto traz influências como o indie pop e o rock psicodélico, e segundo os mesmos, “que dialogam com bandas como CrumbTame Impala e a estética colorida das composições de Marcos Valle e Sophia Chablau E Uma Enorme Perda de Tempo.”

A homenagem ao humorista, que não é tão bem-visto assim fora das telas por seu comportamento que exala superioridade e desprezo pelas pessoas que lhe servem, serviu como inspiração indireta. Segundo a vocalista Julia, ela surgiu num momento de liberdade radical. Durante um momento de descontração, ela misturou dois universos: o sentimento de amor por seu namorado Diogo (também guitarrista solo na banda), que tem como apelido “Didi”, e o humorista dos Trapalhões conhecido por sua soberba.

“Essa música nasceu pra ser tocada ao vivo. Quando percebemos que ela sempre quebrava o gelo nos shows, ficou claro que precisava ser um single antes do disco”, conta Matheus Who, guitarrista da banda.

O resultado disso é bastante divertido, entre as ondas psicodélicas, surrealismo, explosão de sentimentos à flor da pele, reclames do plin plin, teclas que saltam e frases em português que se misturam ao inglês… sua natureza livre ganha asas feito uma música lo-fi antiga do Mac DeMarco. Seu encerramento para lá de Badgá, feito a sinfonia do apocalipse, deixa tudo ainda mais flutuante e com vontade de dar o play novamente. Como diria Gabriel Thomaz, crocante!

Favourite Dealer “Waves”

Os curitibanos da Favourite Dealer, apresentaram no domingo (30) seu novo single “Waves” que também acompanha um videoclipe. Segundo os mesmos a letra funciona como uma carta ao passado feito um adeus que acolhe o fim de um ciclo ao mesmo tempo que olha para o futuro com esperança.

A faixa serve como uma prévia do segundo álbum previsto para março de 2026. Entre as principais referências para o som, eles citam influências que passeiam pelo proto-punk, passando pelo grunge ao drum n bass e o experimental. Essa sensação de nostalgia e de quebra de paradigmas aparece ao longo da letra da faixa que vai do sombrio ao esperançoso sem escalas. A tensão aparece desde o baixo ao vocal melódico, indo do peso do metal ao lado soturno do rock gótico.

Fãs de grupos contemporâneos como Wolf Alice e de clássicos como Alice In Chains, irão gostar.

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