A artista carioca repaginou “John Riley”, canção de amor do século XVII
Após lançar seu primeiro álbum de estúdio, Lentes de Âmbar (2023), a cantora, compositora e instrumentista carioca, Christine Valença, que em seu som traz influências de soul music, bossa nova, yé-yé, garage rock, funk setentista, folk e MPB, volta a apresentar novidades. No meio desse tempo, em junho, ela lançou um split Recomeçará com uma versão da faixa presente em sua estreia, no lado A, e “Lãs de Abril”, no lado B.
Valença já tem planos para lançar o segundo álbum de estúdio em 2025. O material contará com colaborações de artistas de várias partes do mundo. Mas enquanto isso não acontece, ela nos presenteia nesta quinta (7) com uma novidade em Premiere no Hits Perdidos.
Oficialmente nas plataformas digitais o material estreia apenas na sexta (8) mas por aqui você confere antes a versão para “John Riley”, canção que já foi regravada por diversos artistas como Odetta, The Byrds e Judy Collins, mas imortalizada na voz de Joan Baez.
A canção tradicional folk, que tem suas origens no século XVII, pode ter derivado de uma interpretação de “A Odisseia” de Homero, narra o diálogo entre uma mulher e um pretendente, que insiste em saber se ela espera por outro homem: um marinheiro que partiu há muito tempo e pode nunca mais voltar.
Mesmo diante da incerteza sobre o destino do amado, que pode ter se afogado, morrido em combate ou se casado com outra, ela permanece fiel à sua promessa de esperá-lo. No fim, o pretendente revela ser o próprio marinheiro, retornando disfarçado para testar sua lealdade.
Quando questionada sobre a motivação para a versão, em entrevista exclusiva para o Hits Perdidos, Christine Valença comenta sobre o poder da composição.
“De cara uma das qualidades dessa canção que me instiga é a forma dela, essa espiral sem refrão, com melodia que surpreende. Desde a primeira vez que ouvi a versão gravada em 1966 pelo Byrds, me chamou a atenção. É como se o clímax estivesse mais dentro do poema, do plot twist dela, do que no refrão, já que não há um. Isso é interessante para uma canção de domínio público, pois é um detalhe que podia ter se perdido pelos anos, mas se mantém firme.”
A faixa, por sua vez, ganhou uma nova roupagem imersa nos ritmos e arranjos da música nordestina. A artista ainda que trouxe para agregar a canção suas influências pessoais e familiares, provenientes de seus avós pernambucanos.
“Adoro a canção, e gostei de explorar outras camadas, um arranjo que trouxe uma paisagem mais brasileira pra ela, trazendo pra perto, pra nos apropriar da memória que transita, e de uma dança com as origens.
Sou fã de todos os intérpretes que conheço da música, a Joan Baez, Odetta, Judy Collins, Pete Seeger, são artistas que nutriram minha trajetória, e por um lado, cantá-la é também reverenciar esse percurso.”
Para isso ela trouxe para a versão elementos como a viola e o galope nordestino. Criando, assim, ambiências e deixando todo aquele mistério da história do marinheiro com sabor brasileiro.
Com leveza na voz, e as melodias da viola, a versão ficou delicada e dá ainda mais profundidade para a história, entre a tensão da percussão, a ginga e um emaranhado de arranjos de cordas.
Produção Musical/Mix: Bruno Danton
Master: Yago Marques
Arranjos/Violão: Bruno Danton
Guitarra: Rafael Paiva
Voz: Christine Valença
Percussão: Nando Menezes
This post was published on 7 de novembro de 2024 9:00 am
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