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Thursday: “Nós estamos nos preparando para fazer os melhores shows do ano no Brasil, pois nenhum outro lugar no mundo esperou tanto tempo por isso”

Thursday, um dos principais ícones do emo/post-hardcore do fim dos anos 90, está prestes a desembarcar no Brasil pela primeira vez em sua história. Em turnê organizada pela Powerline Music & Books, o quinteto da pequena cidade de New Brunswick (Nova Jersey) liderado por Geoff Rickly, em sua formação conta com Tom Keeley, Tim Payne, Tucker Rule e Steve Pedulla.

Entre as principais influências citadas pelo grupo estão nomes como Fugazi, Jawbox, My Bloody Valentine, Mogwai, Sunny Day Real Estate, the Appleseed Cast, Godspeed You! Black Emperor, At the Drive-In, Quicksand e Sigur Rós, o que definitivamente moldou seu som característico e visceral.

Tendo ganho visibilidade em festivais como a Warped Tour, o grupo hoje em dia aparece em line-ups de grandes festivais como Riot Festival e acaba de voltar de uma turnê ao lado do My Chemical Romance, banda em que Geoff, como nos conta em entrevista exclusiva, produziu o primeiro disco.

A primeira vinda do quinteto ao Brasil acontece no dia 06/04 em São Paulo (SP), no Carioca Club, com abertura do Tim Kasher, vocalista do também lendário Cursive. A turnê sul-americana também contará com show no Chile, produzida pelo Trópicos, no dia 04/04.


Thursday vem pela primeira vez ao Brasil em 27 anos. – Foto Por: Jessica Yurko

O Lançamento do livro “Este Não Sou Eu” (Someone Who Isn’t Me)

A Powerline Music & Books também é a responsável pelo lançamento da tradução e distribuição da edição nacional do livro que mistura ficção e realidade para relatar a batalha de Geoff Rickley contra seu vício em heroína. Para a promoção do lançamento o vocalista do Thursday também fará no dia 7 de abril um show acústico gratuito, no Tendal da Lapa.

O romance Este Não Sou Eu, conta a história de um músico que, como ele mesmo, se livrou do vício em heroína através de experiências com ibogaína.

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Sinopse

Este Não Sou Eu é a história de um homem que busca tratamento psicodélico com ibogaína (um alcalóide indólico alucinógeno) para o vício em heroína em uma clínica no México. A trama é ficcional, mas Geoff não esconde de ninguém que se baseou em experiências pessoais para escrever o romance.

A tradução é de Maya Melchers (que em 2018 traduziu também pela Powerline a versão nacional da ‘bíblia índie’ Nossa Banda Podia Ser sua Vida, de Michael Azerrad), terá 280 páginas.

Geoff literalmente se inspirou nas dobras surreais de uma viagem de ibogaína em uma clínica mexicana para escrever sua primeira incursão no ofício literário. Mais do que um livro, ‘Este Não Sou Eu’ é um grito em forma de palavras para superar, há anos, seu crescente vício em heroína, o que torna a leitura visceral, lisérgica, dentro do subconsciente e consciente de Geoff.

Esta é uma jornada poética desenfreada de autodescoberta e identidade – de Geoff e que também pode ser do leitor ávido por respostas, caminhos e ressignificações da própria existência. Aqui, neste livro, Geoff Rickly é mais do que o icônico vocalista do Thursday; é o Geoff Rickly que merece aplausos e elogios assim como ícones da literatura visceral, como John Fante, Jack Kerouac, Allen Ginsberg e Jack Kerouac.

“Uma escada em espiral em um prédio em chamas.”, descreveu Gerard Way (My Chemical Romance) sobre o livro


Geoff Rickly, vocalista do Thursday, durante apresentação ao vivo. – Foto Por: Ryan Baker

Entrevista Exclusiva: Geoff Rickly (Thusday)

Tivemos a oportunidade de bater um papo por 45 minutos com o vocalista do Thursday para detalhar ainda mais sobre os planos para a turnê sul-americana, a luta contra as drogas e seu novo livro, “Este Não Sou Eu”.

O Thursday está vindo para o Brasil pela primeira vez. Com o que você está mais empolgado?

Geoff Rickly: Claro que estou empolgado para tocar no Brasil, afinal vamos tocar para pessoas que não conseguimos tocar em 25 anos, esse é o objetivo principal da viagem. Mas, pensando em mim, estou animado para conhecer a cidade, as pessoas, a culinária, a música, quero tentar ficar imerso enquanto estiver por aí. Sempre quis ir e acho que vou me divertir.

Você conhece algo da música ou da literatura brasileira?

Geoff Rickly: Sim, com certeza! Acabei de ler uma nova tradução para o inglês de Macunaíma, mas sabendo que esse livro tem uma certa tradição oral e que lida com muito folclore. Talvez algumas das histórias sejam muito conhecidas no Brasil, mas eu não conhecia nada, então foi interessante entender esse contexto, como essas lendas populares contadas pelas pessoas tomam uma forma literária no livro. Eu gosto bastante dessa tradutora (Katrina Dodson) e gostei bastante da leitura.

Quanto à música, eu tenho uma história ótima com a banda Sepultura de quando eu era adolescente. Fui vê-los em um clube em Newark chamado Studio One, que comportava algo em torno de 600 pessoas, mas que deveria ter mais de 1000 naquele dia.

Estava visivelmente perigoso, era claro que não deveria ter aquela quantidade de pessoas, mas naquele dia o line-up era insano, todos queriam ver. A abertura ficou por conta do Clutch, na turnê da primeira demo deles. Depois veio Fudge Tunnel, da Inglaterra, seguido do Fear Factory e a atração principal era o Sepultura, tendo recentemente lançado o Chaos A.D. Foi uma maluquice, o público estava insano.

Naquela época, Newark era uma cidade bastante perigosa e, após o show, o carro do meu amigo tinha sido roubado. Nós não sabíamos o que fazer, estávamos muito nervosos, mas os caras do Sepultura nos deixaram ficar no ônibus deles, enquanto tentávamos descobrir o que fazer. Eles foram muito legais conosco, um grupo de moleques de 15, 16 anos.

Que história maravilhosa!

Geoff Rickly: Eles provavelmente foram muito mais legais do que nós merecíamos!

Sobre o show do Thursday no Brasil, é a primeira vez que a banda vem tocar aqui. O que podemos esperar?

Geoff Rickly: Nós estamos no meio da turnê celebrando os 20 anos do disco War All the Time, mas como nunca tocamos no Brasil ou no Chile, decidimos fazer desses shows algo mais representativo da nossa carreira como um todo.

Algo como “se você vai ver o Thursday pela primeira vez, mas ama a banda há muito tempo, o que você gostaria de ver?”. Então podem esperar muitas músicas do Full Collapse, do War All the Time, as melhores músicas dos outros discos, mas focando com certeza nos clássicos. Nós estamos nos preparando para fazer os melhores shows do ano no Brasil e no Chile, pois nenhum outro lugar no mundo esperou tanto tempo por isso.

Eu estava muito empolgado achando que seria o show de “War All the Time”, mas saber disso me empolga ainda mais!

Geoff Rickly: Sim! Todos os discos têm músicas que não funcionam muito bem ao vivo. É muito divertido ver o show de um disco completo, mas eu gosto muito de ver bandas tocando as coisas que elas sabem que funcionam perfeitamente, que vem com tudo para cima do público. Essa é a meta para o Brasil.

Nós também provavelmente faremos shows mais longos do que os que temos feito recentemente, pois será uma turnê de apenas dois shows, então decidimos que podemos nos cansar ao extremo para que vocês tenham uma grande experiência. Tem alguma música que você gostaria de ouvir?

Uma música que amo muito é “Stay True”, do disco No Devolución. Sempre achei fascinante que essa música é a última música do último disco do Thursday e ela fala bastante sobre seguir em frente, dando conselhos, olhando para o futuro…

Geoff Rickly: Nós não tínhamos falado abertamente sobre isso, mas internamente já sabíamos que seria o último disco do Thursday. Eu penso nessa canção como uma passagem do bastão para a nova geração de bandas, dizendo que “vocês conseguem, vocês são jovens, ainda tem muito para aprender, mas vocês conseguem e vão ser melhores do que nós fomos”.

É mais pessoal que isso, na verdade, é sobre uma pessoa falando com outra pessoa, mas se você pensar, pode interpretar como uma banda falando isso para outra banda.

Foi durante esse período que você abriu a Collect Records e começou a lançar bandas mais novas?

Geoff Rickly: Eu já produzia bandas há muito tempo, desde o primeiro disco do My Chemical Romance, que trabalhei mais ou menos na época que o Thursday estava produzindo o “War All the Time”. Também produzi outra banda chamada The Blackout Pact, que era incrível, mas infelizmente o vocalista faleceu. Mas a Collect surgiu realmente por aí e “Stay True” foi escrita enquanto eu estava trabalhando diretamente com o Touché Amoré no primeiro disco deles.

Essa música, de várias maneiras, é a minha música para o Jeremy Bolm. Eu o conheci quando ele tinha cerca de 16 anos e era dono de um fã clube do Thursday. Nós somos amigos muito próximos até hoje.

“No Devolución” é um disco onde cada faixa é uma homenagem a escritores diferentes. Qual é a sua relação com a literatura?

Geoff Rickly: No período que começamos a banda, eu estava obcecado pelos autores pós-modernos, como Don DeLillo, Donald Barthelme… Então comecei a entrar na filosofia com Roland Barthes. Edward Said também foi parte muito importante da minha educação e mudou minha visão de mundo de uma forma drástica.

Eu trouxe muita dessa energia para o Thursday desde o começo e eu sempre senti que tinha um aspecto muito literário na banda. Ao longo dos anos eu tentei me manter curioso e ler coisas de diversos locais. Literatura francesa, norueguesa, islandesa, mexicana, chilena… Sempre quis entender as diferentes tradições e como os grandes escritores quebram essas tradições e criam algo novo, dando assim algo com o qual as próximas gerações podem trabalhar e continuar criando.

Ser um escritor era algo que você pensava antes de ter a banda?

Geoff Rickly: Antes de formar a banda eu achava que seria professor escolar de dia e iria escrever meus livros a noite. Meus pais tinham um amigo próximo que era escritor e eu sempre conversava com ele, queria extrair o máximo dessas trocas, pois ele era um vencedor do National Book Award e sempre foi muito generoso comigo.

Ele sempre falava para meus pais que achava que eu seria um artista. Quando o Thursday começou a crescer, ele falava para eles “eu avisei!”. Então sempre achei que eu seria um escritor e quando a banda começou eu pensei que talvez esse fosse o meu talento, escrever letras. E de certa forma, todas elas são pequenas histórias ou pequenos poemas. Depois que escrevi “Este Não Sou Eu” eu descobri esse meu interesse em escrever também livros e tentar coisas novas.

Você também está vindo para o Brasil para promover seu livro “Este Não Sou Eu”, que será publicado aqui pela Powerline Books.

Geoff Rickly: Eu estou muito feliz por isso e muito curioso para saber como ficou a tradução para o português. O livro tem muitas camadas, muitos subtextos, muitas coisas que, ao mesmo tempo, deveriam soar engraçadas e sombrias.

Tem muitas coisas acontecendo, eu trabalhei por 5 anos nele com muitos editores diferentes e nós brigávamos basicamente por conta de cada palavra do livro. Só de pensar no trabalho que um tradutor deve ter trabalhando nesse tipo de livro, eu admiro demais esses profissionais. Eu considero a tradução como a construção de uma nova peça de arte, é muito interessante.


Geoff Rickly, do Thursday, está lançando seu livro “Este Não Sou Eu” pela Powerline Books. – Foto: Divulgação

Eu recebi o primeiro capítulo e uma coisa que me chamou a atenção foi o quão descritivo você é dos sons que o personagem escuta. Você descreve uma busca pelo som original, o primeiro som emitido.

Geoff Rickly: Tem essa ideia de tentar voltar para o sentimento original que te faz perseguir algo. Esse algo pode ser música ou literatura, mas pode ser a heroína também. Muito da nossa vida se resume a tentar voltar a um lugar original de pureza, de alegria, de amor, escapando da realidade.

Isso é algo que as pessoas buscaram em todas as épocas da humanidade. Existem muitas rotas que usamos para buscar esse lugar, como arte, música, amor, sexo, drogas… Eu gosto dessa ideia de começar com a música e mostrar que esse personagem, essa versão do Geoff da qual estou escrevendo sobre, é movido por essa vontade de transcender e de sair de si.

O escritor norueguês Karl Ove Knausgård disse em um livro que “todo pensamento utópico vai na direção da morte”. Então se você está pensando em transcender, no fim das contas você está pensando em transcender a vida. É importante lembrar sempre de estar aqui. Não tentar transcender sempre, não fugir da realidade. Aproveitar a vida, o amor e todas as pessoas ao seu redor.

Esse seu foco na descrição de sons ao invés de lugares e objetos me fez lembrar de algumas canções do Thursday em que você trata isso também, como, por exemplo “This Song is Brought to You by a Falling Bomb”. Entender o mundo através dos sons é algo importante para você?

Geoff Rickly: Eu sempre penso na logo da banda que é um pombo, que é comumente entendido como um símbolo da paz, mas eu gosto muito da ideia do pássaro que busca seus semelhantes através da voz, gritando através do vazio em busca de comunidade. Eu acho que isso é uma bela metáfora para a música, você está gritando em busca das suas pessoas, seus semelhantes. Eu acho que o som é uma ideia importante para mim, bem além do som da música apenas.

É interessante, pois esse começo fala muito de sons e estabelece esse eco que se repete no restante da obra. O livro é estruturado como o Inferno de Dante, todos os 3’s e os 9’s, essa numerologia na ordem dos capítulos. A porção do meio é uma grande alucinação, essencialmente a minha versão do Inferno de Dante, com os nove círculos. Nessa versão, os círculos são as ranhuras de um disco girando. Então esse eco que aparece em todo o livro são coisas do passado do personagem que voltam e ele precisa refletir sobre elas para tentar sair dessa situação desesperadora em que ele se meteu.

No livro você descreve a jornada de um homem que está lidando com seu vício em heroína e tenta o tratamento com ibogaína, e é um trabalho de autoficção, baseado nas suas experiências. Como foi o processo de escrever esse livro durante o seu próprio tratamento para o vício em substâncias?

Geoff Rickly: Enquanto eu estava escrevendo o livro, eu estava tentando focar em me manter sóbrio. Eu já tinha ido ao México, já tinha feito o tratamento com ibogaína. Eu estava contando há quantos dias estava sóbrio, participando de grupos de narcóticos anônimos, tentando de tudo. Mas a minha mente não descansa e se eu não tivesse algo para trabalhar, eu teria provavelmente recaído.

Trabalhar no livro foi uma desculpa para ficar em casa, não sair e arriscar passar perto de locais onde eu encontraria drogas. Muito do processo foi isso, ficar em casa e escrever, escrever, escrever… 5 horas por dia, 5 dias por semana, 5 anos.

No fim desses 5 anos eu realmente me senti uma nova pessoa, me senti liberto das amarras do vício em drogas.

Eu também me matriculei em cursos, tentei aprender bastante sobre a forma de narrativas ficcionais, tem tanta coisa que você precisa estruturar que eu não imaginava, como arcos dos personagens, como o tempo funciona em ficção, como manipulá-lo… Eram muitas coisas para aprender e isso me ajudou muito.

Que liberdades e restrições o gênero da auto-ficção permitiu a você enquanto contava sua história?

Geoff Rickly: O tempo entre os eventos é algo que tomei a liberdade de mudar para o livro. Ele se passa inteiramente em um período de duas a três semanas. Porém, muito do que está lá contido, como conversas com pessoas, o tratamento no México, tudo se passou em um período bem mais longo de tempo.

As pessoas eu também tive que cortar muitas, pois felizmente tive uma grande quantidade de pessoas na minha vida tentando me ajudar, então tive que amalgamar muitas pessoas em alguns personagens. Para cada personagem, eu então juntei vários amigos e familiares diferentes, as conversas que tive com cada um.

A seção do inferno no meio do livro eu também tive que organizar como uma narrativa, porém as minhas alucinações durante o tratamento com ibogaína foram bem mais caóticas, não seguiam uma ordem.

Como você achou esse tratamento e o que te motivou a persegui-lo?

Geoff Rickly: Eu tenho um grande amigo, Don Devore, com quem toquei na banda Ink & Dagger e com quem dividi apartamento por um tempo. Ele veio conversar comigo e disse “Cara, você está num ponto em que isso não vai acabar bem. Você já tentou ir a reuniões, tentou muitos tratamentos, mas nada funciona.

Eu ouvi falar desse novo tratamento que é bastante assustador, é ilegal nos Estados Unidos, mas é permitido e seguro no México. Funcionou para dois ou três outros amigos meus, acho que você deveria criar coragem e fazer isso”.

Minha reação inicial foi dizer que ele estava louco e que esse tratamento parecia muito perigoso, eu não vou fazer isso.

Algum tempo depois eu cheguei a conclusão de que o que era perigoso de fato era viver com o vício em heroína. O resto é assustador, mas nada é mais perigoso do que o que estou fazendo agora. Esse foi o ponto que me fez ver que eu provavelmente não tinha outra escolha.

Você tem algum conselho para dar a alguém que está lutando contra o vício?

Geoff Rickly: Eu diria que tem muitas pessoas dispostas a ajudar no mundo. Se você estiver pronto para admitir o problema e se render a essa situação, acredito que há saída para todos.

Algumas pessoas se recuperando do vício acabam buscando novos hobbies, como você falou de se manter ocupado escrevendo. Muita gente fala de esportes, culinária… Você desenvolveu algum hobby além da escrita?

Geoff Rickly: Sim, isso é muito importante durante o processo. Não acho que isso seja suficiente por si só, algum tratamento de fato é muito importante, mas todo mundo desenvolve algum novo interesse ou um novo hobby.

Eu, por exemplo, desenvolvi uma obsessão muito pesada em algo que surpreende a todos: perfumaria.

Fiquei muito interessado em perfumarias independentes, tenho uma vasta coleção de frascos dos mais diversos produtores (Geoff mostra vários vidros de perfume espalhados por sua mesa). Acho que tem a ver com o fato de que quando eu era viciado, meu olfato foi destruído.

Quando eu fui gradativamente voltando a sentir cheiros, isso foi algo que foi me fascinando, redescobrir o cheiro das coisas. Também veio do meu pai, que era um químico, e ele sempre me falou que os perfumistas eram verdadeiros artistas. Então foi muito interessante ficar imerso em uma nova forma de arte que eu nunca tinha ouvido falar.

Para fechar a entrevista, gostaria de falar rapidamente sobre o No Devotion, sua outra banda que em 2022 lançou um baita disco que é muito diferente das coisas que você fez com o Thursday, bem mais gótico, cheio de camadas de sintetizadores, muitas texturas… Em que vocês se inspiraram para fazer esse disco? Também teve algum impacto o fato de você estar sóbrio no processo?

Geoff Rickly: Eu adoro esse disco. Ele é bem melancólico e em partes bem triste mesmo, mas não como o Thursday, que é intenso e apaixonado. É como se uma grande nuvem de sentimentos passasse sobre o disco.

Acho que a sobriedade me ajudou a deixar que esses sentimentos todos aparecessem na frente. Com o Thursday tem como se fosse uma luta acontecendo sempre. Eu acho que o No Devotion é onde eu comunico essa rendição, esse pedido de ajuda.

Quanto a influências, quando eu era mais novo eu era muito fã de coisas de fora do hardcore, como música industrial, eu amo muito Nine Inch Nails e Coil, mas também coisas como My Bloody Valentine, PJ Harvey, Björk, Portishead, essas coisas mais sombrias e eletrônicas, isso foi grande parte da minha juventude.

Eu sempre gostei de Quicksand, Fugazi, bandas mais pesadas, mas quando fui ficando mais velho, aos 18 ou 19 anos, foi quando eu entrei de fato no hardcore. Com o No Devotion eu volto a esse eu mais novo. Eu sei que é uma banda que atinge um público menor aqui nos Estados Unidos em comparação com o Thursday. Eu acho que entendo isso, pois é um disco bem pesado emocionalmente.



Thursday em São Paulo

Data: 6 de abril de 2024
Horário: 17h (abertura da casa)
Local: Carioca Club
Endereço: Rua Cardeal Arcoverde, 2899 – Pinheiros/São Paulo
Compre agora clicando aqui
Ingresso:
Pista (meia entrada – entrada solidária): R$ 180,00 (1º lote), R$ 200 (2° lote), R$ 220,00 (3º lote)
Pista (inteira): R$ 360,00 (1º lote), R$ 400 (2° lote), R$ 440,00 (3º lote)
Camarote (meia entrada – entrada solidária): R$ 260,00 (1º lote), R$ 280,00 (2º lote)
Camarote (inteira): R$ 520,oo (1° lote), R$ 560,00 (2° lote)

This post was published on 19 de março de 2024 4:46 pm

Pedro Carvalho

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