Melhores Discos Independentes da América Latina (2022)
A música independente latino-americana vem demonstrando cada vez mais sua potência e, entre inúmeras pérolas muito conhecidas e não tão conhecidas lançadas em 2022, gostaríamos de destacar algumas produções que, desde a perspectiva da Radio Color (siga), merecem o play do início ao fim. Confira a lista com os Melhores Discos Independentes da América Latina (2022), o apanhado reúne álbuns e EPs.
O projeto uruguaio comandado por Federico Cáceres lançou em 2022 dois discos que merecem a menção: Brutalismo Soviético, lançado em Março, é um compilado de diversas canções raras e que segundo ele mesmo, estão mal gravadas ou sem terminar, e que são geniais pela sonoridade post-punk com efeitos dissonantes, autotune e letras que abordam o universo soviético.
Já o segundo disco El Club, lançado em dezembro, vem ainda mais sofisticado e bem costurado com a atmosfera e universo pessoal, criativo e afetivo que permeiam o projeto Incluso Si Es Un Susurro Sovietico. São 12 canções que percorrem entre colaborações de amigos, um cover de El Mató a Un Policia Motorizado e um feat com Arsenij The Baptist (Xanax Tbilisi) – vocalista da banda russa Sonic Death, a qual foi uma das responsáveis por despertar em Federico a fascinação pelo mundo soviético, o interesse pela música independente russa, e que marca uma significativa conexão Rússia – Uruguai no projeto. O disco todo foi uma grande surpresa de fim de ano e vale muito a pena cada canção.
Segundo álbum (em meio a mais 2 EPs e o projeto paralelo Michelle & Sebastian) de longa duração da banda chilena que se consolidou na cena de Santiago – e LATAM – por seu som pop/punk com incrível senso melódico e letras que abordam a juventude desde um ponto de vista inteligente e revolucionário. El Encanto Del Fuego explora brilhantemente os últimos dias da adolescência, trazendo temáticas de melancolia, raiva, e a necessidade de transgredir, através de melodias nostálgicas, muito reverb e distorções.
Discaço de estreia dos chilenos Columpios Al Suelo, depois dos EPs “Un Dia Afuera” e “Gritos & Sussurros”, lançado em conjunto com a banda Dolorio & Los Tunantes.
Colores vem com o tradicional Noise Rock que caracteriza a banda, e algo mais, um contraste ainda mais obscuro, dissonante e desesperado, em relação aos seus lançamentos anteriores, e que demonstram ao passar das 12 canções, que sabem exatamente onde querem nos levar, através de um frenesi melódico, vezes caótico, vezes onírico e surrealista, e que cumprem muito com a proposta do gênero, com certeza um dos melhores álbuns latino-americanos de 2022.
Terceiro EP do quinteto argentino de pegada electropunk é extremamente curto, enérgico e inquieto, com melodias simples que se repetem de uma maneira absolutamente contagiante. Disco que diz muito sobre a identidade da banda, que de maneira agressiva e ao mesmo tempo delicada, explora temáticas do cotidiano, conseguindo transitar pela sonoridade e estética punk, mas adaptando-a muito bem ao universo latino-americano. Con Amor merece a menção, porque representa com sinceridade (ainda que sem intenção de fazê-lo) parte da cultura do conurbano bonaerense (bairros e localidades periféricas à capital Buenos Aires), e o faz de maneira despretensiosa, alegre e genial.
Quinto trabalho de uma das bandas mais interessantes da cena peruana formada em 2010, Apátrida traz uma versão mais séria e madura da banda, com canções mais simples e orientadas ao lírico, mas com arranjos e letras extremamente satisfatórias. Em apenas 20 minutos conseguem transitar por diversas paisagens sonoras priorizando a força rítmica.
Oitavo trabalho de uma das bandas argentinas mais influentes da nossa geração, Isla de Oro é produzido pelo uruguaio Martín Buscaglia, e marca uma fase mais “luminosa” da banda, cheia de beats sessentistas, linhas de baixo fluídas, que dão a sensação daquele improviso intimista de uma balada entre amigos. Disco sem defeitos.
Segundo disco de longa duração da banda argentina oriunda de Mar Del Plata, DESTRUYA! demonstra evolução na sonoridade, com canções mais contundentes, baixo e guitarras com linhas bem estabelecidas, acordes bem abertos, voz enérgica e marcada, e que conseguem estabelecer relações com o onírico do dream pop e shoegaze, o melancólico do gótico, o sintético e enérgico do post-punk. O conjunto desses elementos transformam a produção em uma experiência catártica para quem gosta do gênero.
Quarto trabalho do duo chileno aborda temática de desilusões amorosas virtuais, ansiedade, distância social, explorando a estética e sonoridade do universo geek. Uma produção simples que consolida ainda mais a identidade da banda, um pop experimental delicado e cativante.
Segundo álbum de estúdio da banda bogotana sai dois anos atrasado do previsto, e é uma viagem do imanente ao transcendente. Disco que se destaca pela sinceridade de suas dores, a sensação de mediocridade que os permeia no processo criativo, a preguiça em relação à vida, a vergonha expor as debilidades, a precariedade da vida colombiana, e que talvez por isso, logram atingir níveis de profundidade interessantíssimos na composição.
“Comencemos por el comienzo, y ahí vamos viendo… Que se conmuevan los árboles; Que se entristezcan las fieras; Que todo el mundo baje hasta su infierno por lo menos una vez; ¿Qué hacer en caso de que haya perdido la luz? Ahora que lo pienso, le hizo falta una canción más alegre a este disco…”
“Y no pensemos en Colombia por favor, que me pongo a llorar; Todos estamos solos en esto…”
Quinto álbum de ataquemos, projeto do chileno Fabián Flores, explora a sonoridade caseira do lo-fi, e é aquele disco intimista para escutar no domingo de manhã.
Quarteto colombiano de sonoridade nostálgica influenciada pelo sad punk e o dream pop. Lançaram seu terceiro disco de longa duração, onde apresentam uma diferente faceta da banda, e tratam de harmonizar as influências musicais dos integrantes, abusando para isso de distintas ambientações sonoras, pausas instrumentais, e sintetizadores. Uma linda amálgama de elementos que dão um dinamismo bucólico para o trabalho.
Terceiro trabalho do quinteto peruano vem repleto de colaborações de peso, e para reafirmar a identidade da banda através de suas composições de pop ruidoso, temáticas de amor e depressão.
Terceiro disco de uma das bandas de indie rock mais influentes na cena independente chilena, Suave Pendiente vem com canções que estavam sendo criadas desde o segundo semestre de 2020, e que logram cristalizar através de uma produção bastante evoluída, uma sonoridade cheia de camadas de instrumentos, sofisticada, sutil, melódica e com mudanças rítmicas adoráveis. Uma das produções mais bonitas da banda. Vale a pena cada segundo.
Segundo trabalho da banda argentina que faz parte da lista de projetos que surgiram na pandemia, mas que já são referência na cena independente pela consistência de sua sonoridade. Programa nos brinda 5 canções obscuras, sobre ansiedade, procrastinação, com linhas melódicas limpas, repetitivas, e a voz grave característica que tanto afina com a estética post-punk.
Patio Solar Absurda Tendencia Humana
Mais um fino trabalho do grupo chileno Patio Solar liderado por Cláudio Zaguán, Absurda Tendencia Humana vem marcando os já quase 10 anos de trajetória da banda, e que ao lado do último disco “Piruetas y Viñetas” (2021) definem uma versão mais madura nas estruturas das canções, sem perder a identidade melódica e cativante que caracteriza o projeto.
É claro que a lista com os Melhores Discos Independentes da América Latina (2022) ia vir acompanhada de uma playlist exclusiva para você conhecer mais sobre os materiais lançados pelos artistas.
This post was published on 16 de janeiro de 2023 11:00 am
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